Abordando a Escassez Global de Profissionais de Saúde
Estratégias pra melhorar a disponibilidade e distribuição de trabalhadores da saúde no mundo todo.
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Índice
A força de trabalho na área da saúde no mundo todo tá enfrentando um problema sério. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, até 2030, pode rolar uma falta de cerca de 40 milhões de Profissionais de Saúde. Isso significa que mais de um em cada cinco dos 80 milhões de empregos na saúde necessários podem ficar sem ninguém pra preencher. Essa falta pode ser ligada a várias questões, como dificuldades em encontrar e manter a equipe, principalmente em áreas remotas. Também rolam problemas como distribuição desigual de trabalhadores da saúde, altas taxas de rotatividade e migração. Além disso, a falta de investimento em treinamento de habilidades e a escassez de incentivos financeiros e de outros tipos contribuem pra esse desafio. Mudanças na população e nos padrões de doenças, junto com sistemas fracos de informações de saúde, complicam ainda mais a situação. A pandemia de COVID-19 mostrou como os sistemas de saúde podem ser inadequados, destacando a necessidade urgente de um planejamento melhor, investimento nas instalações e apoio para os trabalhadores da saúde.
Uma Abordagem Multifacetada pra Resolver a Falta de Profissionais
Pra enfrentar a falta de trabalhadores da saúde, precisa de uma abordagem em várias frentes. Uma maneira de atrair mais profissionais é oferecer bolsas de estudo ou programas de perdão de empréstimos pra incentivar eles a trabalhar em áreas com falta de pessoal. Investir mais em educação e desenvolvimento de habilidades, incluindo treinamento profissional pra trabalhadores da saúde, pode também ajudar a atender a crescente demanda por serviços. Melhorar as Condições de Trabalho é fundamental; oferecer salários competitivos, benefícios, oportunidades de desenvolvimento profissional e lidar com questões como burnout pode fazer uma grande diferença na hora de reter a equipe.
Mudanças nas políticas, como permitir que enfermeiros e outros profissionais assumam mais responsabilidades, também podem ajudar a aliviar a falta. Esse assunto já foi discutido em vários países, incluindo os Estados Unidos, Índia e Israel.
Mudança e Compartilhamento de Tarefas
Duas estratégias que podem ajudar com a questão da força de trabalho na saúde são a mudança e o compartilhamento de tarefas. A mudança de tarefas envolve passar certas funções de profissionais altamente treinados, como médicos, pra quem tem menos treinamento, como enfermeiros ou trabalhadores da saúde comunitária. O compartilhamento de tarefas é mais colaborativo, envolvendo equipes de profissionais de saúde, incluindo médicos e enfermeiros, trabalhando juntos pra oferecer cuidados.
Ambas as estratégias visam fazer um uso melhor dos trabalhadores da saúde disponíveis e expandir seus papéis. Implementar a mudança e o compartilhamento de tarefas pode ser feito definindo claramente quais responsabilidades podem ser transferidas, fornecendo treinamento focado para novos papéis e monitorando e avaliando continuamente o processo. Essas estratégias podem aumentar a satisfação no trabalho dos profissionais de saúde, oferecendo oportunidades de crescimento e uma gama mais ampla de responsabilidades, o que pode ajudar a mantê-los nos empregos. Além disso, aliviando a carga de trabalho de funcionários sobrecarregados e criando um ambiente de trabalho mais suportável, a mudança e o compartilhamento de tarefas podem ajudar a reduzir o burnout e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
A mudança e o compartilhamento de tarefas têm uma longa história na entrega de serviços de saúde. Exemplos históricos incluem os médicos barefoot da China e os Feldshers russos, que forneceram cuidados em comunidades com acesso limitado a profissionais médicos treinados. Essas estratégias também foram usadas em áreas como cirurgia, obstetrícia, anestesia e no manejo de condições crônicas como HIV, serviços de saúde mental e triagem para várias doenças.
Durante a pandemia de COVID-19, a mudança de tarefas foi essencial pra manter os serviços de saúde. Ao atribuir funções a trabalhadores menos especializados, os sistemas de saúde conseguiram lidar com o aumento de pacientes enquanto continuavam atendendo outras necessidades críticas.
Desenvolvendo uma Estrutura de Implementação Estratégica
Estamos trabalhando em um novo plano pra implementar melhor a mudança e o compartilhamento de tarefas. Um passo inicial nesse processo foi revisar a literatura existente e reunir evidências sobre essas estratégias em diferentes contextos de saúde. A ideia era criar um mapa global mostrando onde pesquisas sobre mudança e compartilhamento de tarefas foram feitas e como isso mudou ao longo dos anos. Também queríamos ver como diferentes termos foram usados pra descrever esses processos e quais questões de saúde eles focavam.
Pra isso, analisamos uma grande coleção de estudos publicados sobre mudança e compartilhamento de tarefas. Esse tipo de análise nos permite olhar pra milhares de citações de uma vez pra ver padrões, conexões entre pesquisadores e tendências que mudam ao longo do tempo. Focamos especificamente em identificar quais países e condições de saúde estavam mais frequentemente associados à mudança e ao compartilhamento de tarefas.
Nossas Descobertas
Na nossa análise, encontramos um total de 2.072 artigos sobre mudança e compartilhamento de tarefas. Desses, 1.416 artigos (cerca de 68,3%) indicaram quais países essas pesquisas eram baseadas. Uma parte grande, 75,8%, focou em países únicos, cobrindo 99 nações. Os principais países com mais publicações sobre mudança e compartilhamento de tarefas incluíram África do Sul, Índia, Uganda, Quênia e Nigéria.
Considerando estudos multi-país, a África do Sul novamente liderou a pesquisa, seguida pela Índia, Uganda, Quênia e Malauí. Isso sugere que a mudança e o compartilhamento de tarefas são frequentemente estudados em regiões de baixa e média renda, que tendem a enfrentar desafios mais significativos com a falta de trabalhadores da saúde.
Distribuição Geográfica da Pesquisa
Nossa análise fornece uma visão mais clara de onde a pesquisa sobre mudança e compartilhamento de tarefas esteve focada. Mostra que certas regiões da África e do Sul da Ásia, especialmente África do Sul e Índia, são pontos quentes pra pesquisa nesse tópico. O alto número de publicações dessas áreas indica que a mudança e o compartilhamento de tarefas são uma estratégia importante pra atender às necessidades de saúde em ambientes com recursos limitados.
Curiosamente, países de baixa e média renda estão liderando a pesquisa sobre mudança e compartilhamento de tarefas, seguidos de perto por pesquisas de países de alta renda como os EUA e o Canadá. Isso mostra que a mudança e o compartilhamento de tarefas são um tema de interesse global, relevante em uma ampla gama de cenários econômicos.
Tendências ao Longo do Tempo
Olhando pros nossos achados ao longo do tempo, vemos um aumento nas publicações relacionadas à mudança e ao compartilhamento de tarefas a partir da década de 1970. Um pico notável ocorreu por volta de 2006 a 2008, que pode estar ligado a relatórios importantes da OMS que destacaram a falta de força de trabalho na saúde e recomendaram estratégias pra uma melhor distribuição de tarefas entre os trabalhadores da saúde.
Variações na Terminologia
A maioria dos artigos que analisamos usou o termo “mudança de tarefas” pra descrever o processo, o que sugere que esse termo é amplamente reconhecido. No entanto, outros termos como “compartilhamento de tarefas” e “delegação de tarefas” também são usados. Essa variação de terminologia pode vir de diferentes práticas e políticas em várias regiões.
Saber esses diferentes termos é essencial porque ajuda a evitar confusões quando pesquisadores compartilham descobertas ou quando políticas estão sendo desenvolvidas. A comunicação clara entre pesquisadores, profissionais de saúde e formuladores de políticas é crucial pra avançar na mudança e no compartilhamento de tarefas.
Foco em Condições de Saúde
Curiosamente, apenas cerca de 57,5% dos artigos especificaram quais condições de saúde estavam sendo abordadas com a mudança e o compartilhamento de tarefas. As questões mais comumente estudadas foram HIV e depressão, refletindo o impacto significativo que essas condições têm nos sistemas de saúde. Além disso, mesmo havendo muitas doenças que poderiam se beneficiar da mudança e do compartilhamento de tarefas, condições como tuberculose e saúde materna receberam comparativamente menos atenção.
Limitações e Direções Futuras
Uma limitação dessa análise é que os dados sobre países específicos e condições de saúde foram, em sua maioria, retirados dos títulos e resumos dos artigos. Há uma possibilidade de que algumas informações relevantes possam estar apenas no texto principal dos artigos, que nosso método não capturou. Pesquisas futuras podem querer considerar métodos mais completos de extração de dados pra garantir uma imagem mais completa.
Apesar dessas limitações, os insights obtidos desse estudo podem guiar pesquisas e práticas futuras. A ampla distribuição da mudança e do compartilhamento de tarefas mostra a necessidade de explorar o que impulsiona sua adoção em diferentes configurações de saúde. Isso inclui tanto países de baixa e média renda quanto países de alta renda. Além disso, padronizar a terminologia usada pra descrever a mudança e o compartilhamento de tarefas pode melhorar a compreensão e a colaboração.
Enfatizar a mudança e o compartilhamento de tarefas em vários contextos de saúde revela os potenciais benefícios que isso pode trazer. Mais estudos devem focar não apenas na eficácia em diferentes questões de saúde, mas também na sustentabilidade a longo prazo e na equidade na entrega de cuidados de saúde.
Conclusão
Em conclusão, nossa análise oferece insights valiosos sobre o panorama global da pesquisa em mudança e compartilhamento de tarefas. Ao ilustrar a distribuição geográfica dos estudos, destacar as variações na terminologia e apontar as questões de saúde que estão sendo abordadas, esperamos aumentar a compreensão sobre a mudança e o compartilhamento de tarefas. À medida que a crise da força de trabalho na saúde continua, abordar esses desafios por meio de estratégias eficazes pode levar a serviços de saúde melhores pra muitas comunidades em todo o mundo.
Título: Mapping the Global Landscape of Task Shifting and Sharing: A Bibliographic Analysis from 1970 to 2022
Resumo: Task shifting and sharing (TS/S) are strategies for redistributing healthcare services from more specialised to less-qualified providers. It aims to optimise service delivery, particularly in resource-constrained settings with workforce shortages. Our paper provides an overview of the global landscape of TS/S research, examining the geographic distribution, publication trends, variation in descriptors for TS/S and the disease focus of articles on TS/S. We searched five databases in October 2022, namely Medline, CINAHL Plus, Elsevier, Global Health and Google Scholar. Our bibliographic analysis included 2,072 articles related to TS/S. We extracted data on the countries where the studies were based, the terminology used to describe task redistribution, and the specific disease focus of the publications. The findings were then visualised and analysed to uncover trends and insights. The results revealed that TS/S research has been most extensively conducted in certain African and South Asian countries, particularly South Africa, India, Uganda, Kenya and Malawi. The terminology used to describe task redistribution varied, with "task shifting" being the most common term (66.0%), followed by "task sharing" (24.0%), "task delegation" (6.0%), and "task shifting and sharing" (3.9%). The disease focus of the publications was diverse, with HIV (n=450) and depression (n=375) being the most studied conditions, A major proportion of articles (42.5%) did not carry a disease focus, instead concentrated on broader health systems strengthening and policy issues. In conclusion, our study offers insights into the global landscape of TS/S research, highlighting the geographic disparities, terminology nuances and disease-specific applications. We believe our findings can inform future research and practice, including the need for standardisation of terminology, targeted implementation efforts, expansion of disease-specific applications and a focus on comprehensive systems strengthening. By addressing these considerations, stakeholders can optimise the impact of TS/S strategies and improve healthcare delivery and outcomes globally.
Autores: Shukanto Das, L. Grant
Última atualização: 2024-05-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.02.24306752
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.02.24306752.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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