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# Biologia# Genómica

Diferenças de Gênero no Desenvolvimento e Função do Cérebro

Analisando como as diferenças de sexo no cérebro começam e evoluem com o tempo.

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Os humanos têm diferenças entre homens e mulheres de várias maneiras, incluindo como nossos corpos e cérebros são feitos, como funcionam e como nos comportamos. Essas diferenças podem ser vistas na estrutura e função do cérebro, como o tamanho e como as células cerebrais se conectam. Pesquisas mostraram que muitos distúrbios relacionados ao cérebro, como o Autismo, também apresentam essas diferenças. Por exemplo, o autismo afeta mais meninos do que meninas. Mas, ainda não sabemos muito sobre como essas diferenças começam e se desenvolvem ao longo do tempo.

Na maioria das vezes, as diferenças entre homens e mulheres são explicadas pelos genes. No entanto, estudos descobriram que a genética não explica completamente as diferenças nas características cerebrais e doenças. Por exemplo, no caso do autismo, meninas podem precisar de uma carga genética maior para apresentar a condição do que meninos. Como a genética sozinha não pode explicar todas as diferenças, os pesquisadores estão investigando outros fatores, como como os genes são ativados e desativados, para encontrar respostas.

Estudos recentes encontraram vários genes que são expressos de forma diferente entre homens e mulheres no cérebro adulto. No entanto, mudanças na Expressão Gênica podem ocorrer ao longo da vida de uma pessoa. Portanto, as diferenças vistas em adultos podem não ser as mesmas que as que ocorrem durante o desenvolvimento. Algumas pesquisas também relataram diferenças na expressão gênica no cérebro antes do nascimento, mas existem desafios devido ao pequeno tamanho das amostras e variações nos dados. Um estudo maior encontrou milhares de genes que são expressos de maneira diferente no cérebro prenatal, sugerindo que essas diferenças começam cedo no desenvolvimento. No entanto, ainda não está claro se essas diferenças persistem na idade adulta.

A Complexidade do Cérebro

O cérebro é um órgão complexo, com diferentes regiões que têm características e funções únicas. O Cérebro anterior, que se forma cedo no desenvolvimento, é responsável por funções importantes como pensamento, memória e processamento sensorial. Mudanças no cérebro anterior estão ligadas a condições como autismo e esquizofrenia, o que torna essa área interessante para estudar as diferenças entre os sexos.

Neste estudo, os pesquisadores tiveram como objetivo entender as diferenças na expressão gênica entre homens e mulheres em cérebros anteriores, tanto em desenvolvimento quanto adultos. Eles usaram um grande conjunto de dados de cérebros prenatais, coletados durante as primeiras etapas da gravidez, e compararam com dados do cérebro anterior de adultos. Ao analisar as diferenças na expressão gênica, esperavam esclarecer quando e como essas diferenças entre os sexos surgem.

Conjuntos de Dados e Métodos

Para investigar as diferenças sexuais na expressão gênica no cérebro, os pesquisadores analisaram dois conjuntos principais de dados. O primeiro era do Human Developmental Biology Resource, que fornece amostras do início do desenvolvimento prenatal. Os pesquisadores coletaram 266 amostras das primeiras semanas de gravidez. O segundo conjunto de dados veio do projeto Genotype-Tissue Expression, que incluía 1.633 amostras de cérebros adultos. Os pesquisadores focaram no cérebro anterior para manter os dados o mais consistentes possível.

Na análise, eles observaram as diferenças na expressão gênica entre homens e mulheres em ambos os conjuntos de dados. Usaram vários métodos estatísticos para avaliar a importância dessas diferenças, levando em conta o estágio de desenvolvimento das amostras.

Resultados no Cérebro Prenatal

A análise dos dados prenatais revelou um grande número de genes que são expressos de forma diferente entre homens e mulheres, indicando que essas diferenças surgem cedo no desenvolvimento do cérebro. Os pesquisadores encontraram mais de 3.000 genes com diferenças relacionadas ao sexo, com um número notável de genes favorecendo a expressão masculina. A maioria desses genes expressos de forma diferente não estava localizada nos cromossomos sexuais, mas sim nos autossomos (cromossomos não sexuais). Isso sugere que muitas diferenças sexuais no desenvolvimento cerebral não são determinadas apenas pelos cromossomos sexuais.

Após uma análise mais aprofundada, os pesquisadores descobriram que os genes com expressão favorecida por mulheres estavam associados a processos do ciclo celular, que são cruciais para o desenvolvimento cerebral. Por outro lado, os genes favorecidos por homens estavam ligados ao metabolismo e funções neuronais.

Os pesquisadores também investigaram como a expressão gênica muda ao longo de uma linha do tempo de desenvolvimento – um processo que eles rotularam como pseudotempo. Descobriram que muitos dos genes que mostraram diferenças baseadas no sexo também apresentaram mudanças durante o desenvolvimento do cérebro.

Resultados no Cérebro Adulto

Ao examinar as amostras do cérebro anterior adulto, os pesquisadores encontraram menos genes expressos de forma diferente entre homens e mulheres em comparação com as amostras prenatais. Cerca de 1.000 genes com viés sexual foram detectados no cérebro adulto, apontando para uma diminuição na extensão das diferenças sexuais na fase adulta. Além disso, o tamanho do efeito – o grau de diferença na expressão – foi menor na idade adulta.

Apesar do número reduzido de genes expressos de forma diferente em adultos, alguns padrões foram consistentes com os encontrados nos dados prenatais. Por exemplo, os genes favorecidos por homens em adultos estavam novamente enriquecidos em funções relacionadas à organização sináptica e regulação de neurotransmissores.

Compartilhamento de Diferenças Sexuais em Diferentes Estágios da Vida

Uma descoberta significativa dessa pesquisa foi a notável sobreposição entre genes com viés sexual em amostras de cérebro prenatal e adulto. Os pesquisadores descobriram que muitos genes expressos de forma diferente entre os sexos durante o desenvolvimento continuaram a mostrar padrões similares na idade adulta. No entanto, a extensão das diferenças sexuais foi geralmente mais fraca no tecido cerebral adulto.

Esse alto nível de genes compartilhados enfatiza a importância do desenvolvimento cerebral precoce na formação de diferenças sexuais ao longo da vida. Sugere que muitas das diferenças observadas em adultos têm suas origens no desenvolvimento prenatal.

Mecanismos por trás das Diferenças Sexuais

Para entender melhor os mecanismos que impulsionam essas diferenças sexuais, os pesquisadores investigaram potenciais fatores biológicos que influenciam a expressão gênica. Eles destacaram dois contribuintes principais: influência hormonal e efeitos dos cromossomos sexuais.

Durante o desenvolvimento inicial, um aumento na testosterona influencia a expressão de certos genes, criando diferenças baseadas no sexo. Os pesquisadores descobriram que genes específicos do pré-natal frequentemente mostraram enriquecimento para locais de ligação de receptores hormonais, sugerindo que os hormônios desempenham um papel na regulação dessas diferenças de expressão.

Além disso, os pesquisadores examinaram o papel da inativação do cromossomo X, que ocorre em fêmeas, levando à possível escape de alguns genes dessa inativação. Genes que escapam da inativação do X mostraram padrões consistentes de diferenças de expressão, apoiando ainda mais o papel dos cromossomos sexuais nesse processo.

Conexões com Distúrbios Cerebrais

Por fim, os pesquisadores analisaram a relevância dessas diferenças sexuais na expressão gênica em relação a distúrbios cerebrais. Eles encontraram sobreposição direta limitada entre genes com viés sexual e aqueles implicados em vários distúrbios cerebrais, sugerindo que as diferenças sexuais podem não se correlacionar diretamente com determinadas condições. No entanto, os autores apontaram que essas diferenças sexuais poderiam influenciar as redes de genes envolvidos nas doenças, afetando potencialmente o risco de doenças e a expressão de sintomas.

Conclusão

Este estudo destaca a complexidade das diferenças sexuais no cérebro, enfatizando suas origens no desenvolvimento inicial. Ao examinar a expressão gênica em cérebros anteriores prenatais e adultos, os pesquisadores lançaram luz sobre como as diferenças sexuais surgem, evoluem e podem contribuir para a função cerebral e doenças. As descobertas sugerem que entender esses viéses sexuais pode levar a melhores insights sobre saúde cerebral, desenvolvimento e, potencialmente, informar abordagens direcionadas para condições relacionadas ao cérebro. A pesquisa contínua é essencial para descobrir os mecanismos que impulsionam essas diferenças e suas implicações para a saúde e doenças ao longo da vida.

Fonte original

Título: Early establishment and life course stability of sex biases in the human brain transcriptome

Resumo: To elaborate on the origins of the established male-female differences in several brain-related phenotypes, we assessed the patterns of transcriptomic sex biases in the developing and adult human forebrain. We find an abundance of sex differences in expression (sex-DE) in the prenatal brain, driven by both hormonal and sex-chromosomal factors, and considerable consistency in the sex effects between the developing and adult brain, with little sex-DE exclusive to the adult forebrain. Sex-DE was not enriched in genes associated with brain disorder, consistent with systematic differences in the characteristics of these genes (e.g. constraint). Yet, the genes with persistent sex-DE across lifespan were overrepresented in disease gene co-regulation networks, pointing to their potential to mediate sex biases in brain phenotypes. Altogether, our work highlights the prenatal development as a crucial timepoint for the establishment of brain sex differences.

Autores: Taru Tukiainen, C. Benoit-Pilven, J. V. Asteljoki, J. Leinonen, J. Karjalainen, M. J. Daly

Última atualização: 2024-10-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.11.617734

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.11.617734.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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