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Repensando a Raça na Justiça Algorítmica

Explorando como a raça é definida na pesquisa sobre justiça algorítmica.

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Nos últimos anos, as discussões sobre a justiça em algoritmos se tornaram importantes, especialmente quando se trata de tratar as pessoas de forma igual, independente da raça. Definir raça de forma precisa é essencial para evitar discriminação. Mas essa tarefa é complicada porque a raça não é só uma característica biológica, mas também um conceito social que pode mudar com o tempo. Historicamente, o governo teve um papel importante em definir categorias raciais através de leis e registros oficiais. Agora, pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia estão assumindo essa responsabilidade enquanto trabalham pela justiça em algoritmos.

Esse artigo analisa como os pesquisadores na área da Justiça Algorítmica definem e categorizam a raça, o que influencia suas escolhas e como essas decisões podem ter impactos no mundo real. Ao analisar diversos artigos de pesquisa, buscamos esclarecer como a raça é entendida e aplicada nesse campo.

O Desafio de Definir Raça

Definir categorias raciais não é um problema novo. Há muitos anos, o governo fornece classificações raciais oficiais através de dados de censos e leis. Essa classificação frequentemente é usada para proteger certos grupos da discriminação. No entanto, à medida que algoritmos são cada vez mais utilizados em processos decisórios, a definição de raça se torna uma questão crucial para pesquisadores que buscam garantir justiça nesses sistemas.

Nos estudos de justiça algorítmica, há um aumento nas chamadas para um exame mais profundo de como a raça é conceituada. Alguns pesquisadores destacam a necessidade de pensar criticamente sobre as visões tradicionais de raça, especialmente aquelas que vêm de perspectivas legais e biológicas.

Analisando Pesquisas Publicadas

Para entender como a raça é tratada na literatura sobre justiça algorítmica, foi feita uma análise detalhada de artigos publicados entre 2018 e 2020. Os resultados dessa pesquisa indicam que as definições e usos das categorias raciais são inconsistentes. Os pesquisadores frequentemente adotam categorias diferentes mesmo dentro do mesmo estudo, o que levanta questões sobre a confiabilidade de suas conclusões.

Entre os artigos analisados, uma parte significativa não definiu claramente suas categorias raciais. Alguns artigos deixaram a categorização em aberto, o que significa que os autores poderiam usar várias definições de raça em suas análises. Vários esquemas comuns para definir raça foram identificados, mas não houve acordo sobre quais categorias usar.

Padrões na Categorização Racial

Quando os pesquisadores decidiram definir raça, geralmente usaram um de vários métodos. O método mais comum envolvia uma distinção binária básica entre indivíduos negros e brancos, que muitas vezes era tratada como uma verdade absoluta sem a devida justificativa. Outros métodos incluíam várias formas de classificações multirraciais ou referências a diferentes grupos étnicos.

Curiosamente, apesar de haver um forte contexto histórico relacionado às classificações de censo, os pesquisadores não necessariamente se basearam nessas categorias estabelecidas. Em vez disso, costumavam escolher suas próprias categorias, indicando uma falta de consenso sobre como a raça deve ser definida no contexto da justiça algorítmica.

A Perspectiva Multirracial

Indivíduos multirraciais estiveram notavelmente ausentes em muitas das análises examinadas. Dentre os artigos que definiram categorias raciais, muito poucos abordaram como tratar indivíduos multirraciais. Essa lacuna mostra uma preferência por classificações mais simples e binárias que ignoram as complexidades da identidade racial na sociedade moderna. A falta de diretrizes claras para classificações multirraciais pode afetar os resultados das análises de justiça, já que essa população cresce e se torna mais visível.

Dimensões das Diferenças Raciais

A maneira como os pesquisadores constroem categorias raciais revela diferentes entendimentos do que a raça significa na sociedade. A literatura indica que as diferenças raciais são frequentemente entendidas através de várias lentes, incluindo proteções legais, Status Social e vantagens de grupo. Essas dimensões refletem a significância mais ampla da raça na sociedade e podem influenciar como a justiça é percebida e implementada em sistemas algorítmicos.

O Papel das Influências Institucionais

As instituições onde a pesquisa sobre justiça algorítmica acontece também têm um impacto significativo sobre como a raça é categorizada. Os antecedentes dos pesquisadores, as normas da comunidade acadêmica e os dados disponíveis moldam as definições e usos das categorias raciais em seus trabalhos. Muitos pesquisadores parecem se sentir limitados pelos dados disponíveis, o que pode levar à adoção de categorias excessivamente simplistas ou binárias que não capturam a verdadeira complexidade da raça.

A Necessidade de Justificativa

Um achado preocupante da pesquisa é que muitos autores não forneceram justificativas para as categorias raciais que usaram. Apenas um pequeno número de artigos ofereceu razões para suas definições escolhidas, levantando questões sobre a rigorosidade e a responsabilidade nessa área de pesquisa. Quando justificativas foram dadas, geralmente giravam em torno dos dados utilizados, restrições técnicas ou referências a trabalhos anteriores, em vez de um envolvimento significativo com as implicações sociais dessas definições.

Pensamentos Finais

O uso inconsistente de categorias raciais na pesquisa sobre justiça algorítmica destaca a necessidade de uma maior atenção sobre como a raça é conceitualizada. Os pesquisadores deveriam ser mais explícitos sobre suas definições e as implicações de suas escolhas. A comunidade deve priorizar transparência e justificativas para garantir que o objetivo da justiça seja realmente alcançado na prática.

Seguindo em frente, é essencial que os pesquisadores tragam mais consciência sobre como a classificação racial influencia seu trabalho. Compreender os valores e normas subjacentes que moldam essas definições pode ajudar a criar uma abordagem mais equitativa para a justiça algorítmica. As escolhas feitas hoje terão consequências duradouras sobre como os algoritmos impactam a vida das pessoas, tornando crucial abordar essa questão de forma cuidadosa e crítica.

Chamado à Ação

Pesquisadores, instituições e a comunidade mais ampla devem colaborar para estabelecer padrões mais claros para definir raça na justiça algorítmica. Isso deve incluir perspectivas diversas que reflitam as ricas complexidades das identidades raciais e realidades sociais. Só através de tais esforços podemos começar a abordar as questões de longa data relacionadas à raça e discriminação no design e implementação de algoritmos.

Fonte original

Título: An Empirical Analysis of Racial Categories in the Algorithmic Fairness Literature

Resumo: Recent work in algorithmic fairness has highlighted the challenge of defining racial categories for the purposes of anti-discrimination. These challenges are not new but have previously fallen to the state, which enacts race through government statistics, policies, and evidentiary standards in anti-discrimination law. Drawing on the history of state race-making, we examine how longstanding questions about the nature of race and discrimination appear within the algorithmic fairness literature. Through a content analysis of 60 papers published at FAccT between 2018 and 2020, we analyze how race is conceptualized and formalized in algorithmic fairness frameworks. We note that differing notions of race are adopted inconsistently, at times even within a single analysis. We also explore the institutional influences and values associated with these choices. While we find that categories used in algorithmic fairness work often echo legal frameworks, we demonstrate that values from academic computer science play an equally important role in the construction of racial categories. Finally, we examine the reasoning behind different operationalizations of race, finding that few papers explicitly describe their choices and even fewer justify them. We argue that the construction of racial categories is a value-laden process with significant social and political consequences for the project of algorithmic fairness. The widespread lack of justification around the operationalization of race reflects institutional norms that allow these political decisions to remain obscured within the backstage of knowledge production.

Autores: Amina A. Abdu, Irene V. Pasquetto, Abigail Z. Jacobs

Última atualização: 2023-09-12 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2309.06607

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2309.06607

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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