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Insegurança Hídrica e Desafios de Saúde em Carabayllo

Analisando o impacto da escassez de água na saúde nas cidades costeiras do Peru.

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Cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo não têm Água potável segura. Esse problema é bem sério em países de baixa e média renda. As mudanças climáticas tão piorando a situação, causando falta de água, chuvas irregulares e clima severo. As Nações Unidas alertaram que as mudanças climáticas podem aumentar a insegurança hídrica para até 3,2 bilhões de pessoas até 2050.

No Peru, só metade da população tem acesso a água potável segura. O acesso varia muito entre áreas urbanas e rurais; 92% dos moradores das cidades têm água segura, enquanto só 79% dos rurais têm. Regiões como as selvas e montanhas sofrem mais de problemas de Saúde ligados à água e saneamento ruins em comparação com áreas costeiras. As áreas costeiras enfrentam clima extremo e falta de água. Apesar de ter bastante água renovável, o Peru ainda enfrenta problemas hídricos devido a infraestruturas ruins, crescimento populacional e uso intenso de água na agricultura e indústria.

Enquanto as pesquisas abordaram as experiências de pessoas em outras partes do Peru, pouca coisa se sabe sobre as experiências de quem vive em áreas urbanas costeiras em relação à segurança hídrica e mudanças climáticas. Coletar informações sobre o que os membros da comunidade pensam e vivem pode ajudar a melhorar políticas e estratégias para lidar com problemas de saúde relacionados à escassez de água e mudanças climáticas.

Para preencher essa lacuna, foi feito um estudo para entender as opiniões das pessoas sobre a insegurança hídrica e seus efeitos na saúde de mães e crianças em Carabayllo, uma região do norte de Lima. O objetivo era entender as experiências diretas de insegurança hídrica, a relação percebida entre segurança hídrica e mudanças climáticas e os efeitos na saúde sob a perspectiva de mães e profissionais de saúde. Os pesquisadores também queriam identificar estratégias atuais que as pessoas usam para lidar com a escassez de água.

Desenho do Estudo e Participantes

Esse estudo fez parte de um projeto maior para avaliar as necessidades de saúde de mulheres grávidas e crianças de 0 a 10 anos em Carabayllo. O projeto foi desenvolvido e conduzido pela Socios En Saúde, uma organização sem fins lucrativos que atua na área desde 1995. Eles realizam várias iniciativas comunitárias que muitas vezes contam com trabalhadores de saúde locais e tecnologia para ajudar com questões de saúde como saúde materna e nutrição. Reconhecendo que as mudanças climáticas e a insegurança hídrica afetam essas questões de saúde, os pesquisadores adicionaram perguntas sobre água na avaliação das necessidades.

Os participantes incluíram profissionais de saúde, mulheres grávidas e cuidadores de crianças de 0 a 10 anos. Quatro unidades de saúde foram escolhidas entre 12 em Carabayllo para representar diferentes tipos de prestadores de saúde: um posto de saúde rural, dois postos de saúde urbanos e um centro de saúde urbano. Mulheres grávidas e crianças que recebiam atendimento nessas unidades foram identificadas por meio da revisão de prontuários, e indivíduos elegíveis foram convidados a participar do estudo.

Os profissionais de saúde foram entrevistados individualmente, garantindo uma variedade de profissões representadas. A equipe conversou com médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos.

Ambiente do Estudo

Carabayllo fica na periferia de Lima e cobre uma área grande, com uma população de cerca de 333.039 pessoas. A região contém tanto áreas urbanas quanto rurais, com muitos imigrantes recentes se mudando. Os bairros mais novos costumam ser construídos em colinas íngremes e rochosas, com pouca infraestrutura. À medida que esses bairros ganham reconhecimento formal, eles podem acessar serviços municipais como água e eletricidade. Áreas já estabelecidas tendem a ter um acesso melhor a esses serviços, incluindo um fornecimento de água mais confiável. Em Lima, a companhia de água cobra pela água potável, e as famílias gastam entre US$ 3 e US$ 79 por mês em água, com uma média de cerca de US$ 12.

Coleta de Dados

A equipe do estudo desenvolveu perguntas para investigar experiências de falta de água, percepções sobre as mudanças climáticas e os efeitos da insegurança hídrica na saúde materna e infantil. Algumas perguntas incluíam perguntar aos participantes se já passaram por um período em que sua família não teve água suficiente e o que entendiam sobre mudanças climáticas.

As entrevistas foram feitas por um membro da equipe local treinado, que não tinha relacionamento prévio com os participantes. As entrevistas ocorreram em centros de saúde e centros comunitários, e foram gravadas. Os pesquisadores analisaram as entrevistas usando métodos dedutivos e indutivos. A equipe de análise identificou temas a partir das respostas dos participantes, categorizando-os em vários domínios.

Resultados sobre Infraestrutura e Segurança Hídrica

A maioria das Comunidades relatou enfrentar desafios relacionados ao acesso à água, que variavam conforme a geografia. Bairros mais estabelecidos desfrutavam de um fornecimento de água constante, enquanto áreas menos desenvolvidas sofriam com interrupções e pressão de água pouco confiável. Algumas comunidades não tinham nenhuma infraestrutura hídrica, obrigando os moradores a comprar água entregue por caminhão.

As experiências de escassez de água eram frequentemente vistas como uma parte normal da vida. Por exemplo, uma mãe descreveu como passou semanas sem água e teve que buscar de longe. Muitos entrevistados notaram que, embora o fornecimento de água tivesse melhorado, interrupções ainda ocorriam sem aviso, e a disponibilidade costumava diminuir nos meses mais quentes.

Impacto Percebido das Mudanças Climáticas na Segurança Hídrica

Enquanto alguns participantes não viam impactos diretos das mudanças climáticas, a maioria reconhecia uma conexão entre as questões climáticas e a falta de água. Os entrevistados mencionaram que padrões de chuva alterados e temperaturas mais altas estavam afetando a agricultura, a disponibilidade de água para irrigação e a saúde geral. Muitos esperavam que esses problemas piorassem.

Eventos climáticos extremos também foram discutidos, incluindo chuvas fortes que causaram inundações e deslizamentos de terra. Esses eventos interromperam as casas e dificultaram o acesso das pessoas, especialmente das grávidas, aos serviços de saúde.

Efeitos da Insegurança Hídrica na Saúde Materna e Infantil

Os membros da comunidade e os profissionais de saúde enfatizaram o papel vital da água na manutenção da saúde. Eles identificaram vários problemas de saúde ligados à escassez de água, como problemas de pele, distúrbios digestivos e condições respiratórias. A falta de água afetou as práticas de higiene, dificultando para as famílias lavarem as mãos, tomarem banho ou prepararem alimentos de forma segura. Isso era especialmente preocupante para as crianças, que são mais vulneráveis a doenças.

As mães priorizavam a água potável e para cozinhar em vez do banho, o que aumentava os riscos à saúde de todos na casa. Muitos profissionais notaram que a água não segura poderia levar a parasitas e outras doenças que poderiam prejudicar grávidas e seus bebês.

Os profissionais também apontaram o aumento de doenças respiratórias ligadas ao saneamento ruim e o impacto de extremos climáticos. Tanto os profissionais de saúde quanto as mães conectaram o aumento de casos de dengue a condições climáticas que permitiram a coleta de água parada, criando criadouros para mosquitos.

Respostas da Comunidade à Escassez de Água e Mudanças Climáticas

Quando perguntados sobre medidas para conservar água, poucos participantes relataram ações que estavam tomando. Algumas mães compartilharam práticas que usavam em suas cidades, como coletar água da chuva, mas reconheceram que esses métodos não eram práticos em Lima urbana. Muitos sentiam que faltavam recursos necessários para implementar medidas de conservação eficazes, como tanques adequados ou tecnologia para armazenar água.

Os profissionais de saúde reconheceram a importância de aumentar a conscientização na comunidade sobre mudanças climáticas e conservação da água, mas muitos se sentiram despreparados para os possíveis impactos na saúde. Eles entenderam que ações preventivas eram necessárias, como treinamento, divulgação e planejamento adequado, para melhorar a preparação da saúde.

Conclusão

Esse estudo de Carabayllo, Lima, destaca a profunda conexão entre a insegurança hídrica, as mudanças climáticas e a saúde de mães e crianças. As pessoas da área enfrentam desafios diários relacionados à escassez de água, que se tornaram normais ao longo do tempo.

A escassez de água tem efeitos diretos na saúde de mães e crianças. Condições de saúde, tanto a curto quanto a longo prazo, estão ligadas ao acesso limitado a água limpa. O estudo também revelou diferenças na segurança hídrica com base na localização e riqueza, onde áreas mais ricas têm acesso à água mais confiável em comparação com bairros mais pobres.

Os profissionais de saúde e as mães tinham opiniões variadas sobre mudanças climáticas, com alguns vendo isso como um problema urgente, enquanto outros viam como uma preocupação distante. O estudo ressaltou a falta de conscientização e preparo entre os profissionais de saúde para lidar com os impactos das mudanças climáticas.

Recomendações

  1. Governança Local:

    • Apoiar soluções de conservação e armazenamento de água.
    • Investir na gestão eficaz dos recursos hídricos para ajudar comunidades vulneráveis.
  2. Sistema de Saúde:

    • Oferecer treinamento para trabalhadores de saúde sobre a conexão entre mudanças climáticas e saúde.
    • Avaliar as unidades de saúde para preparar-se para ameaças à saúde relacionadas ao clima.
  3. Ação Comunitária:

    • Criar grupos cooperativos para gestionar os recursos hídricos locais.
    • Promover educação sobre práticas de conservação de água.

Discussões adicionais com líderes comunitários e partes interessadas ajudarão a identificar estratégias apropriadas para fortalecer a resiliência da comunidade contra a escassez de água e mudanças climáticas.

Ao lidar com essas questões interligadas, as comunidades podem melhorar o acesso à água, promover saúde e fomentar resiliência contra os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Fonte original

Título: Perceptions of Water Security and Climate Change in Lima, Peru: Qualitative Study of Mothers and Healthcare Providers

Resumo: BackgroundWater insecurity, a global public health crisis, will be intensified by climate change. In coastal Peru, little is known about the health effects of water insecurity from a community perspective. Understanding first-hand experiences and perceptions of mothers and healthcare providers can inform strategies to mitigate the effects of water insecurity and climate change on health outcomes and health disparities. MethodsThis qualitative study took place in 2023 in Carabayllo, the Northernmost region of Lima, Peru comprised of urban and rural communities. We conducted six focus groups with 10 pregnant women and 23 mothers of children ages 0 to 10, as well as individual interviews with 22 healthcare providers. Data were analyzed through rapid qualitative analysis combining deductive and inductive methods. Principal findingsWater insecurity was common among community members and was normalized as part of daily life. Access to water varied based on socioeconomic status and geography. Perceived health impacts were primarily related to hygiene and sanitation (e.g. diarrheal disease), water storage (dengue), and longer-term effects such as nutrition and child development. Respondents agreed that climate change would exacerbate water insecurity and endorsed strategies to take action. Conclusions and significanceThe lived experiences of water insecurity and its health impacts in Lima, Peru highlight the importance of mobilizing community stakeholders, health systems and local government to increase water security and support healthcare facilities and communities on water conservation and climate preparedness efforts.

Autores: Sonya Sunhi Shin, D. O. Morales, K. Ramos, E. Jauregui, M. Duenas, N. Rumaldo, S. Gogia, L. Lecca

Última atualização: 2024-07-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.10.24309904

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.10.24309904.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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