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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Riscos de Malária Ligados a Fatores Ambientais em Moçambique

Estudo mostra como o tipo de moradia e terreno afeta a propagação da malária em Sussundenga.

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Índice

A malária é uma doença séria que se espalha para as pessoas através da picada de certos mosquitos. Em Moçambique, a malária é um grande problema, especialmente durante a temporada de chuvas, de dezembro a abril. Em 2021, cerca de 32% da população do país tinha malária, tornando-se um dos quatro países com mais casos de malária no mundo.

A disseminação da malária é afetada por muitos fatores ambientais. Coisas como temperatura, chuvas e umidade podem impactar quanto tempo os mosquitos vivem e quantos deles existem. Mudanças no clima podem levar a mais casos de malária, o que é uma preocupação para a saúde pública.

Mudanças Climáticas e Vulnerabilidade

A Iniciativa Global de Adaptação de Notre Dame (ND-GAIN) analisa quão preparados os países estão para lidar com as mudanças climáticas. Eles consideram economia, fatores sociais e quanto um país depende de atividades que as mudanças climáticas podem afetar. Em 2020, Moçambique foi classificado entre os países mais vulneráveis às mudanças climáticas, significando que ele tende a sofrer mais com seus efeitos e não está totalmente preparado para lidar com essas mudanças.

Subutilização de Estudos Ambientais

Apesar dos desafios impostos pela malária e questões climáticas, não tem muito estudo investigando como fatores ambientais afetam o risco de malária em Moçambique. Um estudo na aldeia de Sussundenga encontrou ligações entre chuvas, tipo de solo e risco de malária, mas estudos mais amplos têm sido escassos.

O objetivo desse estudo foi combinar informações sobre indivíduos, famílias e o ambiente para ver como esses fatores afetam a infecção por malária em Sussundenga.

Descrição da Área do Estudo

A aldeia de Sussundenga fica na Província de Manica, Moçambique. Está a 42 km da capital e perto da fronteira com o Zimbábue. A aldeia tem cerca de 31.429 habitantes, com um número ligeiramente maior de mulheres do que de homens. A maioria das pessoas aqui é maior de 15 anos.

O distrito tem uma elevação mais baixa e um clima tropical, o que significa que chove bastante durante o ano, especialmente de novembro a abril. Em média, a área recebe cerca de 1200 mm de chuva por ano, e as temperaturas ficam em torno de 21,2 °C.

Processo de Coleta de Dados

Os dados foram coletados de várias fontes, incluindo levantamentos geológicos dos EUA que forneceram informações sobre clima, uso da terra e elevação. Os pontos de dados principais incluíam:

  • Temperatura da Superfície do Solo (LST): Esses dados mostraram mudanças de temperatura no solo durante o dia e a noite.
  • Evapotranspiração (ET): Isso se refere ao vapor d'água liberado do solo e das plantas.
  • Vegetação (NDVI): Isso mediu o quanto a vegetação estava verde.
  • Uso da Terra (LC): Isso explicou os tipos de solo na área, como florestas, pastagens ou áreas urbanas.

Informações sobre indivíduos e estado de infecção por malária foram coletadas através de uma pesquisa realizada de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020. As famílias foram escolhidas aleatoriamente para a pesquisa, e funcionários treinados realizaram entrevistas e coletaram amostras de sangue para testar a malária.

Analisando os Dados

Os dados coletados foram analisados para ver como fatores ambientais influenciaram infecções por malária. Vários testes estatísticos ajudaram a comparar diferentes fatores como idade, sexo e condições de vida entre aqueles que testaram positivo para malária e os que não testaram.

Visão Geral Demográfica

De 303 pessoas testadas, 94 (31%) foram encontradas com malária. A idade média dos que testaram positivo era de 12 anos, enquanto a idade média dos que testaram negativo era de 20 anos. Não houve diferença no número de homens e mulheres infectados.

O trabalho mais comum entre os chefes de família era a agricultura. Aqueles que testaram positivo geralmente tinham níveis de educação mais baixos em comparação aos que não testaram.

Fatores Ambientais Relacionados à Malária

O estudo teve como objetivo avaliar a relação entre aspectos ambientais e infecção por malária. Após analisar os dados, apenas o tipo de solo foi fortemente ligado a ter malária.

As pessoas que moravam em áreas de grama eram mais propensas a testar positivo para malária em comparação às que moravam em outros tipos de solo. Uma ligação mais significativa foi encontrada ao considerar se as casas tinham buracos nas paredes-aqueles em áreas de gramado com buracos nas paredes tinham muito mais chances de contrair malária.

Efeitos da Habitação na Infecção por Malária

As condições da habitação desempenham um papel crucial na determinação do risco de malária. Pessoas em casas com buracos nas paredes, especialmente em áreas de grama ou de cultivo, eram mais suscetíveis à malária. Assim, melhorar as habitações vedando buracos poderia ajudar a reduzir a transmissão da malária.

Limitações do Estudo

Como todos os estudos, essa pesquisa teve limitações. Os dados de satélite usados para coletar informações não puderam fornecer resultados completos devido à cobertura de nuvens, que às vezes bloqueava leituras necessárias.

Além disso, o curto período do estudo significou que variações sazonais não puderam ser plenamente avaliadas, deixando de fora variáveis importantes que poderiam afetar as taxas de infecção por malária ao longo do tempo.

Conclusão

O estudo destaca a importância de usar dados ambientais para acompanhar a disseminação da malária. Focar nas condições locais pode ajudar no planejamento e na implementação de melhores medidas de controle.

Entendendo como o tipo de solo e a habitação afetam o risco de malária, os governos locais podem criar estratégias direcionadas para reduzir a transmissão. Isso poderia levar a melhores resultados de saúde e ajudar a enfrentar outras doenças transmitidas por mosquitos também.

Melhorar as condições de habitação, especialmente em áreas de alto risco, é um passo prático que pode trazer benefícios não só para a malária, mas para outras doenças transmitidas por vetores também. Os achados desse estudo podem ajudar a construir uma estrutura para programas eficazes de controle da malária adaptados aos desafios específicos enfrentados no Distrito de Sussundenga, Moçambique.

Fonte original

Título: Environmental predictors of malaria infection in Sussundenga, Mozambique

Resumo: Malaria is highly sensitive to environmental conditions, including climate variability and land use practices. Ecologically, Sussundenga district has a significantly lower elevation compared to the Zimbabwe border and a more tropical climate compared to southern and northern Mozambique due to high seasonal rainfall. We aimed to evaluate the effects of climate and environmental factors at the household level on rapid diagnostic test results for Malaria in Sussundenga, Mozambique. To understand this association, we collected publicly available United States Geological Survey satellite data on elevation, vegetation, and land use cover. Additionally, we collected satellite data on day and night land surface temperatures and evapotranspiration which we assessed at 1- and 2-week lags. We spatially and temporally joined these data with malaria infection data at the household level. Using this database, we assessed whether these environmental factors were good predictors for having a positive rapid diagnostic test result using spatio-temporal models that accounted for the underlying correlation structure. Risk factor surveillance is an important tool for controlling the spread of infectious diseases. The results from modeling of the ecological predictors of malaria infection and spatial maps provided in this study could aid in developing frameworks to mitigate malaria transmission and predict future malaria transmission in this region. Understanding how environmental changes impacts malaria transmission and infection at the household level may have important implications for vector control and disease surveillance strategies utilized by the district.

Autores: Alexa Steiber, J. L. Ferrao, A. B. Francisco, V. Muhiro, A. Novela, D. E. Earland, K. M. Searle

Última atualização: 2023-07-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.29.23292060

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.29.23292060.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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