Impacto dos atrasos na precisão dos testes de carga viral do HIV
Estudo analisa como atrasos nos testes afetam os resultados da carga viral do HIV.
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O teste de Carga Viral (CV) é uma parte importante do manejo do HIV. Ele ajuda a acompanhar como o tratamento tá funcionando pra quem vive com HIV. A meta é garantir que as pessoas infectadas sejam diagnosticadas, tratadas com medicações e que o vírus esteja sob controle. A África do Sul tem o maior programa de tratamento para HIV do mundo, com mais de 6 milhões de pessoas recebendo cuidados. Pra monitorar a saúde delas, os hospitais fazem milhões de testes de CV todo ano.
Mas, rolam desafios no processo de testes. Esses desafios podem acontecer antes mesmo das Amostras chegarem ao laboratório, como o transporte das amostras, como registrá-las e como armazená-las corretamente. Esses fatores podem afetar a qualidade dos resultados dos testes.
As diretrizes de teste sugerem que as amostras de sangue devem ser processadas dentro de um certo período pra garantir resultados Precisos. Por exemplo, alguns fabricantes recomendam que as amostras de sangue sejam separadas em plasma entre 6 a 24 horas após a coleta. Se as amostras não forem processadas rápido, podem precisar ser congeladas pra manter a qualidade. Isso é meio difícil de conseguir, principalmente em lugares com recursos limitados. Às vezes, as amostras chegam ao laboratório depois de 24 horas, e podem ser armazenadas em temperatura ambiente antes do teste. Os pesquisadores investigaram como esses atrasos e as condições de Armazenamento afetam a precisão dos resultados dos testes.
Objetivos do Estudo
O estudo tinha como objetivo descobrir:
- Como o atraso no teste afeta a precisão das medições de RNA do HIV em amostras de sangue que não foram processadas?
- O que acontece com a precisão das medições de RNA do HIV quando as amostras são armazenadas a temperaturas mais altas (entre 25-30°C) antes do teste?
- Processar a amostra (centrifugação) antes de armazená-la leva a resultados mais precisos quando o teste é atrasado? E pular uma segunda etapa de centrifugação impacta os resultados?
Métodos
O estudo recebeu aprovação ética de um comitê que revisa pesquisas envolvendo seres humanos. Os participantes eram adultos com mais de 18 anos que concordaram em participar. O recrutamento de pacientes começou no final de 2019 e continuou até 2023, com atrasos por causa da pandemia.
A pesquisa aconteceu em três locais diferentes de teste. Os pacientes foram recrutados de clínicas que oferecem tratamento antirretroviral. Quando os pacientes iam fazer seu teste de CV, eram convidados a fornecer amostras extras de sangue para o estudo. Três amostras foram coletadas durante a mesma punção e enviadas para o laboratório para teste.
No laboratório, uma amostra foi processada imediatamente, enquanto as outras duas foram armazenadas em temperatura ambiente para testes posteriores. Diferentes pontos de tempo foram definidos para verificar como as amostras armazenadas se saíram. Uma amostra foi verificada após quatro dias, e a outra após sete dias. O teste de CV foi realizado usando métodos padrão em cada laboratório participante.
Resultados
O estudo incluiu 249 participantes, e amostras de alguns pacientes (6) que demoraram mais de 24 horas para chegar ao laboratório foram excluídas. O teste inicial mostrou uma variedade de resultados de CV, com algumas amostras sendo indetectáveis e outras muito altas.
Estabilidade da Carga Viral Após Armazenamento
Os pesquisadores avaliaram as diferenças nos resultados de CV entre o primeiro dia e os dias quatro e sete após o armazenamento. Houve apenas uma leve mudança nas leituras do dia um para o dia quatro e sete, indicando que os resultados permaneceram estáveis mesmo com os atrasos. Para amostras que tinham uma carga viral mais alta (maior que 2 log cópias/mL), os resultados foram consistentes, mostrando pouco impacto do atraso no tempo.
Porém, para amostras com carga viral baixa (menos de 2 log cópias/mL), houve mais variação. Um pouco mais da metade dessas amostras teve resultados consistentes quando re-testadas. Essa inconsistência em resultados próximos ao limite de detecção é esperada, já que pequenas mudanças podem levar a diferenças percentuais maiores.
Comparação de Amostras de Carga Viral Baixa
Entre as amostras que inicialmente eram indetectáveis ou tinham uma carga viral de menos de 50 cópias/mL, algumas se tornaram detectáveis durante o re-teste. No total, 18 pacientes que inicialmente tiveram resultados de carga viral baixa mostraram leituras mais altas em testes posteriores. Isso aconteceu de forma aleatória e não parecia piorar com o tempo.
Curiosamente, a probabilidade de detectar o vírus em testes posteriores era maior para amostras que estavam próximas ao limite de detecção no primeiro dia. Os métodos de teste usados em diferentes laboratórios pareciam levar a resultados variados. Alguns lugares tinham uma porcentagem maior de amostras inicialmente indetectáveis que se tornaram detectáveis depois.
Impacto da Centrifugação e Condições de Armazenamento
O estudo também analisou se amostras que foram processadas inicialmente e depois testadas mostrariam resultados diferentes. Para amostras que foram centrifugadas e re-testadas sem processamento adicional, os níveis de CV foram bem semelhantes. Não houve mudanças significativas na carga viral ao re-testar essas amostras, sugerindo que o processamento centrífugo inicial ajudou a manter a integridade da amostra.
No geral, os pesquisadores descobriram que os atrasos nos testes tiveram um impacto mínimo nas medições de CV, especialmente para amostras com valores iniciais mais altos. Isso é tranquilizador, especialmente em situações do dia a dia onde atrasos são comuns por causa de problemas logísticos.
Conclusão
O estudo fornece insights valiosos sobre como o tempo e o manuseio das amostras afetam a precisão dos testes de carga viral do HIV. Embora uma variabilidade significativa tenha sido notada para amostras com cargas virais muito baixas, a maioria dos resultados permaneceu estável ao longo dos atrasos nos testes. Para amostras com cargas virais mais altas, os atrasos nos testes não mudaram significativamente os resultados, o que é crucial para o manejo dos pacientes.
Os profissionais de saúde devem estar cientes da variabilidade ao interpretar os resultados de CV, especialmente na ponta mais baixa, e considerar as condições sob as quais as amostras foram armazenadas. Essa compreensão ajudará a melhorar o manejo de pacientes vivendo com HIV e garantir que os testes continuem sendo confiáveis mesmo diante de desafios logísticos.
Resumindo, essa pesquisa destaca a importância de monitorar como as amostras são manuseadas e enfatiza que atrasos de tempo, embora não ideais, não necessariamente levam a leituras imprecisas para a maioria dos pacientes com cargas virais mais altas. Pesquisas continuadas poderiam explorar mais os mecanismos por trás das variabilidades em níveis baixos de detecção e melhorar as práticas de testes em ambientes com recursos limitados, melhorando, em última instância, os cuidados aos pacientes.
Título: Field study to determine the reliability of HIV viral load results shows minimal impact of delayed testing.
Resumo: Understanding factors that impact on the accuracy of HIV viral load (VL) results is key to quality improvements of VL programmes, particularly in resource limited settings. In this study we evaluated whether testing delay and room temperature storage (between 25-30{degrees}C) prior to testing affected results. 249 individuals who were on antiretroviral therapy, or with newly diagnosed HIV, were recruited and three PPT samples were collected from each patient. One sample was tested within 24 hours, while the others were stored un-centrifuged at ambient temperature prior to testing. Centrifugation and testing of matched samples were performed on days 4 and 7 after collection. In samples with initial VL >2 log copies/mL, time delay and ambient temperature storage had minimal impact. When grouped according to day 1 VL range, 96-100% of samples at day 4 and 93-100% at day 7 had a VL within 0.5 log copies/mL of the first result. Greatest variability was observed at day 4 and 7 when the day 1 VL was
Autores: Diana Ruth Hardie, H. Newman, J. Ried, N.-Y. Hsiao, G. van Zyl, L. Hans, J. Odayar, S. Korsman
Última atualização: 2023-09-02 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.30.23294838
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.30.23294838.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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