Novas Perspectivas sobre Delírio e Genética
Estudo revela ligações genéticas e fatores de proteínas no risco de delírio em adultos mais velhos.
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Índice
- Pesquisa Genética sobre Delírio
- Uma Nova Abordagem de Pesquisa
- Descobertas sobre o Gene APOE e Delírio
- Análise Multi-Característica com Doença de Alzheimer
- Proteínas Ligadas ao Risco de Delírio
- Importância da Inflamação e Resposta Imunológica
- Forças e Limitações do Estudo
- Conclusão
- Direções Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
Delírio é uma condição séria que afeta muitos idosos, especialmente aqueles em hospitais. Ele causa confusão, dificuldade de concentração e falta de consciência. Cerca de 25% dos pacientes mais velhos passam por delírio durante a internação. Essa condição pode ter consequências significativas, incluindo maior risco de morte, estadias mais longas no hospital e um início mais rápido de demência. O custo anual relacionado ao delírio nos sistemas de saúde europeus é estimado em mais de 182 bilhões de dólares.
Apesar dos impactos sérios, ainda não sabemos o suficiente sobre os fatores Genéticos e biológicos que causam delírio. Essa falta de conhecimento dificulta o desenvolvimento de tratamentos médicos personalizados que poderiam ajudar a prever, prevenir e tratar o delírio. Com o envelhecimento da população global e mais pessoas enfrentando esse problema, entender melhor o delírio é vital para reduzir seus efeitos tanto em indivíduos quanto nos sistemas de saúde.
Pesquisa Genética sobre Delírio
A maioria das pesquisas anteriores sobre a genética do delírio foi pequena e muitas vezes focada em apenas alguns genes específicos. Um dos genes que mais estudaram foi o APOE, especialmente a sua versão ε4. No entanto, os estudos mostraram resultados mistos sobre sua relação com o delírio. Avanços recentes em métodos de pesquisa conhecidos como Estudos de Associação Genômica (GWAS) permitem que cientistas investiguem uma vasta gama de fatores genéticos no genoma humano. Infelizmente, a pesquisa sobre delírio não acompanhou esses avanços, e apenas alguns GWAS focados especificamente em delírio foram concluídos.
Além disso, estudos anteriores não examinaram minuciosamente as relações entre diferentes fatores biológicos e as variantes genéticas associadas ao delírio. A maioria dos estudos usou principalmente dados de pessoas de descendência europeia, deixando de fora grupos populacionais diversos.
Além da genética, os pesquisadores também estão analisando vários fatores biológicos, como Proteínas, metabolitos e expressão gênica, que poderiam ajudar a prever e entender melhor o delírio. No entanto, os estudos nessas áreas costumam ser limitados em tamanho e validação.
Uma Nova Abordagem de Pesquisa
No nosso estudo atual, buscamos expandir a pesquisa sobre os fatores genéticos e proteicos que contribuem para o risco de delírio. Realizamos vários esforços importantes:
- Fizemos a maior análise de conjuntos de dados GWAS sobre delírio até agora, incluindo pessoas de várias origens ancestrais.
- Examinamos os níveis de proteínas no sangue relacionados ao delírio ao longo de um período de acompanhamento de até 16 anos em um grande estudo conhecido como UK Biobank.
- Analisamos as conexões entre delírio e Doença de Alzheimer para identificar fatores genéticos compartilhados que podem ajudar na detecção de riscos genéticos relacionados ao delírio.
Descobertas sobre o Gene APOE e Delírio
Para encontrar as variantes genéticas ligadas ao delírio, realizamos uma análise detalhada que incluiu dados de diversos grupos populacionais. Nosso estudo analisou um total de mais de 1 milhão de pessoas e mais de 11.000 casos de delírio.
Nossos resultados revelaram que variantes no gene APOE estavam significativamente associadas ao delírio. A variante mais notável, conhecida como rs429358, mostrou uma forte conexão com a probabilidade de experimentar delírio. Essa mutação específica cria uma versão do APOE que está ligada à Doença de Alzheimer.
Curiosamente, o impacto dessa variante parecia variar entre as populações. A maioria dos efeitos significativos foi encontrada em grupos europeus e sul-asiáticos, enquanto foram menos pronunciados em populações africanas.
Também examinamos os dados genéticos e descobrimos que, quando controlamos a Doença de Alzheimer, a associação do gene APOE com o delírio permaneceu significativa. Isso sugere que o APOE pode ser um fator de risco importante para o delírio por conta própria, não apenas em relação à Doença de Alzheimer.
Análise Multi-Característica com Doença de Alzheimer
Dada a relação próxima entre delírio e Doença de Alzheimer, realizamos uma análise especial que olhou para dados de ambas as condições juntas. Essa abordagem ajuda a encontrar novas conexões genéticas examinando como esses dois distúrbios podem compartilhar algumas características genéticas.
Dessa análise, identificamos vários novos locais genéticos associados ao delírio. Alguns desses já eram conhecidos por estarem ligados ao Alzheimer. Os genes que encontramos, como CR1 e BIN1, são importantes para vários processos biológicos, incluindo resposta imunológica e função cerebral.
Proteínas Ligadas ao Risco de Delírio
Além de investigar fatores genéticos, também examinamos como as proteínas no sangue poderiam prever o risco de desenvolver delírio. Analisando os níveis de proteínas de quase 33.000 participantes, encontramos que várias proteínas estavam significativamente ligadas ao risco de desenvolver delírio ao longo do tempo.
Uma das proteínas que estudamos foi o próprio APOE, que mostrou que níveis mais altos estavam associados a um risco menor de delírio. No entanto, essa associação não foi forte o suficiente para resistir a verificações estatísticas mais rigorosas.
Continuamos nossa análise refinando ainda mais a lista de proteínas que poderiam prever o risco de delírio. Isso nos levou a identificar um grupo de proteínas que apareciam consistentemente como significativas em diferentes análises. Embora essas proteínas melhorassem ligeiramente as previsões, não representaram uma mudança substancial em comparação com os fatores demográficos sozinhos.
Inflamação e Resposta Imunológica
Importância daNossa análise das proteínas ligadas ao delírio também destacou uma conexão importante com a inflamação e respostas imunológicas no corpo. As proteínas envolvidas nesses processos estavam significativamente representadas entre aquelas associadas ao risco de delírio. Isso alinha-se com as ideias da comunidade médica que sugerem que a inflamação e a vulnerabilidade do cérebro desempenham papéis significativos no desenvolvimento do delírio.
Forças e Limitações do Estudo
Uma das principais forças do nosso estudo é sua grande escala, o que nos dá confiança em nossas descobertas sobre fatores de risco genéticos e proteômicos. O extenso acompanhamento nos permitiu procurar biomarcadores mesmo antes do início do delírio.
No entanto, existem algumas limitações. O delírio pode ser subdiagnosticado, especialmente nos registros hospitalares, o que poderia afetar nossos resultados. Além disso, o número menor de pacientes de origens não europeias pode limitar nossa compreensão de como os fatores de risco variam entre diferentes grupos. Por fim, embora as proteínas plasmáticas possam ser informativas, seria benéfico explorar perfis proteicos de tecidos cerebrais para ter uma ideia mais clara de como esses fatores impactam o delírio.
Conclusão
Nosso estudo contribui para um melhor entendimento do fundo genético e biológico do delírio. O gene APOE parece desempenhar um papel significativo no risco de desenvolver delírio, provavelmente variando entre os grupos populacionais. Além disso, a associação de várias proteínas com o delírio sugere caminhos importantes para pesquisas futuras. No geral, essas descobertas destacam a natureza complexa do delírio, incluindo suas ligações à demência e a necessidade de estudos mais abrangentes entre populações diversas.
Direções Futuras
Avançando, é essencial continuar a pesquisa sobre os fatores genéticos e biológicos que contribuem para o delírio, especialmente em populações não europeias. Repetir nossas descobertas em grupos maiores e mais diversos ajudará a confirmar esses resultados. Entender as conexões entre delírio, Doença de Alzheimer e outros distúrbios neurodegenerativos também será crucial para desenvolver intervenções e tratamentos direcionados visando reduzir o ônus do delírio em adultos mais velhos. Além disso, explorar potenciais biomarcadores em tecidos cerebrais poderia fornecer mais insights sobre os mecanismos por trás do delírio e guiar estratégias de prevenção eficazes.
Título: Dissecting the genetic and proteomic risk factors for delirium
Resumo: Delirium is an acute change in cognition, common in hospitalised older adults, and associated with high healthcare and human cost. In this work we shed light into the currently poorly understood genetic and proteomic background of delirium. We conducted the largest to date multi-ancestry analysis of genetic variants associated with delirium (1,059,130 individuals, 11,931 cases), yielding the Apolipoprotein E (APOE) gene as a strong risk factor with possible population and age-varying effects. A multi-trait analysis of delirium with Alzheimer disease identified 5 delirium genetic risk loci. Investigation of plasma proteins associated with up to 16-years incident delirium (32,652 individuals, 541 cases) revealed known and novel protein biomarkers, implicating brain vulnerability, inflammation and immune response processes. Integrating proteins and APOE genetic risk with demographics significantly improved incident delirium prediction compared to demographics alone. Our results pave the way to better understanding deliriums aetiology and guiding further research on clinically relevant biomarkers.
Autores: Vasilis Raptis, Y. Bhak, T. Cannings, A. MacLullich, A. Tenesa
Última atualização: 2024-10-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.11.24315324
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.11.24315324.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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