A Interação Complexa da Reparação do DNA na Doença de Huntington
Explorando o papel da reparação do DNA na progressão da doença de Huntington.
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Índice
A doença de Huntington (DH) é um transtorno genético que afeta o cérebro e é transmitida de pais para filhos. É causada por uma alteração no DNA, especificamente uma expansão de uma sequência conhecida como CAG em um gene chamado Huntingtin (HTT). Essa mudança resulta em uma cadeia mais longa de uma proteína chamada huntingtin no corpo. Pessoas com a doença de Huntington geralmente apresentam vários sintomas, que podem incluir problemas de humor, pensamento e movimento. Embora existam alguns tratamentos disponíveis para ajudar a controlar esses sintomas, atualmente não há tratamentos que possam mudar o curso da doença em si.
Normalmente, os sintomas da doença de Huntington começam a aparecer quando os indivíduos estão na casa dos 30 ou 40 anos. No entanto, a idade em que os sintomas começam pode variar significativamente entre as pessoas, mesmo que tenham a mesma alteração genética. Isso sugere que outros fatores genéticos também podem influenciar quando a doença se desenvolve.
Pesquisas mostraram que certos genes envolvidos na reparação do DNA podem ajudar a determinar quando alguém com a doença de Huntington começará a apresentar sintomas. Estudos descobriram uma conexão entre esses processos de Reparo de DNA e a doença de Huntington, mostrando que problemas semelhantes ocorrem em outras Doenças Neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA).
O Papel da Reparação do DNA na Doença de Huntington
A reparação do DNA é um processo importante que ajuda a consertar danos no DNA em nossas células. Problemas com a reparação do DNA podem levar à morte celular e a várias doenças, incluindo distúrbios neurodegenerativos. Na doença de Huntington, os pesquisadores encontraram sinais de dano ao DNA nas células cerebrais de indivíduos afetados.
No contexto da doença de Huntington, um aspecto importante da reparação do DNA envolve um grupo de proteínas conhecidas como PARPS (polímero de ADP-ribose). Quando ocorrem quebras no DNA, as PARPs são ativadas e desempenham um papel na reparação do dano. Elas usam blocos de construção da molécula NAD+ para criar cadeias feitas de ADP-ribose, que ajudam a recrutar outras proteínas necessárias para o reparo.
Curiosamente, se as PARPs se tornam excessivamente ativas, podem esgotar os níveis de NAD+, levando a crises energéticas nas células e, eventualmente, à morte celular. Essa hiperatividade também pode desencadear uma forma de morte celular programada chamada parthanatos, que é particularmente relevante em doenças neurodegenerativas.
Na doença de Huntington, pesquisas mostraram que há níveis mais baixos dessas proteínas PAR no líquido cefalorraquidiano (LCR) de indivíduos afetados em comparação com controles saudáveis. Isso é surpreendente, pois contrasta com o que é visto em outras doenças neurodegenerativas, onde níveis mais altos de PAR são comuns.
Descobertas em Pacientes com Doença de Huntington
Em estudos envolvendo indivíduos com a doença de Huntington, os pesquisadores observaram que os primeiros sinais de dano ao DNA estavam presentes antes do início típico dos sintomas. Eles descobriram que os níveis de PAR no LCR eram significativamente mais baixos em aqueles com a doença de Huntington, tanto em fase pré-manifestada quanto manifestada, em comparação com indivíduos saudáveis.
Mesmo ao olhar para células cerebrais derivadas de pacientes com a doença de Huntington, o esperado aumento nos níveis de PAR observado com o dano ao DNA não foi detectado. Essa deficiência na resposta de PAR sugere que algo está errado com o funcionamento do processo de reparo do DNA nesses pacientes.
Além disso, foi encontrado que as células de pacientes com a doença de Huntington tinham uma sensibilidade maior a drogas que inibem as proteínas PARP. Isso significa que as células poderiam ser mais facilmente afetadas por tratamentos que visam essas proteínas.
Doença de Huntington e Seus Efeitos nas Células Cerebrais
As células cerebrais de pacientes com a doença de Huntington mostram uma variedade de problemas relacionados ao dano ao DNA. Pesquisas confirmaram que essas células experimentam um aumento nas quebras de DNA e outros sinais de dano, como indicado pela presença de marcadores específicos dentro das células.
Curiosamente, nas células de pacientes com a doença de Huntington, o aumento usual no nível de PAR que deveria ocorrer em resposta ao dano ao DNA não está presente. Mesmo sob condições destinadas a induzir dano ao DNA, as células não mostraram os níveis esperados de PAR que indicariam um processo de reparo eficaz.
Essa falta de uma resposta adequada de PAR mesmo quando há um claro dano ao DNA sugere que as células na doença de Huntington estão lutando para responder e reparar adequadamente os danos ao seu DNA.
Interação da Proteína Huntingtin com PAR
Pesquisas também exploraram como a proteína huntingtin interage com as cadeias de PAR. Existem partes específicas da proteína huntingtin que foram identificadas como capazes de se ligar a essas cadeias de PAR. Essa interação sugere que a huntingtin pode desempenhar um papel no próprio processo de reparo do DNA.
Em testes, os pesquisadores descobriram que a forma normal da huntingtin aumenta a atividade das proteínas PARP, o que é essencial para a reparação do DNA. No entanto, a forma mutante da huntingtin, que está presente na doença de Huntington, não estimula essa atividade da mesma forma. Isso indica que a função normal da huntingtin no reparo do DNA é interrompida pela mutação.
Entendendo as Implicações Dessa Pesquisa
As descobertas sobre a sinalização de PAR e sua interação com a proteína huntingtin têm implicações importantes para entender a doença de Huntington. Os níveis anormais de PAR observados no LCR de pacientes e a falta de uma resposta adequada nas células cerebrais sugerem que os processos típicos de reparo do DNA estão significativamente prejudicados.
Essas interrupções podem contribuir para a progressão geral da doença e seus sintomas. Compreender os mecanismos por trás dessa desregulação pode levar a novas estratégias para tratar ou até prevenir a doença de Huntington.
Potencial para Novos Tratamentos
As descobertas relacionadas à sinalização de PAR na doença de Huntington abrem a porta para possíveis novos tratamentos que poderiam direcionar esses processos. Existem drogas existentes projetadas para atingir as proteínas PARP usadas no tratamento do câncer que também podem oferecer benefícios para pessoas com doenças neurodegenerativas como a doença de Huntington.
Pesquisas futuras podem se concentrar em testar esses medicamentos em modelos da doença de Huntington e examinar seus efeitos tanto no reparo do DNA quanto na progressão geral da doença. O objetivo seria fornecer opções para os pacientes que possam retardar ou mudar efetivamente o curso da doença.
Conclusão
A doença de Huntington é um transtorno genético complexo com muitos processos interconectados que afetam a função cerebral. As interações entre a proteína huntingtin e a sinalização de PAR destacam áreas críticas para investigação adicional. À medida que os pesquisadores continuam a descobrir os mecanismos subjacentes da doença de Huntington, a esperança é que esse conhecimento leve a melhores tratamentos e melhores resultados para aqueles afetados por essa condição desafiadora.
Título: Poly ADP-Ribose Signaling is Dysregulated in Huntington Disease Patients
Resumo: Huntington disease (HD) is a genetic neurodegenerative disease caused by CAG expansion in the Huntingtin (HTT) gene, translating to an expanded polyglutamine tract in the huntingtin (HTT) protein. Age at disease onset correlates to CAG repeat length but varies by decades between individuals with identical repeat lengths. Genome-wide association studies link HD modification to DNA repair and mitochondrial health pathways. Clinical studies show elevated DNA damage in HD, even at the premanifest stage. A major DNA repair node influencing neurodegenerative disease is the PARP pathway. Accumulation of poly ADP-ribose (PAR) has been implicated in Alzheimer and Parkinson diseases, as well as cerebellar ataxia. We report that HD mutation carriers have lower cerebrospinal fluid PAR levels than healthy controls, starting at the premanifest stage. Human HD iPSC-derived neurons and patient- derived fibroblasts have diminished PAR response in the context of elevated DNA damage. We have defined a PAR-binding motif in huntingtin, detected huntingtin complexed with PARylated proteins in human cells during stress, and localized huntingtin to mitotic chromosomes upon inhibition of PAR degradation. Direct huntingtin PAR binding was measured by fluorescence polarization and visualized by atomic force microscopy at the single molecule level. While wild type and mutant huntingtin did not differ in their PAR binding ability, purified wild type huntingtin protein increased in vitro PARP1 activity while mutant huntingtin did not. These results provide insight into an early molecular mechanism of HD, suggesting possible targets for the design of early preventive therapies. Significance statementA consensus on dysfunctional DNA repair has emerged in neurodegenerative disease research, with elevated poly ADP-ribose (PAR) signaling more recently implicated. In contrast, we have identified a deficient PAR response in Huntingtons disease (HD) patient spinal fluid samples and cells. This may be explained by the inability of huntingtin protein bearing the HD-causing mutation to stimulate production of PAR the way the wild type protein does. Since drugs that target PAR production and degradation have already been developed, these findings present an exciting avenue for therapeutic intervention for HD.
Autores: Ray Truant, T. Maiuri, C. B. Bazan, R. J. Harding, N. Begeja, T.-I. Kam, L. M. Byrne, F. B. Rodrigues, M. M. Warner, K. Neuman, M. Mansoor, M. Badiee, M. Dasovich, K. Wang, L. M. Thompson, A. K. Leung, S. N. Andres, E. J. Wild, T. M. Dawson, V. L. Dawson, C. H. Arrowsmith
Última atualização: 2024-07-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.11.23.517669
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.11.23.517669.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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