Estudo Analisa Eficácia das Vacinas Bivalentes contra COVID-19
Pesquisas avaliam as respostas imunológicas de novas vacinas bivalentes contra a COVID-19 entre trabalhadores da saúde.
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Índice
A vacinação contra a COVID-19 ajuda a proteger a galera de ficar doente, ser hospitalizada e até morrer. Mas, com o tempo, as respostas imunes das vacinas podem enfraquecer. Novas variantes do vírus continuam surgindo, o que pode fazer as vacinas ficarem menos eficazes. Atualmente, as variantes Omicron, especialmente BA.2 e a descendente XBB.1.5, são conhecidas por escapar mais da Resposta Imune do que as variantes anteriores. Isso significa que ainda precisa ter uma adaptação das vacinas pra garantir uma proteção eficaz, principalmente pra quem tá em risco mais alto de ficar gravemente doente.
Pra contornar isso, novas vacinas de mRNA que combinam a proteína spike do vírus original com a das novas variantes Omicron foram introduzidas. Essas Vacinas Bivalentes têm a intenção de oferecer uma proteção melhor contra as diferentes cepas do vírus.
Enquanto as vacinas baseadas em mRNA, como BNT162b2 e mRNA-1273, foram inicialmente mais eficazes do que as vacinas baseadas em adenovírus, os cientistas ainda querem saber se a forma como essas vacinas são dadas inicialmente influencia quanto tempo a proteção imune dura ou quão ampla é a resposta imune. Tem algumas pesquisas sugerindo que usar diferentes tipos de vacinas em uma sequência (vacinação heteróloga) pode gerar pelo menos uma imunidade igual em comparação a usar o mesmo tipo (vacinação homóloga).
O estudo SWITCH-ON foi feito pra avaliar a resposta imune depois de receber reforços bivalentes de mRNA que miram as variantes Omicron BA.1 e BA.5. Essa pesquisa tinha como objetivo responder três perguntas principais:
- Quão bem as vacinas bivalentes funcionam?
- As duas vacinas bivalentes diferem em quão bem elas produzem anticorpos que podem neutralizar diferentes variantes do vírus?
- Como as respostas imunes mudam ao longo do tempo e qual é a implicação disso para vacinas futuras?
Participantes do Estudo
Nesse estudo, 434 trabalhadores da saúde (HCW) foram selecionados entre 592 que foram avaliados pra participação. Os HCWs tinham recebido anteriormente vacinas baseadas em adenovírus ou em mRNA, seguidas por pelo menos um reforço de mRNA antes de entrar no estudo. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo recebeu o reforço Omicron BA.1, enquanto o outro recebeu o reforço BA.5 alguns meses depois. Amostras de sangue foram coletadas antes do reforço e em intervalos depois para acompanhar a resposta imune.
Respostas Imunes Após Vacinação
As vacinas bivalentes que miram as variantes Omicron foram avaliadas pela capacidade de produzir tanto anticorpos (que ajudam a combater infecções) quanto respostas de Células T (que ajudam o corpo a lembrar e responder a infecções). Os resultados mostraram que ambos os tipos de vacinas bivalentes impulsionaram o sistema imunológico efetivamente, especialmente na primeira semana após a vacinação. No entanto, aos três meses após a vacinação, houve uma queda notável nas respostas imunes.
Embora os anticorpos ainda estivessem presentes, as respostas de células T voltaram a níveis próximos ao baseline. Importante, a resposta imune desencadeada pelo reforço Omicron BA.5 foi semelhante àquela desencadeada pelo reforço BA.1 em termos de resposta de anticorpos e células T.
Efeito da Vacinação Original
O estudo descobriu que quem teve suas primeiras vacinas com vacinas de mRNA produziu mais anticorpos após receber o reforço em comparação a quem foi vacinado com a vacina baseada em adenovírus. Isso sugere que o tipo de vacina inicial pode impactar o quanto um reforço funciona.
Curiosamente, os reforços de mRNA mRNA-1273.214 e mRNA-1273.222 geraram respostas imunes ainda mais fortes do que os reforços BNT162b2. Isso indica que nem todas as vacinas são igualmente eficazes em aumentar a imunidade.
Neutralização de Variantes
Um aspecto importante da resposta imune é a capacidade de neutralizar o vírus. O estudo mediu anticorpos neutralizantes contra várias variantes, incluindo o vírus original e as novas variantes Omicron. Enquanto as vacinas bivalentes aumentaram os anticorpos neutralizantes, os níveis contra a variante XBB.1.5 estavam baixos mesmo após receber os reforços.
Os participantes que receberam o reforço Omicron BA.5 mostraram uma melhor neutralização da variante BA.5, mas isso foi em grande parte limitado àqueles que haviam recebido vacinas de mRNA anteriormente. Aqueles cuja vacinação original foi com uma vacina baseada em adenovírus não tiveram uma resposta tão ampla em termos de neutralização de diferentes variantes.
Infecções Avançadas
Alguns trabalhadores da saúde pegaram COVID-19 antes de receber o reforço agendado. Essas infecções avançadas proporcionaram um aumento nas respostas de anticorpos e células T, mas não foram tão fortes quanto as vistas após as vacinações. Depois que pessoas vacinadas tiveram uma infecção avançada, não foram observados aumentos adicionais em suas respostas imunes. Isso indica que, embora as infecções possam aumentar a imunidade até certo ponto, elas não proporcionam um impulso tão forte quanto a vacinação.
Principais Conclusões
Desse estudo, várias informações importantes foram obtidas sobre vacinas contra a COVID-19:
- A vacina original recebida tem um grande papel em moldar a resposta imune, e isso pode ser visto mesmo após vários reforços.
- Nem todas as vacinas de reforço produzem o mesmo nível de resposta imune. Neste estudo, apenas o reforço Omicron BA.5 expandiu a capacidade neutralizante contra variantes.
- Há uma necessidade de vacinas que possam neutralizar efetivamente as variantes que estão circulando atualmente, já que as vacinas bivalentes existentes podem não oferecer proteção suficiente contra cepas mais novas.
No geral, as descobertas ressaltam a necessidade contínua de monitorar a eficácia das vacinas e adaptar as estratégias conforme necessário pra garantir uma proteção adequada contra a COVID-19. Isso vai ajudar a guiar políticas e recomendações de vacinação futuras, especialmente para populações vulneráveis.
Título: Distinct COVID-19 vaccine combinations result in divergent immune responses
Resumo: Waning antibody responses after COVID-19 vaccination combined with the emergence of the SARS-CoV-2 Omicron lineage led to reduced vaccine effectiveness. As a countermeasure, bivalent mRNA-based booster vaccines encoding the ancestral spike protein in combination with that of Omicron BA.1 or BA.5 were introduced. Since then, BA.2-descendent lineages have become dominant, such as XBB.1.5 or BA.2.86. Here, we assessed how different COVID-19 priming regimens affect the immunogenicity of the recently used bivalent booster vaccinations and breakthrough infections. BA.1 and BA.5 bivalent vaccines boosted neutralizing antibodies and T-cells up to 3 months after boost; however, cross-neutralization of XBB.1.5 was poor. Interestingly, different combinations of prime-boost regimens induced divergent responses: participants primed with Ad26.COV2.S developed lower binding antibody levels after bivalent boost while neutralization and T-cell responses were similar to mRNA-based primed participants. In contrast, the breadth of neutralization was higher in mRNA-primed and bivalent BA.5 boosted participants. Combined, we highlight important lessons learned from the employed COVID-19 vaccination strategies. Our data further support the use of monovalent vaccines based on circulating strains when vaccinating risk groups, as recently recommended by the WHO. We emphasize the importance of the continuous assessment of immune responses targeting circulating variants to guide future COVID-19 vaccination policies.
Autores: Corine H. GeurtsvanKessel, L. M. Zaeck, N. H. Tan, W. J. R. Rietdijk, D. Geers, R. S. G. Sablerolles, S. Bogers, L. L. A. van Dijk, L. Gommers, L. P. M. van Leeuwen, S. Rugebregt, A. Goorhuis, D. F. Postma, L. G. Visser, V. A. S. H. Dalm, M. Lafeber, N. A. Kootstra, A. L. W. Huckriede, B. L. Haagmans, D. van Baarle, M. P. G. Koopmans, P. H. M. van der Kuy, R. D. de Vries, SWITCH-ON Research Group
Última atualização: 2023-08-25 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.25.23294606
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.25.23294606.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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