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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Mudanças nos Padrões de Sono Durante a COVID-19 na Coreia do Sul

Estudo revela mudanças na duração do sono durante a pandemia entre diferentes grupos.

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Mudanças no Sono DuranteMudanças no Sono Durantea Pandemiade sono na Coreia do Sul.A COVID-19 alterou bastante os padrões
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A pandemia de COVID-19 trouxe mudanças significativas na vida diária das pessoas. Pra conter a propagação do vírus, muitos países impuseram lockdowns e incentivaram o distanciamento social. Essas medidas afetaram bastante a vida social e resultaram no fechamento de escolas e locais de trabalho, o que pode ter gerado estresse e ansiedade pra muita gente.

Nesse período, o papel do sono na manutenção da saúde física e mental ficou ainda mais em evidência. Dormir bem é essencial pra um sistema imunológico funcionando e ajuda a reduzir as chances de ficar doente. Por outro lado, não dormir o suficiente-ou dormir demais-pode causar vários problemas de saúde, como pressão alta, problemas cardíacos e até aumentar as chances de morte. Além disso, problemas relacionados ao sono, como dormir demais e falta de sono, costumam estar ligados a sentimentos de tristeza e outros problemas de saúde mental. Por isso, foi crucial analisar como o sono foi afetado durante a pandemia.

Vários estudos relataram mudanças na Duração do sono durante a pandemia. Pesquisas feitas nos Estados Unidos e em vários países europeus mostraram que as pessoas começaram a dormir mais após o surto de COVID-19 no início de 2020. Especificamente, pessoas em grandes cidades como Londres, Los Angeles, Nova York, Seul e Estocolmo estavam dormindo mais do que nos mesmos meses do ano anterior. Muitos relataram dormir mais de sete horas por noite, que é o recomendado.

Além disso, a duração do sono durante a pandemia variou entre diferentes grupos de pessoas. Estudos anteriores mostraram que os padrões de sono mudavam com base na idade e no gênero, mas os resultados nem sempre eram os mesmos. Outros fatores, como nível de educação e onde as pessoas moram, também tiveram impacto. Por exemplo, pessoas com nível de educação mais alto ou que moravam em áreas urbanas tendiam a dormir mais nesse período, embora as influências do status de emprego não fossem tão claras.

A maioria das pesquisas sobre sono e COVID-19 ocorreu nas fases iniciais da pandemia em 2020, e muitos desses estudos não incluíram toda a população de um país. Embora a duração do sono possa variar bastante com base em fatores pessoais e comunitários, esse aspecto não foi explorado a fundo. Por isso, um estudo foi realizado pra examinar como os padrões de sono mudaram na Coreia do Sul durante o período mais longo da pandemia (2020 e 2021) e pra ver se haviam diferenças entre os diferentes grupos.

Design do Estudo e Participantes

Esse estudo focou em como a duração do sono das pessoas mudou durante a pandemia (2020-2021) em comparação com os três anos anteriores (2017-2019). Os participantes foram selecionados da Pesquisa de Saúde da Comunidade da Coreia, um grande estudo nacional de saúde que coleta informações de adultos em todas as áreas da Coreia do Sul. Um total de 1.143.460 pessoas participaram de 2017 a 2021, mas quem não respondeu às perguntas sobre sono diário foi excluído da análise.

Medindo a Duração do Sono

Na pesquisa de saúde, perguntaram aos participantes quantas horas eles costumam dormir por dia. Durante 2017-2019, eles deram uma única resposta sobre a duração do sono. Porém, durante 2020-2021, tiveram que responder separadamente para dias de semana e fins de semana. A duração média do sono foi calculada com base nas duas respostas pra ter uma visão completa.

Outros Fatores a Considerar

Pra entender o impacto de vários fatores nas mudanças do sono, o estudo analisou várias características individuais, como idade, gênero, Estado de Saúde, hábitos de fumar e beber, renda, nível de educação, estado civil e se moravam sozinhos ou tinham condições como pressão alta ou diabetes.

Além disso, os pesquisadores examinaram Características da Comunidade, como o número de apartamentos em cada área, taxas de aconselhamento em saúde mental, impostos locais, espaços verdes (medidos pelo índice de vegetação de diferença normalizado), taxas de exercício e o número de bares por 1.000 pessoas. Acreditava-se que esses fatores afetassem a qualidade e a duração do sono.

Analisando os Dados

A análise ocorreu em duas etapas. Primeiro, os pesquisadores compararam a duração do sono durante os anos da pandemia com os anos anteriores, usando modelos estatísticos avançados pra levar em conta vários fatores. Eles também ajustaram as mudanças ao longo do tempo pra garantir uma compreensão clara de como os padrões de sono evoluíram.

Em segundo lugar, eles juntaram os dados de todos os distritos pra calcular uma mudança geral na duração do sono e examinaram como as características da comunidade influenciaram essas mudanças.

Resultados do Estudo

Os resultados mostraram que a duração média do sono aumentou durante os anos da pandemia. Especificamente, subiu de cerca de 6,61 horas por dia antes da pandemia pra 6,82 horas em 2020 e 6,72 horas em 2021. Essa mudança foi mais acentuada em certos grupos, como jovens adultos, trabalhadores e aqueles com renda e nível de educação mais altos.

Uma análise mais aprofundada revelou que a proporção de apartamentos em um distrito estava positivamente associada ao aumento da duração do sono. Isso sugere que áreas urbanas, onde mais pessoas moram em apartamentos, experimentaram mudanças maiores nos padrões de sono. Curiosamente, áreas com mais espaços verdes e taxas mais altas de exercícios moderados pareceram ter um aumento menor na duração do sono.

Em 2020, os participantes relataram um aumento médio de cerca de 9,66 minutos de sono por dia em comparação com o período pré-pandemia, enquanto o aumento foi menor em 2021, cerca de 3,66 minutos. Essa tendência sugere que, conforme a pandemia avançava, as pessoas se ajustavam e seus padrões de sono começavam a se estabilizar.

Desigualdades na Duração do Sono

A análise também apontou que homens e adultos mais jovens tiveram um aumento maior na duração do sono em comparação com o restante da população. Isso pode ser porque os homens costumam ter horários de trabalho mais exigentes e podem ter sentido uma mudança maior nas rotinas diárias por conta dos lockdowns. Da mesma forma, os jovens, que geralmente têm vidas sociais mais ativas, provavelmente perceberam uma mudança mais drástica nas atividades diárias devido às restrições.

Grupos socioeconômicos mais altos tendiam a relatar um aumento maior na duração do sono. Isso pode estar ligado ao fato de que indivíduos com rendas mais altas eram mais propensos a trabalhar de casa e ter empregos que permitiam adaptar seus horários mais facilmente ao estilo de vida de lockdown.

Limitações do Estudo

Apesar das valiosas informações obtidas com esse estudo, existem algumas limitações. Os dados sobre a duração do sono foram dependentes de relatos pessoais, que podem ser imprecisos. Além disso, como a pesquisa foi transversal, não permite determinar causa e efeito. Por fim, o estudo focou apenas na duração do sono e não incluiu outros aspectos da qualidade do sono, como quão bem as pessoas dormiram ou quanto tempo demoraram pra pegar no sono, que poderiam ser importantes pra estudos futuros.

Conclusão

Resumindo, a pandemia de COVID-19 impactou a duração do sono entre adultos na Coreia do Sul. Em média, as pessoas relataram dormir mais durante a pandemia, embora o aumento tenha sido menor em 2021 em comparação com 2020. Essa mudança foi mais significativa em certos grupos, especialmente homens, jovens adultos e aqueles com rendas e níveis de educação mais altos.

Além disso, distritos com um número maior de apartamentos viram um aumento maior na duração do sono, enquanto áreas com mais espaços verdes e taxas de exercício mais altas tiveram um aumento menor. Esses achados ressaltam a importância de considerar características individuais e comunitárias ao abordar a saúde do sono durante tempos difíceis como uma pandemia.

Fonte original

Título: Changes in sleep duration during the long-lasting COVID-19 pandemic: individual and regional disparities

Resumo: The adequate quality and quantity of sleep are related to maintaining the immune system and mental well-being; therefore, it is necessary to evaluate sleep duration during COVID-19. This study aimed to investigate the changes in sleep duration during the long-lasting COVID-19 period (2020 and 2021) in South Korea, and to examine the individual and regional disparities. The study population comprised 1,143,460 adults aged [≥]19 years who participated in the 2017- 2021 Korea Community Health Survey excluding those who did not respond to the daily sleep duration questionnaire. For statistical analysis, we first conducted a multiple regression model for 229 districts to estimate the district-specific changes in sleep duration. We then applied a meta-analysis to pool the 229 estimates and a meta-regression to examine the association between changes in sleep duration and regional characteristics. The sleep duration increased by 9.66 (95% CI: 8.53, 10.80) min in 2020 and 3.66 (95% CI: 2.09, 5.22) min in 2021 compared to the pre-pandemic period (2017-2019). The increase was more prominent in males, younger adults, employed individuals, and those with a high socioeconomic status compared to the general population. Communities with a higher proportion of apartments, lower normalized difference vegetation index in summer, and lower practice rate of moderate exercise were associated with a higher increase in sleep duration during the pandemic. The sleep duration increased during the COVID-19 pandemic, and the increase decreased as the COVID-19 lasted longer. The findings of our study highlight that preventive measures to manage sleep health during a pandemic should be framed in consideration of individual and regional characteristics.

Autores: Whanhee Lee, J. Min, J. Oh

Última atualização: 2023-10-25 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.25.23297531

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.25.23297531.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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