Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Imunologia

O Papel dos Receptores de Células T na Imunologia

Os receptores de células T são essenciais para a resposta imunológica e a pesquisa de doenças.

― 9 min ler


Insights sobre o ReceptorInsights sobre o Receptorde Células Tcélulas T na saúde e na doença.Revelando os papéis dos receptores de
Índice

As células T são uma parte vital do sistema imunológico. Elas ajudam o corpo a combater infecções reconhecendo substâncias nocivas, como vírus e bactérias. As células T podem destruir diretamente células infectadas ou ajudar outras células imunológicas a produzir anticorpos que atacam essas ameaças. Elas fazem isso através de proteínas especiais na superfície chamadas Receptores de Células T (TCRs). Esses receptores são como chaves que desbloqueiam a capacidade de reconhecer milhões de sinais nocivos diferentes.

Os TCRs são compostos por duas cadeias de proteína diferentes, uma cadeia alfa e uma cadeia beta. Essas cadeias são produzidas por um processo que rearranja segmentos de DNA, parecido com como os anticorpos são feitos no corpo. O principal alvo dos TCRs são pedaços de proteínas, chamados Peptídeos, que são exibidos na superfície das células por moléculas específicas conhecidas como proteínas do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC). Existem duas classes principais dessas proteínas: Classe I e Classe II. Elas podem mostrar para as células T uma ampla variedade de proteínas estranhas, ajudando o sistema imunológico a saber o que atacar.

Entendendo a Estrutura dos TCRs

Os TCRs têm regiões que são altamente variáveis, ou seja, podem mudar bastante para reconhecer alvos diferentes. A parte do TCR que mais trabalha quando reconhece uma proteína estranha é chamada de Região Determinante Complementar 3 (CDR3). Essa região é muitas vezes a mais diferente entre vários TCRs, permitindo que eles reconheçam muitos patógenos diferentes.

Para reconhecer efetivamente células nocivas, os TCRs se adaptaram durante o processo de desenvolvimento no timo, uma parte do sistema imunológico. Aqui, eles aprendem a posicionar suas regiões CDR3 bem acima do peptídeo que querem reconhecer. Esse posicionamento ajuda os TCRs a detectar pequenas diferenças na sequência das proteínas, o que pode determinar se uma célula é saudável ou não.

Quando os TCRs se ligam ao seu alvo, essa interação é principalmente influenciada por sites específicos no peptídeo, conhecidos como pontos quentes energéticos. Em contraste com os anticorpos, os TCRs não mudam muito depois de serem feitos, então boa parte da sua diversidade vem da combinação inicial dos segmentos de DNA.

A Importância dos Receptores de Células T na Pesquisa

Como as células T e seus TCRs guardam informações sobre a história imunológica de um indivíduo, elas são de grande interesse na pesquisa médica. Os cientistas estão particularmente focados em estudar os TCRs para desenvolver novas terapias, principalmente nas áreas de câncer e doenças infecciosas. Para entender melhor a diversidade dos TCRs, os pesquisadores desenvolveram técnicas para amplificar e sequenciar os genes que codificam esses receptores.

Tradicionalmente, essas técnicas envolviam abrir grupos de células imunológicas para analisar seus TCRs. No entanto, os avanços na tecnologia agora permitem o sequenciamento de células únicas, possibilitando que os pesquisadores olhem para TCRs individuais dentro de uma amostra. Isso levou a um grande aumento na quantidade de dados disponíveis sobre o repertório de TCRs em várias condições.

A Necessidade de Bancos de Dados Abrangentes

Apesar da riqueza de dados gerados, faltam bancos de dados organizados especificamente para dados de sequenciamento de TCRs. Enquanto alguns bancos de dados se concentram em dados de anticorpos, não existe um recurso dedicado para sequências emparelhadas de TCR. Essa lacuna nos recursos limita a capacidade dos pesquisadores de explorar o panorama dos TCRs e aplicar descobertas ao desenvolvimento terapêutico.

Em resposta a esse desafio, um novo banco de dados chamado Espaço Observado de Receptor de Célula T (OTS) foi criado. O OTS coleta dados de TCR emparelhados de múltiplos estudos, fornecendo uma fonte abrangente para os pesquisadores. Este banco de dados atualmente inclui milhões de sequências de TCR, que podem ser exploradas através de um aplicativo web fácil de usar.

Construindo o Banco de Dados OTS

A criação do OTS envolveu analisar numerosos estudos que empregaram um método específico de sequenciamento chamado 10X Genomics. Os pesquisadores focaram em estudos que incluíam sujeitos humanos e visavam fazer perfil das respostas imunológicas a várias doenças. Depois de investigar centenas de publicações, uma seleção de estudos foi escolhida com base em sua acessibilidade e na qualidade dos dados.

O processamento desses dados envolveu o uso de software especializado para garantir que as sequências de TCR fossem identificadas com precisão. Os dados resultantes de 50 estudos incluíram mais de cinco milhões de sequências de TCR emparelhadas. Essas sequências foram então organizadas em um formato consistente, permitindo que os pesquisadores buscassem atributos específicos.

A Diversidade Encontrada no Banco de Dados OTS

O banco de dados OTS apresenta uma ampla gama de sequências de TCR de diferentes populações de pacientes e doenças. Muitas dessas sequências vêm de pacientes com condições como COVID-19 e câncer, enquanto outras são de indivíduos saudáveis. O banco de dados também captura dados de vários tecidos e tipos de células T, tornando-o um recurso valioso para estudar como as células T respondem a diferentes situações.

Ao examinar os metadados associados a cada amostra, os pesquisadores podem identificar tendências e lacunas nos dados existentes. Por exemplo, há uma ausência notável de certos tipos de células T no banco de dados, sugerindo áreas onde mais pesquisas são necessárias.

Analisando Preferências de Emparelhamento de TCR

Uma área chave de investigação dentro do banco de dados OTS tem sido entender como diferentes cadeias de TCR se emparelham. Os pesquisadores queriam saber se certas cadeias de TCR tendem a estar associadas mais frequentemente umas com as outras do que o esperado. Analisando as frequências das cadeias de TCR e seus emparelhamentos, eles identificaram combinações específicas que estavam enriquecidas no conjunto de dados.

Alguns desses emparelhamentos preferidos correspondem a tipos únicos de células T que são conhecidas por responder a doenças específicas, como as Células T Invariantes Associadas a Mucosas (MAITs). Essas descobertas podem ajudar os cientistas a entender como vários TCRs interagem e funcionam, o que é crucial para desenvolver terapias direcionadas.

A Importância dos TCRs Públicos

Os pesquisadores também buscaram identificar TCRs "públicos", que são sequências de TCR compartilhadas entre múltiplos indivíduos. A presença de tais sequências pode indicar respostas imunológicas importantes a patógenos comuns ou vacinas. O banco de dados OTS revelou muitos TCRs públicos, incluindo aqueles ligados a respostas contra vírus amplamente conhecidos, como o vírus Epstein-Barr e o citomegalovírus.

Ao fazer uma referência cruzada desses TCRs públicos com bancos de dados existentes, os pesquisadores conseguiram combinar certas sequências de TCR com respostas antigênicas específicas. No entanto, um número substancial de TCRs públicos no OTS não tinha associações antigênicas conhecidas, destacando o potencial para futuros estudos revelarem seus papéis.

Padrões de Coerência em TCRs

Outro aspecto da análise de TCR envolveu estudar como bem as cadeias de TCR estão emparelhadas entre diferentes indivíduos. Pesquisas mostraram que sequências de TCR associadas a certas respostas imunológicas podem apresentar padrões de emparelhamento, revelando insights sobre como os TCRs funcionam em situações do mundo real.

No estudo OTS, padrões de coerência foram explorados para ver se certas cadeias de TCR sempre se emparelhavam juntas. Os resultados indicaram que os TCRs emparelhados associados a respostas imunológicas específicas mostraram mais consistência em seus emparelhamentos em comparação com aqueles de populações gerais. Essa descoberta é semelhante às observações feitas em estudos de anticorpos, onde certas cadeias leves se emparelham mais frequentemente com suas correspondentes cadeias pesadas.

Introduzindo o Modelo de Linguagem TCR Emparelhado

Os dados reunidos no banco de dados OTS proporcionaram uma oportunidade para desenvolver uma nova ferramenta chamada TCRLang-Paired. Este modelo foi projetado para analisar sequências de TCR de uma maneira que permita prever sequências ausentes e entender as relações entre cadeias emparelhadas.

Ao treinar com os dados extensos disponíveis, o TCRLang-Paired pode gerar representações das sequências de TCR, que podem ser usadas para análise adicional. O modelo mostrou potencial em distinguir entre TCRs com base em seu uso de genes e pode melhorar nossa compreensão da biologia dos TCRs.

Direções Futuras e Aplicações

À medida que o banco de dados OTS continua a crescer, ele servirá como um recurso central para pesquisadores interessados na biologia das células T e imunologia. A integração de novos estudos e técnicas ajudará a manter o banco de dados atualizado e relevante.

Essa nova fundação abriu portas para várias aplicações, incluindo descoberta de medicamentos e desenvolvimento terapêutico. Ao entender melhor o repertório de TCRs, os cientistas podem projetar tratamentos mais eficazes e melhorar estratégias de vacinação.

Conclusão

As células T são um componente crítico do nosso sistema imunológico, e seus receptores guardam a chave para reconhecer e responder a patógenos. O banco de dados Espaço Observado de Receptor de Célula T (OTS) fornece aos pesquisadores um recurso valioso para explorar a diversidade dos TCRs e entender como esses receptores funcionam em diferentes cenários. À medida que mais dados são coletados e analisados, nosso conhecimento sobre as células T continuará a crescer, levando a avanços na pesquisa médica e nas opções de tratamento.

Fonte original

Título: The Observed T cell receptor Space database enables paired-chain repertoire mining, coherence analysis and language modelling

Resumo: T cell activation is governed through T cell receptors (TCRs), heterodimers of two sequence-variable chains (often an alpha [] and beta [{beta}] chain) that recognise linear antigen fragments presented on the cell surfaces. Early sequencing technologies limited the study of immune repertoire TCRs to unpaired transcripts, leading to extensive analysis of {beta}-chain data alone as its greater sequence diversity suggested it should dominate antigen recognition. Over time, structural data has revealed that both and {beta} chains contribute to binding most antigens and highthroughput single-cell handling technologies have been increasingly applied to obtain samples of complete TCR variable region sequences from repertoires. Despite this, there is currently no repository dedicated to the curation of publicly available paired TCR sequence data. We have addressed this gap by creating the Observed T cell receptor Space (OTS) database, a source of consistently processed and annotated, full-length, paired-chain TCR sequencing data from 50 studies and at least 75 individuals. Currently, OTS contains 5.35M redundant (1.63M nonredundant) predominantly human TCR sequences and, based on recent data availability trends, will grow rapidly. We perform an initial analysis of OTS, leading to the identification of pairing biases, public TCRs, and distinct chain coherence patterns relative to antibodies. We also harness the data to build a publicly available paired-chain TCR language model, providing paired embedding representations and a method for residue in-filling that is conditional on the partner chain. OTS will be updated and maintained as a central community resource and is freely downloadable and available as a web application at https://opig.stats.ox.ac.uk/webapps/ots.

Autores: Charlotte M. Deane, M. I. J. Raybould, A. Greenshields-Watson, P. Agarwal, B. Aguilar-Sanjuan, T. H. Olsen, O. M. Turnbull, N. P. Quast

Última atualização: 2024-05-22 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.20.594960

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.20.594960.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes