O Papel da Aspirina nos Coágulos Sanguíneos Após COVID-19 em Veteranos
Estudo examina o impacto da aspirina nos riscos de coágulos sanguíneos em veteranos após COVID-19.
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A partir de junho de 2023, estima-se que quase 880.000 Veteranos nos Estados Unidos foram infectados com COVID-19, resultando em quase 25.000 mortes. Muitos Veteranos também estão enfrentando problemas de longo prazo relacionados ao vírus. No início, o foco estava em problemas severos nos pulmões causados pelo vírus. No entanto, pesquisas mostraram que a COVID-19 pode levar a outras complicações sérias, como coágulos sanguíneos e inflamação pelo corpo todo. Estudos indicam que cerca de 25-30% dos pacientes infectados com o vírus, especialmente aqueles que estavam bem doentes, tiveram problemas relacionados ao sangue.
Os pesquisadores têm investigado se o uso de Aspirina poderia ajudar a prevenir coágulos sanguíneos após a infecção por COVID-19, mas os resultados têm sido mistos. As diretrizes médicas atuais sugerem que pessoas diagnosticadas com COVID-19 não devem começar a tomar doses baixas de aspirina para esse propósito sem mais evidências.
A Administração de Saúde dos Veteranos (VHA) é o maior sistema de saúde dos EUA, atendendo mais de 9 milhões de Veteranos. Muitos Veteranos são mais velhos e têm múltiplos Problemas de Saúde, o que os coloca em maior risco de complicações devido à COVID-19 em comparação com a população em geral. Este estudo tem como objetivo examinar com que frequência ocorrem problemas de coágulos sanguíneos devido à COVID-19 em Veteranos, identificar fatores de risco para esses problemas e ver se o uso prévio de aspirina teve algum efeito.
Visão Geral do Estudo
A pesquisa envolveu uma análise retrospectiva de registros médicos de Veteranos diagnosticados com COVID-19 entre março de 2020 e junho de 2022. O estudo incluiu Veteranos com mais de 18 anos que tiveram COVID-19 confirmada através de teste laboratorial. Os pesquisadores excluíram aqueles com resultados negativos ou avaliações de saúde incompletas. Eles acompanharam os pacientes por 12 meses após o primeiro teste positivo para ver se desenvolveram problemas de coágulos sanguíneos.
A data de referência do estudo foi o primeiro teste positivo de COVID-19 de cada Veterano. Por exemplo, se um Veterano testou positivo em março de 2020 e novamente em agosto de 2021, o teste de agosto seria o foco do estudo. Os pesquisadores usaram registros de saúde para verificar se os pacientes tinham sido prescritos aspirina no momento do diagnóstico de COVID-19. Aqueles que tinham uma prescrição ativa de aspirina, assim como aqueles que haviam retirado prescrições no mês anterior, foram incluídos no grupo da aspirina.
Problemas de coágulos sanguíneos foram identificados usando códigos de saúde específicos nos registros dos pacientes. Esses incluíam condições como trombose venosa profunda (TVP) e AVC isquêmico, entre outros. Outros fatores considerados na análise incluíram idade, sexo, raça, índice de massa corporal (IMC), problemas de saúde existentes e estado de vacinação.
Resultados
O estudo descobriu que de mais de 334.000 Veteranos diagnosticados com COVID-19, cerca de 25% estavam tomando aspirina antes do diagnóstico. Antes de igualar os grupos para comparação, 10,1% dos Veteranos desenvolveram problemas de coágulos sanguíneos após o diagnóstico de COVID-19. Após igualar os grupos com base em características semelhantes, esse número subiu para 14,4%. Entre as condições mais comuns estavam os AVCs isquêmicos e a doença arterial isquêmica.
Ao comparar usuários de aspirina com não usuários, os resultados mostraram que aqueles que tomavam aspirina tinham menos chances de desenvolver certos tipos de coágulos sanguíneos, como embolia pulmonar e TVP. No entanto, houve um aumento do risco de coágulos arteriais, como AVCs e problemas cardíacos, entre os que tomavam aspirina.
Curiosamente, o estudo revelou que Veteranos mais velhos, homens e aqueles com problemas de saúde existentes, como insuficiência cardíaca e hipertensão, estavam em maior risco de desenvolver problemas de coágulos sanguíneos após COVID-19.
Uso de Aspirina e Coágulos
Na análise, aqueles que já usavam aspirina antes de pegar COVID-19 tinham um risco reduzido de desenvolver coágulos venosos, mas um risco aumentado de coágulos arteriais durante o período de acompanhamento. Isso pode ser porque os que tomavam aspirina já eram identificados como estando em maior risco para problemas cardíacos, e a COVID-19 pode ter aumentado esse risco.
O estudo utilizou um grande conjunto de dados de registros médicos de Veteranos, o que forneceu insights valiosos sobre os efeitos da aspirina e a incidência de coágulos. A Administração de Saúde dos Veteranos está em uma posição única para rastrear tanto o uso de medicamentos prescritos quanto os de venda livre, o que permitiu uma avaliação completa do uso de aspirina entre Veteranos.
Limitações
Os resultados deste estudo podem não se aplicar a todas as populações, já que os Veteranos envolvidos podem enfrentar desafios de saúde específicos relacionados ao seu serviço militar. Embora tenham sido feitos esforços para equilibrar os grupos em comparação, é reconhecido que a associação do uso de aspirina com aumento do risco de doenças arteriais pode refletir condições pré-existentes que levaram à prescrição de aspirina em primeiro lugar.
Como este estudo é observacional, não pode estabelecer definitivamente causa e efeito. Mais pesquisas, especialmente ensaios clínicos randomizados, são necessárias para investigar melhor o potencial da aspirina em prevenir problemas de coágulos sanguíneos após COVID-19.
Conclusões
Pacientes que estavam tomando aspirina antes de contrair COVID-19 apresentaram um risco menor de desenvolver coágulos venosos, mas um risco maior de coágulos arteriais. Isso sugere que problemas de saúde pré-existentes podem influenciar esses resultados. Mais estudos são necessários para explorar o papel da aspirina na prevenção de coágulos sanguíneos após a COVID-19.
À medida que a COVID-19 continua afetando muitos, entender seus impactos de longo prazo, especialmente entre populações vulneráveis como os Veteranos, é crucial para melhorar o atendimento e as opções de tratamento. Medidas eficazes precisam ser exploradas para abordar os potenciais riscos e benefícios de medicamentos como a aspirina no contexto da COVID-19 e suas complicações.
Título: Incidence and Risk of Post-COVID-19 Thromboembolic Disease and the Impact of Aspirin Prescription; Nationwide Observational Cohort at the US Department of Veteran Affairs.
Resumo: IntroductionCOVID-19 triggers prothrombotic and proinflammatory changes, with thrombotic disease prevalent in up to 30% SARS-CoV-2 infected patients. Early work suggests that aspirin could prevent COVID-19 related thromboembolic disorders in some studies but not others. This study leverages data from the largest integrated healthcare system in the United States to better understand this association. Our objective was to evaluate the incidence and risk of COVID-19 associated acute thromboembolic disorders and the potential impact of aspirin. MethodsThis retrospective, observational study utilized national electronic health record data from the Veterans Health Administration. 334,374 Veterans who tested positive for COVID-19 from March 2, 2020, to June 13, 2022, were included, 81,830 of whom had preexisting aspirin prescription prior to their COVID-19 diagnosis. Patients with and without aspirin prescriptions were matched and the odds of post-COVID acute thromboembolic disorders were assessed. Results10.1% of Veterans had a documented thromboembolic disorder within 12 months following their COVID-19 diagnosis. Those with specific comorbidities were at greatest risk. Preexisting aspirin prescription was associated with a significant decrease risk of post-COVID-19 thromboembolic disorders, including pulmonary embolism (OR [95% CI]: 0.69 [0.65, 0.74]) and deep vein thrombosis (OR [95% CI]: 0.76 [0.69, 0.83], but an increased risk of acute arterial diseases, including ischemic stroke (OR [95% CI]: 1.54 [1.46, 1.60]) and acute ischemic heart disease (1.33 [1.26, 1.39]). ConclusionsFindings demonstrated that preexisting aspirin prescription prior to COVID-19 diagnosis was associated with significantly decreased risk of venous thromboembolism and pulmonary embolism but increased risk of acute arterial disease. The risk of arterial disease may be associated with increased COVID-19 prothrombotic effects superimposed on preexisting chronic cardiovascular disease for which aspirin was already prescribed. Prospective clinical trials may help to further assess the efficacy of aspirin use prior to COVID-19 diagnosis for the prevention of post-COVID-19 thromboembolic disorders.
Autores: Anna Ware, Z. P. Veigulis, P. J. Hoover, T. Blumke, G. N. Ioannou, E. J. Boyko, T. Osborne
Última atualização: 2024-04-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.10.24305647
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.10.24305647.full.pdf
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