Diferenças de Gênero na Resposta à Terapia de Ressincronização Cardíaca
Estudo investiga como sexo e tamanho do coração afetam os resultados da CRT.
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Índice
A Terapia de Ressincronização Cardíaca (CRT) é um tratamento para Insuficiência Cardíaca, principalmente pra galera que tem os batimentos do coração desencontrados. Essa terapia ajuda muitos pacientes a melhorarem a função do coração e a qualidade de vida. Mas, cerca de 30% dos pacientes não percebem nenhum benefício da CRT. Esses pacientes costumam ter os piores resultados em termos de saúde cardíaca a longo prazo. Por causa disso, tem um interesse crescente em entender por que alguns pacientes respondem bem à CRT e outros não.
Fatores que Influenciam a Resposta à CRT
Várias condições tornam menos provável que alguns pacientes se beneficiem da CRT. Por exemplo, pacientes com problemas cardíacos causados por artérias bloqueadas, aqueles com ritmos cardíacos irregulares e padrões elétricos específicos na atividade do coração (como bloqueio de ramo não esquerdo) tendem a responder mal. Essa conexão entre essas condições e a eficácia da CRT faz sentido do ponto de vista médico.
Um campo menos claro é como ser homem ou mulher impacta a resposta à CRT. Alguns estudos mostram que não há diferenças significativas entre homens e mulheres, enquanto outros indicam que as mulheres tendem a responder melhor. Por exemplo, um grande estudo descobriu que as mulheres tiveram taxas de mortalidade mais baixas após receberem CRT em comparação com os homens. Além disso, as mulheres mostraram maior melhoria nas medições da função cardíaca em comparação aos homens.
Possíveis Razões para as Diferenças de Gênero
As razões por trás dessas diferenças não são totalmente compreendidas. Uma sugestão é que as mulheres podem ter uma maior probabilidade de ter problemas cardíacos específicos que respondem melhor à CRT. Para confirmar essa ideia, são necessários estudos com grupos maiores, especialmente incluindo mais mulheres, já que elas representam apenas uma pequena parte dos pacientes em testes de CRT.
Outra explicação está relacionada ao tamanho do coração. Geralmente, as mulheres têm corações menores que os homens. Essa diferença pode significar que as mulheres experimentam um grau maior de descompasso elétrico nas funções cardíacas em indicadores semelhantes de atividade cardíaca. Pesquisas mostram que as mulheres tiveram melhores respostas à CRT, especialmente em grupos onde as medições de Atividade Elétrica estavam abaixo de um certo nível.
Esses tipos de medições, que levam em conta o tamanho do coração, não costumam ser incluídas nas avaliações clínicas de rotina e não foram amplamente relatadas em estudos maiores. Por isso, apenas estudos menores exploraram essa área até agora. Uma análise de quase 3.500 pacientes descobriu que a altura e a duração da atividade elétrica do coração eram fatores independentes que afetavam hospitalizações por insuficiência cardíaca, mas não considerou ajustes de tamanho do coração.
Objetivos e Métodos do Estudo
Neste estudo, os pesquisadores queriam olhar como sexo, tamanho do coração e descompasso elétrico na atividade cardíaca afetam as respostas à CRT em um grande grupo de pacientes. Eles focaram em participantes de um trial clínico significativo.
Esse trial envolveu vários hospitais e começou fornecendo a todos os pacientes o tratamento padrão de CRT por seis meses. Após esse período, aqueles que não responderam bem ao tratamento foram aleatoriamente designados para continuar com a abordagem padrão ou tentar um novo método chamado pacing multiponto. Os pesquisadores definiram uma resposta bem-sucedida à CRT com base em medidas específicas de melhoria da função cardíaca.
O estudo analisou dados após os primeiros seis meses de tratamento e procurou preditores de melhoria na função cardíaca com base em várias características dos pacientes. Eles também examinaram um subgrupo específico de pacientes com certos padrões cardíacos para ver como essas variáveis afetavam as respostas à CRT.
Informações sobre os Participantes
O estudo incluiu quase 3.740 pacientes, com cerca de 28% sendo mulheres. No grupo geral, os pesquisadores notaram que as mulheres tinham corações menores e durações de atividade elétrica mais curtas em comparação com os homens. Essas descobertas foram consistentes mesmo em um subgrupo de pacientes com certos problemas cardíacos.
Análise da Resposta à CRT
Os resultados mostraram que as mulheres tiveram uma taxa de resposta positiva à CRT maior que os homens em todo o grupo do estudo. A análise de regressão logística revelou que certos fatores, como ser mulher e ter condições cardíacas específicas, estavam ligados a melhores respostas à CRT. Por outro lado, condições como histórico de ritmos cardíacos irregulares e problemas renais estavam associadas a respostas piores. Quando os pesquisadores olharam especificamente para a relação entre o tamanho do coração e a atividade elétrica em vez de apenas a atividade elétrica sozinha, eles descobriram que essa relação não era um preditor significativo de resposta.
Descobertas em Pacientes com LBBB Não Isquêmico
Em uma análise de subgrupo focando em pacientes com condições cardíacas específicas, a diferença na resposta à CRT entre homens e mulheres não foi significativa. Aqui, a análise descobriu que o tamanho do coração e o descompasso elétrico eram preditores independentes da resposta à CRT, e não o sexo do paciente. Em mulheres com relações de atividade elétrica mais altas, a resposta à CRT foi notavelmente melhor.
Além disso, em pacientes onde a atividade elétrica estava abaixo de um certo limite, as pacientes do sexo Feminino mostraram uma resposta à CRT melhor do que seus colegas homens. Isso sugere que, em certos casos, o tamanho menor do coração e características elétricas relacionadas podem desempenhar um papel crucial em determinar quem se beneficia da CRT.
Implicações das Descobertas
O estudo enfatiza a importância do tamanho do coração na influência da resposta à CRT, especialmente considerando as relações de atividade elétrica mais altas observadas nas mulheres. Os benefícios da CRT parecem ser mais pronunciados em pacientes com durações de atividade elétrica mais estreitas. O estudo destaca a necessidade de focar em características específicas para identificar melhor os potenciais respondentes à CRT.
As diretrizes clínicas atuais sugerem que certos limites de atividade elétrica devem ser usados para determinar a adequação da CRT para os pacientes. No entanto, essas diretrizes são baseadas em estudos que incluíram principalmente participantes do sexo masculino. Isso levanta questões sobre se abordagens mais individualizadas deveriam ser empregadas, particularmente para mulheres com atividades elétricas mais estreitas que poderiam ser excluídas de receber CRT.
Conclusão
Essa análise de um grande estudo multicêntrico forneceu insights sobre como sexo, tamanho do coração e características elétricas podem impactar a eficácia da CRT. Ela delineia a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa na identificação de pacientes que podem se beneficiar da CRT, pedindo critérios mais inclusivos que poderiam melhorar os resultados do tratamento tanto para homens quanto para mulheres.
Embora as descobertas apoiem a noção de que as mulheres podem responder melhor à CRT sob certas condições, elas também desafiam a ideia de que apenas o sexo determina o sucesso do tratamento. Em resumo, avaliar os pacientes com base em uma combinação de fatores, incluindo tamanho do coração e características elétricas, poderia levar a melhores resultados clínicos no tratamento da insuficiência cardíaca. Futuros estudos devem continuar a explorar essas dinâmicas em populações de pacientes maiores e mais diversas para identificar estratégias ótimas para a implementação da CRT.
Título: Heart size disparity drives sex-specific response to cardiac resynchronization therapy: a post-hoc analysis of the MORE-MPP CRT trial
Resumo: BackgroundStudies have reported that female sex predicts superior cardiac resynchronization therapy (CRT) response. One theory is that this association is related to smaller female heart size, thus increased "relative dyssynchrony" at given QRS durations (QRSd). ObjectiveTo investigate the mechanisms of sex-specific CRT response relating to heart size, relative dyssynchrony, cardiomyopathy type, QRS morphology, and other patient characteristics. MethodsA post-hoc analysis of the MORE-CRT MPP trial (n=3739, 28% female), with a sub-group analysis of patients with non-ischaemic cardiomyopathy (NICM) and left bundle branch block (LBBB) (n=1308, 41% female) to control for confounding characteristics. A multivariable analysis examined predictors of response to 6 months of conventional CRT, including sex and relative dyssynchrony, measured by QRSd/LVEDV (left ventricular end-diastolic volume). ResultsFemales had a higher CRT response rate than males (70.1% vs. 56.8%, p
Autores: Nadeev Wijesuriya, V. Mehta, F. de Vere, S. N. Howell, S. A. Niederer, H. Burri, J. Sperzel, L. Calo, B. Thibault, W. Lin, K. Lee, A. Grammatico, N. Varma, M. Gwechenberger, C. Leclercq, C. A. Rinaldi
Última atualização: 2023-12-07 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.23299532
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.23299532.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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