O Impacto do Colesterol na Função dos GPCRs
O colesterol tem um impacto bem grande nos receptores acoplados à proteína G e no papel deles nas respostas a medicamentos.
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Índice
- O Papel do Colesterol na Função dos GPCRs
- Locais de Ligação do Colesterol
- Métodos Usados na Pesquisa
- Observações das Simulações
- Efeitos da Depleção de Colesterol
- Mutações que Afetam a Ligação do Colesterol
- Características Comuns da Ligação do Colesterol
- Implicações do Papel do Colesterol
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Os Receptores acoplados à proteína G, ou GPCRs, são um grupo grande de proteínas que a gente encontra nas nossas células. Eles são importantes porque ajudam nossos corpos a reagir a diferentes sinais, tipo hormônios e neurotransmissores. Esses receptores têm um papel chave em várias funções do corpo, incluindo como sentimos dor, gosto, cheiro, e como reagimos a remédios. Os GPCRs são um alvo principal para muitos medicamentos, já que cerca de 30% de todos os remédios no mercado funcionam interagindo com esses receptores.
Colesterol na Função dos GPCRs
O Papel doO colesterol, que é um tipo de molécula de gordura encontrada nas membranas celulares, afeta bastante como os GPCRs funcionam. Pesquisas mostraram que o colesterol pode mudar como os GPCRs reagem às suas moléculas sinalizadoras, o que pode alterar os efeitos dos remédios que visam esses receptores. Os níveis de colesterol podem variar entre os diferentes tecidos do corpo. Por exemplo, as células nervosas têm mais colesterol do que as células musculares. Essa diferença pode influenciar como os GPCRs se comportam dependendo de onde eles estão no corpo.
Locais de Ligação do Colesterol
Cientistas identificaram regiões específicas nos GPCRs onde o colesterol pode se ligar. Essas áreas são chamadas de locais de ligação. Entre os locais de ligação conhecidos, existem dois tipos principais: o consenso de aminoácidos de reconhecimento de colesterol (CRAC) e o motivo de consenso de colesterol (CCM). No entanto, estudos mostraram que a maior parte da ligação do colesterol acontece em lugares que não se encaixam nesses motivos já identificados.
Em pesquisas anteriores, foi descoberto que o colesterol se liga a pontos específicos nos receptores muscarínicos e opioides. Isso foi mostrado em uma região específica chamada TM6, que faz parte da estrutura desses receptores. Aqui, o colesterol pode interagir com aminoácidos específicos, particularmente R6.35 e L/I6.46.
Métodos Usados na Pesquisa
Para estudar como o colesterol se liga aos GPCRs, os cientistas usaram uma técnica chamada Dinâmica Molecular de grão grosseiro (cgMD). Isso envolve criar um modelo do receptor dentro de uma simulação que imita uma membrana celular. Eles usaram simulações para observar como o colesterol interage com diferentes GPCRs ao longo do tempo.
Por meio desse método, vários locais de ligação do colesterol foram identificados nos receptores muscarínicos e opioides. Esses locais incluíam tanto as camadas externas quanto internas da membrana celular. No total, sete locais únicos de ligação ao colesterol foram encontrados. Alguns desses locais facilitaram interações fortes com o colesterol, enquanto outros mostraram conexões mais fracas.
Observações das Simulações
As simulações revelaram que o colesterol tende a ficar ligado aos receptores por períodos prolongados, demonstrando interações estáveis. Os cientistas testaram seu método examinando também outros receptores conhecidos, como o receptor β2-adrenérgico e o receptor A2A-adenosina, o que confirmou a confiabilidade do seu método.
Nos receptores muscarínicos e opioides, o colesterol interagiu de maneiras diferentes dependendo de se o receptor estava ativo ou inativo. Por exemplo, a ligação do colesterol em certos locais mudou quando os receptores foram ativados.
Efeitos da Depleção de Colesterol
Para entender melhor o papel do colesterol, os pesquisadores realizaram experimentos onde removeram o colesterol das membranas celulares de certas células receptoras usando um composto chamado metil-β-ciclodextrina. Eles então mediram como essa depleção de colesterol afetou as respostas dos receptores a diferentes moléculas sinalizadoras.
Os resultados mostraram que remover colesterol teve efeitos variados nos diferentes receptores estudados. Para os receptores muscarínicos, a remoção do colesterol aumentou a ligação de proteínas G, que são cruciais para a transmissão de sinais nas células. Em contraste, a mesma depleção de colesterol levou a uma diminuição da ligação nos receptores opioides.
Mutações que Afetam a Ligação do Colesterol
Em outra parte da pesquisa, os cientistas fizeram mutações no aminoácido R6.35 nos receptores. Mudando esse aminoácido para outros tipos, eles tentaram ver como essas mudanças afetariam a ligação do colesterol e a função do receptor. Os resultados indicaram que as mutações poderiam imitar os efeitos da depleção de colesterol, levando a mudanças nas respostas dos receptores às moléculas sinalizadoras.
Características Comuns da Ligação do Colesterol
Uma descoberta consistente entre todos os receptores estudados foi que o colesterol se liga a duas áreas principais: os locais e1-e2-e7 e os locais i6-i7. A natureza de como o colesterol se liga a esses locais variou entre os diferentes tipos de receptores. Alguns receptores tinham uma interação mais forte, enquanto outros mostraram uma ligação mais fraca.
Um aspecto notável foi que a ligação do colesterol ao R6.35 era particularmente significativa, com frequências de ligação variando dependendo de o receptor estar inativo ou ativo. Curiosamente, no caso do receptor δ-opioide, a ligação do colesterol aumentou quando o receptor foi ativado.
Implicações do Papel do Colesterol
Entender como o colesterol interage com os GPCRs pode ter implicações importantes para o design de medicamentos e abordagens terapêuticas. Já que alterações nos níveis de colesterol podem mudar significativamente como os GPCRs funcionam, direcionar essas interações pode proporcionar novas maneiras de melhorar ou modificar as respostas a medicamentos.
Por exemplo, alguns esteróides neuroativos podem influenciar os receptores muscarínicos interagindo com os locais de ligação do colesterol. Essas interações poderiam levar a novas terapias empolgantes para condições que afetam a memória, a cognição e a função nervosa.
Conclusão
O papel do colesterol na função dos GPCRs é complexo e significativo. Ele se liga a locais específicos nesses receptores, influenciando sua ativação e comportamento geral em resposta a moléculas sinalizadoras. Ao estudar essas interações, os pesquisadores podem desenvolver melhores estratégias para direcionar medicamentos, potencialmente levando a tratamentos mais eficazes para várias condições médicas.
Pesquisas continuadas nessa área podem oferecer insights sobre os efeitos variados do colesterol em diferentes tecidos, abrindo caminho para uma maior seletividade farmacológica e o desenvolvimento de novas terapias que possam especificamente direcionar esses mecanismos relacionados ao colesterol no corpo.
Título: Cholesterol differentially modulates the activity of opioid and muscarinic receptors via common non-canonical binding site
Resumo: G protein-coupled receptors (GPCRs) are membrane proteins representing the largest and most therapeutically targeted receptor class for 30% of currently marketed drugs. Two binding motifs for membrane cholesterol, the cholesterol recognition amino acid consensus (CRAC) domain and cholesterol consensus motif (CCM), were postulated. Using a simulation of molecular dynamics we demonstrate the binding of membrane cholesterol to non-canonical sites, distinct from CRAC and CCM, at muscarinic and opioid receptors. We identified a binding site common for muscarinic and opioid receptors at TM6, arginine 6.35 being the principal residue. Effects of depletion of membrane cholesterol on the functional responses of these receptors correlated with effects of mutations arginine 6.35 on functional responses. Exploiting cholesterol-binding sites and variations in receptor-membrane interactions brings novel pharmacotherapeutic opportunities including tissue-specific targeting for sterol-based modulators.
Autores: Jan Jakubik, N. Chetverikov, A. Janouskova-Randakova, D. Nelic
Última atualização: 2024-10-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.09.617372
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.09.617372.full.pdf
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