Abordando o Viés em Sistemas de Reconhecimento Visual
Esse estudo apresenta um método pra reduzir o viés em modelos de aprendizado de máquina.
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Índice
Nos últimos anos, o aprendizado de máquina tem sido cada vez mais usado em áreas importantes como contratações, bancos e Justiça criminal. Embora esses modelos sejam super úteis, às vezes eles se baseiam em características sociais como gênero ou raça. Isso pode levar a resultados injustos, tornando essencial desenvolver sistemas que possam tomar decisões mais justas.
Um dos desafios centrais é que muitos sistemas de aprendizado de máquina aprendem com dados que incluem essas características tendenciosas. Isso gera situações onde as previsões do modelo são injustamente influenciadas por características que não deveriam importar. O objetivo deste trabalho é encontrar uma maneira de tornar esses sistemas de reconhecimento visual mais justos.
Viés
O Problema doModelos padrão de aprendizado de máquina podem, sem querer, aprender viés a partir dos Dados de Treinamento. Por exemplo, se um modelo é treinado para reconhecer candidatos a empregos, ele pode tomar decisões com base em gênero ou raça em vez de qualificação. Quando isso acontece, as decisões do modelo podem reforçar preconceitos sociais existentes, levando a tratamento injusto de certos grupos.
Existem diferentes maneiras que os pesquisadores tentaram para remover o viés desses modelos. Um método é eliminar informações sobre atributos sociais sensíveis dos dados de treinamento. No entanto, isso nem sempre é eficaz, especialmente quando as características tendenciosas estão fortemente ligadas à tarefa que o modelo está tentando realizar. Por exemplo, se um modelo é treinado para reconhecer enfermeiras, a associação entre "mulher" e "enfermeira" pode ser muito forte, dificultando a remoção do viés.
Alguns métodos existentes, como o desvio adversarial, tentam reduzir o viés treinando modelos que ignoram essas características sensíveis. Mas, devido aos fortes laços entre as tarefas-alvo e os atributos tendenciosos, esses métodos muitas vezes têm dificuldade em eliminar completamente o viés.
Características de Atalho
Recentemente, pesquisadores identificaram um fenômeno conhecido como aprendizado por atalho. Isso acontece quando modelos se baseiam em características fáceis de aprender no conjunto de treinamento que não se aplicam à situação geral, levando a um desempenho ruim quando confrontados com novos dados. Características de atalho podem ser padrões mais simples que o modelo consegue captar rapidamente, mas que podem não representar o quadro completo.
Neste trabalho, propomos usar características de atalho deliberadamente para ajudar na remoção de viés. A ideia é substituir as características tendenciosas por características de atalho que possam fornecer informações similares para a tarefa-alvo, mas que não estejam ligadas a características sociais. Esse método visa mudar o foco do modelo de características tendenciosas para essas características de atalho mais neutras, mas ainda eficazes.
Abordagem de Desvio por Atalho
O nosso método proposto, chamado de Desvio por Atalho, tem duas etapas principais.
Etapa 1: Treinamento com Características de Atalho
Durante a fase de treinamento, o modelo é treinado para priorizar características de atalho. Isso significa que, em vez de depender de características tendenciosas, o modelo aprende a usar essas características de atalho para fazer suas previsões. Isso ajuda a criar um modelo que toma decisões sem ser influenciado por viés prejudicial.
Etapa 2: Intervenção Durante a Inferência
Quando o modelo é colocado em ação em situações reais (inferência), aplicamos uma intervenção para remover a influência das características de atalho. A principal vantagem desse sistema é que ele permite que o modelo desempenhe bem as tarefas sem depender de características tendenciosas.
Na prática, configuramos as características de atalho para serem fáceis de aprender e consistirem em padrões simples. Isso dá ao modelo as informações que ele precisa sem introduzir viés. Durante a inferência, podemos aplicar uma técnica chamada intervenção causal, que nos permite substituir essas características de atalho por uma característica uniforme. Isso ajuda a garantir que as previsões do modelo sejam justas e não influenciadas por viés.
Trabalhos Relacionados
Muitas abordagens foram desenvolvidas para tentar reduzir o viés no aprendizado de máquina. Esses métodos podem ser agrupados em três categorias com base em quando são aplicados: antes do treinamento (pré-processamento), durante o treinamento (processamento) e após o treinamento (pós-processamento).
Métodos de pré-processamento focam em limpar os dados antes de usá-los para treinar o modelo. Métodos de processamento, como o que discutimos, trabalham em ajustes do modelo durante seu treinamento para impor critérios de justiça. Técnicas de pós-processamento ajustam a saída do modelo após o treinamento para atender aos padrões de justiça.
A maioria das técnicas existentes geralmente enfrenta problemas porque tentam separar as características tendenciosas das características alvo, que estão intimamente ligadas. O novo ângulo que estamos adotando é usar características de atalho como uma ponte nessa relação, permitindo que o modelo use informações de forma eficaz enquanto mantém o viés afastado.
A Importância da Justiça no Reconhecimento Visual
Justiça no reconhecimento visual significa que um modelo deve fazer previsões com base apenas nas características relevantes da entrada. Por exemplo, em um modelo de contratações, a decisão deve depender de habilidades e experiência em vez de gênero ou raça. Quando um modelo é treinado com dados tendenciosos, ele pode identificar essas conexões indesejadas, levando a resultados injustos.
Ao utilizar a propriedade do aprendizado por atalho de maneira positiva, podemos criar modelos que ajudam a prevenir e reduzir o viés. O Desvio por Atalho opera em duas fases principais, onde a fase de treinamento foca em características de atalho, e a fase de inferência aplica intervenções para evitar viés.
Implementação do Desvio por Atalho
Treinamento com Características de Atalho
A capacidade de fornecer informações tendenciosas consistentes a partir das características de atalho é a chave para fazer esse método funcionar. As características de atalho são projetadas para espelhar as características tendenciosas, mas sem as implicações sociais negativas. Por exemplo, podemos definir características de atalho para serem todas zeros ou todas umas, que são fáceis de aprender e permitem que o modelo se concentre nesses caminhos mais simples.
Ao vincular essas características aos dados originais, o modelo é treinado para entender a relação entre as características de atalho e a tarefa alvo. Isso cria um ambiente de aprendizado onde o modelo pode operar sem depender de características tendenciosas.
Inferência com Características de Intervenção
Depois que o modelo é treinado, se torna necessário garantir que os viéses associados às características de atalho não afetem suas previsões. É aqui que a intervenção causal entra em cena. Ao aplicar uma característica uniforme em amostras de teste, podemos neutralizar os impactos das características de atalho.
Esse processo garante que durante a inferência, a dependência do modelo se desloque das características de atalho para uma perspectiva neutra, incentivando um resultado justo, independentemente das informações tendenciosas que poderiam estar presentes nos dados de treinamento.
Configuração Experimental
Para avaliar a eficácia do nosso método proposto, realizamos experimentos usando conjuntos de dados bem conhecidos. Focamos nos conjuntos de dados CelebA e UTKFace, que anotam vários atributos como gênero e idade. Nosso objetivo era medir o quão bem nosso método poderia remover o viés dos modelos.
Métricas Utilizadas
Consideramos várias métricas para avaliar tanto a justiça quanto a precisão. A precisão do viés foca no desempenho do modelo em relação às características tendenciosas. A precisão justa avalia quão bem o modelo se sai em diferentes grupos, garantindo que não favoreça injustamente um grupo em relação a outro.
Resultados
Os resultados dos nossos experimentos foram promissores. O Desvio por Atalho Ativo conseguiu superar significativamente os modelos de linha de base em termos de justiça e precisão. Notavelmente, o desempenho do modelo melhorou sem sacrificar sua capacidade de fazer previsões precisas.
O Desvio por Atalho Ativo também mostrou resiliência em condições variadas, lidando efetivamente com diferentes viéses nos dados. Se estávamos abordando gênero, idade ou etnia, o método manteve um desempenho forte, validando sua generalizabilidade.
Robustez em Arquiteturas de Rede
Também testamos o método em diferentes tipos de arquiteturas de redes neurais. Isso mostrou que nossa abordagem é adaptável e pode ser implementada com sucesso em várias estruturas de modelos, provando sua versatilidade e robustez.
Eficácia do Aprimoramento do Efeito de Atalho
Para garantir que as características de atalho estavam sendo aproveitadas de forma eficaz, monitoramos a dependência do modelo nessas características. Descobrimos que o Desvio por Atalho Ativo aumentou com sucesso a dependência das características de atalho enquanto reduzia a dependência de características tendenciosas, levando a um desempenho geral melhor na remoção de viés.
Conclusão
Em resumo, este trabalho introduz uma abordagem inovadora para abordar o viés em modelos de reconhecimento visual. Ao utilizar inteligentemente características de atalho, oferecemos uma maneira de evitar as armadilhas de depender de dados tendenciosos enquanto ainda alcançamos um desempenho forte nas tarefas-alvo.
O método proposto de Desvio por Atalho demonstra melhorias significativas tanto em precisão quanto em justiça. Com seu foco duplo em treinar com características de atalho e empregar intervenções causais durante a inferência, essa abordagem representa um avanço promissor no campo do aprendizado de máquina justo.
À medida que o aprendizado de máquina continua a ser integrado em processos críticos de tomada de decisão, nossas descobertas enfatizam a importância de desenvolver sistemas que promovam justiça e equidade. As implicações desta pesquisa ressaltam a necessidade de criar métodos eficazes para reduzir o viés, garantindo que a tecnologia sirva todos os indivíduos de forma justa e equitativa.
Título: Benign Shortcut for Debiasing: Fair Visual Recognition via Intervention with Shortcut Features
Resumo: Machine learning models often learn to make predictions that rely on sensitive social attributes like gender and race, which poses significant fairness risks, especially in societal applications, such as hiring, banking, and criminal justice. Existing work tackles this issue by minimizing the employed information about social attributes in models for debiasing. However, the high correlation between target task and these social attributes makes learning on the target task incompatible with debiasing. Given that model bias arises due to the learning of bias features (\emph{i.e}., gender) that help target task optimization, we explore the following research question: \emph{Can we leverage shortcut features to replace the role of bias feature in target task optimization for debiasing?} To this end, we propose \emph{Shortcut Debiasing}, to first transfer the target task's learning of bias attributes from bias features to shortcut features, and then employ causal intervention to eliminate shortcut features during inference. The key idea of \emph{Shortcut Debiasing} is to design controllable shortcut features to on one hand replace bias features in contributing to the target task during the training stage, and on the other hand be easily removed by intervention during the inference stage. This guarantees the learning of the target task does not hinder the elimination of bias features. We apply \emph{Shortcut Debiasing} to several benchmark datasets, and achieve significant improvements over the state-of-the-art debiasing methods in both accuracy and fairness.
Autores: Yi Zhang, Jitao Sang, Junyang Wang, Dongmei Jiang, Yaowei Wang
Última atualização: 2023-08-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2308.08482
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2308.08482
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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