Entendendo a Ansiedade na Doença de Parkinson
A ansiedade impacta muito os pacientes com Parkinson, afetando a qualidade de vida e o cuidado deles.
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Índice
- O Impacto dos Sintomas Não Motores
- Os Desafios da Ansiedade na Parkinson
- O Papel da Estimulação Cerebral Profunda
- Pesquisando Ansiedade e Atividade Cerebral
- Descobertas das Avaliações em Ambiente Hospitalar
- Descobertas das Avaliações em Casa
- A Especificidade da Medição da Ansiedade
- Implicações para a Prática Clínica
- Direções Futuras para a Pesquisa
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
A Doença de Parkinson (DP) é bem conhecida pelos sintomas motores, como tremores e rigidez, mas também traz vários problemas não motores. Um dos sintomas não motores mais preocupantes é a Ansiedade. Essa sensação de preocupação ou medo pode impactar muito a qualidade de vida tanto de quem tem DP quanto dos cuidadores.
O Impacto dos Sintomas Não Motores
Além dos problemas motores, as pessoas com Parkinson geralmente enfrentam mudanças no humor e no comportamento. Esses sintomas neuropsiquiátricos incluem depressão, ansiedade e outras questões relacionadas. Estudos mostram que até metade dos pacientes com DP tem sintomas de depressão ou ansiedade.
Reconhecer e lidar com a ansiedade em pacientes com Parkinson é crucial, mas muitas vezes é ignorado. Pacientes, cuidadores e médicos podem confundir os sinais físicos de ansiedade com a piora da DP ou outros problemas de saúde, levando a exames desnecessários e ajustes de medicamentos. Essa confusão destaca a necessidade de uma maior conscientização e tratamentos eficazes para a ansiedade na DP.
Os Desafios da Ansiedade na Parkinson
A ansiedade pode se manifestar de várias formas para quem tem Parkinson. Pode ser constante, aparecer e desaparecer, ou variar ao longo do dia. Fatores como medicamentos podem influenciar os níveis de ansiedade, tornando tudo ainda mais complicado de administrar. Atualmente, os médicos costumam usar entrevistas e questionários para avaliar a ansiedade, o que pode ser subjetivo e não captar a situação completa.
As opções de tratamento para ansiedade em pacientes com Parkinson costumam ser limitadas e nem sempre eficazes. Elas podem incluir ajustes nos medicamentos da Parkinson ou tratamentos como terapia cognitivo-comportamental. No entanto, o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, especialmente para quem tem tanto ansiedade quanto depressão. Isso ressalta a necessidade de estratégias mais personalizadas e eficazes.
Estimulação Cerebral Profunda
O Papel daA estimulação cerebral profunda (ECP) é um tratamento usado para ajudar a controlar os sintomas motores da doença de Parkinson. Envolve implantar um dispositivo que envia impulsos elétricos para partes específicas do cérebro. Alguns estudos sugerem que a ECP também pode ajudar com sintomas não motores como a ansiedade, mas os resultados podem ser inconsistentes.
Os pesquisadores estão explorando o uso de técnicas avançadas que analisam a atividade cerebral durante os procedimentos de ECP. Esses métodos podem fornecer insights sobre como diferentes regiões do cérebro funcionam e como se relacionam com sintomas como ansiedade. Essa pesquisa em andamento busca identificar marcadores fisiológicos que possam ajudar os clínicos a entender e tratar a ansiedade em pacientes com Parkinson.
Pesquisando Ansiedade e Atividade Cerebral
Em um estudo recente, os pesquisadores analisaram como a atividade cerebral em bandas de frequência específicas se relaciona aos níveis de ansiedade em pessoas com Parkinson. Eles focaram em duas bandas de frequência: teta (4-8 Hz) e alfa (8-12 Hz). Usando dados coletados de pacientes tanto em ambiente hospitalar quanto em casa, eles tentaram ver se existem padrões consistentes que conectam a atividade cerebral à ansiedade.
Três grupos diferentes de pacientes com Parkinson foram estudados: aqueles em um ambiente hospitalar logo após a cirurgia, aqueles com dispositivos crônicos implantados em casa e aqueles que participavam de uma tarefa enquanto eram monitorados em casa. Cada grupo ofereceu insights únicos sobre a relação entre ansiedade e função cerebral.
Descobertas das Avaliações em Ambiente Hospitalar
No grupo do hospital, os pesquisadores encontraram que um maior poder de teta no núcleo subtalâmico (NST), uma parte do cérebro alvo da ECP, estava ligado a níveis mais altos de ansiedade. Essa relação foi significativa quando os pacientes estavam sem a medicação para Parkinson.
O estudo mostrou que o poder de teta pode servir como um potencial marcador de ansiedade, sugerindo que flutuações na atividade cerebral podem refletir mudanças nos níveis de ansiedade do paciente.
Descobertas das Avaliações em Casa
No grupo em casa, com dispositivos monitorando a atividade cerebral por vários dias, os pesquisadores novamente encontraram uma conexão entre o poder de teta e os níveis de ansiedade. Os pacientes relataram seus níveis de ansiedade usando o Inventário de Ansiedade de Beck. Os resultados foram consistentes, indicando que uma maior atividade de teta estava associada a uma maior ansiedade, independentemente de a medicação estar ligada ou desligada.
Em outro grupo que realizava tarefas específicas em casa, uma tendência semelhante foi observada. Novamente, os pesquisadores notaram que o poder de teta correlacionava com os níveis de ansiedade.
A Especificidade da Medição da Ansiedade
Curiosamente, a pesquisa também comparou a atividade no NST com áreas do cérebro fora dos gânglios da base, como o córtex premotor. Nesse caso, não houve uma ligação significativa entre ansiedade e atividade no córtex premotor, indicando que a relação pode ser específica para as regiões NST e GPi visadas pela ECP.
No entanto, ao observar flutuações diárias da ansiedade, os pesquisadores descobriram que, enquanto os níveis de ansiedade de longo prazo correlacionando com a atividade cerebral eram significativos, as mudanças de curto prazo não mostraram o mesmo padrão. Isso sugere que a atividade cerebral medida pode refletir mais os níveis gerais de ansiedade do que as mudanças momento a momento.
Implicações para a Prática Clínica
Os resultados desta pesquisa oferecem perspectivas promissoras sobre como a ansiedade pode ser monitorada e tratada em pacientes com Parkinson. Se o poder de teta puder indicar de forma confiável os níveis de ansiedade, isso pode ajudar os médicos a diagnosticar e gerenciar melhor essa questão comum.
Por exemplo, as descobertas poderiam levar a novas diretrizes para monitorar a ansiedade através da atividade cerebral. Se os clínicos conseguirem identificar níveis de teta em ascensão, eles podem ser capazes de iniciar intervenções mais cedo, o que poderia melhorar os resultados para os pacientes.
Além disso, entender marcadores específicos para a ansiedade poderia ajudar na personalização dos tratamentos. Por exemplo, ajustes nas configurações da ECP poderiam focar não apenas nos sintomas motores, mas também em abordar a ansiedade de forma eficaz.
Direções Futuras para a Pesquisa
Embora essas descobertas sejam encorajadoras, mais pesquisas são necessárias para entender completamente a relação entre a atividade cerebral e a ansiedade na doença de Parkinson. Estudos maiores ao longo de períodos mais longos poderiam revelar mais sobre como esses padrões se desenvolvem e mudam ao longo do tempo.
Além disso, os pesquisadores sugeriram a necessidade de melhores medidas para distinguir entre a 'ansiedade de estado' (flutuações de curto prazo) e a 'ansiedade de traço' (padrões de longo prazo). Ferramentas mais precisas poderiam ajudar no desenvolvimento de terapias direcionadas.
O objetivo não é apenas controlar a ansiedade em pacientes com Parkinson, mas também melhorar sua qualidade de vida de forma geral. À medida que a pesquisa continua a revelar as conexões entre a função cerebral e os sintomas emocionais, há esperança de criar um cuidado mais eficaz e centrado no paciente.
Conclusão
A ansiedade é uma questão significativa para muitas pessoas que vivem com a doença de Parkinson, afetando tanto suas vidas diárias quanto seus cuidadores. Embora as opções de tratamento e manejo sejam atualmente limitadas, a pesquisa em andamento sobre a ligação entre a atividade cerebral e a ansiedade oferece esperança de uma melhor compreensão e intervenções.
Ao identificar marcadores fisiológicos como o poder de teta, pesquisadores e clínicos podem trabalhar em direção a estratégias mais precisas e eficazes para lidar com a ansiedade em pacientes com Parkinson. A exploração contínua desses padrões cerebrais será crucial para desenvolver terapias futuras que se alinhem às necessidades de quem vive com essa condição complexa.
Título: Basal ganglia theta power indexes trait anxiety in people with Parkinson's disease
Resumo: BackgroundNeuropsychiatric symptoms are common and disabling in Parkinsons disease (PD), with troublesome anxiety occurring in one-third of patients. Management of anxiety in PD is challenging, hampered by insufficient insight into underlying mechanisms, lack of objective anxiety measurements, and largely ineffective treatments. In this study, we assessed the intracranial neurophysiological correlates of anxiety in PD patients treated with deep brain stimulation (DBS) in the laboratory and at home. We hypothesized that low-frequency (theta-alpha) activity would be associated with anxiety. MethodsWe recorded local field potentials (LFP) from the subthalamic nucleus (STN) or the globus pallidus pars interna (GPi) DBS implants in three PD cohorts: 1) patients with recordings (STN) performed in hospital at rest via perioperatively externalized leads, without active stimulation, both ON or OFF dopaminergic medication; 2) patients with recordings (STN or GPi) performed at home while resting, via a chronically implanted commercially available sensing-enabled neurostimulator (Medtronic PerceptTM device), ON dopaminergic medication, with stimulation both ON or OFF; 3) patients with recordings performed at home while engaging in a behavioral task via STN and GPi leads and electrocorticography paddles (ECoG) over premotor cortex connected to an investigational sensing-enabled neurostimulator, ON dopaminergic medication, with stimulation both ON or OFF. Trait anxiety was measured with validated clinical scales in all participants, and state anxiety was measured with momentary assessment scales at multiple time points in the two at-home cohorts. Power in theta (4-8 Hz) and alpha (8-12 Hz) ranges were extracted from the LFP recordings, and their relation with anxiety ratings was assessed using linear mixed-effects models. ResultsIn total, 33 PD patients (59 hemispheres) were included. Across three independent cohorts, with stimulation OFF, basal ganglia theta power was positively related to trait anxiety (all p
Autores: Lucia Ricciardi, B. E. K. S. Swinnen, C. H. Hoy, E. Pegolo, E. Ubeda Matzilevich, J. Sun, B. Ishihara, F. Morgante, E. Pereira, F. Baig, M. Hart, H. Tan, Z. Sawacha, M. Beudel, S. Wang, P. Starr, S. Little
Última atualização: 2024-06-05 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.04.24308449
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.04.24308449.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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