Entendendo a Linguagem dos Incels
Um olhar sobre as comunidades incel e suas discussões sobre identidades.
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Comunidades online de celibatários involuntários, conhecidos como incels, ficaram bem conhecidos por promover discursos de ódio contra mulheres. Este artigo analisa um fórum popular de incels, o incels.is, para ver como a galera fala sobre diferentes Identidades. A ideia é focar nos termos usados, como esses termos mudam ao longo do tempo e como estão conectados a certas crenças sobre as pessoas com base em sua aparência e identidades sociais.
Os incels costumam expressar sentimentos de rejeição e raiva em relação às mulheres, o que, em alguns casos, levou a atos violentos. Por exemplo, incidentes violentos na Califórnia e no Canadá nos últimos anos foram associados a esse grupo. Estudos anteriores sobre Discurso de ódio analisaram várias formas de linguagem depreciativa, mas os fóruns de incel se destacam devido à sua linguagem única e termos que mudam com o tempo.
O objetivo deste artigo é fornecer uma visão mais clara de como os incels discutem identidades em seu fórum. Isso é importante para pesquisas futuras sobre a detecção de discurso de ódio online. A discussão em torno de identificação e rótulos oferece uma visão sobre como certos grupos de pessoas são vistos e tratados dentro dessas comunidades.
Questões de Pesquisa
Para entender a linguagem usada nos fóruns de incel, analisamos algumas perguntas-chave:
- Com que frequência diferentes identidades aparecem nas discussões?
- Como a frequência dessas menções mudou ao longo do tempo?
- Como os usuários mais ativos do fórum usam os termos de identidade de forma diferente?
- Quais associações são feitas com grupos de identidade nas discussões?
Métodos
Para começar, compilamos uma grande lista de termos relacionados à identidade. Essa lista incluía rótulos comuns para diferentes grupos de pessoas e alguns termos únicos usados dentro da comunidade incel. Ao analisar com que frequência esses termos são mencionados, podemos identificar tendências e mudanças ao longo do tempo.
A análise revelou que os termos para mulheres eram os mais comuns nas discussões. Muitos desses termos eram depreciativos, indo além de insultos comuns e refletindo uma linguagem única frequentemente vista nas comunidades incel. Curiosamente, também descobrimos que as menções de outras identidades marginalizadas estavam em alta, indicando uma conexão com movimentos de extrema-direita mais amplos.
Descobertas
Frequência de Menções de Identidade
A análise mostrou que as mulheres são o grupo mais discutido, ocupando uma parte significativa das menções. Muitos dos termos usados para descrever mulheres eram ofensivos, mostrando as atitudes negativas que sustentam o discurso incel. Comparativamente, outros grupos de identidade, como homens e pessoas de diferentes origens raciais, receberam menos menções.
Mudanças ao Longo do Tempo
Ao olhar as tendências ao longo do tempo, as menções de mulheres e homens permaneceram relativamente estáveis, enquanto houve um aumento notável em termos relacionados a identidades LGBTQ+ e grupos raciais específicos. O aumento nas menções de identidades negras, especialmente durante 2020, coincidiu com movimentos globais contra a injustiça racial. Isso destaca como as discussões em fóruns de incel podem refletir tendências sociais mais amplas.
Diferenças Entre Usuários Ativos
Quando examinamos a linguagem usada pelos usuários mais ativos do fórum, encontramos uma diferença significativa em como frequentemente discutiam certas identidades. Usuários centrais eram menos propensos a usar termos depreciativos para mulheres, mas costumavam mencionar identidades LGBTQ+ e raciais. Isso sugere que usuários mais conectados podem ampliar suas discussões para incluir uma variedade maior de identidades marginalizadas.
Ações e Atributos Associados às Identidades
A linguagem em torno de grupos de identidade muitas vezes reflete atitudes sociais mais profundas. Ao discutir mulheres, ações comuns incluíam especulações sobre o que elas querem ou odeiam, indicando uma visão das mulheres como objetos a serem controlados, em vez de indivíduos com autonomia. Essa forma de pensar reforça estereótipos negativos e contribui para uma cultura de misoginia.
De maneira similar, ao falar sobre homens, o foco geralmente se deslocava para aparência física e dominação. Isso destaca uma ideologia comunitária onde o valor está amarrado à aparência, frequentemente discutido em termos depreciativos.
Associações de Identidade Racial
A raça também desempenhou um papel crucial nas discussões do fórum. Indivíduos brancos eram frequentemente descritos com termos que sugeriam superioridade, enquanto outros grupos raciais eram associados a estereótipos negativos. Por exemplo, indivíduos negros eram muitas vezes referenciados em relação ao crime, reforçando narrativas prejudiciais.
Esse foco em atributos físicos, combinado com a identidade racial, mostra como o discurso incel se baseia em hierarquias visuais, onde ser atraente ou se encaixar em certos estereótipos se torna uma medida de valor.
Dinâmicas de In-group vs. Out-group
Dentro da comunidade incel, há uma constante negociação sobre o que significa ser um "verdadeiro" incel. Termos como "truecels" e "fakecels" surgiram, refletindo um desejo de controlar a identidade. A autenticidade se torna um ponto de discórdia, com membros frequentemente criticando uns aos outros com base em contagens de postagens ou interações sociais.
Essa hierarquia interna sugere que sentimentos de vitimização, frequentemente ligados à raça e gênero, são usados para estabelecer legitimidade dentro da comunidade. Por exemplo, discussões sobre raça mostram como os incels veem suas identidades em contraste com outras, levando a debates sobre quem sofre mais ou quem merece reivindicar o rótulo de incel.
Implicações para a Detecção de Discurso de Ódio
As percepções dessa discussão destacam considerações importantes para detectar discurso de ódio online. Dada a frequência das menções relacionadas às mulheres e a linguagem única usada para expressar misoginia, as comunidades incel representam uma fonte significativa de conteúdo que precisa de uma análise mais próxima.
Métodos tradicionais de identificação de discurso de ódio podem perder o jargão específico e os termos comunitários usados no discurso incel. Portanto, é crucial que os pesquisadores adaptem suas abordagens para incluir esses termos inovadores e as ideologias subjacentes.
Além disso, a presença de temas mais amplos, como o sentimento anti-LGBTQ+, racismo e capacitismo, complica a situação. Essas atitudes não são apenas prejudiciais, mas também refletem uma tendência crescente de combinar misoginia com outras formas de discriminação.
Conclusão
O movimento incel apresenta um quadro complexo de construção de identidade alimentado por misoginia e outras ideologias prejudiciais. Através de nossa análise, vemos que as discussões no incels.is não só se concentram em mulheres e homens, mas também incluem cada vez mais grupos Marginalizados, muitas vezes de maneiras depreciativas.
À medida que os incels adotam e criam termos únicos, entender essas mudanças se torna vital para qualquer um que estude discurso de ódio online. Pesquisas futuras devem continuar explorando a interseção de várias identidades dentro do discurso incel, assim como as implicações dessas discussões para atitudes sociais mais amplas.
Com uma necessidade crescente de abordar comunidades online prejudiciais, entender como os incels constroem identidades e a linguagem que usam será essencial para desafiar as narrativas que propagam misoginia e discriminação.
Título: Identity Construction in a Misogynist Incels Forum
Resumo: Online communities of involuntary celibates (incels) are a prominent source of misogynist hate speech. In this paper, we use quantitative text and network analysis approaches to examine how identity groups are discussed on incels-dot-is, the largest black-pilled incels forum. We find that this community produces a wide range of novel identity terms and, while terms for women are most common, mentions of other minoritized identities are increasing. An analysis of the associations made with identity groups suggests an essentialist ideology where physical appearance, as well as gender and racial hierarchies, determine human value. We discuss implications for research into automated misogynist hate speech detection.
Autores: Michael Miller Yoder, Chloe Perry, David West Brown, Kathleen M. Carley, Meredith L. Pruden
Última atualização: 2023-07-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2306.15745
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2306.15745
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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