Parar Medicamentos Preventivos em Pacientes Mais Velhos: Riscos Revelados
Pesquisas mostram os perigos de parar medicamentos importantes em idosos com várias condições.
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Índice
À medida que as pessoas vivem mais, cada vez mais indivíduos no Reino Unido estão lidando com várias condições de saúde de longo prazo ao mesmo tempo. Essa situação é chamada de Multimorbidade. Estudos mostram que cerca de 23% a 27% das pessoas na Inglaterra e na Escócia têm pelo menos duas condições de saúde de longo prazo. Esse número aumenta com a idade. Para aqueles entre 65 e 84 anos, a taxa varia de 55% a 74%. E passa de 80% para quem tem mais de 85 anos. Espera-se que esses números aumentem nas próximas décadas.
Com mais pessoas tendo vários problemas de saúde, a necessidade de mais medicamentos tá crescendo. O número de pessoas que toma cinco ou mais remédios dobrou no Reino Unido de 1995 a 2010, e aqueles que usam dez ou mais remédios triplicou. Além disso, a Fragilidade, que geralmente vem com a idade, afeta mais de 40% dos indivíduos com 65 anos ou mais. Os médicos têm enfrentado dificuldades para gerenciar os cuidados desses pacientes, que têm necessidades de saúde mais complexas.
Muitos pacientes com várias condições de saúde costumam receber medicamentos preventivos, que incluem drogas como Estatinas para colesterol, antihipertensivos para pressão arterial e bisfosfonatos para prevenir fraturas ósseas. Uma diretriz recente recomendou mais pesquisas para entender se parar esses medicamentos é benéfico ou prejudicial. Isso é importante porque pessoas com múltiplos problemas de saúde podem reagir de forma diferente em comparação com aqueles em estudos anteriores.
Nosso estudo teve como objetivo preencher essa lacuna, examinando o que acontece quando pacientes mais velhos com problemas de saúde complexos param de tomar estatinas, antihipertensivos e bisfosfonatos, especialmente observando o risco de problemas cardíacos e fraturas.
Fonte de Dados
Usamos registros de saúde de um grande banco de dados que inclui detalhes de mais de 17 milhões de pessoas no Reino Unido. Médicos de atenção primária acompanham os cuidados contínuos dos pacientes, incluindo prescrições, eventos de saúde e resultados. Esse banco de dados também está vinculado a registros hospitalares e dados de mortalidade.
Design do Estudo
Focamos em três resultados de saúde: fraturas, infartos e acidentes vasculares cerebrais. Nosso método, chamado de séries de casos autocontroladas, nos permitiu comparar eventos de saúde em pacientes enquanto estavam em uso de medicação com eventos após pararem o medicamento. Em termos simples, cada paciente serve como seu próprio controle.
Analisamos os riscos à saúde durante o tempo em que um paciente estava tomando sua medicação e o tempo imediatamente depois que parou. O estudo focou em pessoas com mais de 65 anos que estavam com a prática médica por pelo menos um ano antes do início do estudo.
População do Estudo
Analisamos todos os pacientes com mais de 65 anos cadastrados em uma prática médica que atenda a certos padrões. Excluímos aqueles que tinham tomado qualquer uma das medicações no ano anterior ao nosso estudo.
Dessa turma, identificamos pacientes com necessidades de saúde complexas com base em três critérios: aqueles que tiveram visitas de emergência ao hospital, aqueles identificados como frágeis e aqueles que estavam tomando dez ou mais medicamentos diferentes. Se um paciente atendia a qualquer um desses critérios, ele foi incluído no nosso grupo de necessidades de saúde complexas.
Analisamos apenas aqueles que tinham experiência com um dos eventos de saúde que estávamos observando durante nosso período de estudo.
Exposição e Acompanhamento
Dividimos o tempo em que os pacientes foram acompanhados em dois períodos. O primeiro foi quando estavam tomando a medicação, que começou após um intervalo de um ano desde o início. O segundo período começou no dia seguinte ao momento em que pararam a medicação e durou até que eles morressem, mudassem para outra prática médica ou até nossa data de coleta de dados.
O foco principal foi comparar as taxas de eventos durante o período de uso da medicação com o período após a interrupção.
Análises Estatísticas
Usamos métodos estatísticos para analisar os dados e fazer comparações entre os dois períodos. A idade foi ajustada em nossa análise, já que pode afetar os resultados de saúde.
Realizamos análises adicionais para testar a estabilidade de nossas descobertas e garantir a precisão de nossos resultados.
Resultados
Entre uma grande população de pacientes, identificamos milhares que atendiam aos nossos critérios para necessidades de saúde complexas.
Descobrimos que parar os bisfosfonatos levou a um aumento do risco de fraturas, mas isso foi significativo apenas para aqueles que tinham tomado a medicação por pelo menos um ano. O risco de infartos aumentou significativamente depois que pararam os antihipertensivos e as estatinas. Por outro lado, não encontramos uma forte ligação entre parar esses medicamentos e um aumento do risco de AVCs.
Discussão
Nosso estudo destaca os riscos que vêm com a interrupção de medicamentos preventivos para pacientes mais velhos com necessidades de saúde complicadas. Descobrimos que parar estatinas e antihipertensivos aumentou o risco de infartos, enquanto parar bisfosfonatos aumentou o risco de fraturas, mas somente em certos grupos.
Os resultados sugerem que os médicos devem ter cautela ao decidir interromper esses medicamentos em pacientes mais velhos, especialmente aqueles com múltiplas condições de saúde.
Forças e Limitações
Nosso estudo usou um banco de dados de saúde confiável que representa com precisão a população do Reino Unido. O design de séries de casos autocontroladas nos permitiu considerar as diferenças individuais, já que cada paciente atuou como seu próprio controle.
No entanto, nosso estudo teve limitações. Muitos pacientes mais velhos não tiveram tempo de acompanhamento suficiente após parar suas medicações. Também não conseguimos determinar por que os pacientes pararam de tomar seus medicamentos. Alguns pacientes podem ter reiniciado a medicação durante o período de acompanhamento, o que poderia influenciar nossos resultados.
Pesquisas Futuras
Enquanto nosso estudo focou em medicamentos preventivos específicos e resultados de saúde, pesquisas futuras poderiam investigar outros medicamentos e seus efeitos em diferentes condições. Entender os aspectos financeiros da interrupção da medicação também ajudará a construir um quadro completo sobre os benefícios e desvantagens das escolhas de tratamento.
Conclusão
No geral, esse estudo lança luz sobre os riscos associados à interrupção de medicamentos preventivos entre pacientes mais velhos com necessidades de saúde complexas. Nossos achados sugerem uma revisão cuidadosa das estratégias de tratamento para esses indivíduos. À medida que a população envelhece e o número de pessoas com múltiplas condições de saúde cresce, os profissionais de saúde precisarão considerar esses fatores ao tomar decisões de tratamento.
Título: Cardiovascular outcomes and fracture risk after the discontinuation of preventative medications in older patients with complex health needs: a self-controlled case series analysis
Resumo: ObjectiveTo assess the effect of stopping statins, antihypertensives, and bisphosphonates on the risk of cardiovascular events and fractures in older patients with complex health needs (CHN). MethodsPatients aged >65 years, registered in CPRD GOLD for [≥]1 year before study start (01/01/2010) and with CHN (non-elective hospitalisation/s, frailty or polypharmacy) were selected. Self-controlled case series (SCCS) analyses were subsequently conducted among people who did not use the respective preventative treatment in the year before study start. Incidence rate ratios (IRR) were calculated for myocardial infarction (MI) and stroke [antihypertensives, statins] and fractures [bisphosphonates] comparing event rates for the respective outcomes during treatment vs. post-discontinuation periods. Results198,039 people were included to the CHN cohort. Among those, 6,245 individuals were included for the analysis of bisphosphonate discontinuation and fracture risk; 738 and 669 persons for the analysis of antihypertensive therapy discontinuation and MI/stroke risk; and 1,408 and 1,361 people for statin discontinuation and MI/stroke risk. Risk of MI was substantially increased following discontinuation of antihypertensives (IRR 2.6 [95%CI 1.56-4.33]) and statins (IRR 1.75 [1.16-2.62]). No significant association for treatment discontinuation and stroke risk was seen. Likewise, no increased fracture risk was seen after discontinuing bisphosphonates. However, discontinuation among people with >1 year history of bisphosphonate therapy pointed towards increased fracture risk. ConclusionsOur study showed risks associated with discontinuing preventative medications in people with CHN, likely explained by the continued efficacy of these medications. Further research focussing on the risk-benefit of these treatments for most vulnerable older adults is needed. Key pointsO_LISelf-controlled case series showed substantially increased risk for myocardial infarction following discontinuation of antihypertensives and statins. C_LIO_LIFracture risk was not increased during treatment with bisphosphonates vs. post-discontinuation, but in people with >1 year of treatment a trend towards increased risk was seen. C_LIO_LIFuture research is required to study further conditions, medications, and sequalae in older patients with complex health needs. C_LI
Autores: DANIEL PRIETO-ALHAMBRA, F. Dernie, A. Delmestri, T. Rathod-Mistry, E. H. Tan, A. M. Jodicke
Última atualização: 2024-03-15 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.08.24303980
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.08.24303980.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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