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Desafios de Percepção Visual na Psicose

Investigando como a esquizofrenia afeta o reconhecimento de formas e o processamento visual.

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A esquizofrenia e outros problemas sérios de saúde mental geralmente vêm com jeitos diferentes de ver e processar as coisas. Pesquisadores descobriram que pessoas com essas condições podem ter dificuldade em perceber formas e cores. Esse artigo mergulha em como a percepção visual pode diferir para quem tem esquizofrenia e distúrbios relacionados. A gente foca em como as pessoas reconhecem formas, especialmente quando essas formas estão misturadas com fundos que distraem.

Percepção Visual na Psicose

Pessoas com psicose, que inclui a esquizofrenia, podem viver problemas únicos e desafiadores de percepção visual. Esses problemas podem incluir dificuldade em reconhecer rostos, entender objetos em movimento e compreender como as formas se encaixam. Estudos mostram que esses problemas visuais estão ligados à gravidade dos sintomas, como delírios e alucinações. Isso quer dizer que, quanto mais intensos são os sintomas, mais difícil pode ser para alguém ver e interpretar informações visuais corretamente.

Uma área importante da pesquisa em visão é a percepção de contornos, que se refere a como identificamos as bordas e formas dos objetos. Ao olhar para uma cena visual, nosso cérebro tenta conectar os pontos de luz e sombra para formar formas completas. Esse processo é influenciado por princípios que guiam como interpretamos informações visuais, como proximidade e semelhança.

Os pesquisadores querem entender como esses problemas de Processamento Visual ocorrem, especialmente em distúrbios como a esquizofrenia. Para isso, eles analisam como as pessoas com psicose se saem em tarefas de percepção de contornos e o que isso revela sobre suas habilidades visuais gerais.

O Papel da Integração de Contornos

Integração de contornos é a habilidade de reconhecer a forma formada por pontos de luz conectados, mesmo quando esses pontos estão cercados por ruídos visuais. Essa habilidade é vital para identificar objetos no nosso ambiente, ajudando a gente a entender o que estamos olhando e onde as coisas estão.

A integração de contornos depende de regras específicas que ajudam nosso cérebro a determinar quais elementos pertencem juntos. Por exemplo, objetos que estão próximos uns dos outros ou que seguem uma linha contínua são geralmente vistos como parte da mesma forma. Esse processo começa no córtex visual primário do cérebro e pode envolver muitas áreas interconectadas.

Pesquisas mostram que indivíduos com psicose frequentemente têm dificuldades com tarefas de integração de contornos. Eles podem achar difícil identificar formas quando essas formas foram alteradas ou quando estão misturadas com padrões de fundo que distraem. Alguns estudos indicam que pessoas com esquizofrenia, em particular, mostram menor tolerância a mudanças na forma dos contornos, o que afeta sua capacidade de perceber essas formas com precisão.

Estudando o Processamento Visual na Psicose

Para ter uma ideia mais clara de como o processamento visual varia na psicose, os pesquisadores realizaram um estudo envolvendo pessoas com esses distúrbios, seus parentes e indivíduos saudáveis. Eles usaram dois métodos: avaliações comportamentais e técnicas avançadas de imagem (fMRI) para coletar dados sobre como os participantes processaram informações visuais, especialmente contornos.

Os participantes completaram tarefas em que tiveram que identificar se um contorno em forma de ovo estava apontando para a esquerda ou para a direita. O estudo também incluiu diferentes condições, algumas com elementos de fundo e outras sem, para ver como esses fatores influenciavam a percepção. Ao comparar como diferentes grupos se saíram nessas tarefas, os pesquisadores tentaram identificar padrões no processamento visual e como eles se relacionam com os sintomas psicóticos.

Recrutamento e Grupos de Participantes

Um total de 140 participantes adultos entre 18 e 60 anos foram recrutados. Esse grupo foi dividido em três categorias:

  1. Pessoas com Psicose: Indivíduos diagnosticados com um distúrbio psicótico, incluindo esquizofrenia e transtorno bipolar.
  2. Parentes de Primeiro Grau: Indivíduos que compartilham laços genéticos próximos a alguém com um distúrbio psicótico, mas não têm o distúrbio em si.
  3. Controles Saudáveis: Pessoas sem histórico familiar de psicose e sem problemas de saúde mental.

Os participantes passaram por uma triagem rigorosa para garantir que tinham visão normal e nenhuma outra condição neurológica. O estudo buscou avaliar a percepção visual de uma forma que levasse em conta fatores genéticos relacionados à psicose.

Avaliações Comportamentais

Nas avaliações comportamentais, os participantes participaram de tarefas de discriminação de contornos. Eles foram apresentados a uma série de imagens compostas por elementos Gabor, que são padrões visuais que podem ser usados para estudar a percepção visual. Os participantes precisavam identificar a direção dos contornos em forma de ovo sob diferentes níveis de dificuldade.

As tarefas incluíam contornos embaralhados sem fundo e contornos alinhados com elementos de fundo. Os pesquisadores registraram quão rapidamente e com precisão os participantes conseguiam identificar a direção de cada contorno.

Os participantes que tiveram dificuldades nas tarefas foram eliminados da análise posterior para garantir que os resultados representassem apenas aqueles que podiam compreender e completar as tarefas efetivamente.

O Uso de fMRI no Estudo

Para coletar informações mais detalhadas sobre a atividade cerebral enquanto os participantes realizavam as tarefas, o estudo utilizou a imagem por ressonância magnética funcional (fMRI). Essa técnica avançada de imagem permite que os pesquisadores observem áreas do cérebro que se tornam ativas durante tarefas específicas em tempo real.

As varreduras de fMRI capturaram como diferentes regiões do cérebro responderam a estímulos visuais, incluindo o núcleo geniculado lateral (LGN), córtex visual primário (V1) e complexo occipital lateral (LOC). Cada uma dessas áreas desempenha um papel crucial no processamento visual.

Entendendo as Regiões Cerebrais Envolvidas no Processamento Visual

  • Núcleo Geniculado Lateral (LGN): Essa estrutura no tálamo atua como um centro de retransmissão para informações visuais recebidas da retina. Ele envia essas informações para o córtex visual primário.
  • Córtex Visual Primário (V1): Essa área é responsável por processar informações visuais, incluindo bordas e movimento. É essencial para integrar informações de contorno.
  • Complexo Occipital Lateral (LOC): Essa região está envolvida no processamento de visualizações de objetos em nível mais alto e é crucial para reconhecer e entender formas.

Os pesquisadores queriam ver como essas áreas interagiam durante as tarefas de percepção de contornos e se havia diferenças entre os grupos.

Resultados do Estudo

O estudo encontrou diferenças notáveis em como os participantes de diferentes grupos se saíram nas tarefas de discriminação de contornos. Pessoas com psicose, especialmente aquelas com esquizofrenia, mostraram taxas de precisão mais baixas e uma capacidade reduzida de tolerar mudanças na orientação dos contornos. Isso sugere dificuldades na integração de contornos e no processamento visual.

Em termos de resultados de fMRI, os pesquisadores observaram que, enquanto os participantes de todos os grupos ativavam o V1 ao processar contornos, não havia diferenças significativas nas respostas cerebrais gerais entre os grupos nessa região. No entanto, ao olhar para as conexões entre o LGN e o V1, os pesquisadores encontraram conectividade reduzida no grupo de psicose em comparação com os controles saudáveis, sugerindo que a capacidade do cérebro de transmitir informações visuais pode estar prejudicada.

Além disso, o LOC mostrou maior ativação em indivíduos com psicose durante tarefas com elementos de fundo presentes. Essa descoberta indica que pessoas com esses distúrbios podem ter dificuldades em filtrar informações que distraem, dificultando o reconhecimento preciso das formas.

O Impacto dos Estímulos de Fundo

Uma conclusão importante da pesquisa foi o impacto dos estímulos de fundo no processamento visual. Quando os contornos eram apresentados contra um fundo, participantes com psicose tinham mais dificuldade em identificar as formas com precisão. Esse efeito foi particularmente pronunciado naqueles com esquizofrenia, revelando uma possível luta com a separação figura-fundo- a habilidade de distinguir um objeto de seu fundo.

O estudo destacou como esse desafio pode afetar o funcionamento cotidiano, já que as pessoas costumam encontrar cenários visuais com distrações. As dificuldades enfrentadas por indivíduos com psicose nesses Contextos podem contribuir para suas experiências de confusão ou percepção errada na vida diária.

Fatores Genéticos e Processamento Visual

A presença de parentes de primeiro grau no estudo permitiu que os pesquisadores explorassem a influência de fatores genéticos no processamento visual. Embora os parentes não tivessem distúrbios psicóticos, seu desempenho em tarefas de discriminação de contornos mostrou semelhanças com pessoas com psicose. No entanto, seus resultados de fMRI indicaram padrões de ativação mais típicos em regiões visuais-chave.

Essas descobertas sugerem que, embora os parentes possam compartilhar traços genéticos associados à psicose, mecanismos compensatórios podem apoiar habilidades de processamento visual mais típicas. Entender essas relações pode fornecer insights sobre como vulnerabilidades no processamento visual podem ser transmitidas através das famílias e como alguns indivíduos conseguem navegar por esses desafios de forma mais eficaz do que outros.

Implicações para Compreender a Psicose

Os resultados deste estudo contribuem para um corpo crescente de pesquisas sobre o processamento visual na psicose. A ligação entre a discriminação de contornos prejudicada e os sintomas psicóticos lança luz sobre os desafios cognitivos enfrentados por indivíduos com esses distúrbios.

Ao identificar áreas específicas onde o processamento visual pode falhar, os pesquisadores podem entender melhor os mecanismos subjacentes da psicose. Esse conhecimento pode abrir caminho para o desenvolvimento de intervenções destinadas a melhorar o processamento visual e o funcionamento geral para aqueles afetados por essas condições de saúde mental.

Direções para Pesquisas Futuras

Pesquisas futuras devem se aprofundar nos aspectos específicos da percepção visual que são mais afetados em diferentes tipos de distúrbios psicóticos. Estudos poderiam explorar se certos treinamentos cognitivos ou abordagens de reabilitação podem ajudar a melhorar a integração de contornos e o processamento visual geral em indivíduos com psicose.

Além disso, examinar como a percepção visual varia em diferentes contextos, como ambientes da vida real versus tarefas de laboratório, pode fornecer uma compreensão mais abrangente de como esses desafios se manifestam na vida cotidiana. Também é essencial continuar explorando o papel potencial de fatores genéticos que influenciam as habilidades de processamento visual, pois isso pode informar estratégias preventivas ou intervenções precoces para indivíduos em risco.

Conclusão

Desafios na percepção visual são uma característica chave da psicose, particularmente na esquizofrenia. Problemas com a integração de contornos e o processamento visual podem impactar significativamente como os indivíduos percebem e interagem com o mundo ao seu redor. Estudando essas percepções visuais e os mecanismos cerebrais, os pesquisadores obtêm insights valiosos sobre as complexidades dos distúrbios psicóticos.

Essas descobertas ressaltam a importância de entender a interconexão entre processamento visual e saúde mental, com potenciais implicações para tratamentos futuros e estratégias de apoio para indivíduos afetados pela psicose. A pesquisa contínua nessa área promete aprimorar nossa compreensão de como ajudar aqueles impactados por esses distúrbios a lidar com dificuldades no processamento visual.

Fonte original

Título: Impaired contour object perception in psychosis

Resumo: Contour integration, the process of joining spatially separated elements into a single unified line, has consistently been found to be impaired in schizophrenia. Recent work suggests that this deficit could be associated with psychotic symptomatology, rather than a specific diagnosis such as schizophrenia. Examining a transdiagnostic sample of participants with psychotic psychopathology, we obtained quantitative indices of contour perception in a psychophysical behavioral task. We found impaired contour discrimination performance among people with psychotic psychopathology (PwPP, n = 62) compared to healthy controls (n = 34) and biological relatives of PwPP (n = 44). Participants with schizophrenia (n = 31) showed impaired task performance compared to participants with bipolar disorder (n = 18). We also measured responses during an analogous task using ultra-high field (7T) functional MRI and found higher responses in the lateral occipital cortex of PwPP compared to controls. Using task-based functional connectivity analyses, we observed abnormal connectivity between visual brain areas during contour perception among PwPP. These connectivity differences only emerged when participants had to distinguish the contour object from background distractors, suggesting that a failure to suppress noise elements relative to contour elements may underlie impaired contour processing in PwPP. Our results are consistent with impaired contour integration in psychotic psychopathology, and especially schizophrenia, that is related to cognitive dysfunction, and may be linked to impaired functional connectivity across visual regions.

Autores: Michael-Paul Schallmo, R. S. Kamath, K. B. Weldon, H. R. Moser, S. A. Montoya, K. S. Abdullahi, P. C. Burton, S. R. Sponheim, C. A. Olman

Última atualização: 2024-07-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.02.24309795

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.02.24309795.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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