Melhorando a Saúde Materna em Países de Baixa Renda
Esforços pra melhorar o atendimento a mulheres e bebês em áreas que precisam.
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Índice
Muitas mulheres e bebês sofrem com complicações durante a gravidez e o parto, levando a mortes que poderiam ser evitadas. Esse problema é especialmente sério em países de baixa e média renda, como Bangladesh, Etiópia, Malavi e Uganda. Pra resolver isso, governos e organizações ao redor do mundo precisam agir pra alcançar as metas globais de Saúde que visam acabar com mortes evitáveis.
Nos últimos anos, algumas melhorias foram vistas no número de mulheres dando à luz em hospitais nesses países. Por exemplo, no Malavi, a porcentagem de partos em instituições subiu de 55% em 2000 para 91% em 2015-2016. Em Bangladesh, a cifra aumentou de 12% em 2004 para 37% em 2014. O Uganda também viu melhorias, de 57% em 2011 para 73% em 2016. Já a Etiópia teve um aumento de 10% em 2011 para 26% em 2016. Mas, embora o acesso ao atendimento tenha melhorado, a qualidade desse atendimento não acompanhou. As taxas de mortes maternas e neonatais em hospitais continuam alarmantemente altas.
Por exemplo, no Malavi, o número de Recém-nascidos morrendo em hospitais aumentou um pouco, de 8,3 por 1.000 nascimentos vivos em 2017-2018 para 9 em 2018-2019. Enquanto isso, a taxa de mortalidade materna foi de 439 por 100.000 nascimentos vivos em 2015-2016. Apesar de existirem formas eficazes de tratar as principais causas dessas mortes, colocar esses métodos em prática é desafiador. Barreiras incluem falta de pessoal de saúde treinado, estruturas insuficientes e escassez de equipamentos e medicamentos necessários. Além disso, pouco se tem feito pra medir a qualidade dos serviços de saúde e ver como eles atendem aos padrões estabelecidos.
A Rede de Qualidade do Atendimento
Diante desses desafios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus parceiros criaram a Rede de Qualidade do Atendimento (RQA) em 2017. Essa rede tem como objetivo reduzir em 50% as mortes maternas, neonatais e de natimortos em hospitais ao longo de cinco anos em nove países, incluindo Bangladesh, Etiópia e Uganda, entre outros. A meta é criar uma plataforma pra que os países aprendam uns com os outros sobre como melhorar a qualidade do atendimento.
A RQA foca em três áreas principais pra melhorar o aprendizado e a responsabilidade na saúde:
- Desenvolver melhores sistemas de dados: Isso significa melhorar como os dados de saúde são coletados e usados pra aumentar a qualidade do atendimento.
- Criar mecanismos para compartilhar conhecimento: Isso envolve estabelecer redes pra compartilhar informações e experiências entre os prestadores de saúde.
- Avaliar dados e práticas: Isso ajuda a construir uma base sólida de evidências pra melhorar a qualidade.
Todos os três objetivos vêm da crença de que os países têm experiências valiosas que podem ser compartilhadas e adaptadas às necessidades locais. A rede incentiva uma comunicação aberta e aprendizado coletivo entre os países que buscam melhorar a qualidade da saúde.
Configuração e Métodos de Pesquisa
A pesquisa investigou se a RQA ajuda os países a aprender uns com os outros, compartilhar experiências e inovar na saúde. Este estudo foi conduzido em Bangladesh, Etiópia, Malavi e Uganda, focando em indivíduos-chave de ministérios da saúde e outras partes interessadas. Pra obter informações, os pesquisadores realizaram entrevistas e observaram os serviços de saúde em instalações selecionadas.
Em cada um desses quatro países, foram escolhidas instalações de saúde específicas com base em seu desempenho em saúde materna e neonatal. Os pesquisadores buscavam entender como a RQA facilitava o compartilhamento de conhecimento e práticas entre os países.
As entrevistas foram realizadas com uma variedade de membros da rede, incluindo aqueles de ministérios da saúde e instalações de saúde locais. Os pesquisadores conduziram várias rodadas de entrevistas pra acompanhar descobertas anteriores e capturar mudanças ao longo do tempo. Eles também revisaram vários documentos relacionados à RQA, como planos operacionais e relatórios, pra ter uma compreensão completa de como a rede funciona.
Principais Descobertas
Empoderamento Psicológico
Uma descoberta importante foi que a RQA é vista como uma oportunidade vital para que os países aprendam uns com os outros. Ativos em níveis global e nacional reconheceram sua importância em permitir o compartilhamento de conhecimento sobre a qualidade do atendimento de saúde. Os países dentro da rede podem adotar estratégias eficazes daqueles que enfrentam desafios similares. Esse compartilhamento ajuda a enfrentar problemas comuns, como as complicações durante o parto.
A habilidade da RQA de conectar nações criou um espaço onde estratégias eficazes podiam ser discutidas e compartilhadas. Muitos envolvidos enfatizaram o valor da troca de informações na busca de soluções para problemas de saúde materna e infantil.
Treinamento e Capacitação
O treinamento também foi um elemento crítico pra aumentar a capacidade psicológica para a melhoria da qualidade (QI). Em Bangladesh, organizações como a UNICEF e Save the Children focaram em introduzir novos sistemas de dados e treinar o pessoal pra usá-los de maneira eficaz. Além disso, a RQA ofereceu webinars e sessões de treinamento que empoderaram os atores locais a implementar melhorias.
Ao permitir que os países liderassem suas estratégias de saúde, a RQA motivou os atores locais a se engajarem ativamente em iniciativas de qualidade. Por exemplo, no Malavi, coordenadores locais e equipes de melhoria da qualidade foram estabelecidos nos distritos e nas instalações. Essa estrutura incentivou um senso de propriedade e responsabilidade entre os atores locais.
Plataformas de Compartilhamento e Aprendizado
A RQA facilitou várias plataformas para compartilhamento e aprendizado entre seus países membros. Fóruns virtuais como webinars e chamadas de conferência foram organizados pra conectar profissionais de saúde de várias regiões. Essas plataformas permitiram que os participantes discutissem desafios e compartilhassem estratégias bem-sucedidas pra melhorar a qualidade do atendimento.
Durante a pandemia de COVID-19, os encontros virtuais se tornaram ainda mais significativos. Em vez de reuniões presenciais, fóruns online forneceram uma maneira eficaz de continuar compartilhando conhecimento e experiências. Por exemplo, uma reunião notável em 2020 se concentrou em estratégias para garantir atendimento de qualidade à saúde materna e neonatal, reunindo especialistas e representantes de vários países.
Website e Recursos Online
Pra apoiar ainda mais o compartilhamento de conhecimento, foi lançado um site dedicado, oferecendo acesso a recursos e materiais relacionados à RQA. Essa plataforma incluía um canal no YouTube com webinars e vídeos instrutivos, promovendo um espaço pra que os países aprendessem com as experiências uns dos outros.
Inovações surgiram dessas discussões, como o "Safe Delivery App". Esse aplicativo oferece diretrizes baseadas em evidências para procedimentos de parto, facilitando a implementação das melhores práticas. Vários países, incluindo Índia e Bangladesh, adaptaram esse app pra atender às suas necessidades, resultando em um uso significativo em ambientes de saúde.
Resultados Específicos por País
Em cada um dos países estudados, a RQA resultou em um compartilhamento melhorado de conhecimento e práticas. Por exemplo, Bangladesh estabeleceu uma Equipe de Coordenação da RQA pra supervisionar as operações e engajar as partes interessadas. Reuniões regulares proporcionaram oportunidades pra discutir esforços de melhoria da qualidade.
No Malavi, sessões de aprendizado foram organizadas em níveis local e nacional, permitindo que as instalações de saúde apresentassem seus sucessos e desafios na melhoria do atendimento. Essas sessões promoveram a colaboração e incentivaram as instalações a aprenderem umas com as outras.
Na Etiópia, reuniões regionais se tornaram plataformas pra mostrar projetos de melhoria da qualidade, com prêmios sendo dados a instalações de bom desempenho. Embora o compartilhamento ocorresse, alguns entrevistados notaram que a implementação das estratégias aprendidas poderia ser desafiadora devido aos contextos locais.
No Uganda, a introdução de espaços virtuais para comunicação provou ser eficaz em fechar lacunas entre atores de nível nacional e local. Funcionários e membros da equipe participaram de discussões online que os ajudaram a aprender uns com os outros e compartilhar práticas bem-sucedidas na saúde.
Desafios e Limitações
Apesar dos desenvolvimentos positivos estimulados pela RQA, vários desafios foram notados. Embora a rede fornecesse sistemas para aprendizado e compartilhamento, inovações não foram tão amplamente relatadas entre os países. Muitas abordagens pré-existentes em saúde materna influenciaram a implementação das iniciativas da RQA.
Uma observação importante foi que muitos atores de nível nacional estavam mais envolvidos em reuniões globais, mas isso nem sempre se traduzia em melhorias nas operações diárias nas instalações locais. O fluxo de novas ideias e estratégias do nível nacional para o nível das instalações era frequentemente limitado.
Além disso, o financiamento e a alocação de recursos desempenharam um papel essencial em determinar quão eficazmente as inovações poderiam ser integradas à prática. Muitos participantes expressaram preocupação sobre a dependência de financiamento externo, o que poderia prejudicar a sustentabilidade das atividades da RQA.
Conclusão
Esta pesquisa lança luz sobre o papel de redes de saúde como a RQA em promover aprendizado, compartilhamento e inovação entre países membros. Embora a rede tenha avançado na criação de plataformas pra troca de conhecimento e melhoria da qualidade da saúde, mais esforços são necessários pra aprimorar o fluxo de informações do nível nacional para o local.
Ao construir conexões mais fortes e enfrentar as barreiras à implementação de estratégias aprendidas, a RQA poderá continuar contribuindo para melhorar os resultados de saúde materna e neonatal em países de baixa e média renda. Comunicação eficaz, capacitação e apoio sustentado são cruciais pra fazer mudanças significativas na qualidade do atendimento.
No geral, as experiências compartilhadas pelos países dentro da RQA demonstram o potencial das redes colaborativas pra promover melhorias significativas nos sistemas de saúde. O investimento contínuo em treinamento, compartilhamento de recursos e propriedade local ajudará a realizar todo o potencial da RQA e, em última análise, salvar vidas.
Título: Do Networks facilitate innovation, learning and sharing? An evaluation of the Quality-of-Care Network (QCN) in Bangladesh, Ethiopia, Malawi, and Uganda
Resumo: The Quality-of-Care Network (QCN), launched by WHO and partners, links global and national actors across several countries to improve maternal and newborn health. We examine if QCN facilitated learning, sharing and innovations within and between network countries. We evaluated the QCN in Bangladesh, Ethiopia, Malawi and Uganda. We conducted a total 227 qualitative interviews with QCN actors iteratively across a 3-year period from October 2019 to March 2022. We also reviewed all accessible QCN documents. Sharing and learning opportunities were evident through a number of virtual and in-person platforms such as meetings, conferences, webinars, and websites. Conferences and webinars have been hosted on online resource libraries such as the quality-of-care network website. These provided access to materials on strategies and approaches shared by different countries and actors. Innovations were also evident in some countries like Ethiopia. Innovative software applications aimed at boosting the capacity of service providers were developed and these were adopted by countries such as Bangladesh. Locally, there had been strengthening of learning collaborative meetings, coaching and mentorship. Regular meetings such as Stakeholder Coordination Meetings and Learning Collaborative Sessions provided an opportunity for stakeholders to strategize, as well as share and learn approaches within the network. The network has promoted coordination among stakeholders. Similar approaches to sharing and learning such as Learning Collaborative Sessions were evident across the study countries. Innovations were not as apparent across countries and most of the learning and sharing approaches were similar to those from broader, pre-existing maternal health approaches, adopted from an era preceding the QCN. There was evidence that the introduction of the QCN improved the functionality and visibility of learning and sharing platforms.
Autores: Kondwani Mwandira, S. Lemma, A. N. Dube, K. Akter, A. A. Tufa, A. Kyamulabi, G. Seruwagi, K. Mwaba, N. Djellouli, C. Makwenda, T. Colbourn, Y. R. Shawar
Última atualização: 2023-12-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.23299487
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.23299487.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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