Infecções por Pneumococo: A Batalha Interior
Pesquisas mostram a importância da resposta imune nas infecções pneumocócicas.
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Índice
- Como o Corpo Responde ao Pneumococo
- O Papel do Recrutamento de Neutrófilos
- Investigando os Efeitos do HXA3 nos Neutrófilos
- O Papel da Via 12-LOX
- Modelos de Infecção Pneumocócica
- Identificando Fatores Solúveis
- Os Efeitos do HXA3 Durante a Infecção
- Elastase de Neutrófilos e Danos aos Tecidos
- Inibindo a Elastase de Neutrófilos
- Conclusão: Mirando Respostas Patológicas
- Fonte original
Streptococcus pneumoniae, conhecido como pneumococo, é um tipo de bactéria que pode viver no nariz e na garganta de muita gente saudável sem causar problemas. Cerca de 5-10% dos adultos saudáveis têm essa bactéria. Mas, se ela se espalhar para os pulmões, pode causar doenças sérias, como pneumonia. Essa bactéria é a principal causa de pneumonia adquirida na comunidade, que é o tipo de pneumonia que as pessoas pegam fora do hospital.
As infecções pneumocócicas podem ficar bem complicadas. Quando a bactéria vai dos pulmões para a corrente sanguínea, pode causar infecções graves como septicemia (uma infecção séria na corrente sanguínea) e meningite (uma infecção que afeta o cérebro e a medula espinhal). Essas infecções severas podem triplicar o risco de morte. No mundo todo, as infecções pneumocócicas podem levar a cerca de 14 milhões de casos e cerca de um milhão de mortes todo ano. Embora vacinas e antibióticos sejam as principais formas de combater essas infecções, a resistência crescente aos antibióticos e a eficácia limitada de algumas vacinas levaram os cientistas a buscar novas maneiras de tratar essas infecções, mirando na resposta imunológica que causa danos aos tecidos.
Como o Corpo Responde ao Pneumococo
Quando o pneumococo infecta os pulmões, ele atrai um tipo de célula branca chamada leucócitos polimorfonucleares (PMNs), também conhecidos como Neutrófilos. Essas células são essenciais porque ajudam a combater infecções. Elas fazem isso de várias formas. Por exemplo, podem produzir espécies reativas de oxigênio (ROS) para matar bactérias, formar estruturas chamadas armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs) que prendem e matam as bactérias, e liberar enzimas como cathepsina G e elastase de neutrófilos.
Em pessoas ou animais com níveis baixos de neutrófilos, as infecções pneumocócicas podem ser muito piores porque não tem células suficientes para lutar contra a infecção. No entanto, se tiver neutrófilos demais se acumulando nos pulmões, isso pode danificar o tecido pulmonar e aumentar o risco da bactéria se espalhar para outras partes do corpo.
Pesquisadores descobriram que alguns medicamentos que inibem a atividade dessas enzimas podem reduzir a infecção pulmonar e melhorar as taxas de sobrevivência em experimentos com camundongos. Se os neutrófilos forem removidos após 18 horas de infecção, isso pode diminuir a gravidade da doença e controlar a propagação das bactérias.
O Papel do Recrutamento de Neutrófilos
Sinais quimiotáticos, que ajudam a guiar os neutrófilos para o local da infecção, não só dirigem o movimento dessas células imunes, mas também afetam quão destrutivas elas são para os tecidos. Um fator de virulência importante liberado pelo pneumococo é a Pneumolisina (PLY). Esse fator pode danificar tecidos e ajudar a bactéria a se espalhar pelo corpo. Ele estimula certas vias nas células do pulmão, levando à produção e liberação de substâncias que atraem mais neutrófilos.
Uma dessas substâncias é o hepoxilina A3 (HXA3), conhecido por ser um forte atrativo que alimenta a inflamação em infecções pulmonares e intestinais. O HXA3 não só atrai neutrófilos, mas também influencia como eles funcionam. Por exemplo, pode ativar a liberação de cálcio nos neutrófilos, evitar que eles morram, levar à formação de NETs e produzir mais mediadores inflamatórios.
Pesquisadores descobriram que quando os neutrófilos não conseguem produzir HXA3, há menos neutrófilos nos pulmões, níveis mais baixos de bactérias no sangue e melhor sobrevivência durante infecções pulmonares. Isso sugere que controlar o HXA3 e seus efeitos nos neutrófilos poderia ajudar a gerenciar os danos causados pela resposta imunológica às infecções pneumocócicas.
Investigando os Efeitos do HXA3 nos Neutrófilos
Os neutrófilos mudam seu comportamento quando encontram fatores bacterianos. No entanto, os efeitos específicos do HXA3 durante a infecção pneumocócica não eram totalmente compreendidos. Muitas dificuldades em estudar o HXA3 vêm de sua instabilidade em soluções e da falta de modelos experimentais que reflitam com precisão como o pneumococo se comporta nos pulmões.
Pesquisadores usaram modelos avançados feitos de células-tronco pulmonares para estudar como a PLY promove o movimento dos neutrófilos e danifica o tecido pulmonar. Eles focaram no éster metílico de HXA3, uma forma estável do HXA3, que foi encontrada para promover o movimento dos neutrófilos e dano às barreiras pulmonares durante infecções.
Estudos revelaram que quando o HXA3 estava presente, os neutrófilos não só se moviam para as áreas infectadas, mas também aumentavam seus efeitos destrutivos, levando a maiores danos nos tecidos. Mirar nessas atividades destrutivas do HXA3 nos neutrófilos poderia ajudar a reduzir a gravidade da doença em animais infectados com pneumococo.
O Papel da Via 12-LOX
A infecção pelo pneumococo ativa uma via específica nas células pulmonares chamada via 12-LOX. Pesquisadores estudaram as diferenças entre cepas normais de pneumococo e aquelas que não tinham o fator PLY. Eles injetaram camundongos com os dois tipos de bactérias e descobriram que a cepa contendo PLY causava mais inflamação e permitia que mais neutrófilos entrassem nos pulmões.
Os efeitos nocivos da bactéria incluíam aumento da permeabilidade das barreiras pulmonares, o que leva a um maior movimento de bactérias para a corrente sanguínea. Quando pesquisadores usaram o inibidor de 12-LOX, CDC, em camundongos infectados, encontraram menor infiltração de neutrófilos e níveis mais baixos de bactérias no sangue, demonstrando que a via 12-LOX desempenha um papel crucial em como o pneumococo se espalha durante infecções pulmonares.
Modelos de Infecção Pneumocócica
Avanços recentes na criação de modelos epiteliais das vias aéreas que imitam os pulmões humanos reais permitiram que cientistas estudassem como o pneumococo interage com os neutrófilos de forma mais eficaz. Usando esses modelos, demonstraram que a presença de PLY e a ativação da via 12-LOX eram vitais para que os neutrófilos se movessem para os pulmões e para a bactéria se espalhar.
Em configurações laboratoriais, pesquisadores notaram que quando infectavam esses modelos pulmonares com pneumococo, os neutrófilos se moviam para o tecido pulmonar e causavam danos. Condições experimentais que envolviam a inibição da via 12-LOX reduziram significativamente o movimento dos neutrófilos e os danos resultantes à barreira epitelial.
Identificando Fatores Solúveis
Pesquisadores exploraram os fatores solúveis produzidos por modelos pulmonares infectados após serem desafiados com pneumococo. Eles coletaram sobrenadantes das células pulmonares infectadas e usaram eles para ver se poderiam induzir o movimento de neutrófilos e dano à barreira em outros modelos celulares sem a via 12-LOX. Os resultados sugeriram que as substâncias liberadas pelas células pulmonares infectadas poderiam de fato atrair neutrófilos e contribuir para a quebra das barreiras de tecido.
Essa linha de investigação destacou a importância de entender quais fatores são liberados durante as infecções, pois podem tanto ajudar a combater infecções quanto contribuir para danos nos tecidos.
Os Efeitos do HXA3 Durante a Infecção
Pesquisadores investigaram ainda mais o papel do HXA3 em promover o movimento de neutrófilos e danos nas barreiras. Eles descobriram que adicionar éster metílico de HXA3 a modelos pulmonares infectados levou a um movimento significativo de neutrófilos e a interrupção da barreira. Comparando o HXA3 a outros atrativos conhecidos para neutrófilos, os pesquisadores descobriram que, enquanto tanto o HXA3 quanto o fMLP poderiam impulsionar o movimento de neutrófilos, o HXA3 causava mais danos aos tecidos.
O HXA3 promoveu um tipo de comportamento dos neutrófilos que levou a uma destruição maior do tecido pulmonar em comparação com o fMLP. Essa descoberta ressalta a necessidade de tratamentos direcionados que possam mitigar os efeitos prejudiciais do HXA3 sem prejudicar a capacidade dos neutrófilos de combater a infecção.
Elastase de Neutrófilos e Danos aos Tecidos
A elastase de neutrófilos (NE) é uma enzima liberada pelos neutrófilos que pode degradar tecidos e está envolvida na resposta inflamatória do corpo. Estudos mostraram que neutrófilos estimulados por HXA3 produziram mais NE durante a infecção pneumocócica. Analisando os PMNs em diferentes condições, revelou-se que aqueles expostos ao HXA3 tinham maior atividade de NE, que estava ligada a danos nos tecidos.
Em experimentos com camundongos, pesquisadores descobriram que a presença de NE correspondia a níveis mais altos de bactérias no sangue, indicando uma ligação direta entre a atividade de NE e a gravidade aumentada da infecção.
Inibindo a Elastase de Neutrófilos
Para determinar se bloquear a NE ajudaria a proteger as barreiras pulmonares durante a infecção, pesquisadores testaram medicamentos que inibem a atividade da NE em camundongos infectados com pneumococo. Tanto o inibidor de NE Sivelestat quanto o inibidor de desgranulação Nexinhib20 foram testados para verificar sua eficácia em reduzir danos teciduais e a propagação bacteriana.
Nenhum dos medicamentos alterou os níveis de bactérias nos pulmões ou o número de neutrófilos presentes. No entanto, ambos os inibidores reduziram significativamente a atividade de NE nos pulmões, demonstrando o potencial de focar na NE para proteger o tecido pulmonar.
Conclusão: Mirando Respostas Patológicas
Infecções pulmonares causadas por patógenos bacterianos como o pneumococo continuam sendo um grande problema de saúde. Embora a resposta imunológica do corpo seja crucial para combater infecções, ela também pode levar a danos nos tecidos. O desafio é desenvolver tratamentos que possam gerenciar infecções de forma eficaz enquanto minimizam a resposta imunológica que causa danos.
As pesquisas sobre o HXA3 e seus efeitos nos neutrófilos destacam a importância de focar em respostas imunológicas específicas que contribuem para danos durante a infecção. Ao entender as vias e mecanismos envolvidos, os cientistas podem criar terapias que administrem respostas imunes prejudiciais enquanto permitem que o corpo combata infecções de forma eficaz.
Título: Blocking HXA3-mediated neutrophil elastase release during S. pneumoniae lung infection limits pulmonary epithelial barrier disruption and bacteremia
Resumo: Streptococcus pneumoniae (Sp), a leading cause of community-acquired pneumonia, can spread from the lung into the bloodstream to cause septicemia and meningitis, with a concomitant three-fold increase in mortality. Limitations in vaccine efficacy and a rise in antimicrobial resistance have spurred searches for host-directed therapies that target pathogenic immune processes. Polymorphonuclear leukocytes (PMNs) are essential for infection control but can also promote tissue damage and pathogen spread. The major Sp virulence factor, pneumolysin (PLY), triggers acute inflammation by stimulating the 12-lipoxygenase (12-LOX) eicosanoid synthesis pathway in epithelial cells. This pathway is required for systemic spread in a mouse pneumonia model and produces a number of bioactive lipids, including hepoxilin A3 (HXA3), a hydroxy epoxide PMN chemoattractant that has been hypothesized to facilitate breach of mucosal barriers. To understand how 12-LOX-dependent inflammation promotes dissemination during Sp lung infection and dissemination, we utilized bronchial stem cell-derived air-liquid interface (ALI) cultures that lack this enzyme to show that HXA3 methyl ester (HXA3-ME) is sufficient to promote basolateral-to-apical PMN transmigration, monolayer disruption, and concomitant Sp barrier breach. In contrast, PMN transmigration in response to the non-eicosanoid chemoattractant fMLP did not lead to epithelial disruption or bacterial translocation. Correspondingly, HXA3-ME but not fMLP increased release of neutrophil elastase (NE) from Sp-infected PMNs. Pharmacologic blockade of NE secretion or activity diminished epithelial barrier disruption and bacteremia after pulmonary challenge of mice. Thus, HXA3 promotes barrier disrupting PMN transmigration and NE release, pathological events that can be targeted to curtail systemic disease following pneumococcal pneumonia. ImportanceStreptococcus pneumoniae (Sp), a leading cause of pneumonia, can spread from the lung into the bloodstream to cause systemic disease. Limitations in vaccine efficacy and a rise in antimicrobial resistance have spurred searches for host-directed therapies that limit pathologic host immune responses to Sp. Excessive polymorphonuclear leukocyte (PMN) infiltration into Sp-infected airways promotes systemic disease. Using stem cell-derived respiratory cultures that reflect bona fide lung epithelium, we identified the eicosanoid hepoxilin A3 as a critical pulmonary PMN chemoattractant that is sufficient to drive PMN-mediated epithelial damage by inducing the release of neutrophil elastase. Inhibition of the release or activity of this protease in mice limited epithelial barrier disruption and bacterial dissemination, suggesting a new host-directed treatment for Sp lung infection.
Autores: John M Leong, S. Xu, S. Tan, P. Romanos, J. L. Reedy, Y. Zhang, M. K. Mansour, J. M. Vyas, J. Mecsas, H. Mou
Última atualização: 2024-06-25 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.25.600637
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.25.600637.full.pdf
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