Novas Descobertas sobre a Importação de Proteínas Peroxissomais
Pesquisa mostra papel fundamental da PEX39 na função peroxissomal.
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Índice
Peroxissomos são estruturas minúsculas que aparecem em quase todas as células complexas. Esses organelas têm um papel super importante em vários processos que mantêm as células saudáveis e funcionando direitinho. Uma das principais funções dos peroxissomos é quebrar ácidos graxos, que são fundamentais para a produção de energia e a formação de membranas celulares. Além disso, eles ajudam a desintoxicar substâncias nocivas, como as espécies reativas de oxigênio, que são subprodutos das atividades celulares que podem causar danos se não forem controlados.
Em mamíferos, os peroxissomos também ajudam a produzir ácidos biliares, que são importantes para digerir gorduras, e mielina, que isola as células nervosas e ajuda elas a enviar sinais de forma eficiente. Sem peroxissomos saudáveis, esses processos vitais não rolam, levando a sérias condições de saúde.
O Papel dos Peroxinas na Função Peroxissomal
Pra manter os peroxissomos funcionando, a célula precisa de proteínas especiais chamadas peroxinas. As peroxinas ajudam a criar novos peroxissomos e garantem que eles recebam as enzimas certas pra realizar suas tarefas. Na verdade, mais de 60 enzimas diferentes precisam ser importadas da parte principal da célula, o citosol, pra dentro dos peroxissomos. Se rolar algum problema com essas peroxinas, pode levar a doenças graves, como os Transtornos do Espectro Zellweger.
Todas as enzimas que atuam dentro dos peroxissomos são produzidas no núcleo da célula e depois fabricadas no citosol. Por isso, o funcionamento dos peroxissomos depende muito dos métodos específicos que essas proteínas são importadas para o organela. A forma como as enzimas entram nos peroxissomos é bem interessante já que até proteínas que já estão dobradas conseguem entrar. Isso é diferente de como proteínas são importadas pra outras partes da célula como mitocôndrias ou o retículo endoplasmático, onde só proteínas não dobradas conseguem entrar.
Os peroxissomos têm sinais específicos, chamados sinais de direcionamento peroxissomal (PTS), que ajudam a guiar as enzimas até o destino. Existem dois tipos principais desses sinais: tipo 1 (PTS1) e tipo 2 (PTS2). O sinal PTS1 geralmente é uma cadeia pequena de três aminoácidos no final da proteína, enquanto o PTS2 é uma sequência mais complexa encontrada no início. Embora existam menos proteínas PTS2, elas são vitais para várias funções celulares.
No citosol, dois receptores específicos, PEX5 e PEX7, desempenham um papel importante em reconhecer esses sinais e iniciar o processo de importação. Pra que o PEX7 funcione direitinho, muitas vezes ele precisa se juntar a outra proteína, que o ajuda a ligar a carga que precisa ser transportada. Depois que a carga está ligada, esses complexos são levados a uma área de acoplamento nos peroxissomos, onde podem entrar no organela.
Descoberta do PEX39
Pesquisadores descobriram recentemente uma proteína desconhecida chamada PEX39 que ajuda na importação de proteínas PTS2. Essa proteína é encontrada tanto em leveduras quanto em humanos, sugerindo que ela tem funções importantes que foram preservadas através da evolução. O PEX39, junto com outra proteína chamada PEX13, possui uma sequência especial (o [R/K]PWE motif) que é crucial pra se ligar ao PEX7 e garantir que o processo de importação funcione bem.
Quando os cientistas examinaram uma proteína de levedura chamada Yjr012c e sua contraparte humana C6ORF226, eles descobriram que essas duas proteínas eram bem parecidas e provavelmente desempenhavam papéis semelhantes na importação de proteínas PTS2. A estrutura delas mostra que têm os mesmos motivos importantes, indicando sua capacidade de interagir com a maquinaria de importação peroxissomal.
Investigando as Interações do PEX39
Pra entender melhor como o PEX39 ajuda na importação de proteínas PTS2, os cientistas analisaram suas interações com outras proteínas envolvidas nesse processo. Eles descobriram que o PEX39 interage especificamente com o PEX7 e outras proteínas conhecidas que desempenham um papel na função peroxissomal.
Através de vários experimentos, ficou claro que a perda do PEX39 afeta significativamente a capacidade da célula de importar proteínas PTS2. Células de levedura que não tinham PEX39 enfrentaram dificuldades pra crescer quando os ácidos graxos eram a principal fonte de energia, já que os peroxissomos não conseguiam realizar suas tarefas de forma eficaz. Quando os pesquisadores observaram os níveis de PEX7 em células sem PEX39, descobriram que o PEX7 estava reduzido, o que explica parte do problema.
Em células humanas onde o PEX39 foi eliminado, resultados semelhantes foram observados. A ausência do PEX39 levou a um acúmulo da forma precursora de uma enzima crucial, a PHYH, enquanto a forma madura era significativamente menor. Isso aponta pra um papel direto do PEX39 em ajudar a transportar essa proteína pra dentro dos peroxissomos.
O Impacto da Superexpressão do PEX39
Por outro lado, os pesquisadores também examinaram o que acontece quando o PEX39 está presente em altas quantidades. Surpreendentemente, quando os cientistas aumentaram os níveis de PEX39 nas células, notaram uma deterioração similar na importação de proteínas PTS2. Essa descoberta contra-intuitiva sugere que há um equilíbrio delicado quando se trata dos níveis de PEX39 na célula. Se tiver PEX39 demais, isso pode travar o processo de importação, assim como quando o PEX39 está ausente.
Nos experimentos, adicionar excesso de PEX39 às células resultou em um aumento nas formas precursoras de várias proteínas PTS2 e uma diminuição nas suas formas maduras. Esse impacto foi observado tanto em leveduras quanto em células humanas. As descobertas indicam que a regulação adequada dos níveis de PEX39 é crucial pra um funcionamento ideal na importação de proteínas peroxissomais.
Mecanismo de Função e Interações do PEX39
Pra entender melhor como o PEX39 opera, os pesquisadores analisaram como ele interage com o PEX7 e com a carga do PEX2. Eles descobriram que o PEX39 estabiliza a interação entre o PEX7 e sua proteína de carga. Essa interação é essencial pra permitir que as proteínas sejam importadas de forma eficaz nos peroxissomos.
Os cientistas utilizaram técnicas avançadas de modelagem pra prever como o PEX39 e o PEX7 interagem em nível molecular. As previsões mostraram que o PEX39 se liga ao PEX7 através do motivo conservado PWE, que aumenta a estabilidade geral da interação. Isso ajuda a garantir que o PEX7 consiga se envolver efetivamente com as proteínas PTS2 para a importação.
A Região N-terminal do PEX39
A importância da região N-terminal do PEX39 foi destacada em vários experimentos. Essa parte da proteína desempenha um papel chave na ligação a outras proteínas, especialmente o PEX7. Também existem mutações que prejudicam a função do PEX39, mostrando o quão crítica essa região é para o papel biológico da proteína.
Estudando várias mutações e versões truncadas do PEX39, os pesquisadores determinaram que um motivo específico dentro da região N-terminal é essencial para suas interações com o PEX7 e todo o processo de importação. Quando essas regiões foram alteradas, o PEX39 perdeu sua capacidade de estabilizar as interações com o PEX7 e não conseguiu apoiar completamente a importação de proteínas PTS2.
A Conexão Entre PEX39 e PEX13
Curiosamente, outra proteína chamada PEX13 também contém um motivo PWE semelhante ao encontrado no PEX39. Os pesquisadores estão agora investigando se o PEX39 e o PEX13 interagem e como isso pode afetar suas funções nos mecanismos de transporte peroxissomal. A presença do motivo KPWE em ambas as proteínas sugere um possível papel coordenado nos processos de importação.
Estudos mostraram que o PEX13 também pode se ligar ao PEX7 através de seu próprio motivo KPWE. Quando o PEX39 está ligado ao PEX7, ele impede que o PEX13 se ligue, o que implica que essas duas proteínas competem pelo mesmo local de ligação no PEX7. Essa exclusividade mútua adiciona mais uma camada de complexidade ao sistema de transporte nas células.
Implicações para a Saúde Humana
As descobertas relacionadas ao PEX39 e suas interações com peroxinas esclarecem como distúrbios nesse processo podem levar a problemas de saúde. Com a função peroxissomal ligada à quebra de ácidos graxos e à desintoxicação de substâncias nocivas, interrupções nesse sistema podem ter efeitos amplos. Por exemplo, a incapacidade de importar proteínas essenciais devido a mutações ou perda do PEX39 pode contribuir para doenças envolvendo disfunção metabólica ou neurodegeneração.
Ao entender como o PEX39 e suas interações funcionam, os pesquisadores esperam descobrir possíveis alvos terapêuticos para condições relacionadas à disfunção peroxissomal. Esse conhecimento é crucial para desenvolver tratamentos que poderiam restaurar a função normal e melhorar os resultados de saúde.
Conclusão
Resumindo, o PEX39 é um jogador recém-identificado, mas vital, no complexo mundo das funções peroxissomais. Ele ajuda a estabilizar interações necessárias para a importação de proteínas críticas, permitindo que as células mantenham suas funções essenciais. Equilibrar os níveis de PEX39 é importante; muito pouco ou muito pode atrapalhar o processo de importação e levar a problemas.
A conexão entre PEX39 e PEX13 ilustra ainda mais as estratégias especializadas que as células usam pra gerenciar o transporte de proteínas. O estudo contínuo dessas proteínas abrirá novas avenidas pra entender e, potencialmente, tratar doenças que envolvem disfunção peroxissomal. Conforme a pesquisa avança, vai ser empolgante ver como esse conhecimento pode ser traduzido em aplicações práticas pra saúde e medicina.
Título: PEX39 facilitates the peroxisomal import of PTS2 proteins
Resumo: Peroxisomes are metabolic organelles essential for human health. Defects in peroxisomal biogenesis proteins (peroxins/PEXs) cause devastating disease. PEX7 binds newly synthesized proteins containing a type 2 peroxisomal targeting signal (PTS2) to enable their import from the cytosol into peroxisomes, although many aspects of this import pathway remain enigmatic. Utilizing in vitro assays, yeast, and human cells, we show that PEX39, a previously uncharacterized protein, is a cytosolic peroxin that facilitates PTS2-protein import by binding PEX7 and stabilizing its interaction with PTS2 cargo. PEX39 and PEX13, a peroxisomal membrane translocon protein, both possess a KPWE motif necessary for PEX7 binding. Sequential binding of PEX7 to this motif in PEX39 and PEX13 provides a novel paradigm for how PTS2 cargo engage the translocation machinery. Collectively, our work uncovers an ancient and functionally important relationship among PEX39, PEX7, and PEX13, offering insights that will advance our understanding of peroxisomal biogenesis and disease.
Autores: Walter W. Chen, T. A. Rodrigues, D. Wendscheck, A. G. Pedrosa, C. Yang, T. Francisco, T. Mocklinghoff, A. Zografakis, B. Nunes-Silva, R. E. Avraham, A. R. Silva, M. J. Ferreira, H. Das, J. Bender, S. Oeljeklaus, V. Sondhi, M. Schuldiner, E. Zalckvar, K. Hofmann, H. R. Waterham, R. J. DeBerardinis, J. E. Azevedo, B. Warscheid
Última atualização: 2024-05-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.30.591961
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.30.591961.full.pdf
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