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Estudo de Anticorpos da COVID-19 Entre Gestantes na Zâmbia

Pesquisas mostram altas taxas de exposição ao SARS-CoV-2 em mulheres grávidas na Zâmbia através das clínicas de pré-natal.

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COVID-19, causado pelo vírus SARS-CoV-2, foi encontrado pela primeira vez na Zâmbia em 18 de março de 2020. Nos anos seguintes, o Instituto Nacional de Saúde Pública da Zâmbia reportou cerca de 350.000 casos em quatro grandes ondas de infecção. Contudo, o número real de infecções provavelmente é maior, já que muitos casos não são notificados. Isso se deve a fatores como sintomas leves ou ausentes, suprimentos de testes limitados e lacunas na monitorização da saúde.

Pra entender melhor como o vírus se espalha, os cientistas realizam estudos pra medir a presença de Anticorpos na população. Esses anticorpos podem indicar infecções passadas. Em um estudo na Zâmbia, os pesquisadores descobriram que cerca de 10,6% das pessoas tinham evidências de infecção anterior em julho de 2020. Outro estudo no início de 2021 indicou taxas ainda maiores, em torno de 33,7%. Desde então, não houve estudos significativos sobre níveis de anticorpos na Zâmbia após as variantes Delta e Omicron se tornarem comuns.

Importância das Clínicas de Cuidado Pré-Natal

As clínicas de cuidado pré-natal (ANC), que cuidam de mulheres grávidas, têm sido usadas em vários países pra monitorar a disseminação da COVID-19. Na Etiópia, por exemplo, estudos nessas clínicas mostraram taxas de anticorpos SARS-CoV-2 começando em junho de 2020 e atingindo 11,8% em fevereiro de 2021. Estudos similares no Quênia indicaram que a maioria das mulheres tinham anticorpos até outubro de 2021.

Antes das vacinas estarem disponíveis, os níveis de anticorpos eram usados pra estimar infecções totais. Mas, com a distribuição das vacinas contra a COVID-19, isso ficou mais complicado. Os anticorpos podem vir de uma infecção passada ou da Vacinação, ou de ambos. Em países como a Zâmbia, a maioria das vacinas foca em uma parte específica do vírus chamada proteína spike. As vacinas contra a COVID-19 se tornaram disponíveis ao público na Zâmbia a partir de abril de 2021, e até novembro de 2022, cerca de 70% da população-alvo tinha recebido uma vacina.

Com 97% das mulheres grávidas frequentando pelo menos uma consulta de ANC, essas clínicas oferecem uma oportunidade única pra estudar a disseminação da COVID-19 e seu impacto nessa população. Este estudo teve como objetivo medir a presença de anticorpos SARS-CoV-2 em mulheres grávidas que estavam fazendo suas primeiras consultas de ANC em distritos selecionados da Zâmbia entre setembro de 2021 e setembro de 2022.

Configuração e População do Estudo

O estudo focou em mulheres grávidas visitando clínicas de ANC em quatro distritos: Chadiza, Chipata, Chongwe e Lusaka. A coleta de dados começou após a terceira onda de infecções causada pela variante Delta e incluiu a quarta onda impulsionada pela variante Omicron. Os distritos escolhidos representam diferentes tipos de comunidades - áreas urbanas (Chipata e Lusaka) e áreas rurais (Chadiza e Chongwe).

Para o estudo, foram amostradas 200 mulheres a cada mês em cada distrito, com base nos recursos disponíveis e nas taxas de infecção esperadas. Dez unidades de saúde foram selecionadas aleatoriamente em cada distrito pra participar. Os trabalhadores da saúde informaram as mulheres sobre o estudo durante os serviços regulares de ANC, e aquelas que concordaram em participar foram filtradas quanto à elegibilidade. Em Chadiza, todas as mulheres que estavam fazendo a primeira consulta de ANC foram abordadas devido a um projeto maior de vigilância da malária.

Amostras foram coletadas para testes e enviadas a diferentes laboratórios para análise. Cada amostra de sangue foi checada quanto a anticorpos contra o vírus.

Coleta de Dados e Testes

Os dados foram coletados por meio de questionários eletrônicos, cobrindo demografia, possíveis exposições ao SARS-CoV-2, status de vacinação e resultados de testes de ANC de rotina. A exposição possível incluía testes positivos anteriores ou contato próximo com alguém confirmado com COVID-19. As participantes relataram seu status de vacinação, e esforços foram feitos pra verificar essas informações.

As amostras de sangue foram coletadas como manchas de sangue seco, permitindo a detecção de anticorpos contra o SARS-CoV-2. Os testes foram realizados em laboratórios, analisando a presença de anticorpos e categorizando se esses se deviam a infecções passadas, vacinação, ou ambos.

Resultados do Estudo

Durante o período do estudo, 9.221 mulheres participaram, com resultados válidos de anticorpos obtidos de 8.304 mulheres. A maioria das participantes tinha cerca de 25 anos, com muitas tendo apenas educação primária e sendo desempregadas ou trabalhando na agricultura. O estudo encontrou que 63,8% das participantes tinham evidências de infecção prévia pelo SARS-CoV-2, com taxas mais altas em áreas urbanas como Lusaka e Chipata.

Em Lusaka, a soroprevalência ajustada aumentou significativamente, chegando a quase 100% em setembro de 2022. Picos similares foram observados em Chipata e Chongwe, enquanto Chadiza teve uma soroprevalência mais baixa, atingindo 77,2% em abril de 2022.

O estudo também analisou a relação entre vacinação e soroprevalência. As taxas de vacinação aumentaram de 4,4% em setembro de 2021 para 26,6% em setembro de 2022 entre as participantes. A maioria das mulheres vacinadas tinha recebido a vacina Janssen. Foi encontrado que a vacinação estava ligada a maiores chances de ser soropositiva para anticorpos.

Fatores que Influenciam a Soropositividade

Certos fatores estavam associados a uma maior soroprevalência em diferentes distritos. Em Chipata, mulheres mais velhas tinham uma chance significativamente maior de serem soropositivas em comparação às mulheres mais jovens. Em Chadiza e Chongwe, mulheres com níveis de educação mais altos tinham maiores chances de testar positivo para anticorpos.

Diferenças ocupacionais também tiveram um papel, com algumas ocupações mostrando maiores chances de soropositividade. Por exemplo, mulheres que vivem com HIV tinham mais chances em Chipata, embora essa ligação tivesse diminuído quando a idade foi levada em conta.

Conclusão e Implicações

Os resultados deste estudo indicaram que uma grande parte das mulheres grávidas na Zâmbia foi exposta ao SARS-CoV-2. Enquanto a maioria das mulheres tinha anticorpos provavelmente devido a infecções anteriores, a vacinação contra a COVID-19 parecia aumentar os níveis de anticorpos e melhorar a resposta imunológica.

O estudo destacou a importância de usar clínicas de ANC para futuras pesquisas e monitoramento da COVID-19, especialmente com o surgimento de novas variantes. Também sugeriu que mensagens personalizadas sobre os riscos da COVID-19 e vacinas poderiam ajudar a aumentar as taxas de vacinação entre mulheres grávidas, beneficiando a saúde materna e infantil.

Resumindo, este estudo mostrou os altos níveis de exposição ao SARS-CoV-2 entre mulheres grávidas na Zâmbia e ressaltou o papel crucial das clínicas de ANC na vigilância em saúde pública. Esforços contínuos são necessários pra melhorar a cobertura vacinal e a educação em saúde nessa população vulnerável.

Fonte original

Título: Trends in SARS-CoV-2 seroprevalence among pregnant women attending first antenatal care visits in Zambia: a repeated cross-sectional survey, 2021-2022

Resumo: BackgroundSARS-CoV-2 serosurveys help estimate the extent of transmission and guide allocation of COVID-19 vaccines. We measured SARS-CoV-2 seroprevalence among women attending ANC clinics to assess exposure trends over time in Zambia. MethodsWe conducted repeated cross-sectional surveys among pregnant women aged 15-49 years attending their first ANC visits in four districts of Zambia (two urban and two rural) during September 2021-September 2022. Serologic testing was done using a multiplex bead assay which detects IgG antibodies to the nucleocapsid protein and the spike protein receptor-binding domain (RBD). We calculated monthly SARS-CoV-2 seroprevalence by district. We also categorized seropositive results as infection alone, infection and vaccination, or vaccination alone based on COVID-19 vaccination status and anti-RBD and anti-nucleocapsid test results. FindingsAmong 8,304 participants, 5,296 (63.8%) were cumulatively seropositive for SARS-CoV-2 antibodies. SARS-CoV-2 seroprevalence primarily increased from September 2021 to September 2022 in three districts (Lusaka: 61.8-100.0%, Chongwe: 39.6-94.7%, Chipata: 56.5-95.0%), but in Chadiza, seroprevalence increased from 27.8% in September 2021 to 77.2% in April 2022 before gradually dropping to 56.6% in July 2022. Among 5,906 participants with a valid COVID-19 vaccination status, infection alone accounted for antibody responses in 77.7% (4,590) of participants. InterpretationMost women attending ANC had evidence of prior SARS-CoV-2 infection and most SARS-CoV-2 seropositivity was infection-induced. Capturing COVID-19 vaccination status and using a multiplex bead assay with anti-nucleocapsid and anti-RBD targets facilitated distinguishing infection-induced versus vaccine-induced antibody responses during a period of increasing COVID-19 vaccine coverage in Zambia. Declining seroprevalence in Chadiza may indicate waning antibodies and a need for booster vaccines. ANC clinics have a potential role in ongoing SARS-CoV-2 serosurveillance and can continue to provide insights into SARS-CoV-2 antibody dynamics to inform near real-time public health responses.

Autores: Jonas Z. Hines, E. Heilmann, T. Tembo, S. Fwoloshi, B. Kabamba, F. Chilambe, K. Kalenga, M. Siwingwa, C. Mulube, V. Seffren, C. Bolton-Moore, J. Simwanza, S. Yingst, R. Yadav, E. Rogier, A. F. Auld, S. Agolory, M. Kapina, J. R. Gutman, T. Savory, C. Kangale, L. B. Mulenga, I. Sikazwe

Última atualização: 2024-01-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.02.24300729

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.02.24300729.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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