Avanços na Pesquisa do Tratamento da Doença Mão-Pé-Boca
Novas descobertas podem levar a tratamentos eficazes para a HFMD e infecções virais parecidas.
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Índice
- Enterovírus e Seus Riscos
- Papel da Protease 2A
- Investigando Novos Tratamentos
- Cristalografia e Triagem de Fragmentos
- Produzindo e Purificando a Proteína
- Testando a Atividade da Enzima
- Cristalização da Protease 2A
- Resultados da Triagem de Fragmentos
- Analisando Interações de Ligação
- Variações Estruturais e Implicações para o Design de Medicamentos
- Direções Futuras
- Conclusão
- Fonte original
A doença mão-pé-boca (DMPB) é principalmente causada por certos vírus da família Picornaviridae. Os dois principais vírus desse grupo são o Enterovírus A71 e o Coxsackie A16. A DMPB costuma afetar crianças pequenas, especialmente as menores de cinco anos, mas crianças mais velhas e adultos também podem pegar. Os sintomas geralmente incluem febre, erupções nas mãos e pés, e feridas na boca. Na maioria das vezes, esses sintomas se resolvem em até dez dias sem precisar de tratamento médico mais sério. No entanto, a DMPB é super contagiosa e pode se espalhar facilmente por gotículas no ar ou pelo consumo de itens infectados. Em casos raros, mas sérios, pode levar a complicações como meningite viral e condições parecidas com poliomielite.
Enterovírus e Seus Riscos
Os enterovírus, especialmente o Enterovírus A71 e o Coxsackie A16, representam um risco potencial para futuros surtos. Se esses vírus se tornarem mais infecciosos ou começarem a afetar mais adultos, podem causar um grande número de casos que podem sobrecarregar os sistemas de saúde.
Papel da Protease 2A
As proteases 2A dos enterovírus (abrev. 2Apro) são enzimas importantes para esses vírus. Elas ajudam o vírus a amadurecer e continuar seu ciclo de vida cortando-se de uma proteína maior. Essa ação é necessária para o vírus funcionar direitinho nas células do hospedeiro. A 2Apro também interage com proteínas nas células humanas, o que ajuda o vírus a crescer enquanto limita a produção das proteínas do hospedeiro. Essa estratégia discreta permite que o vírus prospere enquanto escapa da resposta imune do hospedeiro.
Investigando Novos Tratamentos
Teve pouca pesquisa focando nas proteases 2A dos enterovírus como potenciais tratamentos. Alguns inibidores que existem não são adequados para uso em pacientes. Um composto promissor, o Telaprevir, é aprovado para tratar hepatite C e mostra alguma capacidade de se ligar às proteases 2A dos enterovírus, mas não é oficialmente usado para isso.
Triagem de Fragmentos
Cristalografia ePara encontrar novos inibidores para essas proteases, os cientistas usam uma técnica chamada cristalografia, onde a estrutura das proteínas é estudada em detalhe. Fazendo isso, os pesquisadores esperam identificar partes da proteína que poderiam ser alvo de novos medicamentos. A triagem de fragmentos é um método onde pequenos fragmentos de potenciais medicamentos são testados para ver se conseguem se ligar às proteínas. Essa técnica é sensível e pode levar à descoberta rápida de compostos eficazes.
Em um estudo recente, os pesquisadores projetaram um gene sintético para a protease 2A do Coxsackievirus A16. Esse gene permite a produção da protease em condições de laboratório, facilitando o estudo e o desenvolvimento de potenciais tratamentos.
Produzindo e Purificando a Proteína
Os passos para produzir e purificar a protease 2A foram cuidadosamente planejados. Os pesquisadores transformaram bactérias com o gene sintético, cultivando-as em um caldo de nutrientes especial. Após colher essas bactérias e quebrá-las, a protease 2A foi extraída e purificada usando uma série de técnicas químicas. Isso resultou em uma forma pura da enzima que pode ser usada para estudos experimentais.
Testando a Atividade da Enzima
Para ver como a protease 2A purificada funciona, os cientistas fizeram testes usando um inibidor conhecido, o Telaprevir. Eles mediram quanto do inibidor era necessário para reduzir a atividade da enzima. Essa informação ajuda a confirmar que a protease está funcionando como esperado e que as descobertas do estudo são confiáveis.
Cristalização da Protease 2A
Depois de confirmar a atividade, o próximo passo foi cristalizar a protease 2A. A cristalização permite que os cientistas vejam a forma da proteína em grandes detalhes. Os pesquisadores experimentaram diferentes condições para encontrar o ambiente certo para os cristais se formarem. Eles descobriram várias condições que produziram cristais de alta qualidade adequados para análises futuras.
Resultados da Triagem de Fragmentos
Uma vez que os cristais adequados foram obtidos, os pesquisadores prosseguiram com a triagem de fragmentos. Eles expuseram os cristais a bibliotecas de pequenos fragmentos químicos para ver quais se ligariam à protease 2A. Esse processo de triagem ajudou a identificar vários fragmentos que podem levar a novos candidatos a medicamentos. Muitos dos fragmentos se ligaram ao local ativo da protease, que é a parte da proteína essencial para seu funcionamento.
Analisando Interações de Ligação
A ligação desses fragmentos à protease foi analisada. Os pesquisadores notaram como os fragmentos interagiam com aminoácidos específicos dentro do local ativo e outras regiões da proteína. Essa informação é crucial para projetar inibidores mais potentes em estudos futuros. Alguns fragmentos foram encontrados em áreas-chave que provavelmente são importantes para a atividade da enzima.
Variações Estruturais e Implicações para o Design de Medicamentos
O estudo também revelou que a estrutura da protease 2A é geralmente consistente, mas algumas variações existem, especialmente em um laço flexível que afeta a forma do local ativo. Entender essas variações pode ajudar os pesquisadores a criar inibidores melhores que atinjam a protease de forma eficaz.
Direções Futuras
As percepções obtidas com essa pesquisa abrem portas para desenvolver novas terapias para doenças causadas por enterovírus. Ao fundir e modificar os fragmentos identificados, é possível criar compostos que possam inibir efetivamente a protease 2A enquanto mantêm as propriedades essenciais para o desenvolvimento de medicamentos. A esperança é gerar tratamentos altamente eficazes que combatam surtos existentes e futuros de DMPB e outras doenças relacionadas a esses enterovírus.
Conclusão
Essa pesquisa marca um passo significativo em direção à descoberta de novos tratamentos para a doença mão-pé-boca e infecções semelhantes causadas por enterovírus. Focando na protease 2A, os cientistas buscam desenvolver terapias direcionadas que possam eventualmente levar a um manejo eficaz dessas infecções virais. A abordagem sistemática de produzir proteínas, testar sua atividade e fazer triagem de compostos de ligação fornece uma base sólida para futuros esforços de descoberta de medicamentos. À medida que mais descobertas surgirem, o caminho para intervenções eficazes pode se tornar mais claro, potencialmente mudando os resultados para muitos afetados por esses vírus.
Título: Crystallographic Fragment Screen of Coxsackievirus A16 2A Protease identifies new opportunities for the development of broad-spectrum anti-enterovirals
Resumo: Enteroviruses are the causative agents of paediatric hand-foot-and-mouth disease, and a target for pandemic preparedness due to the risk of higher order complications in a large-scale outbreak. The 2A protease of these viruses is responsible for the self-cleavage of the poly protein, allowing for correct folding and assembly of capsid proteins in the final stages of viral replication. These 2A proteases are highly conserved between Enterovirus species, such as Enterovirus A71 and Coxsackievirus A16. Inhibition of the 2A protease deranges capsid folding and assembly, preventing formation of mature virions in host cells and making the protease a valuable target for antiviral activity. Herein, we describe a crystallographic fragment screening campaign that identified 75 fragments which bind to the 2A protease including 38 unique compounds shown to bind within the active site. These fragments reveal a path for the development of non-peptidomimetic inhibitors of the 2A protease with broad-spectrum anti-enteroviral activity.
Autores: Ryan M Lithgo, C. W. E. Tomlinson, M. Fairhead, M. Winokan, W. Thompson, C. Wild, J. Aschenbrenner, B. Balcomb, P. G. Marples, A. V. Chandran, M. N. Golding, L. Koekemoer, E. P. Williams, S. Wang, X. Ni, E. M. MacLean, C. Giroud, T. Zarganes-Tzitzikas, A. Schutzer de Godoy, M.-A. Xavier, M. Walsh, D. Fearon, F. von Delft
Última atualização: 2024-04-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.29.591684
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.29.591684.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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