Inibidores SGLT2: Um possível vínculo com a redução do risco de câncer de próstata
Pesquisas sugerem que inibidores de SGLT2 podem reduzir o risco de câncer de próstata em homens com diabetes.
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O diabetes é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Em 2021, cerca de 537 milhões de indivíduos viviam com diabetes. Essa condição tem várias formas, sendo o Diabetes Tipo 2 o mais comum. Controlar o diabetes geralmente envolve o uso de medicamentos, e um tipo deles é chamado inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2). Estudos recentes mostram que esses medicamentos podem não apenas ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, mas também podem diminuir as chances de desenvolver problemas cardíacos e renais associados ao diabetes.
Inibidores de SGLT2 e Seus Benefícios
A Associação Americana de Diabetes e a Associação Europeia para o Estudo do Diabetes agora sugerem os inibidores de SGLT2 como uma opção de tratamento preferida para pessoas com diabetes que também estão em alto risco de doenças cardíacas, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica. Esses medicamentos ganharam popularidade entre os médicos tanto na área de diabetes quanto na saúde do coração.
Curiosamente, há uma conexão conhecida entre diabetes e câncer, especialmente câncer de próstata. O câncer de próstata é bem comum, principalmente entre os homens, e é o segundo câncer mais diagnosticado no mundo entre eles. Apesar do vínculo entre diabetes e câncer de próstata, atualmente não há recomendações claras para o uso de medicamentos para diabetes, como os inibidores de SGLT2, especificamente para homens com as duas condições.
O Potencial Vínculo Entre Inibidores de SGLT2 e Câncer de Próstata
Revisões e estudos recentes exploraram como os inibidores de SGLT2 podem ter efeitos anticâncer, especialmente para homens com diabetes. Alguns estudos observacionais sugerem que homens que tomam esses medicamentos podem ter um risco menor de desenvolver câncer de próstata. No entanto, estudos maiores mostraram resultados mistos, tornando incerto se os inibidores de SGLT2 realmente diminuem o risco de câncer de próstata.
Para aprofundar essa questão, os pesquisadores usaram vários métodos para avaliar a relação entre inibidores de SGLT2 e o risco de câncer de próstata. Eles analisaram genética humana, bancos de dados de saúde e dados biológicos para reunir evidências e formar conclusões.
Um método chamado randomização mendeliana usa informações genéticas para estimar se um medicamento pode ter um efeito em uma doença. Essa abordagem pode ajudar a estabelecer uma relação mais precisa entre o uso de inibidores de SGLT2 e o risco de câncer de próstata.
Entendendo o Design do Estudo de Pesquisa
Na investigação, os pesquisadores se propuseram a determinar se os inibidores de SGLT2 poderiam afetar o desenvolvimento de câncer de próstata e suas diferentes formas. Eles utilizaram múltiplas abordagens para reunir evidências, incluindo estudos genéticos, análises observacionais usando Registros de Saúde e dados biológicos de amostras de tecido canceroso.
O estudo buscou analisar dados de grandes grupos de homens para garantir que os resultados fossem confiáveis. Ao examinar os fatores genéticos que influenciam a inibição de SGLT2, eles pretendiam encontrar conexões com o risco de câncer de próstata por meio de bancos de dados e estudos de coorte bem estabelecidos.
Principais Descobertas das Análises Genéticas
Os pesquisadores descobriram que o uso de inibidores de SGLT2, determinado por fatores genéticos, mostrou um vínculo promissor com a redução dos riscos de câncer de próstata em geral, assim como tipos específicos, como câncer de próstata avançado e câncer de próstata de início precoce. Essas descobertas foram consistentes em várias análises, sugerindo uma conexão potencialmente sólida entre inibidores de SGLT2 e menor risco de câncer de próstata.
Estudos Observacionais e Registros de Saúde
Para apoiar ainda mais suas descobertas, os pesquisadores conduziram estudos observacionais usando registros eletrônicos de saúde. Eles compararam homens com diabetes tipo 2 que foram prescritos inibidores de SGLT2 com aqueles que receberam um tipo diferente de medicamentos para diabetes. Os resultados indicaram que aqueles que usaram inibidores de SGLT2 tinham um risco 23% menor de desenvolver câncer de próstata durante o período de acompanhamento.
Análise Biológica de Tecidos Cancerosos
Os pesquisadores também investigaram amostras de tecido de pacientes com câncer de próstata. Eles descobriram que os níveis de expressão de SGLT2 eram significativamente mais altos em tecidos cancerosos em comparação com tecidos normais. Essa diferença sugere que o SGLT2 pode desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer, levando a hipóteses sobre como os inibidores de SGLT2 poderiam afetar o câncer de próstata.
HbA1c no Risco de Câncer de Próstata
O Papel daOutro aspecto da pesquisa analisou como os níveis de HbA1c, um marcador de controle do açúcar no sangue, se relacionam com o risco de câncer de próstata. Os estudos não encontraram evidências fortes de que a HbA1c influencie significativamente a probabilidade de desenvolver câncer de próstata. Isso levanta a possibilidade de que os inibidores de SGLT2 possam proteger contra o câncer por meio de mecanismos não relacionados ao controle do açúcar no sangue.
O Que Isso Significa Para o Futuro?
Os achados sugerem que os inibidores de SGLT2 podem ter benefícios além do controle do diabetes, especialmente na redução do risco de câncer de próstata. No entanto, é fundamental abordar esses resultados com cautela. Embora a evidência seja promissora, mais ensaios clínicos são necessários para entender completamente como os inibidores de SGLT2 podem funcionar como uma estratégia para prevenir ou tratar o câncer de próstata.
Forças e Limitações do Estudo
Essa pesquisa tem várias forças, incluindo o uso de múltiplas abordagens para reunir evidências, o foco em diversos grupos de homens com diabetes e métodos rigorosos para selecionar instrumentos genéticos. No entanto, também há limitações. As estimativas derivadas de análises genéticas são baseadas em intervenções de longo prazo e podem não se traduzir diretamente em efeitos clínicos de curto prazo vistos em ensaios.
Apesar dessas limitações, a evidência geral aponta para um efeito protetor potencial dos inibidores de SGLT2 sobre o câncer de próstata. Futuros ensaios clínicos focando em homens com diabetes e aqueles em alto risco de câncer de próstata poderiam fornecer insights valiosos sobre essa relação e possivelmente influenciar diretrizes de tratamento.
Conclusão
Resumindo, a ligação entre diabetes, câncer de próstata e o uso de inibidores de SGLT2 é uma questão complexa. A pesquisa indica que esses medicamentos podem reduzir o risco de câncer de próstata, mas mais estudos são necessários para validar essas descobertas. Entender essa conexão poderia levar a estratégias de gestão melhoradas para homens que vivem com diabetes e câncer de próstata, oferecendo novas esperanças para melhores resultados de saúde.
Título: Mendelian randomization revealing the protective effect of sodium-glucose cotransporter 2 inhibition on prostate cancer with verified evidence from electronic healthcare and biological data
Resumo: BackgroundObservational studies indicated a decreased risk of prostate cancer by SGLT2 inhibitors, but high-quality evidence is lacking to make a clear conclusion. We evaluated the effect of SGLT2 inhibition on prostate cancer risk by triangulating evidence from three methods. MethodsGenetic variants associated with HbA1c levels (P View larger version (32K): [email protected]@13d8f03org.highwire.dtl.DTLVardef@783dc7org.highwire.dtl.DTLVardef@200f8e_HPS_FORMAT_FIGEXP M_FIG C_FIG Research in contextO_ST_ABSEvidence before this studyC_ST_ABSWe searched PubMed, Embase and clinicaltrials.gov databases from inception up to July 11, 2023 using the search terms: "SGLT2 inhibitor", "canagliflozin", "dapagliflozin", or "empagliflozin" and "prostate cancer" and "clinical trials", without language restrictions. Some functionals studies provided evidence of SGLT2 inhibition on reduce the viability of prostate cancer cells but lack of human-based evidence. Only one clinical trial study is investigating the role of SGLT2 inhibitors on prostate cancer in individuals with diabetes. Other 46 trials of SGLT2 inhibitors set prostate cancer as secondary outcome, the prostate cancer cases were limited for these studies, power issues have prevented clear causal inference. Little has been done to establish the causal role of SGLT2 inhibition on total and incident prostate cancer. Added value of this studyIn this study, Mendelian randomization (MR) was applied in 140,254 men (79,148 with prostate cancer), and suggested that genetically proxied SGLT2 inhibition showed an effect on 44%, 48% and 73% reduced risk of total-, advanced- and early-onset prostate cancer in the general male population. Validation analysis using electronic health-care record data (81,122 men with diabetes) suggested that usage of SGLT2 inhibitor was associated with a 23% reduced risk of prostate cancer in males with diabetes. The differential expression analysis in 639 men with prostate cancer showed that the expression of SGLT2 was 2.02 folds higher in prostate cancer tissues compared with that in surrounding normal prostate tissues. As a benchmark, MR and observational analyses showed little evidence to support an effect of HbA1c on prostate cancer, which suggests a potential non-HbA1c effect of SGLT2 inhibition on prostate cancer. Implication of all the available evidenceThere were multiple sources of evidence to support a protective role of genetically proxied SGLT2 inhibition and usage of SGLT2 inhibitors on risk of prostate cancer in men with and without diabetes and/or prostate cancer. Future clinical trials should be prioritised for investigation of the long-term use of SGLT2 inhibitors in the prevention and treatment of prostate cancer.
Autores: Jie Zheng Professor, J. Zheng, J. Lu, J. Qi, Q. Yang, H. Zhao, Y. Ye, M. Xu, Y. Xu, T. Wang, M. Li, Z. Zhao, R. Zheng, S. Wang, H. Lin, C. Hu, C. Sze Ling Chui, S. L. Au Yeung, S. Luo, O. Dimopoulou, P. Dixon, S. Harrison, Y. Liu, J. Robinson, J. Yarmolinsky, P. Haycock, J. Yuan, S. Lewis, T. R. Gaunt, G. Davey Smith, G. Ning, R. M. Martin, B. Cui, W. Wang, Y. Bi
Última atualização: 2023-10-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.10.23296790
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.10.23296790.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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