Avaliação da Invasão Vascular no Adenocarcinoma Pulmonar
Novas ideias sobre invasão vascular pra melhorar as decisões de tratamento do câncer de pulmão.
― 8 min ler
Índice
O adenocarcinoma de pulmão (LUAD) é o tipo mais comum de câncer de pulmão, representando a maioria dos casos que são tratados cirurgicamente. Detectar LUAD rápido e com precisão é super importante, porque ajuda os pacientes a começarem o tratamento mais cedo, o que geralmente tá ligado a resultados melhores. Um método chamado tomografia computadorizada (TC) pode ajudar a encontrar LUAD em um estágio inicial, o que é muito crucial para um tratamento bem-sucedido. Um aspecto significativo que pode indicar quão agressivo o câncer é envolve a invasão microscópica de vasos sanguíneos, conhecida como invasão vascular (IV). Esse tipo de invasão geralmente tá associado a uma chance maior do câncer voltar depois do tratamento.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não inclui IV no seu sistema de classificação para câncer de pulmão, mesmo que isso possa ser um preditor melhor de recorrência do que o sistema de graus existente. Isso gerou ideias sobre mudar a classificação de LUAD com IV para uma categoria especial.
Pacientes com LUAD em estágio I que mostram IV podem receber tratamento adicional após a cirurgia, mas é complicado identificar IV nas amostras de tecido. Técnicas usadas para melhorar a visibilidade dos vasos sanguíneos invadidos frequentemente perdem áreas menores de invasão, tornando difícil identificá-las antes da cirurgia. Essa falta de detecção significa que os médicos não podem usar a presença de IV para tomar decisões sobre o tratamento.
Estudos clínicos recentes mostraram que para alguns pacientes com LUAD em estágio I, uma opção cirúrgica menos extensa chamada ressecção sublobar poderia ser tão eficaz quanto uma cirurgia mais extensa chamada lobectomia. No entanto, pacientes com IV que fazem cirurgia menos extensa parecem ter taxas de recorrência maiores, indicando a necessidade de identificar quais pacientes se beneficiariam de estratégias cirúrgicas personalizadas.
Métodos de perfil molecular estão se tornando comuns na patologia clínica, mas estudos anteriores sobre LUAD focaram mais em identificar padrões ligados a resultados do que em processos específicos como IV. Patologistas costumam agrupar IV com invasão linfática (IL), o que pode esconder sua importância única e dificultar o entendimento de sua biologia. Novos avanços tecnológicos em transcriptômica espacial permitem uma análise detalhada de como a Expressão Gênica se relaciona com a composição biológica do tumor e seu entorno.
Examinando um grande grupo de pacientes com LUAD em estágio I, o objetivo é mapear os padrões de expressão gênica relacionados à IV e criar novas ferramentas para detectar esses casos de forma mais eficaz.
Invasão Vascular em LUAD
Coletamos informações de um grupo de Tumores de LUAD em estágio I de pacientes tratados em dois hospitais. Usando um novo sistema de classificação, classificamos os tumores com base em suas características e comparamos isso aos sistemas de classificação tradicionais. Os achados mostraram que tumores com IV estavam ligados a resultados piores, enfatizando ainda mais a necessidade de identificar IV em pacientes.
A IV foi encontrada em cerca de 30% dos tumores estudados. A maioria desses tumores exibiu múltiplos tipos de invasão. Mesmo após considerar outros fatores na análise, a IV permaneceu um indicador significativo de recorrência do câncer. Estava particularmente associada ao tipo de crescimento visto em tumores sólidos, enquanto outro tipo de crescimento (micropapilar) estava ligado a um padrão diferente de disseminação.
Mudanças na Expressão Gênica e IV
Para aprender mais sobre como a IV afeta a expressão gênica em LUAD, analisamos um subconjunto de tumores. Identificamos uma gama de genes que mostraram diferentes níveis de atividade em tumores com IV comparados àqueles classificados como tendo baixo potencial maligno. A análise de vias nos ajudou a entender que esses genes estavam envolvidos em vários processos biológicos, incluindo o ciclo celular, crescimento do tecido e resposta a estresses como baixos níveis de oxigênio.
A maioria dos genes relacionados à IV exibiu atividade aumentada em tumores IV+. Por outro lado, um conjunto diferente de genes era menos ativo nesses tumores, sugerindo uma redução nos processos que normalmente ajudam a controlar o crescimento do tumor. No geral, identificamos um conjunto de genes que poderia indicar quão agressivo um tumor poderia ser com base na presença de IV.
Como a IV e a IL são frequentemente relatadas juntas, também comparamos os padrões de expressão gênica relacionados a ambas. Os achados indicaram que os sinais da IV eram muito mais fortes e distintos do que os da IL, sugerindo que eles representam processos biológicos diferentes.
Desenho do Estudo e Metodologia
Neste estudo, revisamos cuidadosamente os tumores para fazer um perfil detalhado da expressão gênica. Usando a tecnologia stRNA-seq, conseguimos coletar dados de alta resolução sobre a expressão gênica em áreas de tecido individuais. Isso incluiu olhar para tumores com e sem IV para ver como os padrões gênicos diferiam e como esses padrões correspondiam às características físicas do tumor.
A análise incluiu 15 tumores, com várias características documentadas através da patologia. Testamos como vários padrões de expressão gênica estavam relacionados a diferentes características tumorais, revelando associações distintas entre IV e certas características histopatológicas.
Achados da Transcriptômica Espacial
A expressão de genes relacionados à IV foi associada a várias características tumorais nas amostras analisadas. Alguns padrões foram mais comuns em tumores com IV, enquanto outros mostraram uma redução na atividade. Isso indicou que certos tipos de crescimento tumoral e o ambiente geral do tecido estavam fortemente ligados à presença de invasão vascular.
Agora temos percepções sobre como a expressão gênica pode variar dentro de diferentes regiões de um tumor. Por exemplo, descobrimos que a composição celular do ambiente tumoral também desempenhou um papel nos padrões de expressão gênica observados.
O Desenvolvimento de um Preditivo de IV
A partir dos padrões identificados na expressão gênica, desenvolvemos um preditivo para ajudar a identificar IV em tumores de LUAD. Esse preditivo usa a atividade gênica específica para diferenciar entre tumores com e sem IV. Ele mostrou um desempenho forte em distinguir casos durante os testes e foi validado em um conjunto independente de tumores.
O modelo teve um bom desempenho em prever a probabilidade de IV, mesmo quando as amostras continham outros tipos de características tumorais. Isso sugere que ele pode fornecer informações úteis, independentemente dos padrões específicos de crescimento do tumor.
Heterogeneidade Intra-Tumoral
Outro achado significativo do nosso estudo foi que o preditivo foi robusto mesmo com variações inerentes dentro dos próprios tumores. Isso é importante porque sugere que o preditivo pode permanecer confiável mesmo ao analisar tecido de apenas uma pequena parte do tumor.
Avalíamos o quão bem o preditivo poderia diferenciar regiões tumorais que estavam longe dos locais reais de invasão. Os resultados mostraram que o preditivo ainda poderia identificar sinais de IV mesmo quando medindo de uma distância, indicando seu potencial para uso em amostras menores.
Implicações para os Resultados dos Pacientes
Os achados deste estudo ressaltam a importância de entender a IV como um fator em LUAD. Reconhecendo os padrões únicos de expressão gênica associados à IV, melhoramos nossa capacidade de prever quão agressivo um tumor pode ser e aprimorar decisões de tratamento.
O preditivo que desenvolvemos poderia servir como uma ferramenta importante para clínicos, ajudando a avaliar a necessidade de tratamentos adicionais e guiando decisões cirúrgicas. Além disso, ele tem o potencial de ser adaptado para uso com amostras de biópsia, o que poderia permitir intervenções mais precoces e precisas.
Conclusão
Em resumo, nossa pesquisa destaca o papel crítico da invasão vascular na progressão e tratamento do adenocarcinoma de pulmão. Descobrimos padrões únicos de expressão gênica que fornecem insights sobre o comportamento do tumor e estabelecemos um preditivo confiável para identificar casos IV+.
Ao avançar nosso entendimento dos aspectos moleculares subjacentes a esse tipo de invasão, podemos trabalhar em direção a uma melhor orientação das terapias e melhorias nos resultados dos pacientes. Nossa esperança é que, com mais validação, os achados possam levar a mudanças impactantes na prática clínica para o manejo do câncer de pulmão.
Título: Identification of a gene expression signature of vascular invasion and recurrence in stage I lung adenocarcinoma via bulk and spatial transcriptomics
Resumo: Microscopic vascular invasion (VI) is predictive of recurrence and benefit from lobectomy in stage I lung adenocarcinoma (LUAD) but is difficult to assess in resection specimens and cannot be accurately predicted prior to surgery. Thus, new biomarkers are needed to identify this aggressive subset of stage I LUAD tumors. To assess molecular and microenvironment features associated with angioinvasive LUAD we profiled 162 resected stage I tumors with and without VI by RNA-seq and explored spatial patterns of gene expression in a subset of 15 samples by high-resolution spatial transcriptomics (stRNA-seq). Despite the small size of invaded blood vessels, we identified a gene expression signature of VI from the bulk RNA-seq discovery cohort (n=103) and found that it was associated with VI foci, desmoplastic stroma, and high-grade patterns in our stRNA-seq data. We observed a stronger association with high-grade patterns from VI+ compared with VI- tumors. Using the discovery cohort, we developed a transcriptomic predictor of VI, that in an independent validation cohort (n=60) was associated with VI (AUROC=0.86; p=5.42x10-6) and predictive of recurrence-free survival (HR=1.98; p=0.024), even in VI- LUAD (HR=2.76; p=0.003). To determine our VI predictors robustness to intra-tumor heterogeneity we used RNA-seq data from multi-region sampling of stage I LUAD cases in TRACERx, where the predictor scores showed high correlation (R=0.87, p
Autores: Marc E. Lenburg, D. Steiner, L. Sultan, T. Sullivan, H. Liu, S. Zhang, A. LeClerc, Y. O. Alekseyev, G. Liu, S. A. Mazzilli, J. Zhang, K. Rieger-Christ, E. J. Burks, J. Beane
Última atualização: 2024-06-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.07.597993
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.07.597993.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.