Entendendo a Esclerose Lateral Primária: Uma Condição Neurológica Rara
Uma visão geral da Esclerose Lateral Primária e suas implicações.
― 6 min ler
Esclerose lateral primária (ELP) é uma doença rara que afeta o sistema nervoso. É um tipo de Doença do Neurônio Motor (DNM) que envolve principalmente os neurônios motores superiores. Esses são as células nervosas que mandam sinais do cérebro para a medula espinhal e controlam os movimentos voluntários. Na ELP, essa condição piora devagar, geralmente ao longo de muitos anos, e os Sintomas aparecem primeiro nas pernas.
Sintomas da ELP
Os sintomas mais comuns da ELP incluem fraqueza e rigidez nas pernas, o que pode dificultar a movimentação. Algumas pessoas podem também ter problemas de fala (disartria) e dificuldades para engolir (disfagia), embora esses sintomas sejam menos comuns no começo. A idade média em que os sintomas da ELP começam é por volta dos 50 anos, que é mais cedo do que em outra condição relacionada chamada esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Diferente da ELA, a ELP não envolve os neurônios motores inferiores, que são responsáveis por controlar diretamente os movimentos musculares. Por isso, a ELP geralmente não leva ao mesmo nível de deficiência severa ou reduz a expectativa de vida como a ELA. Além disso, a ELP é diagnosticada com mais frequência em homens.
O Lado Genético da ELP
Como a ELP é rara, há pouca pesquisa sobre a genética por trás dela. O que se sabe até agora sugere que a ELP pode compartilhar algumas características genéticas com a ELA, mas acredita-se que seja uma doença mais diversa. Alguns estudos investigaram vários genes para ver se têm alguma relação com a ELP, mas os resultados são inconsistentes.
Em alguns casos, certas mudanças genéticas conhecidas ligadas à DNM foram encontradas em pacientes com ELP. Isso inclui mudanças em genes como FUS, FIG4, SPG7, SPG11 e SQSTM1. No entanto, a maioria dos casos de ELP não têm histórico familiar da doença, indicando que a maioria das ocorrências são esporádicas.
Desafios de Diagnóstico
Um grande desafio para quem tem ELP é conseguir o diagnóstico correto. Muitos sintomas da ELP se sobrepõem aos da ELA dominante por neurônio motor superior, levando a atrasos no tratamento e nos cuidados. Entender a genética da ELP poderia ajudar a acelerar o processo de diagnóstico e levar a melhores opções de tratamento no futuro.
Pesquisa sobre ELP
Times de pesquisa têm coletado dados de pacientes com ELP e comparado com pacientes de ELA para aprender mais sobre a doença. Analisando amostras de grandes grupos, eles estão procurando padrões que possam fornecer informações sobre como a ELP se desenvolve e o que pode contribuir para isso.
Esses estudos envolvem sequenciamento do genoma inteiro, que é um método para ler o conjunto completo de DNA de indivíduos. Em um estudo, os dados de 120 pacientes com ELP e mais de 7.400 pacientes com ELA foram examinados junto com cerca de 2.400 controles saudáveis. Isso ajuda os pesquisadores a identificar mudanças genéticas raras que podem estar relacionadas à ELP.
Descobertas da Triagem Genética
Os pesquisadores descobriram várias mudanças genéticas raras em pacientes com ELP. Algumas mudanças genéticas prejudiciais conhecidas estavam presentes, enquanto novas mudanças também foram identificadas em outros genes. Por exemplo, variantes no gene TBK1 e uma variante missense em ATXN2 foram observadas entre o grupo da ELP.
Curiosamente, expansões de repetição em certos genes conhecidos por causarem ELA também foram estudadas. Nenhuma expansão patogênica foi encontrada na maioria dos pacientes com ELP testados. No entanto, algumas expansões ligadas à ELA foram observadas em um pequeno número de pacientes com ELP, sugerindo que essas podem não desempenhar um papel significativo na causa da ELP em comparação com a ELA.
Comparação de Testes Genéticos entre ELP e ELA
Ao comparar os resultados de testes genéticos entre pacientes com ELP e ELA, foi encontrado que menos pacientes com ELP tinham variantes genéticas potencialmente acionáveis. Isso significa que os pacientes com ELP podem não se beneficiar tanto dos testes genéticos quanto os pacientes com ELA. No entanto, o teste genético ainda pode ser útil para alguns indivíduos, já que cerca de 2% a 11% dos pacientes com ELP podem ter variantes identificáveis que poderiam ajudar a informar seu tratamento.
Análise de Fenótipos
Os pesquisadores também se concentraram em analisar características específicas dos pacientes com ELP, como a idade em que os sintomas começaram e o tempo que viveram após o início. Os estudos mostraram que os pacientes com ELP tinham idades de início de sintomas semelhantes em comparação com os pacientes com ELA, o que foi surpreendente, já que se pensava que a ELP começava cerca de 10 anos mais cedo do que a ELA.
Em termos de sobrevivência, os pacientes com ELP mostraram um tempo de sobrevivência mais longo após o início dos sintomas em comparação com os pacientes com ELA. Essa diferença é importante para entender o impacto geral das doenças.
Importância da Pesquisa Genética
O objetivo de estudar a genética e os sintomas da ELP é melhorar o diagnóstico e as opções de tratamento para os pacientes. Embora as descobertas iniciais sejam um passo à frente, a raridade da ELP significa que mais estudos em grande escala são necessários para coletar dados abrangentes. Essas percepções poderiam, em última análise, contribuir para melhores práticas clínicas e potencialmente novas terapias para a ELP.
Limitações Atuais
Apesar do progresso, ainda existem limitações na compreensão da ELP. Muitos dos marcadores genéticos identificados ainda não levaram a opções de tratamento claras. A falta de casos familiares na maioria dos pacientes com ELP torna mais desafiador determinar vínculos genéticos claros.
Além disso, a sobreposição de sintomas entre ELP e ELA complica ainda mais o diagnóstico. O diagnóstico incorreto pode levar a tratamentos inadequados e estresse para os pacientes e suas famílias, destacando a necessidade de os profissionais de saúde estarem bem informados sobre a ELP.
Conclusão
A ELP é uma doença neurodegenerativa complexa e rara que apresenta uma série de sintomas, afetando principalmente os neurônios motores superiores. Embora avanços significativos tenham sido feitos na pesquisa, mais estudos são essenciais para desvendar os mistérios genéticos e clínicos que cercam essa doença. Compreender os fatores genéticos e as apresentações clínicas pode ajudar a abrir caminho para melhores métodos de diagnóstico e terapias para quem vive com a ELP. A pesquisa contínua e a conscientização são necessárias para apoiar os pacientes e melhorar sua qualidade de vida.
Título: Genetic and phenotype analyses of primary lateral sclerosis datasets from international cohorts
Resumo: Primary lateral sclerosis (PLS) is the rarest form of motor neurone disease (MND). It is characterized by upper motor neuron degeneration, leading to progressive weakness, spasticity and functional disability. Although PLS does not typically shorten life substantially, it gradually impacts quality of life as the diseases progresses. There is no established genetic cause of PLS. One of the biggest challenges faced by people with PLS is delayed diagnosis and misdiagnosis, since the initial symptoms can be similar to amyotrophic lateral sclerosis (ALS), the most common form of MND. In the absence of a concrete genetic test that differentiates PLS from other MNDs, this delay in diagnosis is inevitable. Understanding the genetic basis of PLS might help in reducing the time from the onset of symptoms to diagnosis, and it will improve our understanding of the disease biology favouring the development of a treatment. The aim of our study is to collect a large international PLS genetic and clinical dataset to investigate its genetic and phenotypic landscapes as well as to evaluate whether genetic testing should be advised in PLS. Through Project MinE and AnswerALS, we accessed whole-genome sequencing data of 120 PLS, 7405 ALS and 2444 controls. We identified variants in several MND genes such as FIG4, FUS, SPG7, SPG11 and SQSTM1 genes among others and repeat expansions in the ATXN1 (12.2%) and NIPA1 (7.3%) genes, but none in the C9orf72 and ATXN2 genes. Overall PLS patients harboured fewer clinically actionable MND-associated variants than ALS patients (p = 0.0001), however, depending on the panel, up to 11% of people with PLS might benefit from genetic testing. By looking at the clinical characteristics of these cohorts, the age of symptom onset was not younger for people with PLS than for those with ALS in both Project MinE and AnswerALS. On such bases, we advise that the current diagnostic criteria that discourage the use of genetic testing and rely on age of onset should be reconsidered.
Autores: Alfredo Iacoangeli, M. Kalia, T. P. Spargo, A. Al Khleifat, S. Opie Martin, R. Kabiljo, R. Dobson, P. v. Damme, P. Corcia, P. Couratier, O. Hardiman, R. McLaughlin, M. Gotkine, V. Drory, V. Silani, N. Ticozzi, J. H. Veldink, L. H. v. d. Berg, M. d. Carvalho, S. Pinto, J. S. M. Pardina, M. Povedano, P. M. Andersen, M. Weber, N. A. Basak, C. E. Shaw, P. J. Shaw, K. E. Morrison, J. E. Landers, J. D. Glass, P. Vourch, A. Al Chalabi
Última atualização: 2023-07-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.19.23292817
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.19.23292817.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.