Impacto da COVID-19 em Mulheres Grávidas na África
Estudo revela efeitos da COVID-19 na gravidez e em bebês em Uganda e Malawi.
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Índice
- Gravidez e SARS-CoV-2
- Vigilância Sorológica
- Foco em Mulheres Grávidas
- Desenho do Estudo
- Testes de COVID-19
- Coleta de Sangue
- Coleta de Dados
- Métodos de Laboratório
- Análise de Dados
- Considerações Éticas
- Resultados do Estudo
- Impactos na Gravidez e Bebês
- Transferência de Anticorpos da Mãe para o Filho
- Status de Vacinação
- Conclusão
- Fonte original
No começo da pandemia de COVID-19, muita gente ficou preocupada com o impacto que isso teria na África Subsaariana. Eles previam um monte de casos e mortes. Mas, na real, a situação foi diferente. As evidências mostram que o impacto da COVID-19 na África foi menos severo do que em outras partes do mundo. Algumas razões foram sugeridas, como a população mais jovem, menos lares de longa permanência e uma menor densidade populacional. Mas também pode ser que o número real de casos tenha sido subnotificado por causa de testes e relatórios limitados em muitos países africanos.
Gravidez e SARS-CoV-2
A COVID-19 pode ter efeitos sérios em Mulheres Grávidas e em seus bebês. Até mesmo uma COVID-19 leve ou assintomática durante a gravidez pode ter impactos duradouros na mãe e no bebê. Esse risco é parecido com outras infecções virais que afetam a gravidez, como o vírus Zika. A pesquisa sobre como a COVID-19 durante a gravidez afeta o desenvolvimento dos bebês ainda tá em andamento. Tem pouca informação sobre como estar infectada sem sintomas pode afetar os resultados do parto, e os efeitos a longo prazo da pandemia na saúde dos bebês não estão bem claros.
Vigilância Sorológica
Uma maneira de entender como uma doença se espalhou em uma população é através da vigilância sorológica. Isso envolve procurar Anticorpos no sangue das pessoas pra ver se elas foram expostas a uma infecção, independentemente de estarem doentes ou não. Para a COVID-19, essas pesquisas ajudam a estimar quantas pessoas foram infectadas ao longo do tempo, especialmente com o aumento da Vacinação. Pesquisas em países como Quênia, África do Sul e Malauí mostraram que a transmissão na comunidade pode ser muito maior do que o que é relatado pelos testes oficiais.
Foco em Mulheres Grávidas
Estudar a prevalência de COVID-19 entre mulheres grávidas é importante, pois pode revelar a verdadeira extensão da infecção nesse grupo vulnerável. Saber quantas mulheres têm COVID-19, como os anticorpos são transferidos da mãe para o filho pela placenta e por quanto tempo esses anticorpos duram pode ajudar a entender quantas mães e bebês podem estar protegidos contra a infecção. Isso é especialmente relevante em áreas com baixas taxas de vacinação.
Em resposta a essas lacunas no conhecimento, pesquisadores investigaram a soroprevalência e vários fatores que afetam as infecções por COVID-19 em mulheres grávidas e seus bebês em Uganda e Malauí durante diferentes ondas da pandemia.
Desenho do Estudo
O estudo, chamado PeriCOVID África, envolveu vários locais e acompanhou um grupo de mães e seus bebês ao longo do tempo. As mulheres foram categorizadas com base na presença de anticorpos para COVID-19, indicando que foram expostas ao vírus. Elas também foram verificadas quanto a sintomas relacionados à COVID-19 quando entraram no estudo. As mulheres foram recrutadas durante consultas normais durante a gravidez ou enquanto davam à luz em hospitais. Os pesquisadores se certificarão de coletar informações sobre a saúde das mulheres, sintomas relacionados à COVID-19 e seu histórico médico.
Testes de COVID-19
Todas as mulheres do estudo foram triadas para sintomas de COVID-19. Elas responderam a perguntas sobre febre recente, tosse, mudanças no paladar ou olfato, ou contato com alguém conhecido que tinha COVID-19. Dependendo das regras de cada local, algumas mulheres fizeram testes para verificar a presença do vírus no momento em que se inscreveram no estudo.
Coleta de Sangue
Amostras de sangue foram coletadas das mães e seus bebês para verificar a presença de anticorpos contra a COVID-19. Essa coleta foi feita em vários momentos conforme o protocolo de pesquisa.
Coleta de Dados
Os dados do estudo foram coletados por meio de questionários preenchidos pela equipe de pesquisa. Isso incluiu informações sobre a idade da mãe, condições médicas passadas, status de HIV e fatores socioeconômicos. Também incluiu detalhes sobre quaisquer sinais ou sintomas de COVID-19 e o que aconteceu durante a gravidez e após o parto.
Métodos de Laboratório
Os pesquisadores usaram testes específicos para medir os anticorpos nas amostras de sangue. Eles verificaram diferentes tipos de anticorpos relacionados à COVID-19 para garantir a precisão de suas descobertas. Os testes foram validados utilizando amostras que eram conhecidas por serem positivas ou negativas para COVID-19.
Análise de Dados
O estudo pretendia coletar amostras de pelo menos 1.000 mulheres e seus bebês. Os pesquisadores analisaram o número de mulheres e bebês que testaram positivo para anticorpos de COVID-19 para estimar a prevalência do vírus entre mulheres grávidas. Eles também examinaram como essa prevalência mudou durante diferentes ondas da pandemia.
Considerações Éticas
Antes do início do estudo, todas as aprovações éticas necessárias foram obtidas das instituições relevantes. Isso garantiu que o estudo fosse conduzido de maneira responsável e ética.
Resultados do Estudo
Um total de 1.379 mulheres participou do estudo, resultando em 1.387 bebês. A idade média das mulheres era de 26 anos, e uma pequena porcentagem estava vivendo com HIV. Algumas mulheres deram à luz fora dos hospitais, o que significa que amostras de sangue não puderam ser coletadas delas para análise. A maioria dos bebês do estudo nasceu vivos e não precisou de cuidados intensivos.
Das mulheres que foram testadas para COVID-19 usando um teste PCR quando se inscreveram no estudo, uma pequena porcentagem testou positivo. A maioria dessas mulheres não apresentou sintomas de COVID-19. A maior parte dos casos encontrados foi durante as ondas mais tardias de infecção, indicando que a prevalência de COVID-19 estava aumentando ao longo do tempo.
Impactos na Gravidez e Bebês
Entre as mães, foram relatados resultados adversos durante a gravidez, incluindo mortes maternas, abortos, partos prematuros e natimortos. No entanto, o estudo não encontrou diferença significativa nos resultados entre mulheres que tiveram COVID-19 e aquelas que não tiveram. Isso sugere que a presença do vírus não levou a piores resultados para as mães ou seus bebês neste estudo.
Transferência de Anticorpos da Mãe para o Filho
O estudo também analisou como os anticorpos foram passados das mães para os bebês durante a gravidez. Foi encontrado que a transferência desses anticorpos aumentou com cada onda da pandemia. Isso é importante, pois estar exposta à COVID-19 pode ajudar a proteger os bebês contra o vírus.
Status de Vacinação
Um número pequeno de mulheres no estudo relatou ter sido vacinadas contra a COVID-19. Os dados mostraram que a cobertura de vacinação entre mulheres grávidas no estudo era baixa.
Conclusão
Esse estudo fornece informações úteis sobre a prevalência da infecção por COVID-19 entre mulheres grávidas e seus bebês em Uganda e Malauí. Destaca que muitos casos eram assintomáticos, o que significa que mais infecções podem ter ficado não relatadas. Entender como a COVID-19 afeta a gravidez e a saúde dos bebês é crucial, especialmente em áreas com altas taxas de outros desafios de saúde. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente os impactos a longo prazo da COVID-19 em mães e seus bebês, especialmente com o surgimento de novas variantes e o aumento das taxas de vacinação. Os resultados deste estudo podem orientar futuras estratégias de saúde pública para proteger mulheres grávidas e melhorar os resultados de saúde materna e infantil.
Título: Seroepidemiology of COVID-19 in pregnant women and their infants in Uganda and Malawi across multiple waves 2020-2022
Resumo: Data on SARS-CoV-2 infection in pregnancy and infancy has accumulated throughout the course of the pandemic. However, limited information is available from countries in sub-Saharan Africa (SSA). Evidence regarding asymptomatic SARS-CoV-2 infection and adverse birth outcomes are also scarce in these countries. The pregnant woman and infant COVID in Africa study (PeriCOVID Africa) is a South-South-North partnership involving hospitals and health centres in five countries: Malawi, Uganda, Mozambique, The Gambia, and Kenya. The study leveraged data from three ongoing prospective cohort studies: Preparing for Group B Streptococcal Vaccines (GBS PREPARE), SARS-CoV-2 infection and COVID-19 in women and their infants in Kampala and Mukono (COMAC) and Pregnancy Care Integrating Translational Science Everywhere (PRECISE). In this paper we describe the seroepidemiology of SARS-CoV-2 infection in pregnant women enrolled in sites in Uganda and Malawi, and the impact of SARS-CoV-2 infection on pregnancy and infant outcomes. The PeriCOVID study is a prospective mother-infant cohort study that recruited pregnant women at any gestation antenatally or on the day of delivery. A nasopharyngeal swab was taken from mothers at enrolment for RT-PCR confirmation of SARS-CoV-2 infection, and maternal and cord blood samples were tested for SARS-CoV-2 antibodies using Wantai and Euroimmune ELISA. The primary outcome was seroprevalence of SARS-CoV-2 antibodies in maternal blood, reported as the proportion of seropositive women by study site and wave of COVID-19 within each country. Placental transfer of antibodies was described using the geometric mean ratio (GMR). We also estimated the proportion of asymptomatic or subclinical COVID-19 infections in pregnant women using serological testing and collected adverse pregnancy and infancy outcomes (e.g. still-birth, prematurity, maternal or infant death). In total, 1379 women were enrolled, giving birth to 1387 infants. Overall, 63% of pregnant women had a SARS-CoV-2 positive serology. Over subsequent waves (delta and omicron), in the absence of vaccination, seropositivity rose from 20% to over 80%. The placental transfer GMR was 1.7, indicating active placental transfer of anti-spike IgG. There was no association between SARS-CoV-2 antibody positivity and adverse pregnancy or infancy outcomes. This study describes the increasing prevalence of SARS CoV-2 antibodies in pregnant woman in Uganda and Malawi across waves of SARS-CoV-2 infection. Our study adds to existing evidence that suggests under-reporting of infection if based solely on cases with clinical disease, or a positive RT-PCR for SARS-CoV-2, as most of the women in our study had asymptomatic infections and did not seek medical care. This has implications for screening in subsequent outbreaks and pandemics where protection of pregnant women and effect of infection in pregnancy on the infant are unknown.
Autores: Lauren Hookham, L. Cantrell, S. Cose, B. Freyne, L. Gadama, E. Imede, K. Kawaza, S. Lissauer, P. Musoke, V. Nankabirwa, M. Sekikubo, H. Sommerfelt, M. Voysey, K. Le Doare
Última atualização: 2023-08-21 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.19.23294311
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.19.23294311.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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