Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Patologia

Comparando fatias de rim de porco com transplantes reais

Estudo revela diferenças nos modelos de transplante de rim.

― 7 min ler


Insights do Estudo deInsights do Estudo deFatias de Rimrins de porco em transplantes.Pesquisas mostram limites das fatias de
Índice

A doença renal crônica é um problema de saúde sério que afeta cerca de 15% dos adultos nos EUA e em muitos países da Europa. Essa condição pode levar a uma falência renal grave, conhecida como doença renal em estágio terminal. Para muitos pacientes com essa forma severa de doença renal, o transplante de rim é a melhor opção de tratamento. Porém, tem um grande problema: não tem órgãos doadores suficientes disponíveis. Como resultado, mais rins estão sendo transplantados de doadores cujos corações pararam de bater ou de doadores que podem não ser candidatos ideais.

Esses rins costumam sofrer mais danos antes de serem transplantados, o que pode causar complicações após a cirurgia. Mesmo que esses rins possam sobreviver a longo prazo, eles podem ter problemas como função tardia e uma chance maior de não funcionarem imediatamente. Por causa disso, os cientistas estão bem interessados em encontrar formas de fazer esses transplantes de rim funcionarem melhor.

Um dos principais problemas com transplantes de rim é uma condição chamada lesão por isquemia/reperfusão, que acontece quando o fluxo sanguíneo é restaurado nos rins depois de um período sem ele. Os cientistas estão procurando maneiras de prevenir essa lesão, o que inclui melhorar como os rins são armazenados, reduzir o tempo que eles ficam sem sangue e encontrar formas de proteger os rins.

Os pesquisadores também têm tentado estudar esses problemas usando modelos mais simples que imitam como os rins funcionam na vida real. Atualmente, muitos modelos animais são usados para pesquisa, especialmente ratos e camundongos, mas eles têm suas próprias dificuldades técnicas. Os porcos são mais parecidos com os humanos em termos de anatomia renal, mas são caros e precisam de muito espaço.

Recentemente, os cientistas começaram a usar fatias finas de rins de porco, chamadas fatias de rim cortadas com precisão (PCKS), para estudar como os rins reagem a vários estressores, incluindo medicamentos que podem ajudar com lesões renais. No entanto, ainda não está claro quão bem essas fatias conseguem imitar o que acontece durante um transplante de rim real em um organismo vivo. Os pesquisadores estão agora trabalhando para comparar os resultados dessas fatias com transplantes reais de rim para entender melhor suas semelhanças e diferenças.

Em um estudo recente, os cientistas pegaram rins de porco e compararam transplantes reais de rim com aqueles usando as fatias cortadas com precisão. Eles analisaram a estrutura dos tecidos e também verificaram os genes que estavam sendo expressos para encontrar quaisquer diferenças.

Os resultados mostraram que as fatias cortadas com precisão exibiram algumas semelhanças com os rins retirados de porcos vivos que passaram por transplantes. No entanto, também havia diferenças claras nas reações ao estresse. Por exemplo, as fatias mostraram mais sinais de quebra celular, enquanto os rins transplantados mostraram mais sinais de danos que costumam ocorrer durante um processo real de transplante, como mudanças na estrutura do rim.

Métodos Usados no Estudo

Para investigar as diferenças entre as fatias cortadas com precisão e transplantes reais, os pesquisadores realizaram várias etapas principais. Eles usaram doze porcas fêmeas jovens para criar tanto os modelos de transplante quanto os de fatias. Cada porca foi cuidadosamente monitorada durante o processo, que incluiu anestesia e cirurgia para remover os rins.

Depois de remover os rins, os cientistas os submeteram a condições que simulavam o que acontece durante um transplante real, incluindo períodos sem fluxo sanguíneo. Eles preservaram um rim usando técnicas padrão e fizeram fatias do outro rim.

No caso das fatias cortadas com precisão, elas foram tratadas para simular a ausência de fluxo sanguíneo e depois tiveram o fluxo sanguíneo restaurado para imitar a fase de reperfusão de um transplante. Os pesquisadores então coletaram amostras tanto das fatias de rim quanto dos rins transplantados em vários momentos para realizar análises detalhadas.

Resultados do Estudo

O estudo revelou que, embora ambos os métodos exibissem algumas características semelhantes, também apresentavam padrões distintos. As fatias cortadas mostraram que, após serem submetidas a processos simulados, careciam de muitas das mudanças observadas nos rins transplantados. Por exemplo, enquanto ambos mostraram perda de estruturas celulares, as fatias não desenvolveram danos adicionais vistos nos transplantes reais.

Através de uma análise detalhada da Estrutura Celular, ficou evidente que aquelas fatias tinham sinais de morte celular que não estão tipicamente associados ao processo real de transplante. Por outro lado, os rins transplantados mostraram mudanças mais significativas associadas a lesões e reparos nos tecidos.

Uma análise mais detalhada foi feita no nível molecular para descobrir sobre a Atividade Gênica em ambos os cenários. As mudanças na expressão gênica foram analisadas após as fatias de rim serem submetidas às condições simuladas. Os transplantes de rim revelaram uma ampla gama de mudanças na atividade gênica após serem reconectados ao sistema sanguíneo.

Os pesquisadores descobriram que mais de um terço dos genes agiu de maneira diferente após os rins serem reconectados ao sangue. Embora as fatias compartilhassem algumas dessas mudanças, não mostraram os mesmos padrões, especialmente nos genes associados à resposta imunológica, destacando que as fatias podem não capturar totalmente a dinâmica de um rim vivo após o transplante.

Analisando os Resultados

A comparação geral mostrou que as fatias de rim cortadas com precisão conseguiram replicar alguns elementos do transplante de rim, mas falharam em replicar a resposta completa de um rim vivo. Como as fatias são relativamente simples e carecem do ambiente complexo encontrado em um organismo vivo, não imitam efetivamente a resposta imunológica que acontece em transplantes reais.

Os pesquisadores concluíram que, enquanto as fatias cortadas com precisão podem ser uma ferramenta útil para estudar lesões renais e opções de tratamento, elas não podem substituir completamente as reações complexas observadas em transplantes de rim vivos. Essas fatias são boas para certos experimentos, mas ainda há muito a ser feito para melhorar sua precisão em refletir processos da vida real.

Implicações para Pesquisas Futuras

Entender as diferenças e semelhanças entre os dois métodos tem implicações significativas para futuras pesquisas em transplantes de rim. Isso fornece insights valiosos sobre como as lesões renais ocorrem e como podem ser tratadas. Ao melhorar as metodologias usadas nos estudos, os pesquisadores podem aprimorar o desenvolvimento de tratamentos eficazes e proteções para rins transplantados.

Os pesquisadores também apontaram que estudos contínuos poderiam se concentrar em refinar a metodologia das fatias cortadas com precisão, talvez adicionando outros fatores que possam simular melhor as condições encontradas em sistemas vivos.

Em resumo, essa pesquisa lançou luz sobre a utilidade e limitação potencial do uso de fatias de rim cortadas com precisão em estudos relacionados a transplantes de rim. Ela sublinha a complexidade do processo de transplante renal e destaca a necessidade contínua de métodos de pesquisa avançados para entender melhor os fatores que afetam a saúde renal e os resultados de transplantes.

Fonte original

Título: Comparative analysis of kidney transplantation modeled using precision-cut kidney slices and kidney transplantation in pigs

Resumo: Kidney transplants are at risk for so far unavoidable ischemia-reperfusion injury. Several experimental kidney transplantation models are available to study this injury, but all have their own limitations. Here, we describe precision-cut kidney slices (PCKS) as a novel model of kidney ischemia-reperfusion injury in comparison with pig and human kidney transplantation. Following bilateral nephrectomy in pigs, we applied warm ischemia (1h), cold ischemia (20h) and a reperfusion period (4h) to one whole kidney undergoing transplantation to a recipient pig and, in parallel, established PCKS undergoing ischemia and modeled reperfusion. Histopathological assessment revealed the presence of some but not all morphological features of tubular injury in PCKS as seen in pig kidney transplantation. RNAseq demonstrated that the majority of changes occurred after reperfusion only, with a partial overlap between PCKS and kidney transplantation, with some differences in transcriptional response attributable to systemic inflammatory responses and immune cell migration. Comparison of PCKS and pig kidney transplantation with RNAseq data from human kidney biopsies by gene set enrichment analysis revealed that both PCKS and pig kidney transplantation reproduced the post-reperfusion pattern of human kidney transplantation. In contrast, only post-cold ischemia PCKS and pig kidney partially resembled the gene set of human acute kidney injury. Overall, the present study established that a PCKS protocol can model kidney transplantation and its reperfusion-related damage on a histological and a transcriptomic level. PCKS may thus expand the toolbox for developing novel therapeutic strategies against ischemia-reperfusion injury.

Autores: Hannes Olauson, M. B. Moor, J. Nordström, M. Burmakin, M. Raki, S. Al-Saad, G. Nowak, L. Wennberg, J. Patrakka

Última atualização: 2024-01-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.17.575664

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.17.575664.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes