Defesa da Planta de Arroz Contra o Patógeno AVR-Pik
Este estudo analisa como as plantas de arroz resistem ao patógeno MAGNOPOTHE ORYZAE.
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Índice
Patógenos de plantas podem causar doenças atacando processos nas plantas que hospedam. Eles fazem isso secretando proteínas conhecidas como efetores. Alguns desses efetores interagem com o sistema imunológico da planta. Em particular, certos receptores imunes nas plantas podem reconhecer esses efetores e responder a eles. Este artigo analisa as interações entre o sistema imunológico de uma planta de arroz e um patógeno específico chamado Magnaporthe oryzae, que causa a doença do brusone no arroz.
A Batalha Contra Patógenos
As plantas têm vários mecanismos de defesa para se protegerem de doenças. Um desses mecanismos envolve receptores imunológicos. Esses receptores podem detectar a presença de patógenos e desencadear uma resposta defensiva. No arroz, dois desses receptores imunes, Pik-1 e Pik-2, são conhecidos por reconhecer um efetor específico de M. oryzae chamado AVR-Pik. Quando esses receptores detectam AVR-Pik, eles ativam defesas que limitam a propagação da infecção.
Proteínas Efetoras: A Espada de Dois Gumes
AVR-Pik é uma proteína pequena que não tem semelhanças com outras proteínas conhecidas. No entanto, pesquisas mostraram que ela pertence a uma família de proteínas associadas a patógenos fúngicos. Essa família é conhecida por sua estrutura única, que inclui um padrão específico que ajuda a estabilizar sua forma.
A interação entre AVR-Pik e o receptor imune Pik-1 é crítica para a defesa da planta. AVR-Pik se liga a uma parte específica de Pik-1, chamada domínio HMA. Essa ligação é essencial para desencadear a resposta imune que ajuda a resistir à infecção.
Domínios Integrados
Certas proteínas nas plantas, chamadas de domínios integrados, desempenham um papel nessas interações. Esses domínios são partes de proteínas que evoluíram para reconhecer e se ligar a efetores de patógenos. Eles agem como iscas, atraindo os efetores para longe de seus alvos pretendidos, que são componentes vitais do sistema de defesa da planta. Nesse contexto, os pesquisadores estão particularmente interessados em um grupo de proteínas conhecidas como proteínas HMA.
As proteínas HMA estão envolvidas na desintoxicação de metais pesados, mas se tornaram alvos para patógenos ao longo do tempo evolutivo. Essas proteínas contêm motivos específicos que permitem que elas se liguem a metais, mas também interagem com efetores de patógenos como AVR-Pik. Esse papel duplo destaca a complexidade das interações planta-patógeno.
Encontrando os Alvos
Para entender como AVR-Pik funciona, os pesquisadores usaram vários métodos para identificar outras proteínas no arroz que poderiam interagir com esse efetor. Eles realizaram experimentos que resultaram na descoberta de várias proteínas do arroz que se ligaram a AVR-Pik. Entre elas estavam OsHIPP19 e OsHIPP20, que pertencem a uma família de proteínas pequenas contendo domínios HMA.
Essas proteínas foram encontradas no mesmo clado evolutivo que os domínios HMA integrados dos receptores imunes Pik-1 e RGA5. Isso sugere que elas podem ter evoluído de forma semelhante para ajudar a planta a lidar com patógenos.
O Papel das Proteínas sHMA
As proteínas sHMA, que incluem as proteínas OsHIPP identificadas, são conhecidas por participar de vários processos celulares. Alguns estudos sugerem que essas proteínas estão envolvidas na defesa contra patógenos, enquanto outros indicam que podem contribuir para a suscetibilidade a doenças.
Pesquisas mostram que a remoção (KO) de certas proteínas sHMA pode levar a uma resistência maior a M. oryzae. Isso indica que essas proteínas podem servir como fatores de suscetibilidade que permitem que o patógeno invada a planta de forma mais eficaz.
O Mecanismo de Ação
Quando AVR-Pik se liga a proteínas sHMA como OsHIPP19 e OsHIPP20, ela estabiliza essas proteínas na planta. Essa estabilização pode alterar a localização das proteínas dentro da célula. Por exemplo, na presença de AVR-Pik, a distribuição dessas proteínas muda da parede celular para o citoplasma.
Essa relocação pode ajudar o patógeno a invadir de forma mais eficaz, ao interromper os mecanismos protetores normais da planta. Ao se ligar a essas proteínas, AVR-Pik basicamente manipula a resposta imune da planta, permitindo que o patógeno prospere.
Descobertas Experimentais
Os pesquisadores realizaram experimentos específicos para testar as interações entre AVR-Pik e as proteínas sHMA identificadas. Eles usaram várias técnicas para confirmar que AVR-Pik se liga a essas proteínas e que essa ligação afeta positivamente sua estabilidade.
Por exemplo, a ligação de AVR-Pik a OsHIPP20 foi mostrada como conferindo suscetibilidade à doença do brusone do arroz. A remoção de OsHIPP20 resultou em sintomas da doença reduzidos, indicando seu papel como um gene de suscetibilidade.
Impactos de AVR-Pik
A presença de AVR-Pik na população de patógenos pode provocar mudanças na resposta imunológica da planta de arroz. Ao evoluir novas variantes, AVR-Pik pode evadir a detecção pelo sistema de defesa da planta, mantendo sua capacidade de facilitar a infecção. Essa co-evolução cria uma "corrida armamentista" dinâmica entre o patógeno e a planta hospedeira.
Nesse ciclo contínuo, a planta desenvolve novas estratégias para reconhecer e combater os esforços do patógeno, enquanto o patógeno se adapta para suprimir essas defesas.
Conclusão
As interações entre AVR-Pik e proteínas sHMA do arroz como OsHIPP19 e OsHIPP20 ilustram um aspecto crítico das relações planta-patógeno. Essas proteínas não apenas desempenham papéis essenciais na defesa da planta, mas também se tornam alvos para patógenos que buscam invadir.
Entender essas interações tem amplas implicações para melhorar a resistência das plantas a doenças, especialmente em ambientes agrícolas. Ao determinar como essas proteínas funcionam como fatores de suscetibilidade, os pesquisadores podem desenvolver estratégias para aumentar a resistência em culturas.
Direções Futuras
Pesquisas futuras devem se concentrar em elucidar toda a gama de funções desempenhadas pelas proteínas sHMA em arroz e outras plantas. Isso proporcionará insights mais profundos sobre a imunidade das plantas e sua relação com os patógenos. Novas técnicas, incluindo edição de genes e engenharia de proteínas, podem ajudar a criar variedades de arroz mais resilientes a doenças, levando a uma segurança alimentar melhorada.
No final das contas, ao estudar as complexas interações entre efetores como AVR-Pik e proteínas de plantas, os cientistas podem contribuir para o desenvolvimento de métodos mais eficazes para proteger as culturas contra doenças devastadoras.
Título: The blast pathogen effector AVR-Pik binds and stabilizes rice heavy metal-associated (HMA) proteins to co-opt their function in immunity
Resumo: Intracellular nucleotide-binding domain and leucine-rich repeat-containing (NLR) receptors play crucial roles in immunity across multiple domains of life. In plants, a subset of NLRs contain noncanonical integrated domains that are thought to have evolved from host targets of pathogen effectors to serve as pathogen baits. However, the functions of host proteins with similarity to NLR integrated domains and the extent to which they are targeted by pathogen effectors remain largely unknown. Here, we show that the blast fungus effector AVR-Pik binds a subset of related rice proteins containing a heavy metal-associated (HMA) domain, one of the domains that has repeatedly integrated into plant NLR immune receptors. We find that AVR-Pik binding stabilizes the rice small HMA (sHMA) proteins OsHIPP19 and OsHIPP20. Knockout of OsHIPP20 causes enhanced disease resistance towards the blast pathogen, indicating that OsHIPP20 is a susceptibility gene (S-gene). We propose that AVR-Pik has evolved to bind HMA domain proteins and co-opt their function to suppress immunity. Yet this binding carries a trade-off, it triggers immunity in plants carrying NLR receptors with integrated HMA domains. Significance StatementRice blast disease, caused by the fungus Magnaporthe oryzae, is one of the most devastating diseases of rice. Therefore, understanding the mechanisms of blast fungus infection and resistance of rice against the disease is important for global food security. In this study, we show that the M. oryzae effector protein AVR-PikD binds rice sHMA proteins and stabilizes them, presumably to enhance pathogen infection. We show that loss-of-function mutants in one rice sHMA, OsHIPP20, reduced the level of susceptibility against a compatible isolate of M. oryzae, suggesting that M. oryzae requires host sHMA to facilitate invasion. Remarkably, OsHIPP20 knockout rice line showed no growth defect, suggesting editing sHMA genes may present a novel source of resistance against blast disease.
Autores: Ryohei Terauchi, K. Oikawa, K. Fujisaki, M. Shimizu, T. Takeda, K. Nemoto, H. Saitoh, A. Hirabuchi, Y. Hiraka, N. Miyaji, A. Białas, T. Langner, R. Kellner, T. O. Bozkurt, S. Cesari, T. Kroj, M. J. Banfield, S. Kamoun
Última atualização: 2024-01-25 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.12.01.406389
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.12.01.406389.full.pdf
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