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O Papel dos Homens na Saúde Materna em Camarões

Analisando as barreiras para a participação dos homens no pré-natal em Camarões.

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A Mortalidade Materna é um problema sério em todo o mundo, especialmente em regiões mais pobres. Apesar dos esforços para melhorar a maternidade segura, muitas mulheres ainda morrem por conta de problemas relacionados à gravidez. Em 2020, foi reportado que 287.000 mulheres morreram por causa dessas complicações, com uma grande porcentagem dessas mortes acontecendo em áreas de baixa renda, como a África Subsaariana. Ter acesso a um bom pré-natal e contar com profissionais qualificados durante o parto pode melhorar bastante a saúde tanto das mães quanto dos filhos. Por isso, envolver os homens na saúde materno-infantil (MCH) é visto como uma estratégia importante, especialmente onde os recursos são limitados.

Os homens têm poder econômico e tomam muitas decisões relacionadas à saúde da família, o que significa que a participação deles na saúde pode influenciar as escolhas de suas parceiras grávidas. No entanto, não há uma definição clara ou uma forma de medir o Envolvimento Masculino na saúde materna. Esse termo pode significar coisas diferentes dependendo do contexto, podendo variar de homens acompanhando o pré-natal com suas parceiras até discutindo questões de saúde com elas.

A ideia de que os homens desempenham um papel crucial na MCH começou a ganhar atenção em 1994 durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento realizada no Cairo. Essa conferência enfatizou que os homens devem compartilhar a responsabilidade na saúde reprodutiva para promover a igualdade de gênero. Pesquisas indicam que, quando os homens estão envolvidos na saúde materna, os resultados tendem a ser melhores para mães e crianças.

Na África Subsaariana, incluindo países como Camarões, a participação dos homens no pré-natal tem sido muito baixa. Por exemplo, as taxas de participação foram reportadas em apenas 14% na África do Sul e números semelhantes em outros países. Em Camarões, a situação é alarmante, com altas taxas de mortes maternas. O país tem se destacado em mortalidade materna globalmente, mostrando pouca melhoria ao longo dos anos.

Situação Atual em Camarões

Camarões, em particular, está enfrentando desafios com a saúde materna. Apesar dos esforços para reduzir a mortalidade infantil, a taxa de mortalidade materna aumentou nos últimos anos. Vários programas foram colocados em prática para enfrentar esse problema, mas a participação masculina ainda é baixa. As políticas de saúde atuais mencionam a importância da participação dos homens, mas isso não se reflete nas práticas reais, já que pouquíssimos homens acompanham o pré-natal com suas parceiras.

As Barreiras para a presença dos homens no pré-natal em Camarões incluem crenças culturais que veem as consultas de pré-natal como responsabilidade das mulheres, falta de tempo, atitudes negativas do pessoal de saúde e medos relacionados ao teste de HIV. Enquanto muitos estudos se concentraram nas perspectivas das mulheres, há menos informações sobre o que os homens pensam sobre essas barreiras.

Para entender melhor o envolvimento dos homens no pré-natal, foi utilizado um modelo conhecido como Modelo de Capacidade, Oportunidade e Motivação (COM-B). Esse modelo ajuda a identificar os fatores que incentivam ou desencorajam comportamentos específicos.

Desenho do Estudo

Para explorar as barreiras ao envolvimento masculino no pré-natal, foi realizado um estudo qualitativo no Distrito de Saúde de Bamenda, na Região Noroeste de Camarões. Essa região enfrentou muitos desafios, incluindo instabilidade política e indicadores de saúde ruins para mães e crianças. O estudo incluiu entrevistas com mulheres grávidas, seus parceiros masculinos e pessoal de saúde para reunir diversas perspectivas.

Os participantes foram recrutados de um centro de saúde específico conhecido por suas clínicas de pré-natal. Tanto homens quanto mulheres com 18 anos ou mais foram incluídos no estudo. Os pesquisadores garantiram que uma ampla gama de experiências e opiniões fosse capturada.

Recrutamento e Coleta de Dados

A coleta de dados ocorreu em várias etapas, incluindo a observação de consultas de pré-natal e a realização de entrevistas e discussões em grupo. Uma variedade de profissionais de saúde também foi incluída para fornecer insights da perspectiva de saúde. O objetivo era entender as barreiras que os homens enfrentam quando se trata de comparecer ao pré-natal.

As entrevistas foram realizadas em línguas que os participantes se sentiam confortáveis, e teve-se o cuidado de garantir que todas as vozes fossem ouvidas. Anotações foram feitas durante as discussões para capturar pistas não verbais importantes. As perguntas focaram em entender quais barreiras impedem os homens de se envolverem mais nas atividades de pré-natal.

Análise dos Resultados

A análise dos dados coletados revelou várias temáticas que representam as barreiras que os homens enfrentam ao comparecer ao pré-natal. Estas incluem:

  1. Consciência Limitada sobre o Envolvimento Masculino: Muitos homens não estavam cientes de que sua participação no pré-natal era importante. Eles frequentemente viam as visitas ao pré-natal como uma responsabilidade apenas das mulheres, levando a uma falta de engajamento.

  2. Agência Feminina Limitada: As mulheres frequentemente sentiam que não tinham poder para convidar seus parceiros a acompanhá-las no pré-natal. Elas acreditavam que seria mais eficaz se os profissionais de saúde convidassem os homens diretamente.

  3. Extorsão Materna: Algumas mulheres não queriam que seus parceiros acompanhassem as visitas ao pré-natal por temerem que eles descobrissem os verdadeiros custos associados a essas visitas. Isso poderia gerar tensões financeiras.

  4. Normas de Gênero Restritivas: Crenças culturais sobre masculinidade e papéis de gênero tradicionais faziam com que os homens se sentissem desconfortáveis ao participar do pré-natal. Muitos acreditavam que comparecer ao ANC desafiaria sua posição percebida de poder.

  5. Engajamento Limitado do Pessoal de Saúde: Os profissionais de saúde frequentemente se concentravam mais nas mulheres grávidas durante as visitas de ANC e não engajavam ativamente os homens que compareciam. Isso fazia com que os homens se sentissem como estranhos.

  6. Medos Intrapessoais: Os homens expressaram vários medos que os impediam de comparecer ao ANC, como preocupações sobre serem julgados ou enfrentarem testes de HIV.

Conclusão

O estudo destacou os fatores complexos que influenciam as percepções e comportamentos dos homens em relação ao pré-natal. Barreiras foram identificadas em áreas como consciência, agência, normas sociais e medos em torno do estigma. Os resultados enfatizam a necessidade de intervenções direcionadas que eduquem os homens sobre seu papel, incentivem sua participação e criem um ambiente favorável para eles nas configurações de pré-natal.

As intervenções devem ter como objetivo remodelar normas sociais e abordar as barreiras que impedem o envolvimento masculino no pré-natal. Devem focar no engajamento direto com os homens, reconhecendo suas necessidades e incentivando sua participação em vários aspectos da saúde materna.

As percepções desse estudo podem contribuir para melhores resultados na saúde materna e infantil, promovendo uma abordagem inclusiva que reconheça a importância dos parceiros masculinos nos serviços de saúde materna e de pré-natal.

Fonte original

Título: "Go and bring your husband": a COM-B guided qualitative study on the barriers to male involvement in antenatal care in Bamenda Health District, Cameroon.

Resumo: BackgroundIncreasing access to and utilization of skilled care during pregnancy and child birth can significantly reduce maternal and infant morbidity and mortality. Male involvement can positively influence utilization but resource limited settings like Cameroon encounter obstacles in engaging men in maternal and child health services. The aim of our study was to identify contextually relevant barriers to male involvement in antenatal care attendance to inform the development of an intervention that is aimed at promoting male involvement in maternal and child health in Cameroon. MethodsThis study used a qualitative design with qualitative methods that draw on 68 semi-structured interviews and three focus group discussions with pregnant women, male partners and health workers. Both interviews and group discussions were audio-recorded, transcribed. Guided by the Capability, Opportunity and Motivation (COM-B) model of behaviour and Theoretical Domains Framework (TDF), we analyzed data using directed content analysis, followed by inductive thematic analysis. ResultsOur findings suggest that male involvement in antenatal attendance in Bamenda Health District is under the influence of six multidimensional factors: limited awareness on the need for male involvement, limited female agency to engage men on ANC, maternal extortion, restrictive gender and socio-cultural norms regarding male ANC attendance, limited engagement of men by ANC staff and intrapersonal fears that fuel the avoidance of antenatal clinics. These overlapped across all three COM-B constructs, and 9 TDF. Overall, we noted that the motivation of male partners to participate in antenatal attendance is strongly influenced by social opportunity factors categorised as restrictive gender, social and cultural norms on male ANC attendance and psychosocial capability underpinned by limited health system engagement and awareness of male role in antenatal care. ConclusionsThis study identified multi-dimensional barriers related to male partner capability, opportunity and motivation to participate in antenatal care services. There is a need for interventions that employ gender-transformative approaches to adapt the socio-cultural environment and the messaging on antenatal care for optimal male involvement and subsequently, better health outcomes for mothers and children in Cameroon.

Autores: Lily Haritu Foglabenchi, T. Marchant, H. Stoeckl

Última atualização: 2024-02-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.13.24301733

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.13.24301733.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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