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# Biologia# Bioquímica

Importação de Proteínas nas Mitocôndrias: Mecanismos Chave

Este estudo mostra como TOMM20 e TOMM70 organizam proteínas para funções mitocondriais.

Ralf-Peter Jansen, S. Akram, K. I. Zittlau, B. Macek

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Nas células eucarióticas, as proteínas precisam ser organizadas e enviadas para os lugares certos dentro da célula pra funcionarem direitinho. A maioria das proteínas é feita no núcleo, mas desempenha suas funções em áreas específicas. Por exemplo, as Mitocôndrias, que são as usinas da célula, precisam importar várias proteínas diferentes pra funcionarem bem. Essas proteínas têm sinais especiais que ajudam elas a chegarem no destino certo.

Processo de Importação Mitocondrial

Um ponto de entrada importante pras proteínas nas mitocôndrias é um complexo chamado translocase da membrana mitocondrial externa, ou TOM, pra abreviar. Esse complexo é feito de várias partes. O componente principal se chama TOM40, que forma um poro que permite a passagem das proteínas. Também tem outras partes, como o TOM22, que ajudam a reconhecer e se ligar às proteínas que precisam ser importadas.

Duas partes adicionais, o TOM20 e o TOM70, são importantes porque reconhecem sinais diferentes nas proteínas. O TOM20 trabalha principalmente com proteínas que são destinadas à membrana interna mitocondrial ou à matriz. Por outro lado, o TOM70 prefere proteínas que têm uma estrutura específica conhecida como alfa-hélice, que normalmente são destinadas à membrana externa ou interna das mitocôndrias.

O TOM70 não fica tão grudado no complexo principal em comparação ao TOM20. Ele geralmente aparece como um homodímero, ou seja, existe como duas unidades idênticas. Quando o TOM20 se parte, ainda mostra uma presença forte no complexo, mas se move de forma diferente em testes que ajudam a visualizar estruturas de proteínas.

Pra ajudar a levar as proteínas até esses pontos de entrada, outros ajudantes, chamados chaperonas, são necessários. Essas chaperonas garantem que as proteínas não grudem umas nas outras e consigam chegar ao complexo TOM.

Enquanto os cientistas geralmente acreditam que a maioria das proteínas é importada para as mitocôndrias depois que são feitas, algumas evidências sugerem que proteínas podem também ser feitas bem perto das mitocôndrias. Essa ideia vem da observação de ribossomos, que são os locais de síntese de proteínas, ao redor das mitocôndrias. Alguns experimentos até mostraram que certos RNAs mensageiros (mRNAs) são encontrados perto das mitocôndrias, o que indica que as proteínas poderiam ser feitas no local.

Papel das Proteínas de Ligação ao RNA

As proteínas de ligação ao RNA (RBPs) são jogadoras importantes nesse processo. Elas podem controlar pra onde vão os mRNAs, quão estáveis eles são e se eles vão ser traduzidos em proteínas. Por exemplo, em leveduras, uma RBP chamada Puf3p ajuda a guiar os mRNAs até as mitocôndrias. Em mamíferos, duas RBPs bem estudadas, CLUH e SYNJ2BP, ajudam a gerenciar os mRNAs que codificam proteínas mitocondriais.

Quando o CLUH é removido, a quantidade de proteínas feitas a partir dos mRNAs-alvo diminui, levando a problemas com a forma das mitocôndrias. Enquanto isso, o SYNJ2BP garante que seus mRNAs-alvo fiquem no lugar certo, especialmente quando a tradução está sob estresse. O SYNJ2BP também tem um papel na tradução local, que ajuda a manter a função mitocondrial intacta.

Estudo das Interações do Complexo TOM

Na tentativa de entender melhor como TOMM20 e TOMM70 interagem com outras proteínas, os cientistas usaram um método chamado marcação de proximidade APEX2. Esse método ajuda a identificar quais proteínas estão por perto e interagindo umas com as outras. Ao anexar uma pequena etiqueta ao TOMM20 ou TOMM70, eles conseguiram identificar quais proteínas estavam especificamente associadas a cada receptor.

Eles criaram dois tipos de proteínas de fusão, TOMM20-APEX2 e TOMM70-APEX2, e as introduziram em células HeLa, que são comumente usadas em estudos laboratoriais. Eles garantiram que essas proteínas estivessem localizadas corretamente nas mitocôndrias, confirmando que o método estava funcionando como pretendido.

Validação Funcional das Proteínas de Fusão

Pra ter certeza de que as proteínas de fusão estavam funcionando corretamente, os cientistas usaram vários métodos. Eles procuraram a presença das proteínas marcadas nas mitocôndrias e avaliaram se elas causavam algum efeito negativo na função mitocondrial.

Eles descobriram que ambas as proteínas de fusão interagiam com os componentes-chave do complexo TOM. Testes adicionais mostraram que o TOMM20-APEX2 estava significativamente presente quando retirado do complexo TOM, confirmando que as proteínas de fusão estavam integradas corretamente.

Atividade de Biotinilação das Proteínas de Fusão

Depois, os pesquisadores testaram se essas proteínas de fusão podiam realizar biotinilação, um processo onde uma molécula pequena chamada biotina é anexada às proteínas, marcando-as pra identificação. Quando ambas as proteínas de fusão foram expressas em condições específicas, elas conseguiram etiquetar proteínas adicionais, indicando que as proteínas de fusão estavam ativas.

Curiosamente, a marcação por biotina não se limitou apenas às proteínas mitocondriais; também parecia afetar proteínas no citoplasma ao redor. Esse resultado indica que as proteínas de fusão podem ter alguma influência além da sua área imediata.

Análise de Interações Proteicas

Com as proteínas de fusão confirmadas como funcionais, os cientistas buscaram analisar as interações do TOMM20-APEX2 e TOMM70-APEX2 com outras proteínas. Eles compararam os conjuntos de proteínas identificadas de diferentes condições, incluindo controles onde as proteínas de fusão não foram expressas.

No total, eles identificaram mais de 2.000 proteínas diferentes, com muitas delas associadas às funções mitocondriais. A análise revelou que havia interações substanciais com proteínas do citoplasma e até algumas do núcleo.

Curiosamente, enquanto o TOMM20 estava ligado a muitas RBPs e proteínas relacionadas à tradução, o TOMM70 associava-se principalmente a organelas ligadas à membrana. Essa diferença indica que o TOMM20 pode ter um papel mais significativo nos processos de tradução local comparado ao TOMM70.

Interações Diferenciais Sob Estresse de Tradução

Pra entender como os interatuomas mudaram em condições de estresse de tradução, os cientistas trataram as células com um inibidor de tradução chamado puromicina. Eles descobriram que, apesar do estresse, muitas interações permaneceram, embora algumas proteínas fossem mais abundantes do que outras nessas condições.

Ao examinar quais proteínas eram mais prevalentes após a inibição da tradução, eles identificaram várias proteínas relacionadas à tradução. Isso sugere que o TOMM20 pode ter um papel em gerenciar a estabilidade dos mRNAs durante momentos estressantes.

Conclusão

O trabalho realizado fornece insights sobre como os receptores TOMM20 e TOMM70 gerenciam diferentes conjuntos de proteínas nas mitocôndrias. O estudo confirma que esses receptores interagem com conjuntos únicos, mas às vezes sobrepostos, de pré-proteínas mitocondriais, traçando paralelos com seus homólogos em leveduras.

As descobertas também apoiam a ideia de que o TOMM20 está envolvido em processos de tradução local na membrana externa mitocondrial. Entender essas interações não só aprofunda o conhecimento sobre a função mitocondrial, mas também pode ter implicações pra entender como as células reagem ao estresse e mantêm sua saúde.

A pesquisa enfatiza a complexidade da separação de proteínas e o papel vital das mitocôndrias na função celular, fornecendo uma base pra investigações futuras sobre a biologia mitocondrial e sua relevância para várias doenças.

Visão Geral da Metodologia

Cultura Celular

Os pesquisadores mantiveram células HeLa 11ht em um meio de crescimento específico, seguindo protocolos cuidadosos pra garantir um crescimento saudável e resultados precisos durante os experimentos.

Construção de Plasmídeos

Usando técnicas avançadas, eles criaram plasmídeos que permitiriam a integração das proteínas de fusão nas células HeLa. Esse passo foi crucial pra garantir a expressão correta do TOMM20 e TOMM70.

Geração de Linhagens Celulares Estáveis

Pra produzir linhagens celulares que expressassem consistentemente as proteínas de fusão APEX2, os cientistas empregaram um método que garante a integração dos genes no DNA da célula.

Imunofluorescência e Fracionamento Celular

A equipe realizou várias técnicas laboratoriais, incluindo microscopia de imunofluorescência, pra visualizar e confirmar a localização das proteínas de fusão. Eles também fracionaram as células pra separar componentes mitocondriais e citoplasmáticos para análise posterior.

Marcação de Proximidade

Induzindo a biotinilação sob condições controladas, eles conseguiram captar e analisar proteínas que interagiram próximas ao complexo TOM. Essa metodologia é essencial pra entender o ambiente local ao redor dos receptores mitocondriais.

Análise por Espectrometria de Massa

Finalmente, as proteínas capturadas por meio da marcação de proximidade passaram por uma análise sofisticada de espectrometria de massa pra determinar suas identidades. Isso permitiu obter insights significativos sobre quais proteínas estavam interagindo com TOMM20 e TOMM70 em vários contextos celulares.

Essa combinação de técnicas dá uma visão abrangente das interações intrincadas em jogo nas vias de importação mitocondrial, abrindo o caminho pra uma compreensão mais aprofundada da dinâmica mitocondrial.

Fonte original

Título: Proximity labeling reveals differential interaction partners of the human mitochondrial import receptor proteins TOMM20 and TOMM70

Resumo: Import of most mitochondrial proteins requires that their precursor proteins are bound by the (peripheral) receptor proteins TOM20, TOM22, and TOM70. For budding yeast TOM20 and TOM70, there is evidence of specific yet overlapping substrate recognition, but no such data is available for metazoan cells. Using APEX2-based proximity labeling, we thus created association profiles for human TOMM20 and TOMM70 in HeLa cells. We particularly focused on their interaction with RNA-binding proteins (RBPs) since there is evidence for RNA association with the mitochondrial outer membrane (MOM) and local translation at the mitochondrial surface, but these processes are poorly understood. Our results show a preferred association of several RBPs and translation factors with TOMM20 over TOMM70. These include SYNJBP2, a previously identified membrane-bound RBP that binds and protects mRNAs encoding mitochondrial proteins. Translational inhibition by puromycin resulted in an even increased association of these RBPs with TOMM20 compared to TOMM70, suggesting that TOMM20 but not TOMM70 might play a role in preserving cellular hemostasis during translation stress by retaining protective RBPs and translation-related proteins at the MOM.

Autores: Ralf-Peter Jansen, S. Akram, K. I. Zittlau, B. Macek

Última atualização: 2024-10-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620316

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620316.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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