Insights Genéticos sobre Risco e Diagnóstico da Epilepsia
Pesquisas novas mostram que fatores genéticos influenciam no diagnóstico e na avaliação de risco da epilepsia.
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Índice
A epilepsia é uma condição séria que afeta o cérebro e leva a convulsões repetidas. Aproximadamente 1% das pessoas no mundo tem epilepsia. É particularmente comum em crianças e idosos. Embora alguns casos possam ocorrer após eventos como AVCs ou lesões na cabeça, a maioria, cerca de 70-80%, está ligada à genética. Isso inclui mudanças genéticas raras e comuns.
Diagnosticar epilepsia pode ser complicado, e muitas pessoas são mal diagnosticadas no começo. Ter um diagnóstico correto é essencial, já que a epilepsia pode aumentar o risco de morte em três vezes. No entanto, a principal ferramenta usada para o diagnóstico, chamada eletroencefalograma (EEG), nem sempre funciona bem. Sua precisão pode variar bastante, mostrando que há necessidade de melhores métodos para identificar a epilepsia.
Para enfrentar esses desafios, algumas clínicas focam especificamente em diagnosticar epilepsia depois que alguém tem sua primeira convulsão. Até 2014, a epilepsia era definida como ter duas convulsões que aconteciam com mais de 24 horas de intervalo. Essa definição foi atualizada para incluir outras situações, como ter um tipo específico de síndrome epiléptica ou ter uma convulsão com 60% de chance de ter outra dentro de dez anos.
Tipos de Epilepsia
Existem duas categorias principais de epilepsia: epilepsia generalizada genética (GGE) e epilepsia focal não adquirida (NAFE). A GGE está ligada a fatores genéticos, enquanto a NAFE geralmente começa em uma área específica do cérebro. Se alguém tem um parente de primeiro grau com GGE, tem 8,3 vezes mais chances de desenvolvê-la. Para quem tem parentes com NAFE, o risco é 2,5 vezes maior que a média.
Pesquisas mostram que variações genéticas comuns desempenham um papel significativo nos tipos mais frequentes de epilepsia. A contribuição genética para a GGE é de cerca de 30-40%, enquanto a contribuição genética da NAFE é menor, em torno de 9-16%. Mudanças genéticas raras contribuem menos para esses tipos.
Escores de Risco Poligênicos
Estudos recentes analisaram como variações genéticas comuns podem ser combinadas em algo chamado escores de risco poligênico (PRSs). Esses scores podem fornecer um risco geral de desenvolver certas condições, incluindo epilepsia. Pessoas com epilepsia têm um PRS mais alto em comparação com aquelas sem a condição. No entanto, a pesquisa sobre o uso desses scores para prever o risco de epilepsia em situações específicas ainda é limitada.
Dados e Metodologia da Pesquisa
Para entender melhor como os PRSs se relacionam com o risco de epilepsia, os pesquisadores analisaram grandes registros de saúde do projeto FinnGen, que incluiu mais de 342.000 indivíduos. Eles também usaram um banco de dados separado da Estônia para validação. Os registros de saúde incluíam informações ao longo de muitos anos e eram baseados em códigos de diagnóstico oficiais e compras de medicamentos.
Os pesquisadores observaram especificamente como variações genéticas relacionadas à epilepsia poderiam ajudar a identificar indivíduos em risco. Eles também focaram em dois tipos de epilepsia: GGE e NAFE.
Carga genética
Descobertas sobreO estudo revelou que indivíduos com GGE tinham níveis mais altos do escore de risco genético em comparação com aqueles sem epilepsia. O mesmo foi encontrado para indivíduos com NAFE. Essas descobertas confirmam pesquisas anteriores que sugerem que fatores genéticos podem prever quem pode desenvolver epilepsia.
Indivíduos com um escore de risco genético alto tinham uma chance muito maior de desenvolver GGE ao longo da vida. Por exemplo, aqueles com um escore de risco acima de um certo nível tinham mais de três vezes mais risco de desenvolver GGE do que a pessoa média.
Por outro lado, mesmo que a chance total de desenvolver epilepsia fosse baixa, pessoas que tiveram uma convulsão sem causa identificada tinham um risco significativamente maior de serem diagnosticadas com epilepsia no futuro. Isso era especialmente relevante para aqueles com um escore de risco genético alto.
Fatores de Idade e Sexo
Uma análise mais aprofundada dos dados revelou que a idade em que alguém desenvolve epilepsia e seu sexo poderiam influenciar o risco associado ao escore genético. Os efeitos mais fortes foram vistos em grupos etários mais jovens. Curiosamente, o estudo descobriu que o escore de risco genético teve um impacto maior em mulheres do que em homens, em termos de desenvolvimento de GGE. Isso sugere que fatores genéticos podem afetar homens e mulheres de forma diferente.
Implicações Mais Amplas dos Escores Genéticos
Uma análise mais ampla de outras condições de saúde indicou que o escore de risco genético para GGE era muito específico, mostrando pouca relação com outras doenças. Isso torna um potencial valioso para diagnosticar e entender a epilepsia. Em contrapartida, o escore de risco para NAFE estava ligado a uma gama mais ampla de problemas de saúde, como dor nas costas e ansiedade.
Conclusão
O estudo mostra o potencial de usar escores de risco genéticos para melhorar a compreensão e o diagnóstico da epilepsia. Ele destaca que aqueles com maior risco poderiam ser identificados mais cedo, especialmente após uma convulsão inicial. Embora as ferramentas e diretrizes de diagnóstico atuais sejam importantes, adicionar informações genéticas poderia aprimorar a identificação de quem está em risco de novas convulsões e permitir intervenções em tempo hábil.
Apesar das descobertas do estudo, há limitações. A maior parte dos dados veio de populações de ascendência europeia, o que pode limitar a aplicabilidade dos resultados a outros grupos. Além disso, os registros de saúde utilizados podem não ter sido todos verificados por especialistas.
No geral, essa pesquisa abre caminho para métodos de diagnóstico mais refinados e sugere que testes genéticos poderiam se tornar parte das avaliações de rotina para certos grupos, especialmente aqueles com alto risco de desenvolver epilepsia. Mais pesquisas são necessárias para validar essas descobertas em grupos diversos e entender melhor como a genética influencia a epilepsia em diferentes populações.
Título: Polygenic risk scores as a marker for epilepsy risk across lifetime and after unspecified seizure events
Resumo: A diagnosis of epilepsy has significant consequences for an individual but is often challenging in clinical practice. Novel biomarkers are thus greatly needed. Here, we investigated how common genetic factors (epilepsy polygenic risk scores, [PRSs]) influence epilepsy risk in detailed longitudinal electronic health records (EHRs) of > 360k Finns spanning up to 50 years of individuals lifetimes. Individuals with a high genetic generalized epilepsy PRS (PRSGGE) in FinnGen had an increased risk for genetic generalized epilepsy (GGE) (hazard ratio [HR] 1.55 per PRSGGE standard deviation [SD]) across their lifetime and after unspecified seizure events. Effect sizes of epilepsy PRSs were comparable to effect sizes in clinically curated data supporting our EHR-derived epilepsy diagnoses. Within 10 years after an unspecified seizure, the GGE rate was 37% when PRSGGE > 2 SD compared to 5.6% when PRSGGE < -2 SD. The effect of PRSGGE was even larger on GGE subtypes of idiopathic generalized epilepsy (IGE) (HR 2.1 per SD PRSGGE). We further report significantly larger effects of PRSGGE on epilepsy in females and in younger age groups. Analogously, we found significant but more modest focal epilepsy PRS burden associated with non-acquired focal epilepsy (NAFE). We found PRSGGE specifically associated with GGE in comparison with >2000 independent diseases while PRSNAFE was also associated with other diseases than NAFE such as back pain. Here, we show that epilepsy specific PRSs have good discriminative ability after a first seizure event i.e. in circumstances where the prior probability of epilepsy is high outlining a potential to serve as biomarkers for an epilepsy diagnosis.
Autores: Henrike O. Heyne, F.-D. Pajuste, J. Wanner, J. I. Daniel Onwuchekwa, R. Magi, A. Palotie, FinnGen, Estonian Biobank research team, R. Kalviainen, M. J. Daly
Última atualização: 2023-11-27 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.27.23297542
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.27.23297542.full.pdf
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