O Impacto da Cafeína Durante a Gravidez
Analisando os efeitos da cafeína nos resultados da gravidez e no desenvolvimento infantil.
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Índice
- Metabolismo da Cafeína Durante a Gravidez
- Riscos Associados ao Consumo de Cafeína
- Evidências de Estudos em Animais
- Foco do Estudo: Comportamento e Peso
- Participantes e Metodologia
- Descobertas: Efeitos no Índice de Massa Corporal (IMC)
- Problemas Comportamentais em Crianças
- Interação com a Idade
- Limitações e Direções Futuras
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
A Cafeína é a substância psicoativa mais usada no mundo todo. Muita gente consome ela diariamente através de café, chá, chocolate e alguns refrigerantes. Durante a Gravidez, mais de 45% das americanas grávidas dizem que ainda tomam cafeína. Embora o uso moderado de cafeína seja geralmente considerado seguro para adultos, a segurança dela durante a gravidez não é totalmente compreendida. Esse artigo examina as descobertas sobre o consumo de cafeína durante a gravidez, seus efeitos nos resultados da gestação e implicações para as crianças.
Metabolismo da Cafeína Durante a Gravidez
Quando estão grávidas, os corpos das mulheres processam a cafeína de forma diferente. Leva muito mais tempo para eliminar a cafeína do corpo, podendo ser de três a quatro vezes mais longo comparado a pessoas que não estão grávidas. A cafeína pode atravessar a placenta, o que significa que pode afetar o feto. Como o feto metaboliza a cafeína mais devagar, pode haver níveis mais altos de cafeína no sistema dele do que na mãe. Isso levanta preocupações sobre possíveis efeitos negativos na gravidez e na saúde do bebê.
Riscos Associados ao Consumo de Cafeína
Pesquisas sugerem que consumir cafeína durante a gravidez, especialmente nas fases finais, está ligado a vários resultados negativos, incluindo aborto espontâneo, natimorto, baixo peso ao nascer e parto prematuro. Mesmo níveis de cafeína considerados seguros por profissionais de saúde, como 200 mg por dia (equivalente a cerca de duas xícaras de café), ainda podem apresentar riscos.
Alguns estudos mostraram que a exposição à cafeína durante a gravidez pode levar a crianças mais baixas ou mais pesadas na primeira infância. Isso traz perguntas sobre se a cafeína impacta a saúde e o desenvolvimento muito depois do nascimento.
Evidências de Estudos em Animais
Muitos estudos em animais investigaram os efeitos da cafeína durante a gravidez. Esses estudos indicam que altos níveis de cafeína podem prejudicar o cérebro em desenvolvimento, resultando em menos células cerebrais e problemas cognitivos nos filhotes. Embora essas descobertas sejam preocupantes, os resultados em estudos humanos têm sido mistos.
Por exemplo, um estudo descobriu que crianças cujas mães consumiram mais de 200 mg de cafeína por dia durante a gravidez tiveram notas mais baixas em testes de QI aos cinco anos. No entanto, em outro estudo, não houve diferença notável no comportamento entre crianças expostas à cafeína e aquelas que não foram expostas. Pesquisas mais recentes relacionaram a exposição à cafeína a problemas comportamentais durante a infância, especialmente problemas externalizantes. Contudo, os pesquisadores ainda não examinaram de perto como esses problemas potenciais persistem quando as crianças chegam à adolescência.
Foco do Estudo: Comportamento e Peso
Para entender melhor esses efeitos, os pesquisadores usaram dados de um estudo de longo prazo chamado Estudo de Desenvolvimento Cerebral e Cognitivo Adolescente (ABCD). Esse estudo acompanhou mais de 11.000 crianças da infância até a vida adulta jovem. O objetivo era ver se a exposição à cafeína na gravidez estava ligada a problemas como comportamento e peso à medida que as crianças envelheciam.
Os pesquisadores se concentraram em diferentes níveis de exposição à cafeína durante a gravidez, incluindo nenhuma cafeína, uso ocasional, uso semanal e consumo diário. Eles também examinaram vários problemas comportamentais, incluindo questões internalizantes e externalizantes, problemas de atenção e distúrbios do sono.
Participantes e Metodologia
O Estudo ABCD incluiu um grupo diversificado de crianças, com participantes de diferentes origens. Os cuidadores relataram o consumo de cafeína das mães durante a gravidez, e o peso das crianças (IMC) foi calculado usando medidas padrão.
O estudo controlou vários fatores, como histórico familiar de problemas de saúde mental, uso de substâncias pela mãe, gênero da criança e renda familiar. Com uma análise cuidadosa, os pesquisadores tentaram identificar padrões significativos relacionados à exposição à cafeína na gravidez e os resultados para as crianças.
Índice de Massa Corporal (IMC)
Descobertas: Efeitos noOs dados revelaram algumas tendências importantes. Crianças que foram regularmente expostas à cafeína durante a gravidez tendiam a ter um índice de massa corporal (IMC) mais alto do que aquelas que não foram expostas. Aqueles com exposição diária à cafeína mostraram aumentos mais significativos no IMC em comparação com os que foram expostos mensalmente ou não foram expostos. Isso sugere que o consumo de cafeína durante a gravidez, especialmente em maiores quantidades, pode estar ligado a um peso mais elevado nas crianças.
Problemas Comportamentais em Crianças
Ao olhar para problemas comportamentais, os pesquisadores descobriram que a exposição diária à cafeína estava ligada a mais problemas externalizantes, como agressão e desobediência. No entanto, esse resultado não se manteve após ajustes para múltiplas comparações, o que significa que é possível que a relação seja menos clara.
Curiosamente, crianças expostas a maiores quantidades de cafeína diariamente também relataram mais Problemas de Sono. Essa descoberta sugere que uma ingestão significativa de cafeína durante a gravidez pode levar a distúrbios do sono nas crianças, o que pode impactar seu bem-estar geral e comportamento.
Interação com a Idade
Os pesquisadores também investigaram como os efeitos da cafeína prenatual podem mudar à medida que as crianças envelhecem. Eles descobriram que problemas de atenção estavam ligados ao consumo de cafeína, com algumas diferenças notáveis com base na idade. Especificamente, crianças com exposição mensal à cafeína experimentaram um atraso nas melhorias na atenção em comparação com aquelas sem exposição. Essa descoberta indica que pode haver interações complexas entre a exposição à cafeína e as mudanças comportamentais relacionadas à idade.
Limitações e Direções Futuras
Embora o estudo ofereça informações valiosas, ele também tem limitações. Primeiro, o uso de cafeína foi relatado retrospectivamente pelos cuidadores, o que pode levar a imprecisões devido a vieses de memória. Além disso, o estudo não mediu quantidades específicas de cafeína em diferentes bebidas, o que poderia adicionar variabilidade aos achados.
Pesquisas futuras devem continuar a investigar o momento da exposição à cafeína durante a gravidez e seus potenciais efeitos a longo prazo nas crianças. Entender os mecanismos precisos por trás dessas associações e como podem diferir entre os indivíduos será crucial.
Conclusão
Em resumo, o consumo diário de cafeína durante a gravidez, especialmente em maiores quantidades, está ligado a riscos aumentados de maior IMC na infância e problemas de sono. Embora as descobertas não provem definitivamente que a cafeína causa esses resultados, elas sugerem que é preciso ter cautela em relação à ingestão de cafeína durante a gravidez. À medida que mais pesquisas surgem, as mães grávidas devem considerar os potenciais impactos da cafeína tanto na saúde delas quanto no desenvolvimento de seus filhos.
Título: Associations between prenatal caffeine exposure and child development: Longitudinal results from the Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD) Study
Resumo: ObjectiveThough caffeine use during pregnancy is common, its longitudinal associations with child behavioral and physical health outcomes remain poorly understood. Here, we estimated associations between prenatal caffeine exposure, body mass index (BMI), and behavior as children enter adolescence. MethodLongitudinal data and caregiver-reported prenatal caffeine exposure were obtained from the ongoing Adolescent Brain and Cognitive Development (ABCD)SM Study, which recruited 11,875 children aged 9-11 years at baseline from 21 sites across the United States starting June 1, 2016. Prenatal caffeine exposure was analyzed as a 4-level categorical variable, and further group contrasts were used to characterize "any exposure" and "daily exposure" groups. Outcomes included psychopathology characteristics in children, sleep problems, and BMI. Potentially confounding covariates included familial (e.g., income, familial psychopathology), pregnancy (e.g., prenatal substance exposure), and child (e.g., caffeine use) variables. ResultsAmong 10,873 children (5,686 boys [52.3%]; mean [SD] age, 9.9 [0.6] years) with nonmissing prenatal caffeine exposure data, 6,560 (60%) were exposed to caffeine prenatally. Relative to no exposure, daily caffeine exposure was associated with higher child BMI ({beta}=0.08; FDR-corrected p=0.02), but was not associated with child behavior. Those exposed to two or more cups of caffeine daily (n=1,028) had greater sleep problems than those with lower/no exposure ({beta}>0.92; FDR-corrected p
Autores: Ryan Bogdan, H. Modi, D. A. Baranger, S. E. Paul, A. J. Gorelik, A. Hornstein, J. V. Balbona, A. Agrawal, J. D. Bijsterbosch
Última atualização: 2024-06-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.24309117
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.24309117.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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