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Os Efeitos da Ansiedade na Tomada de Decisões

Este artigo analisa como a ansiedade influencia as escolhas sobre risco e perda.

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Transtornos de Ansiedade podem mudar a forma como as pessoas tomam decisões. Esse artigo investiga como a ansiedade influencia as escolhas, especialmente quando se trata de considerar riscos e perdas potenciais. Existe uma teoria chamada Teoria da Prospectiva que explica por que as pessoas costumam preferir recompensas menores, mas certas, em vez de recompensas maiores, mas incertas. Essa tendência de evitar situações arriscadas é conhecida como aversão ao risco. Da mesma forma, as pessoas tendem a não gostar de perdas mais do que a gostar de ganhos do mesmo valor, o que é chamado de aversão à perda.

Esse estudo tem como objetivo entender melhor como a ansiedade afeta a tomada de decisões em relação ao risco e à perda. Usamos uma tarefa de jogo que nos permite separar os efeitos da aversão ao risco e da aversão à perda nas escolhas. Muitos estudos anteriores mostraram que níveis mais altos de ansiedade geralmente estão ligados a uma aversão maior ao risco ao tomar decisões. No entanto, alguns estudos mostram resultados mistos sobre a relação entre ansiedade e tomada de decisões.

Investigando o Impacto da Ansiedade

A ansiedade pode fazer as pessoas evitarem riscos. Em vários estudos, os pesquisadores descobriram que quando as pessoas se sentem ansiosas, tendem a ser mais avessas ao risco. No entanto, os achados nem sempre foram consistentes. Alguns estudos mostraram que indivíduos ansiosos não apresentaram diferenças significativas em como lidam com o risco em comparação com aqueles com menor ansiedade. Isso sugere a necessidade de mais pesquisas para esclarecer como a ansiedade se relaciona à tomada de decisões em situações arriscadas.

A aversão à perda, por outro lado, não foi tão estudada no contexto da ansiedade. Alguns pesquisadores descobriram que indivíduos ansiosos não diferem de aqueles com menor ansiedade em relação à aversão à perda, enquanto outros notaram um aumento da aversão à perda em pessoas altamente ansiosas. Isso indica que tanto a aversão ao risco quanto a aversão à perda desempenham papéis significativos na compreensão de como a ansiedade afeta as escolhas em contextos econômicos e do dia a dia.

A Importância do Contexto da Pandemia de COVID

Entender a influência da ansiedade na tomada de decisões se torna ainda mais crítico em tempos de crise, como durante a pandemia de COVID-19. A pandemia forçou muitas pessoas a tomarem decisões sobre vacinas, medidas de segurança e seguir diretrizes de saúde. Estudos mostraram que aqueles que eram mais cautelosos geralmente tinham uma visão mais positiva sobre vacinas. Eles também tendiam a agir de maneiras que reduziam seu risco de contrair COVID-19, como seguindo medidas de segurança.

Esse estudo foca em como a ansiedade e as tendências individuais em relação ao risco e à perda impactam comportamentos relacionados ao COVID-19. Propomos que aqueles que abordam decisões relacionadas ao COVID com cautela provavelmente mostrarão uma aversão maior ao risco, e que a ansiedade desempenha um papel nesse comportamento.

Metodologia do Estudo

Realizamos nosso estudo online com 163 participantes do Reino Unido. Dividimos eles em dois grupos com base no status de vacinação contra COVID-19. Os participantes foram compensados pelo seu tempo e foram instruídos a ganhar o máximo de dinheiro possível durante uma tarefa de jogo. A tarefa teve diferentes tentativas, algumas envolvendo opções mistas que incluíam perdas e ganhos potenciais, enquanto outras ofereciam opções mais seguras.

Para medir os níveis de ansiedade, usamos questionários comuns que avaliam tanto a ansiedade atual (estado) quanto a ansiedade contínua (traço). Os participantes também responderam perguntas sobre suas atitudes e comportamentos relacionados ao COVID-19, o que nos permitiu criar uma pontuação que reflete sua cautela geral durante a pandemia.

Entendendo a Tarefa de Jogo

Na tarefa de jogo, os participantes enfrentaram escolhas entre uma opção arriscada e uma quantia certa de dinheiro. Algumas tentativas apresentavam uma mistura de ambas as opções, enquanto outras ofereciam apenas um valor garantido pequeno em comparação com uma recompensa maior incerta. Os participantes tinham quatro segundos para decidir em cada tentativa e recebiam feedback após cada escolha.

Uma seção de prática foi incluída para ajudar os participantes a se acostumarem com a tarefa, ajustando os valores das tentativas com base em como eles tomaram decisões anteriores. Isso garantiu que cada participante enfrentasse uma variedade de opções que eram relevantes para seu próprio estilo de Tomada de decisão.

Participantes e Coleta de Dados

Após filtrar os participantes com base em critérios de atenção e comportamento, coletamos dados de 115 sujeitos. Coletamos informações demográficas e suas respostas aos questionários projetados para medir a ansiedade e atitudes relacionadas ao COVID.

A maioria dos participantes não mostrou diferenças significativas em suas pontuações de ansiedade com base no status de vacinação. No entanto, aqueles que foram vacinados demonstraram uma tendência a pontuar mais alto em fatores que refletiam cautela durante a pandemia.

Analisando Parâmetros de Tomada de Decisão

Usamos modelos complexos para analisar como os participantes tomaram decisões durante a tarefa de jogo. Esses modelos ajudam a entender vários fatores que influenciam a tomada de decisão, como a rapidez em acumular informações e os limiares que desencadeiam escolhas.

Nossa análise revelou que os participantes eram, em geral, avessos ao risco, mas mostraram um padrão distinto em relação à aversão à perda. Indivíduos com níveis mais altos de ansiedade eram mais avessos a perdas. No entanto, não encontramos diferenças significativas na aversão ao risco ao comparar participantes ansiosos e menos ansiosos. Os resultados sugeriram uma relação próxima entre ansiedade e aversão à perda.

Os Resultados do Estudo

As descobertas do nosso estudo indicaram que indivíduos ansiosos tendem mais a evitar perdas, mas sua atitude em relação a assumir riscos não mudou significativamente. Esse resultado combina com algumas pesquisas anteriores que indicam que alta ansiedade correlaciona-se com aumento da aversão à perda, mas não necessariamente com um comportamento mais avesso ao risco.

Nós também olhamos para como a tomada de decisões pode influenciar comportamentos durante a pandemia de COVID-19. Embora não tenhamos encontrado uma ligação direta entre parâmetros de decisão e cautela relacionada ao COVID, observamos que a ansiedade aumentada estava relacionada a atitudes mais cautelosas em relação ao COVID.

Tempos de Reação na Tomada de Decisão

Outro aspecto que investigamos foi quanto tempo os participantes levaram para tomar decisões. Descobrimos que os tempos médios de reação não diferiram significativamente entre participantes ansiosos e menos ansiosos. No entanto, aqueles com mais ansiedade tomaram decisões mais rápidas ao optar por evitar opções arriscadas, indicando uma possível tendência a agir rapidamente quando confrontados com a incerteza.

Essa tendência foi particularmente evidente durante as tentativas de jogo misto, onde indivíduos ansiosos se afastaram de riscos mais rapidamente do que aqueles com níveis de ansiedade mais baixos.

Explorando Modelos Computacionais

Usamos modelos especializados para analisar os dados da tarefa de jogo. Esses modelos ajudaram a separar diferentes aspectos da tomada de decisão e medir como cada variável influenciou as escolhas dos participantes. A complexidade desses modelos nos permitiu captar nuances no comportamento que modelos mais simples poderiam perder.

Apesar de vários modelos fornecerem ajustes aceitáveis aos dados, os resultados destacaram que a ansiedade desempenhou um papel significativo em moldar a forma como as pessoas abordam escolhas arriscadas.

Implicações dos Resultados

No geral, esse estudo mostra uma conexão clara entre ansiedade e aversão à perda, sugerindo que pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada são mais propensas a evitar perdas potenciais. Essas percepções podem ajudar a criar estratégias para intervenções que visem reduzir os preconceitos na tomada de decisão entre indivíduos ansiosos.

Ao entender como a ansiedade impacta a tomada de decisão, profissionais de saúde mental podem desenvolver planos de tratamento mais eficazes que abordem esses preconceitos, ajudando, assim, os indivíduos a enfrentarem incertezas com mais confiança.

Direções Futuras para Pesquisa

Embora nossas descobertas contribuam para a compreensão dos efeitos da ansiedade na tomada de decisão, mais pesquisas são necessárias. Estudos futuros poderiam focar em diferentes populações, incluindo grupos clínicos, e examinar como vários fatores, como eventos atuais ou experiências pessoais, influenciam a aversão ao risco e à perda.

Além disso, pode ser benéfico explorar como tarefas de tomada de decisão podem ser projetadas para capturar cenários mais complexos que as pessoas enfrentam na vida real, especialmente em tempos de crise. Compreender a interação de várias influências sobre a tomada de decisão ajudará a formular intervenções que considerem múltiplos fatores que afetam o comportamento.

Conclusão

Em conclusão, nosso estudo enfatiza o papel da ansiedade em moldar como os indivíduos abordam decisões envolvendo riscos e perdas. Aqueles com níveis mais altos de ansiedade demonstram uma maior aversão à perda, mas não mostram diferenças significativas na aversão ao risco. À medida que as sociedades continuam a enfrentar desafios como a pandemia de COVID-19, entender melhor essas relações se torna crucial para apoiar indivíduos a fazer decisões informadas enquanto gerenciam sua ansiedade de forma eficaz.

Fonte original

Título: Risk and loss aversion and attitude to COVID and vaccines in anxious individuals

Resumo: Anxious individuals are known to show impaired decision-making in economic gambling task and in everyday life decisions. This impairment can be due to aversion to uncertainty about outcomes (risk aversion) and/or aversion to negative outcomes (loss aversion). We investigate how non-clinical individuals with high levels of Generalised Anxiety Disorder (GAD) (N = 54) behave compared to less anxious subjects (N = 61) in a gambling decision-making task delivered online and designed to separate the distinct influences of risk and loss aversion on decision-making. By modelling subjects choices using computational models derived from Prospect Theory and fitted using Hierarchical Bayesian methods, we estimate individual levels of risk and loss aversion. Moreover we analyse the reaction times and choice data using Hierarchical Drift Diffusion Models (HDDMs). We also link estimates of these parameters to individual propensity to risk averse behaviours during the COVID pandemic, like wearing safer types of face masks, or completing a COVID vaccination course. We report increased loss aversion in individuals with increased level of GAD compared to less anxious individuals and no differences in risk aversion. The HDDM analysis suggests that high anxiety subjects have a reduced bias towards gambling in trials where there is a risk to loose points, also consistent with them being loss averse. We also report no links between risk and loss aversion and attitudes towards COVID and vaccines. These results shed new light on the interplay of anxiety and risk and loss aversion and they can provide useful directions for clinical intervention.

Autores: Peggy Seriès, F. Ferrari, J. Alexander, P. Series

Última atualização: 2024-05-23 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.05.05.539520

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.05.05.539520.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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