Novo modelo prevê idade cerebral em jovens
Um modelo revolucionário prevê a idade cerebral em crianças e jovens usando scans de MRI.
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Esforços recentes têm se concentrado em prever a idade do cérebro usando exames de ressonância magnética (MRI), o que pode trazer benefícios significativos para a saúde. Essa previsão envolve comparar a condição do cérebro com sua idade cronológica real. Entender as diferenças entre a idade do cérebro prevista e a idade real pode ajudar pesquisadores a aprender sobre os efeitos de diferentes fatores, como doenças e circunstâncias de vida, no desenvolvimento do cérebro.
A diferença entre a idade do cérebro prevista e a idade real, chamada de "gap de idade do cérebro", pode fornecer insights sobre várias condições relacionadas ao cérebro. Pesquisas mostraram que um gap de idade do cérebro maior muitas vezes está ligado a distúrbios como esquizofrenia, esclerose múltipla, problemas cognitivos leves e demência. Acompanhar esse gap de idade do cérebro pode ajudar a avaliar tratamentos voltados para prevenir o declínio cognitivo.
A maioria dos estudos até agora se concentrou em adultos e pessoas mais velhas, vendo o envelhecimento acelerado do cérebro como um problema. No entanto, ainda precisamos de mais informações sobre como a idade do cérebro é relevante para crianças e jovens adultos, já que poucos modelos confiáveis foram desenvolvidos para prever a idade do cérebro nesse grupo. Modelos existentes muitas vezes têm dificuldades para se sair bem com dados novos que não faziam parte do seu conjunto de treino.
Pesquisadores tentaram muitos métodos para prever a idade do cérebro, levando a uma variedade de resultados. Comparar esses métodos é complicado devido a diferenças nas populações de estudo, processos de imagem e métodos de avaliação. O Aprendizado Profundo (deep learning) se tornou uma abordagem popular para a previsão da idade do cérebro porque mostrou grande sucesso na análise de imagens e pode contornar métodos tradicionais que consomem muito tempo.
Apesar do potencial desses métodos, houve poucos estudos focando especificamente na previsão da idade do cérebro em crianças. Isso é provavelmente devido à falta de dados disponíveis para esse grupo etário. Estudos existentes costumam usar dados de instituições únicas e não têm validações em múltiplas instituições, o que é necessário para garantir que um modelo seja realmente generalizável e útil em situações do dia a dia.
Variações no equipamento de imagem, demografia dos pacientes e outros fatores podem afetar significativamente o desempenho em diferentes locais de estudo. Além disso, atualmente não existem modelos para previsão da idade do cérebro pediátrica com código disponível publicamente, o que limita o progresso da área e a capacidade de investigar a utilidade clínica desses modelos.
Modelos de idade do cérebro baseados em dados coletados em um único momento podem não funcionar bem para acompanhar mudanças na idade do cérebro ao longo do tempo, ou seja, mais pesquisas são necessárias para avaliar como esses modelos funcionam em múltiplos pontos no tempo e sua conexão com mudanças na estrutura do cérebro.
Para abordar essas lacunas, um estudo foi realizado para criar um modelo prático e de código aberto para prever a idade do cérebro em crianças e jovens adultos. A pesquisa utilizou uma nova abordagem baseada em difusão, conhecida como AgeDiffuse, que mostrou resultados promissores na área de imagem médica. Este estudo é importante, pois aplica modelos de difusão a tarefas relacionadas à previsão de idade a partir de imagens, uma área que não havia sido explorada antes.
Os pesquisadores usaram um grande conjunto de dados de exames de MRI de indivíduos saudáveis com idades entre 3 e 30 anos, coletados de várias localidades. Um pipeline de pré-processamento detalhado foi desenvolvido para preparar as imagens de MRI para análise. O desempenho de vários modelos de aprendizado profundo de ponta foi avaliado, incluindo um que havia sido previamente treinado para imagem médica.
O modelo AgeDiffuse incorpora novas técnicas, usando orientações de dados mais amplos e específicos para melhorar a precisão em suas previsões. Este modelo demonstrou uma generalização aprimorada quando testado em vários conjuntos de dados de diferentes regiões, indicando que poderia funcionar efetivamente em diversos ambientes clínicos.
A pesquisa também incluiu uma comparação do desempenho do modelo AgeDiffuse com outros modelos existentes. Os resultados mostraram que o AgeDiffuse superou consistentemente outros métodos, especialmente em termos de precisão ao prever a idade do cérebro em crianças e jovens adultos, tanto mais novos quanto mais velhos.
O estudo também investigou como as previsões da idade do cérebro correspondiam a mudanças estruturais no cérebro. Avaliando volumes de diferentes regiões cerebrais, os pesquisadores buscaram entender melhor os fatores biológicos que contribuem para as previsões da idade do cérebro. Os resultados destacaram vínculos significativos entre a idade do cérebro prevista e a estrutura cerebral, onde diferenças nas medições volumétricas foram vistas em relação ao gap de idade do cérebro.
Além disso, os pesquisadores exploraram como a previsão da idade do cérebro se mantém ao longo do tempo por meio de Análise Longitudinal. Aplicando o modelo AgeDiffuse a conjuntos de dados que acompanharam os sujeitos ao longo do tempo, eles descobriram que a idade do cérebro prevista se alinhava de perto com a idade real, indicando a confiabilidade do modelo. Essa capacidade de acompanhamento é crucial para entender como a idade do cérebro evolui com o tempo e como diferentes fatores podem afetar esse processo.
Em termos de aplicações clínicas, a capacidade de monitorar a idade do cérebro pode ter um impacto valioso no cuidado ao paciente. Ao monitorar o desenvolvimento do cérebro, os clínicos podem identificar mudanças que indicam riscos ou problemas de desenvolvimento, abrindo caminho para intervenções oportunas.
Usando grandes conjuntos de dados, os pesquisadores podem criar padrões para o desenvolvimento cerebral que avaliem variações individuais. Esses padrões podem ajudar a identificar marcos de crescimento importantes e detectar anormalidades no desenvolvimento do cérebro, resultando em melhores resultados de saúde.
Embora vários métodos de aprendizado profundo tenham sido introduzidos para prever a idade do cérebro, muitos têm limitações, como faixas etárias restritas e testes insuficientes em diversos conjuntos de dados. O modelo AgeDiffuse se destaca como um método bem validado com código de código aberto que pode incentivar mais pesquisas na área.
As limitações do estudo merecem ser destacadas. Por um lado, a precisão das previsões da idade do cérebro parece diminuir conforme os indivíduos envelhecem, especialmente depois dos 25 anos. Essa queda no desempenho pode estar mais ligada a diferenças reais na população do que a falhas no próprio modelo. Pesquisas futuras devem se concentrar em construir conjuntos de dados que representem melhor uma gama de demografia para melhorar a generalizabilidade.
No final das contas, o modelo AgeDiffuse representa um avanço na capacidade de prever com precisão a idade do cérebro e acompanhar suas mudanças ao longo do tempo em crianças e jovens adultos. Esse trabalho fornece uma base para estudos futuros explorarem o desenvolvimento do cérebro e os resultados de saúde associados, visando refinar métodos de previsão da idade do cérebro e suas aplicações práticas em ambientes clínicos.
A capacidade de monitorar mudanças na idade do cérebro ao longo do tempo pode iluminar fatores de saúde subjacentes e orientar decisões de saúde. As descobertas desta pesquisa ressaltam a importância de investigações contínuas sobre como a idade do cérebro interage com vários fatores de saúde e desenvolvimento ao longo da infância e juventude.
Continuações nesse campo têm o potencial de transformar nossa compreensão do desenvolvimento cerebral e oferecer novas ferramentas para detecção precoce e intervenção em problemas relacionados ao cérebro em um ambiente clínico.
Com a implementação de modelos baseados em difusão como o AgeDiffuse, há promessas de avanços na saúde pediátrica e na compreensão das trajetórias neurocognitivas de jovens indivíduos.
Título: Diffusion Deep Learning for Brain Age Prediction and Longitudinal Tracking in Children Through Adulthood
Resumo: Deep learning (DL)-based prediction of biological age in the developing human from a brain magnetic resonance image (MRI) ("brain age") may have important diagnostic and therapeutic applications as a non-invasive biomarker of brain health, aging, and neurocognition. While previous deep learning tools for predicting brain age have shown promising capabilities using single-institution, cross-sectional datasets, our work aims to advance the field by leveraging multi-site, longitudinal data with externally validated and independently implementable code to facilitate clinical translation and utility. This builds on prior foundational efforts in brain age modeling to enable broader generalization and individuals longitudinal brain development. Here, we leveraged 32,851 T1-weighted MRI scans from healthy children and adolescents aged 3 to 30 from 16 multisite datasets to develop and evaluate several DL brain age frameworks, including a novel regression diffusion DL network (AgeDiffuse). In a multisite external validation (5 datasets), we found that AgeDiffuse outperformed conventional DL frameworks, with a mean absolute error (MAE) of 2.78 years (IQR:[1.2-3.9]). In a second, separate external validation (3 datasets), AgeDiffuse yielded an MAE of 1.97 years (IQR: [0.8-2.8]). We found that AgeDiffuse brain age predictions reflected age- related brain structure volume changes better than biological age (R2=0.48 vs R2=0.37). Finally, we found that longitudinal predicted brain age tracked closely with chronological age at the individual level. To enable independent validation and application, we made AgeDiffuse publicly available and usable for the research community. HighlightsO_LIDiffusion regression models trained with a large dataset (AgeDiffuse) enable accurate pediatric brain age prediction. C_LIO_LIAgeDiffuse demonstrates relatively stable performance on multiple external validation sets across people aged 3 - 30. C_LIO_LIOur pipeline is made publicly accessible, encouraging collaboration and progress in pediatric brain research. C_LI
Autores: Benjamin H. Kann, A. Zapaishchykova, D. Tak, Z. Ye, K. X. Liu, J. Likitlersuang, S. Vajapeyam, R. B. Chopra, J. Seidlitz, R. A. Bethlehem, Lifespan Brain Chart Consortium, R. H. Mak, S. Mueller, D. A. Haas-Kogan, T. Y. Poussaint, H. J. W. L. Aerts
Última atualização: 2023-10-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.17.23297166
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.17.23297166.full.pdf
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