Tratamentos hormonais e saúde dos tendões em jovens
Esse estudo explora como a terapia hormonal afeta a força dos tendões em camundongos jovens.
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Índice
Existem diferenças entre os sexos quando se trata do risco de lesões nos tecidos moles do corpo. Indivíduos nascidos do sexo feminino, especialmente atletas, tendem a ter um risco maior de lesões como rupturas no ligamento cruzado anterior (LCA). Estudos mostram que atletas nascidas do sexo feminino podem sofrer rupturas de LCA em taxas de 4 a 8 vezes mais altas do que atletas nascidos do sexo masculino. Pesquisas sugerem que esse risco pode aumentar durante certas fases do ciclo menstrual, quando os níveis de estrogênio estão altos. O estrogênio é conhecido por afetar muitos tecidos do corpo, incluindo tendões, que conectam músculos aos ossos.
Os tendões têm receptores para o estrogênio, e esse hormônio é importante para a produção de Colágeno, a principal proteína nos tendões. Por exemplo, quando os níveis de estrogênio estão baixos em ratas fêmeas após uma cirurgia para remover os ovários, o colágeno no Tendão de Aquiles pode cair cerca de 30%. Por outro lado, a testosterona ajuda na rigidez dos tendões em indivíduos nascidos do sexo masculino, alterando os níveis de colágeno. Também pode ajudar a reduzir a frouxidão das articulações afetando os receptores de relaxina.
Enquanto há estudos sobre os efeitos dos Hormônios nos tendões em adultos, pouco se sabe sobre como esses hormônios impactam os tendões durante os anos de crescimento em jovens.
Jovens trans e de gênero diverso frequentemente buscam cuidados médicos para mudar suas características físicas para se alinhar à identidade de gênero. Esse cuidado pode ajudar muito na saúde mental deles. Um jeito de fazer isso é através da terapia hormonal. Em alguns casos, a medicação pode bloquear o desenvolvimento natural das características sexuais secundárias ligadas ao sexo que receberam ao nascer. Bloquear essas características pode ser feito usando um tipo de medicação que afeta a liberação de hormônios.
A maior parte das pesquisas sobre terapia hormonal focou na saúde cardíaca e outras funções do corpo. Embora alguns estudos tenham mencionado como esses hormônios podem afetar a saúde óssea, pouca atenção foi dada a como eles impactam os tendões, que são essenciais para o movimento. Mais pesquisas são necessárias para entender como o atraso na puberdade afeta os tendões e orientar o tratamento e a recuperação de jovens pacientes trans e de gênero diverso.
Propósito do Estudo
Neste estudo, os pesquisadores queriam ver como o atraso na puberdade com tratamento hormonal afeta a função dos tendões em camundongos nascidos do sexo feminino. Eles olharam especificamente para o tendão de Aquiles, que é importante para o movimento. Os pesquisadores compararam diferentes grupos de camundongos nascidos do sexo feminino tratados com vários hormônios para ver como esses Tratamentos influenciavam os tendões.
Desenho Experimental
O estudo foi realizado com camundongos nascidos do sexo feminino e um número menor de camundongos nascidos do sexo masculino. Os camundongos nascidos do sexo feminino foram separados em quatro grupos para os tratamentos hormonais. Um grupo não recebeu tratamento hormonal, enquanto os outros grupos receberam bloqueadores hormonais, testosterona ou uma combinação dos dois. Os tratamentos começaram antes que os camundongos atingissem a maturidade sexual.
Depois de várias semanas de tratamento, os camundongos foram ou eutanasiados ou tiveram os tratamentos hormonais interrompidos para verificar como isso afetou seus tendões após uma pausa de duas semanas. Os pesquisadores mediram várias características do tendão de Aquiles, incluindo sua Força e estrutura.
Resultados
Efeitos do tratamento hormonal na força dos tendões
Quando os pesquisadores testaram os tendões de Aquiles após o tratamento, descobriram que todos os tratamentos hormonais aumentaram a carga máxima que os tendões podiam suportar em comparação com os controles não tratados. No entanto, a rigidez dos tendões, que é o quanto eles resistem ao estiramento, não mudou significativamente entre os grupos.
O tratamento bloqueador hormonal sozinho levou a um aumento significativo no estresse no ponto de falha dos tendões, o que significa que os tendões estavam melhores para lidar com pressão antes de romper. Essas descobertas sugerem que tratamentos hormonais podem aumentar a força dos tendões.
Mudanças na densidade celular nos tendões
O estudo mostrou que camundongos que receberam o tratamento bloqueador hormonal tinham mais células na entese, que conecta os tendões ao osso. Esse aumento no número de células não foi observado nas áreas dos tendões que se conectam ao músculo.
Mesmo com o aumento do número de células com o tratamento bloqueador hormonal, os pesquisadores não encontraram mudanças na estrutura geral das fibras de colágeno nos tendões e nas enteses. Isso indica que, enquanto os tratamentos hormonais poderiam aumentar o número de células, eles não alteraram significativamente como o colágeno estava organizado nos tendões.
Idade e efeitos hormonais em marcadores dos tendões
Os pesquisadores investigaram como certos marcadores nos tendões mudaram com a idade e os tratamentos hormonais. Eles descobriram que marcadores específicos foram afetados tanto pela idade quanto pelo sexo, onde camundongos nascidos do sexo masculino mostraram níveis mais baixos de certos marcadores relacionados a tendões à medida que envelheciam em comparação com suas versões mais jovens.
Essas descobertas implicam que o desenvolvimento dos tendões e sua resposta aos hormônios podem variar significativamente com a idade e o sexo.
Discussão
Os resultados deste estudo destacam que as terapias hormonais podem impactar significativamente a força e o crescimento dos tendões em jovens. Em particular, o atraso na puberdade através de bloqueadores hormonais melhorou a função dos tendões em camundongos nascidos do sexo feminino. O estudo sugere que esses tratamentos podem ajudar a desenvolver uma melhor compreensão de como gerenciar a saúde dos tendões durante estágios cruciais de desenvolvimento.
Entender como hormônios como estrogênio e testosterona funcionam em jovens é essencial, especialmente para jovens trans e de gênero diverso que buscam cuidados. Embora estudos anteriores tenham mostrado que os hormônios podem influenciar a saúde dos tendões em adultos, esta pesquisa aponta para a necessidade de mais estudos focados em populações mais jovens.
Enquanto tratamentos hormonais melhoraram a força dos tendões, não alteraram a estrutura geral dos tendões. Essa descoberta levanta questões sobre como os hormônios influenciam a saúde e a funcionalidade dos tendões.
Além disso, medir o crescimento e a força dos tendões durante períodos críticos de crescimento pode fornecer insights valiosos para atletas e indivíduos em tratamento. Esses achados abrem caminho para mais pesquisas sobre as implicações dos tratamentos hormonais na saúde dos tendões, especificamente em jovens trans e de gênero diverso.
Conclusão
Em resumo, este estudo acrescenta ao crescente corpo de conhecimento sobre como os tratamentos hormonais afetam a funcionalidade dos tendões, especialmente em jovens. A força aumentada observada nos tendões que receberam bloqueadores hormonais com ou sem tratamento com testosterona enfatiza os potenciais benefícios das terapias afirmativas de gênero. Olhando para o futuro, essa pesquisa pode fornecer informações importantes para profissionais médicos que buscam apoiar jovens trans e de gênero diverso, permitindo melhores opções de tratamento e planos de recuperação. Entender como esses tratamentos influenciam a saúde dos tendões durante o crescimento é crucial para orientar intervenções e maximizar o bem-estar físico.
Título: Functional Changes to Achilles Tendon and Enthesis in a Mouse Model of an Adolescent Masculine Gender-Affirming Hormone Treatment
Resumo: Many transgender youth seek gender affirming care, such as puberty suppression, to prolong decision-making and to align their physical sex characteristics with their gender identity. During peripubertal growth, connective tissues such as tendon rapidly adapt to applied mechanical loads (e.g., exercise) yet if and how tendon adaptation is influenced by sex and gender affirming hormone therapy during growth remains unknown. The goal of this study was to understand the how pubertal suppression influences the structural and functional properties of the Achilles tendon using an established mouse model of transmasculine gender affirming hormone therapy. C57BL/6N female-born mice were assigned to experimental groups to mimic gender-affirming hormone therapy in human adolescents, and treatment was initiated prior to the onset of puberty (at postnatal day 26, P26). Experimental groups included controls and mice serially treated with gonadotropin release hormone analogue (GnRHa), delayed Testosterone (T), or GnRHa followed by T. We found that puberty suppression using GnRHa, with and without T, improved the overall tendon load capacity in female-born mice. Treatment with T resulted in an increase in the maximum load that tendon can withstand before failure. Additionally, we found that GnRHa, but not T, treatment resulted in a significant increase in cell density at the Achilles enthesis. NEW & NOTEWORTHYThese findings demonstrate that puberty suppression or testosterone does not negatively influence tendon structural or functional properties in a mouse model of transmasculine gender affirming care. In all treatment groups, the ability of the tendon to withstand load was significantly increased. Puberty suppression with GnRHa significantly increased enthesis cell density, suggesting an extended growth phase. These findings elucidate the effects of gender affirming care on the structural and functional properties of the tendon and enthesis.
Autores: Megan Leigh Killian, L. A. Hold, T. Phillips, P. Cordts, S. Steltzer, S.-H. Bae, B. W. Henry, N. Migotsky, S. Grossman, C. D. Cruz, V. Padmanabhan, M. Moravek, A. Shikanov, A. C. Abraham
Última atualização: 2024-06-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598308
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598308.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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