Como a Esquizofrenia Afeta a Percepção de Voz
Estudo revela diferenças no processamento de voz na esquizofrenia.
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Índice
- O que é Supressão Induzida pelo Falante?
- O Impacto da Esquizofrenia na Autoprevisão
- Pesquisando a Conexão entre SIS e Esquizofrenia
- Avaliações Clínicas
- A Tarefa de Monitoramento da Fala
- Resultados do Estudo
- Interpretação dos Achados
- Implicações para Tratamento
- Limitações do Estudo
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Quando a gente fala, nosso cérebro tem um jeito de prever o que vamos ouvir. Isso acontece porque ele sabe quais sons estamos fazendo, e pode ajustar nossa resposta a esses sons em comparação aos sons de fora. Esse sinal interno é conhecido como "cópia eferente". Em pessoas que não têm problemas de saúde mental, esse processo ajuda a focar melhor em sons externos, bloqueando um pouco a própria voz. Porém, pessoas com esquizofrenia, uma condição de saúde mental, podem ter dificuldade com isso, levando-as a interpretar a própria voz como se viesse de outra pessoa.
O que é Supressão Induzida pelo Falante?
Um conceito chave relacionado a essa questão é chamado de supressão induzida pelo falante (SIS). Isso se refere à diferença em como nosso cérebro processa o som da nossa própria voz em comparação com os sons que ouvimos de outros. Normalmente, quando ouvimos nossa própria voz, as áreas auditivas do cérebro mostram menos atividade porque já sabemos o que esperar. Isso nos permite prestar mais atenção aos outros sons ao nosso redor.
Quando os pesquisadores estudam essa supressão, eles costumam usar técnicas de imagem, como ressonâncias magnéticas, para ver como o cérebro reage. Estudos mostraram que pessoas com condições como a doença de Alzheimer têm uma SIS menos eficaz, o que indica que seus cérebros têm problemas para processar a própria voz. Na esquizofrenia, os pesquisadores estão curiosos para ver se o mesmo problema ocorre, mas ainda não exploraram isso completamente.
O Impacto da Esquizofrenia na Autoprevisão
A esquizofrenia é conhecida por causar alucinações, onde indivíduos ouvem vozes que na verdade não estão lá. Isso pode levar a uma experiência confusa, onde as pessoas não conseguem distinguir se estão falando seus pensamentos ou se aquelas vozes vêm de uma fonte externa. Isso está ligado à habilidade preditiva do cérebro-capacidade de antecipar experiências sensoriais baseadas em experiências passadas.
Pesquisas mostraram que indivíduos com esquizofrenia têm disfunções em como monitoram suas próprias vozes. Isso leva a dificuldades em reconhecer sua própria fala, frequentemente causando Alucinações Auditivas que parecem muito reais para eles. Seus cérebros podem estar atribuindo sons gerados por eles como se viessem de outra pessoa.
Pesquisando a Conexão entre SIS e Esquizofrenia
Um estudo recente teve como objetivo investigar como pessoas com esquizofrenia percebem sua própria fala. Os pesquisadores compararam as respostas de indivíduos saudáveis e daqueles diagnosticados com esquizofrenia usando técnicas avançadas de imagem cerebral durante uma tarefa simples de fala. Os participantes foram convidados a vocalizar um som de vogal e depois ouvir a reprodução de sua própria voz.
O estudo envolveu um grupo de 30 participantes saudáveis e 23 indivíduos com esquizofrenia. Todos os sujeitos passaram por ressonâncias magnéticas enquanto realizavam a tarefa de fala. O principal objetivo era avaliar o quão bem cada grupo suprimia suas respostas auditivas à própria voz, refletido na Atividade Cerebral.
Avaliações Clínicas
Para medir a gravidade das alucinações, os pesquisadores usaram duas escalas específicas:
Escalas de Avaliação de Sintomas Positivos (SAPS): Um questionário estruturado que ajuda a medir sintomas como alucinações e delírios para determinar sua gravidade.
Escala de Avaliação de Alucinações Vocais Auditivas (AVHRS): Essa escala avalia as experiências relacionadas a ouvir vozes ao longo de um período determinado.
Todos os participantes passaram por essas avaliações para ajudar a correlacionar a gravidade de suas alucinações com os achados das ressonâncias.
A Tarefa de Monitoramento da Fala
Durante as ressonâncias, os participantes completaram uma tarefa de monitoramento da fala. Nessa tarefa, eles tiveram que falar e depois ouvir a gravação de sua fala. A tarefa foi dividida em duas sessões:
Sessão de Fala: Os participantes vocalizaram o som da vogal enquanto recebiam feedback auditivo em tempo real através de fones de ouvido.
Sessão de Audição: Os participantes ouviram passivamente sua fonação gravada para ver como seus cérebros respondiam de maneira diferente em cada estado.
Os pesquisadores monitoraram cuidadosamente a atividade cerebral durante ambas as sessões para medir as diferenças no processamento.
Resultados do Estudo
Os achados revelaram uma diferença significativa em como os dois grupos processavam seu feedback auditivo. Ao ouvir sua própria voz, os participantes saudáveis mostraram uma ativação muito maior em certas áreas do cérebro em comparação com os pacientes de esquizofrenia. Essa menor ativação em indivíduos com esquizofrenia durante as condições de fala e audição sugere que eles têm uma capacidade reduzida de separar seus próprios sons dos sons externos.
Além disso, foi encontrado que a gravidade das alucinações em pacientes com esquizofrenia correlacionou negativamente com o nível de supressão auditiva que eles experienciaram-quanto mais severas as alucinações, menos eficaz a supressão.
Interpretação dos Achados
Esses resultados sugerem alguns pontos importantes sobre a esquizofrenia:
Impairment na Autonomia: Indivíduos com esquizofrenia podem ter dificuldades em reconhecer sua própria voz, levando a uma sensação de desconexão com suas ações. Isso prejudica seu senso de propriedade sobre seus pensamentos e fala.
Interpretação Errônea dos Sons: A atividade cerebral reduzida em pacientes com esquizofrenia indica que eles lutam para distinguir entre sons gerados internamente e aqueles do exterior, contribuindo para sua experiência de alucinações auditivas.
Assimetria na Atividade Cerebral: Houve uma diferença notável na atividade cerebral entre os hemisférios esquerdo e direito. Participantes saudáveis mostraram maior ativação no hemisfério esquerdo, que está normalmente associado à produção e processamento da fala, enquanto indivíduos com esquizofrenia não mostraram essa resposta lateralizada.
Implicações para Tratamento
Entender como a esquizofrenia afeta o processamento auditivo oferece insights sobre possíveis abordagens de tratamento. Se as alucinações estão ligadas a atribuições erradas de sons gerados por si mesmos, terapias poderiam focar em melhorar a habilidade dos indivíduos de reconhecer sua própria fala. Isso poderia envolver técnicas de terapia cognitivo-comportamental ou programas de treinamento que aprimorem as habilidades de discriminação auditiva.
Além disso, mais pesquisas deveriam investigar os mecanismos neurais subjacentes com mais detalhes, considerando fatores como diferenças individuais na estrutura e função cerebral, além do impacto de medicamentos no processamento auditivo.
Limitações do Estudo
Embora o estudo forneça insights valiosos, existem algumas limitações a considerar:
Variabilidade na Medicação: Os participantes estavam em diferentes medicamentos, e não está claro qual efeito isso tem na atividade cerebral.
Foco em Sintomas Específicos: O estudo olhou principalmente para o aspecto da alucinação, mas não explorou outros sintomas, que podem ser relevantes.
Tamanho do Grupo: O número de participantes foi relativamente pequeno, o que pode limitar a generalização dos achados.
Conclusão
Em resumo, a pesquisa destaca diferenças significativas em como indivíduos com esquizofrenia processam suas próprias vozes em comparação com indivíduos saudáveis. Essa deficiência no processamento auditivo pode contribuir para a experiência de alucinações auditivas. Os achados sublinham a importância de estudar mais as conexões entre autopercpção e experiências auditivas na esquizofrenia. Melhorar a compreensão nessa área poderia levar a abordagens terapêuticas melhores que abordem os desafios únicos enfrentados por indivíduos com essa condição de saúde mental.
Título: Impaired speaking-induced suppression in schizophrenia predicts auditory verbal hallucinations
Resumo: A successful efference copy self-prediction suppresses auditory signals in the primary auditory cortex (A1) is necessary for speakers to successfully compare auditory feedback during speech production with auditory feedback during passive listening, this is called speaker-induced suppression (SIS). The top-rank positive symptom in schizophrenic (SZ) patients, auditory verbal hallucination, for instance, is hypothesized to relate to failure to distinguish the internal voice and external sounds, and this deficit is thought to be associated with impaired self-prediction in comparing external and self-generated contents. In this magnetoencephalographic imaging (MEGI) study, we compared SIS M100 in the primary auditory cortex (A1) between the healthy controls (HC; N = 30) and SZ patients (N = 22). The SZ patients displayed reduced SIS and M100 in the A1, and this impairment is negatively correlated with auditory hallucinations. These outcomes suggest that the SZ patients hallucinatory symptoms are caused by misattribution between the external and self-generated stimuli. We proposed that the weakened self-agency and neural oscillations may lead to this misattribution.
Autores: Karuna Subramaniam, S. Tan, Y. Jia, M. Mathew, N. Jariwala, A. Pongos, K. Brent, J. Ford, D. Mathalon, J. Houde, S. Nagarajan
Última atualização: 2024-10-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.30.24314623
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.30.24314623.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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