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Avaliando a Qualidade do Atendimento em Partos nos Hospitais da Etiópia

Um estudo avalia a qualidade do atendimento durante o parto em hospitais da Etiópia.

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Todo ano, mais de 300.000 mães perdem suas vidas no mundo todo por problemas relacionados à gravidez e ao parto que poderiam ter sido evitados. A grande maioria dessas mortes, cerca de 99%, acontece em países de baixa e média renda, com um número significativo ocorrendo na África Subsaariana. Dentre esses países, a Etiópia tem uma das taxas de Mortalidade Materna mais altas. O país fez algum progresso em melhorar o acesso a atendentes de parto qualificados nos últimos trinta anos, mas a taxa de mortalidade materna ainda é inaceitavelmente alta. A Etiópia não está no caminho certo para cumprir as metas globais que visam reduzir o número de mortes maternas e melhorar a saúde dos recém-nascidos até 2030.

Enquanto ter atendentes de parto qualificados é importante, evidências recentes sugerem que a qualidade do cuidado durante o trabalho de parto e o parto é crucial para melhorar os resultados e salvar vidas. Foi demonstrado que fornecer cuidados de alta qualidade antes, durante e após o parto pode prevenir muitas mortes maternas e de recém-nascidos a cada ano. No entanto, na Etiópia, percepções ruins sobre a Qualidade do Atendimento nos hospitais podem desencorajar as mulheres a usarem os serviços disponíveis.

Pesquisas destacaram a importância do cuidado de qualidade, mas falta estudos que investiguem esse problema, especialmente na África Subsaariana. Muitos dos estudos existentes apenas fornecem uma visão geral da qualidade do atendimento, sem analisar fatores específicos que afetam a qualidade tanto no nível do paciente quanto no hospital. Um estudo anterior em Ruanda examinou alguns fatores hospitalares, mas é de mais de uma década, e são necessários dados mais recentes sobre a qualidade do atendimento na Etiópia.

Para abordar essa lacuna, foi conduzido um estudo para examinar a qualidade do atendimento durante os partos hospitalares na Etiópia, seguindo padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Observações foram feitas em 20 hospitais públicos na Região das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul, a área mais populosa da Etiópia. Essas informações podem ajudar na criação de melhorias direcionadas para reduzir as taxas de mortalidade materna.

Visão Geral do Estudo

O estudo envolveu observar partos normais vaginais de mulheres com 18 anos ou mais nos hospitais selecionados. Mulheres com fatores de risco elevados ou complicações foram excluídas da observação. Duas parteiras experientes, que não estavam conectadas aos hospitais, realizaram as observações. Elas monitoraram o processo de trabalho de parto durante horários específicos, garantindo que pudessem observar o maior número possível de partos enquanto mantinham a qualidade dos dados coletados.

Usando uma lista de verificação, essas parteiras avaliaram o cuidado fornecido durante os partos com base se os padrões recomendados foram atendidos. Cada parto foi avaliado com uma nota de até 100%, e uma pontuação média foi calculada para cada hospital com base em todos os partos observados.

Características dos Participantes

No total, 1.351 mães concordaram em participar do estudo, mas 16 foram excluídas por várias razões. Isso deixou uma amostra de 1.335 mulheres. A idade média das mulheres era em torno de 26 anos, com dois terços delas entre 21 e 30 anos. A maioria das mulheres já tinha dado à luz antes, com muitas tendo participado de várias consultas de pré-natal durante a gravidez atual. A maioria dos bebês observados estavam saudáveis ao final do monitoramento.

Das 20 hospitais envolvidos no estudo, 35% eram hospitais de ensino, e o número médio de partos no ano anterior foi substancial. Os hospitais tinham atendentes qualificados disponíveis, e cerca da metade tinha fornecido treinamento de atualização sobre cuidados no último ano.

Resultados da Qualidade do Cuidado

O estudo descobriu que, em média, os hospitais atenderam cerca de 67% dos padrões de qualidade de cuidado, com variações significativas entre os hospitais. Alguns hospitais alcançaram pontuações tão altas quanto 91%, enquanto outros tiveram notas tão baixas quanto 36%. Os hospitais com melhor desempenho se destacaram em práticas essenciais de cuidado neonatal e nas segunda e terceira fases do trabalho de parto.

No entanto, a qualidade do atendimento foi particularmente ruim em várias áreas. Por exemplo, os cuidadores atenderam apenas cerca de 42% dos padrões para o manejo da terceira fase do trabalho de parto, e as práticas de comunicação interpessoal foram seguidas em apenas 47% dos casos. As avaliações iniciais de mulheres em trabalho de parto foram concluídas em cerca de 60% dos casos, sinalizando uma lacuna séria em garantir que as mulheres recebessem o cuidado necessário com base em sua condição de saúde.

Áreas de Preocupação

As descobertas revelaram tarefas específicas onde o cuidado estava faltando. Por exemplo, enquanto a documentação de certos aspectos, como exames vaginais, era boa, outras verificações importantes, como monitorar a temperatura e identificar sinais de perigo, foram mal conduzidas. O cuidado com os recém-nascidos também foi destacado, com baixas taxas para iniciar a amamentação logo após o nascimento e aconselhar as mães sobre o banho tardio de seus bebês.

As práticas de higiene durante o atendimento mostraram que, embora os provedores usassem luvas e descartassem materiais cortantes adequadamente, a lavagem das mãos antes dos exames era feita de forma inadequada. Isso é crítico, pois a higiene ruim pode levar a infecções tanto para as mães quanto para os bebês.

O uso de partogramas, uma ferramenta para monitorar o progresso do trabalho de parto, foi relatado como melhor do que em estudos anteriores, mas ainda havia espaço para melhoria na frequência com que a temperatura e outros sinais vitais eram registrados. A gestão ativa das tarefas de trabalho de parto também mostrou melhorias em comparação com estudos mais antigos, mas as taxas de adesão ainda eram baixas.

A comunicação interpessoal, que é essencial para garantir que os pacientes se sintam informados e respeitados durante o atendimento, foi destacada como especialmente necessitando de melhorias. Muitas mulheres relataram não receber explicações adequadas sobre seus cuidados durante o trabalho de parto.

Fatores Associados

O estudo também analisou fatores que afetam a qualidade do atendimento. Tanto as características individuais dos pacientes quanto os atributos dos hospitais foram encontrados para impactar os resultados. Curiosamente, foi observado que complicações durante a gravidez atual realmente levaram a uma melhor qualidade de atendimento, o que pode ser porque esses pacientes receberam mais atenção dos prestadores de saúde.

Fatores relacionados aos hospitais, como se eram hospitais de ensino, seu volume de partos e os recursos disponíveis para o atendimento, também se correlacionaram com uma melhor qualidade de cuidado. Hospitais de maior qualidade tendiam a ser aqueles que tinham menos partos e, portanto, estavam menos sobrecarregados de pacientes.

Conclusão

Esse estudo ressalta a importância de melhorar a qualidade do atendimento durante o trabalho de parto e parto nos hospitais públicos da Etiópia. As descobertas mostram que, enquanto alguns hospitais têm um desempenho elevado, muitos ainda têm lacunas significativas no atendimento, especialmente em relação às avaliações iniciais, higiene e comunicação.

Há uma necessidade crítica de estratégias acionáveis para abordar essas deficiências. A identificação de hospitais que estão se saindo excepcionalmente bem pode fornecer insights valiosos e modelos que outras instalações podem aprender. Melhorar o atendimento fornecido durante o trabalho de parto e parto é essencial para proteger a saúde tanto das mães quanto de seus recém-nascidos na Etiópia.

Fonte original

Título: Quality of Labour and Delivery Care Process and Associated Factors in Government Hospitals of Ethiopia: a multilevel analysis

Resumo: BackgroundEthiopia has one of the highest maternal mortality ratios in Africa. Few have examined the quality of labour and delivery (L&D) care in the country. This study evaluated the quality of routine L&D care and identified patient-and hospital-level factors associated with the quality of care in a subset of government hospitals. Materials and methodsThis was a facility-based, cross-sectional study using direct non-participant observation carried out in 2016. All mothers who received routine L&D care services at government hospitals (n=20) in one of the populous regions of Ethiopia, Southern Nations Nationalities and Peoples Region (SNNPR), were included. Mixed effects multilevel linear regression modeling was employed in two stages using hospital as a random effect, with quality of L&D care as the outcome and selected patient and hospital characteristics as independent variables. Patient characteristics included womans age, number of previous births, number of skilled attendants involved in care process, and presence of any danger sign in current pregnancy. Hospital characteristics included teaching hospital status, mean number of attended births in the previous year, number of fulltime skilled attendants in the L&D ward, whether the hospital had offered refresher training on L&D care in the previous 12 months, and the extent of resources available (measured on a 0-100% scale) to provide quality L&D care as defined by the Ethiopian Ministry of Health in 2014. The outcome was measured with a quality of L&D care score (scale 0 to 100) based on adherence to L&D care standards, which had been introduced by the Ethiopian Ministry of Health in 2014. ResultsOn average, the hospitals met two-thirds of the standards for L&D care quality, with substantial variation between hospitals (standard deviation 10.9 percentage points). While the highest performing hospital met 91.3% of standards, the lowest performing hospital met only 35.8% of the standards. Hospitals had the highest adherence to standards in the domain of immediate and essential newborn care practices (86.8%), followed by the domain of care during the second and third stages of labour (77.9%). Hospitals scored substantially lower in the domains of active management of third stage of labour (AMTSL) (42.2%), interpersonal communication (47.2%), and initial assessment of the woman in labour (59.6%). We found the quality of L&D care score was significantly higher for women who had a history of any danger sign ({beta} = 5.66; p-value = 0.001) and for women who were cared for at a teaching hospital ({beta} = 12.10; p-value = 0.005). Additionally, hospitals with lower volume and more resources available for L&D care (P-values < 0.01) had higher L&D quality scores. ConclusionsOverall, the quality of L&D care provided to labouring mothers at government hospitals in SNNPR was limited. Lack of adherence to standards in the areas of the critical tasks of initial assessment, AMTSL, interpersonal communication during L&D, and respect for womens preferences are especially concerning. Without greater attention to the quality of L&D care, regardless of how accessible hospital L&D care becomes, maternal and neonatal mortality rates are unlikely to decrease substantially.

Autores: Negalign Berhanu Bayou, L. Grant, S. C. Riley, E. H. Bradley

Última atualização: 2023-04-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.14.23288601

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.14.23288601.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

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