O Impacto da Proteína Tau na Progressão da Doença de Alzheimer
A pesquisa destaca o papel da proteína tau na perda de sinapses durante o Alzheimer.
― 5 min ler
Índice
A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição que afeta a memória e as habilidades cognitivas. Um dos principais problemas nos cérebros das pessoas com DA é a perda de conexões entre as células nervosas, chamadas sinapses. Essa perda está bem ligada ao declínio da memória e das habilidades de pensamento. Os pesquisadores identificaram uma proteína chamada TAU que tem um papel significativo nesse processo.
O Papel da Tau na Doença de Alzheimer
A tau é uma proteína que normalmente ajuda a estabilizar a estrutura das células nervosas. Na Alzheimer, a tau pode ficar torcida e mal dobrada, formando aglomerados no tecido cerebral. Esses aglomerados são chamados de Emaranhados Neurofibrilares. Inicialmente, pensava-se que esses emaranhados eram o principal problema que causava dano às sinapses. No entanto, estudos recentes sugerem que formas menores de tau, conhecidas como Oligômeros, ao invés dos emaranhados, podem ser mais prejudiciais às sinapses.
Em estudos com animais, foi mostrado que o acúmulo dessas formas alteradas de tau nas sinapses leva a problemas em sua função e pode, eventualmente, resultar em sua perda. Apesar desse conhecimento, sabe-se pouco sobre como a tau se comporta nos cérebros humanos.
Perda de Sinapses na Doença de Alzheimer
Nos cérebros de indivíduos com Alzheimer, os pesquisadores encontraram menos sinapses excitadoras, que são cruciais para enviar sinais entre as células nervosas. Em um estudo recente envolvendo amostras de cérebros humanos, foi descoberto que aqueles com Alzheimer tinham cerca de 25% menos sinapses excitadoras em comparação com cérebros saudáveis. Os pesquisadores examinaram regiões cerebrais associadas à memória e descobriram que a perda de sinapses estava ligada a áreas onde tau e Placas de Amiloide estavam presentes. Curiosamente, enquanto a presença das placas levou a uma diminuição das sinapses, os emaranhados neurofibrilares não mostraram o mesmo efeito.
Descobertas sobre as Espécies de Tau nas Sinapses
Investigações adicionais revelaram que a tau estava presente nas sinapses em várias formas, usando diferentes métodos de imagem. Os pesquisadores procuraram três tipos principais de tau: tau oligomérico, tau mal dobrada e tau fosforilada. Eles descobriram que todos os três tipos podiam ser encontrados nos terminais pós-sinápticos de indivíduos com Alzheimer, com a tau oligomérica sendo a mais comum. Mesmo em amostras com poucos emaranhados neurofibrilares, essas formas menores de tau estavam presentes, indicando que elas podem se acumular cedo no processo da doença.
A Importância da Tau Oligomérica
A presença da tau oligomérica nas sinapses é significativa. Foi descoberto que a tau oligomérica pode potencialmente atrapalhar as funções sinápticas normais, como a transmissão de sinais entre as células nervosas. Em regiões onde a tau estava mais abundante, havia menos sinapses excitadoras. Isso sugere que a tau oligomérica poderia contribuir ou até iniciar a perda de sinapses que está ligada ao declínio cognitivo.
Localização Sináptica e Potencial Transmissão de Tau
Um aspecto interessante da pesquisa é como a tau se acumula nas sinapses. O estudo mostrou que a tau oligomérica frequentemente era encontrada mais no terminal pré-sináptico, com algumas também aparecendo no terminal pós-sináptico. Isso levanta a possibilidade de que a tau pudesse ser transmitida de um lado da sinapse para o outro, significando que, à medida que a tau se acumula em um terminal pré-sináptico, ela poderia ser liberada e absorvida pelo terminal pós-sináptico.
Implicações para Entender a Doença de Alzheimer
As descobertas sobre a tau e a perda de sinapses têm implicações importantes para entender como a doença de Alzheimer avança. Pesquisas anteriores se concentraram principalmente na amiloide-beta, outra proteína que forma placas nos cérebros de pacientes com Alzheimer. No entanto, o estudo atual destaca o papel da tau, especialmente sua forma oligomérica, em causar danos sinápticos.
Compreender a relação entre tau e a função das sinapses pode levar a novas abordagens para prevenir ou tratar a doença de Alzheimer. Tratamentos que visem a tau diretamente poderiam ajudar a manter as conexões sinápticas e preservar as funções cognitivas.
Pensamentos Finais
A pesquisa discutida enfatiza o papel complexo da tau na doença de Alzheimer, particularmente sua forma oligomérica nos terminais sinápticos. A presença dessa forma de tau pode sinalizar mudanças patológicas precoces no cérebro que precedem a formação de emaranhados neurofibrilares. Esse acúmulo precoce pode ser um fator crucial na perda sináptica e no declínio cognitivo observado em pacientes com Alzheimer.
Serão necessárias futuras pesquisas para explorar como essas descobertas podem ser traduzidas em terapias eficazes. Ao focar na tau e seus efeitos nas sinapses, pode ser possível desacelerar ou interromper a progressão da doença de Alzheimer, oferecendo esperança para aqueles afetados por essa condição desafiadora.
Título: Synaptic oligomeric tau in Alzheimer's disease - a potential culprit in the spread of tau pathology through the brain
Resumo: In Alzheimers disease (AD), fibrillar tau pathology accumulates and spreads through the brain and synapses are lost. Evidence from mouse models indicates that tau spreads trans-synaptically from pre- to postsynapses and that oligomeric tau is synaptotoxic, but data on synaptic tau in human brain is scarce. Here we used sub-diffraction-limit microscopy to study synaptic tau accumulation in post-mortem temporal and occipital cortices of human AD and control donors. Oligomeric tau is present in both pre- and postsynaptic terminals even in areas without abundant fibrillar tau deposition. Further, there is a higher proportion of oligomeric tau compared to phosphorylated or misfolded tau found at synaptic terminals. These data suggest that accumulation of oligomeric tau in synapses is an early event in disease pathogenesis, and that tau pathology may progress through the brain via trans-synaptic spread in human disease. Thus, specifically reducing oligomeric tau at synapses may be a promising therapeutic strategy for AD.
Autores: Tara L Spires-Jones, M. Colom-Cadena, C. Davies, S. Sirisi, J.-E. Lee, E. Simzer, M. Tzioras, M. Querol-Vilaseca, E. Sanchez-Aced, Y. Y. Chang, K. Holt, R. McGeachan, J. Rose, J. Tulloch, L. Wilkins, C. Smith, T. Andrian, O. Belbin, S. Pujals, M. Horrocks, A. Lleo
Última atualização: 2023-03-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.15.23287268
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.15.23287268.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.