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Relações Bacterianas em ITUs Associadas a Cateter

Estudo revela que interações entre bactérias pioram infecções do trato urinário.

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Infecções do trato urinário (ITU) são super comuns e afetam muita gente pelo mundo afora. Essas infecções podem rolar em qualquer lugar do sistema urinário, incluindo a bexiga e os rins. Tem dois tipos principais de ITU: a simples e a complicada. A diferença entre elas depende de vários fatores, como condições de saúde e quão grave é a infecção.

Nos hospitais, cateteres urinários são frequentemente usados pra ajudar pacientes que não conseguem urinar sozinhos. Mas, usar um cateter pode causar infecções. Estudos mostram que 15-25% dos pacientes em hospitais gerais precisam de um cateter em algum momento. Idosos e pessoas em cuidados de longa duração ou em estado crítico têm um risco ainda maior.

Quando um cateter é colocado, pode facilitar a multiplicação de bactérias. Isso acontece por várias razões, inclusive a forma como o cateter interage com o sistema urinário. A cada dia que o cateter fica no lugar, a chance de desenvolver uma infecção aumenta. Normalmente, pacientes com cateter por mais de 28 dias acabam tendo pelo menos uma infecção sintomática chamada infecção do trato urinário associada ao cateter (CAUTI). CAUTI é um tipo de ITU complicada e pode levar a problemas sérios, como falha no tratamento e internações mais longas.

Causas e Efeitos da CAUTI

Os germes que causam CAUTI costumam ser diferentes dos que causam ITUs simples. Nas situações simples, a bactéria Escherichia coli, ou E. coli, é geralmente a principal responsável. Porém, nas infecções associadas a cateteres, uma variedade de outras bactérias também pode estar envolvida, incluindo Proteus mirabilis, Enterococcus faecalis, e outras. Essas infecções podem ser mais complicadas porque frequentemente envolvem múltiplos tipos de bactérias trabalhando juntas.

Pesquisas indicam que quando diferentes bactérias coexistem, como nas CAUTIs, isso pode dificultar o tratamento. Muitos estudos analisaram de perto a E. coli, mas há menos informações sobre como múltiplas bactérias interagem e o papel de outros germes nessas infecções. Com o aumento da resistência aos antibióticos, é importante aprender mais sobre como essas bactérias trabalham juntas, pois isso pode ajudar no tratamento.

Pesquisas anteriores mostraram que P. mirabilis e E. Faecalis frequentemente aparecem juntas em pacientes com cateteres. Esses dois tipos de bactérias podem ajudar uma à outra a permanecer no trato urinário por mais tempo, dificultando o tratamento da infecção. P. mirabilis usa várias ferramentas pra se grudar nas superfícies e causar infecções, enquanto E. faecalis é conhecida por sua alta resistência aos tratamentos.

Interações Bacterianas e Biofilmes

Os pesquisadores descobriram que quando P. mirabilis e E. faecalis estão ambas presentes no trato urinário, elas podem formar algo chamado biofilmes. Biofilmes são aglomerados de bactérias que grudam umas nas outras e nas superfícies, dificultando o funcionamento eficaz dos medicamentos. Estudos passados mostraram que quando essas duas bactérias estão juntas, o biofilme formado é maior, tem mais resistência aos antibióticos e torna mais difícil pro corpo se livrar da infecção.

Em experimentos anteriores, os cientistas notaram que essas duas bactérias se localizam juntas em cateteres e na bexiga durante a CAUTI. Esse comportamento local leva à formação de biofilmes fortes que são difíceis de tratar. No entanto, ainda não está claro como elas fortalecem a formação do biofilme uma da outra e se isso leva a doenças mais graves.

Em novas pesquisas, os cientistas focaram nas diversas maneiras como essas bactérias se comunicam e apoiam o crescimento uma da outra. Eles descobriram que quando E. faecalis libera uma substância chamada L-ornitina, isso pode ajudar P. mirabilis a produzir L-arginina, que contribui para biofilmes mais fortes. Essa conexão é importante porque pode revelar novas formas de enfrentar essas infecções.

Estudo sobre Formação de Biofilmes Bacterianos

Os cientistas estudaram como os biofilmes formados por P. mirabilis e E. faecalis se comportavam em diferentes condições. Eles notaram que E. faecalis criava biofilmes um pouco maiores que P. mirabilis quando crescia sozinha. Mas quando cresceram juntas, o tamanho e a força do biofilme aumentaram significativamente. A equipe usou uma técnica chamada coloração com cristal violeta pra medir o tamanho do biofilme e descobriu que, enquanto o número total de bactérias não mudava muito, o conteúdo de proteína nos biofilmes aumentava.

Testes adicionais mostraram que a proteína era o principal componente desses biofilmes. Biofilmes polimicrobianos continham mais proteína em comparação aos biofilmes de uma única espécie, mas não houve mudanças significativas em carboidratos ou DNA. Isso significa que o aumento da massa do biofilme estava principalmente ligado aos níveis de proteína.

Pra confirmar a importância das proteínas, os pesquisadores adicionaram uma substância que quebra proteínas ao biofilme. Eles descobriram que, enquanto os biofilmes de uma única espécie permaneceram inalterados, a massa do biofilme misto caiu significativamente. Isso indica que as proteínas têm um papel crítico no crescimento e na força dos biofilmes polimicrobianos.

Identificação de Proteínas-Chave

Os cientistas usaram uma técnica chamada espectrometria de massa pra identificar as proteínas específicas que eram abundantes nos biofilmes polimicrobianos. Eles encontraram um total de 1.427 proteínas de P. mirabilis, 1.061 de E. faecalis e 1.845 nos biofilmes mistos. Notavelmente, 78% dessas proteínas estavam ligadas a P. mirabilis, indicando que essa bactéria era a principal contribuinte para o nível de proteína nesses biofilmes.

A pesquisa destacou proteínas associadas a processos importantes como o metabolismo de L-ornitina e L-arginina. Essas descobertas sugerem que as bactérias podem se adaptar e apoiar umas às outras na formação de biofilmes e podem ser jogadoras-chave em como essas infecções progridem.

Importância do Metabolismo de Arginina e Ornitina

Antes de mergulhar mais no papel das vias bacterianas específicas, os pesquisadores primeiro examinaram como o crescimento de E. faecalis e P. mirabilis era afetado quando certos genes relacionados a L-ornitina e L-arginina eram interrompidos. Descobriram que, enquanto o crescimento de E. faecalis permaneceu estável, a interrupção do gene argF em P. mirabilis afetou significativamente sua capacidade de prosperar em certas condições.

Quando cultivado em urina, um meio rico em nutrientes, o mutante argF de P. mirabilis não conseguiu competir bem contra seu parente selvagem, especialmente em casos onde os níveis de L-arginina eram baixos. Isso destaca o quanto P. mirabilis depende do metabolismo de L-arginina pra seu crescimento e sobrevivência em ambientes com nutrientes limitados, como os encontrados no corpo humano.

Pra investigar mais o papel de L-ornitina e L-arginina, foram realizados experimentos usando tanto bactérias normais quanto mutantes. Os resultados mostraram que a parceria entre as duas espécies bacterianas poderia às vezes ser benéfica, especialmente em um ambiente urinário, que é frequentemente limitado em nutrientes.

Impacto na Gravidade da Doença

A pesquisa focou em como as interações entre P. mirabilis e E. faecalis afetavam a gravidade geral das infecções. Em modelos animais, camundongos foram infectados com diferentes combinações dessas bactérias, e os pesquisadores monitoraram quão doentes os animais ficaram e quantas bactérias estavam presentes em seus órgãos.

As descobertas revelaram que tanto E. faecalis quanto P. mirabilis podem causar infecções mais graves quando estão juntas, em comparação a quando estão sozinhas. Importante, os pesquisadores encontraram que, se certos caminhos (como os relacionados a L-ornitina e L-arginina) fossem interrompidos em qualquer uma das bactérias, a gravidade da infecção diminuía.

Isso sugere que a interação entre essas duas bactérias não só ajuda elas a sobreviver e prosperar no trato urinário, mas também impacta significativamente a gravidade das doenças que causam. Ao entender melhor essa relação, novas estratégias poderiam ser desenvolvidas pra prevenir ou tratar essas infecções.

Conclusão e Direções Futuras

Em conclusão, a pesquisa descobriu interações significativas entre E. faecalis e P. mirabilis que aumentam sua capacidade de formar biofilmes e agravar a gravidade das infecções. A secreção de L-ornitina por E. faecalis desempenha um papel vital em apoiar o crescimento de P. mirabilis, levando a um aumento na formação de biofilmes e risco de infecção.

Com a resistência a antibióticos se tornando mais comum, entender a relação entre diferentes bactérias no trato urinário pode ajudar a desenvolver tratamentos eficazes. Alvo os caminhos importantes pra essas interações pode ser uma nova estratégia no combate a infecções urinárias severas.

Olhando pra frente, mais estudos são necessários pra explorar como outras espécies bacterianas encontradas em infecções do trato urinário podem influenciar essas interações. Ao expandir essa pesquisa, podemos ter uma compreensão melhor de como lidar com essas infecções polimicrobianas complexas e melhorar os resultados dos pacientes.

Fonte original

Título: Metabolic interplay between Proteus mirabilis and Enterococcus faecalis facilitates polymicrobial biofilm formation and invasive disease

Resumo: Polymicrobial biofilms play an important role in the development and pathogenesis of CAUTI. Proteus mirabilis and Enterococcus faecalis are common CAUTI pathogens that persistently co-colonize the catheterized urinary tract and form biofilms with increased biomass and antibiotic resistance. In this study, we uncover the metabolic interplay that drives biofilm enhancement and examine the contribution to CAUTI severity. Through compositional and proteomic biofilm analyses, we determined that the increase in biofilm biomass stems from an increase in the protein fraction of the polymicrobial biofilm matrix. We further observed an enrichment in proteins associated with ornithine and arginine metabolism in polymicrobial biofilms compared to single-species biofilms. We show that L-ornithine secretion by E. faecalis promotes arginine biosynthesis in P. mirabilis, and that disruption of this metabolic interplay abrogates the biofilm enhancement we see in vitro and leads to significant decreases in infection severity and dissemination in a murine CAUTI model.

Autores: Chelsie Elizabeth Armbruster, B. C. Hunt, V. Brix, J. Vath, L. B. Guterman, S. M. Taddei, N. Deka, B. S. Learman, A. L. Brauer, S. Shen, J. Qu

Última atualização: 2024-06-04 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.03.17.533237

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.03.17.533237.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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