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# Ciências da saúde# Neurologia

O Papel da Matriz Extracelular na Doença de Parkinson

Investigando como mudanças na MEC afetam a progressão da doença de Parkinson.

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Índice

A Matriz Extracelular (MEC) é uma rede de proteínas e açúcares que envolve e apoia as células em vários tecidos do corpo. Ela é especialmente importante no cérebro, onde representa cerca de 10-20% do volume cerebral. A MEC é única para cada tipo de tecido, já que sua composição e estrutura mudam dependendo do tipo de células e do ambiente em que estão.

No cérebro, a MEC é composta por várias proteínas, incluindo Colágenos, glicoproteínas e proteoglicanos. Esses componentes ajudam a unir proteínas importantes como fatores de crescimento e interagir com os receptores das células. Essa interação fornece sinais cruciais para funções celulares como sobrevivência, atividade e comunicação. A MEC também ajuda a organizar as células nervosas em áreas específicas do cérebro, o que contribui para o funcionamento adequado do órgão.

Durante o desenvolvimento cerebral, a MEC é estruturada para apoiar processos essenciais para a sobrevivência dos Neurônios, que são células nervosas maduras que normalmente não se regeneram. A composição da MEC muda conforme a pessoa envelhece. Em adultos, há menos colágeno na MEC, mas ela ainda desempenha um papel na conexão de diferentes estruturas e na prevenção de alterações anormais nas Sinapses, que são as conexões entre células nervosas.

Quando a doença aparece, a regulação dos componentes da MEC pode ser afetada. Muitas mudanças na MEC foram observadas durante o desenvolvimento de doenças como a doença de Parkinson (DP). A DP é uma condição complexa que afeta o movimento e é frequentemente caracterizada por sintomas como movimentos lentos, tremores e rigidez. Essa doença afeta principalmente pessoas mais velhas e deve se tornar mais comum nos próximos anos devido ao envelhecimento da população.

Um dos grandes problemas da DP é a perda de neurônios que produzem Dopamina em uma parte específica do cérebro chamada substância negra. Quando alguém é diagnosticado, uma quantidade significativa desses neurônios pode já ter sido perdida. As razões exatas para a DP ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que envolvem uma mistura de fatores genéticos e ambientais.

Pesquisas mostraram que um gene específico, chamado SNCA, está ligado à DP. Esse gene pode mutar, levando a um acúmulo anormal de uma proteína conhecida como alfa-sinucleína, que forma aglomerados dentro das células cerebrais. Esses aglomerados, chamados corpos de Lewy, contribuem para a degeneração dos neurônios. Outros genes também foram identificados que podem aumentar o risco de desenvolver DP.

Estudos que analisaram tecido cerebral forneceram novas informações sobre como as proteínas e outras moléculas no cérebro mudam na DP. Esses estudos examinaram os efeitos da inflamação e do estresse oxidativo, que podem danificar as células e contribuir para a progressão da doença. No entanto, apesar da importância das proteínas na função cerebral, ainda falta uma compreensão completa de como elas se relacionam com a DP.

A MEC também está ligada à função sináptica, que é a forma como as células nervosas se comunicam. A composição e a estrutura da MEC mudam durante o desenvolvimento do cérebro, permitindo maior flexibilidade e adaptabilidade nos cérebros jovens. Conforme os indivíduos crescem, a MEC se torna mais rígida, o que pode limitar o desenvolvimento de novas sinapses.

Um tipo de rede na MEC chamada redes perineuronais desempenha um papel protetor em torno de certos neurônios, evitando o crescimento excessivo de sinapses. Mudanças na composição da MEC podem atrapalhar esses processos. Na DP, por exemplo, células imunes especializadas no cérebro chamadas microglia podem se tornar hiperativas e remover componentes da MEC, contribuindo para a progressão da doença.

A DP é caracterizada por sintomas tanto motores quanto não motores. Além dos problemas de movimento, pessoas com DP podem sofrer de distúrbios do sono, depressão e outras complicações. A perda de dopamina na substância negra é um grande fator que contribui para esses sintomas. No entanto, muitos pacientes não apresentam sinais óbvios da doença até que uma perda neuronal significativa tenha ocorrido.

O diagnóstico da DP é complicado pela falta de biomarcadores confiáveis, que são indicadores mensuráveis da doença. Isso significa que os pesquisadores precisam se concentrar em entender o papel da MEC na DP para descobrir novas ferramentas de diagnóstico e opções de tratamento.

Nos últimos anos, estudos têm destacado a necessidade de entender melhor como a MEC é alterada na DP. Enquanto algumas proteínas na MEC, como colágenos e anexinas, mostraram mudanças nos níveis de expressão, ainda há muito a ser descoberto. Por exemplo, os colágenos são essenciais para manter a integridade estrutural da MEC, mas suas mudanças específicas na DP não estão bem estabelecidas.

Em nossa revisão da literatura, encontramos que muitos estudos relataram mudanças nas proteínas da MEC e nos genes que as afetam em pessoas com DP. Algumas proteínas foram comumente encontradas alteradas em diferentes estudos, enquanto outras mostraram resultados mistos. Essa inconsistência destaca a complexidade do papel da MEC na doença.

Estudos proteômicos e transcriptômicos, que analisam proteínas e expressões gênicas, respectivamente, indicaram que várias vias relacionadas à MEC são afetadas na DP. Essas incluem vias envolvidas na adesão celular e interações entre a MEC e as células. Essas vias são vitais para manter um funcionamento saudável do cérebro e podem servir como alvos potenciais para novos tratamentos ou intervenções.

Por exemplo, anexinas, um grupo de proteínas que interagem com componentes da MEC, tiveram expressão alterada em pacientes com DP. Algumas anexinas foram upreguladas, enquanto outras foram downreguladas, indicando possíveis interrupções em seus papéis normais. Além disso, colágenos e tenascinas, outras proteínas importantes da MEC, também mostraram mudanças que poderiam afetar a saúde cerebral.

Considerando o papel crítico da MEC, mais pesquisas focadas são necessárias para descobrir suas funções específicas na DP. Entender como a MEC muda durante a progressão da doença poderia abrir novas avenidas para tratamento, potencialmente direcionando o foco para a MEC em si para restaurar a função normal.

Em resumo, a MEC é essencial para fornecer suporte estrutural e facilitar a comunicação entre as células do cérebro. Mudanças em seus componentes podem ter efeitos significativos na função cerebral e contribuir para doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson. Embora muito ainda precise ser feito, entender melhor o papel da MEC na DP pode levar a novas estratégias para diagnóstico e tratamento, melhorando, em última instância, os resultados para as pessoas afetadas por essa condição desafiadora.

Fonte original

Título: Proteins and transcriptional dysregulation of the brain extracellular matrix in Parkinson's disease: A systematic review

Resumo: The extracellular matrix (ECM) of the brain is a dynamic structure made up of a vast network of bioactive macromolecules that modulate cellular events. Structural, organizational and functional changes in these macromolecules due to genetic variation or environmental stressors are thought to affect the cellular functions, and may result in disease. Most mechanistic studies to date usually focus on the cellular aspects of diseases and pay less attention to the relevance of the processes governing the dynamic nature of the extracellular matrix on disease pathogenesis. Here in this review, we gathered postmortem brain tissue and induced pluripotent stem cell (iPSC)-related studies from PubMed and Google scholar to identify, summarize and describe common macromolecular alterations in the expression of brain ECM components in Parkinsons disease (PD). According to proteomic studies, proteins such as collagens, fibronectin, annexins and tenascins were recognized to be differentially expressed in Parkinsons disease. Transcriptomic studies displayed dysregulated pathways including ECM-receptor interaction, focal adhesion, and cell adhesion molecules in Parkinsons disease. Limited number of relevant studies were accessed from our search indicating that much work still remains to be done to better understand the roles of the ECM in neurodegeneration and Parkinsons disease. However, we believe that our review will elicit focused primary studies and thus, support the ongoing efforts of the discovery and development of diagnostic biomarkers as well as therapeutic agents for Parkinsons disease.

Autores: Shani Stern, W. A. Rike

Última atualização: 2023-03-02 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.01.23286630

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.01.23286630.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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