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# Ciências da saúde# Ostetricia e ginecologia

Faltas na triagem do câncer cervical em Uganda

Estudo revela obstáculos para a triagem do câncer cervical em mulheres no interior de Uganda.

Gina Ogilvie, M. Sheehan, H. Dau, M. AboMoslim, P. Naguti, N. Mwandacha, A. Booth, C. Ruck, L. Smith, J. Orem, C. Nakisige

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Crise do Câncer CervicalCrise do Câncer Cervicalem Ugandade triagem essenciais.Barreiras limitam o acesso a serviços
Índice

O câncer cervical é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres que vivem em países de baixa e média renda. Embora esse tipo de câncer possa ser frequentemente prevenido e tratado, muitas mulheres nessas áreas sofrem com ele por falta de recursos como vacinas e serviços de Triagem. Em países como Uganda, as mulheres costumam descobrir que têm câncer cervical em estágios mais avançados da doença, o que torna o tratamento mais difícil devido às opções limitadas de Saúde disponíveis.

Situação Atual em Uganda

Uganda tem uma das maiores taxas de câncer cervical no mundo, com mais de 56 casos reportados para cada 100.000 mulheres. Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um plano para eliminar o câncer cervical globalmente. Um dos principais objetivos é garantir que 70% das mulheres sejam triadas para câncer cervical até os 35 anos. No entanto, em Uganda, menos de 10% das mulheres foram triadas. Isso mostra que há uma necessidade urgente de opções de triagem mais acessíveis no país.

Muitas mulheres enfrentam desafios pessoais, logísticos e do sistema de saúde que impedem que elas façam a triagem. Para solucionar isso, foi sugerido um novo método que utiliza testes coletados por elas mesmas para o vírus do papiloma humano (HPV), uma das principais causas do câncer cervical. Esse método permite que as mulheres façam os testes por conta própria, no conforto de suas casas, facilitando a triagem.

O Papel do HPV e do HIV no Risco de Câncer Cervical

Mulheres que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm um risco muito maior de desenvolver câncer cervical mais grave em comparação às que não têm HIV. Portanto, prevenir o câncer cervical em mulheres com HIV é super importante. Essas mulheres frequentemente enfrentam barreiras como problemas financeiros, falta de informação sobre serviços de saúde e estigmas sociais, que dificultam o acesso à ajuda médica.

Para ajudar a reduzir o risco de câncer cervical nesse grupo, é fundamental tornar os programas de triagem mais acessíveis. Combinar o cuidado com HIV com a triagem para câncer cervical baseada em HPV pode melhorar a oferta de serviços em áreas rurais.

Foco do Estudo

Esse estudo se concentra em comparar como mulheres com e sem HIV acessam serviços de saúde em uma área rural de Uganda. O objetivo é reunir informações que ajudem na integração do cuidado com HIV e a triagem para câncer cervical a nível comunitário.

Desenho do Estudo

O estudo utilizou uma pesquisa como parte de um teste maior focado na auto-coleta de HPV para triagem de câncer cervical. A pesquisa coletou dados para avaliar o conhecimento e as atitudes das mulheres sobre câncer cervical e triagem. Mulheres entre 30 e 49 anos foram recrutadas de várias aldeias. Elas tinham que atender a critérios específicos, como não terem sido triadas anteriormente para câncer cervical.

Coleta de Dados

A pesquisa perguntou às participantes sobre sua história médica, conhecimento sobre câncer cervical e desafios percebidos à triagem. Também coletou informações sobre o estado do HIV das participantes e seu acesso aos serviços de saúde.

Resultados do Estudo

Um total de 1.437 mulheres completou a pesquisa, com 127 se identificando como HIV-positivas. A maioria das participantes tinha entre 30 e 39 anos, recebeu pelo menos educação primária e trabalhava principalmente como agricultoras.

Acesso a Visitas de Atendimento à Saúde

Quando perguntadas sobre participação em eventos de atendimento à saúde, a maioria das mulheres, independentemente do status de HIV, disse que participou. Os serviços de imunização foram os mais acessados nessas visitas. A maioria das mulheres soube sobre esses eventos através das equipes de saúde da aldeia (VHTs), que desempenham um papel crucial na divulgação de informações de saúde e na ajuda para acessar serviços.

Comparecimento a Centros de Saúde

Mais mulheres frequentaram centros de saúde do que eventos de atendimento, com uma alta porcentagem relatando ter recebido cuidados pré-natais. Ambos os grupos também relataram que caminhar era seu principal meio de transporte para chegar aos centros de saúde.

Conscientização e Atitudes em Relação ao Câncer Cervical

A maioria das mulheres em ambos os grupos estava ciente do câncer cervical e acreditava na importância da detecção precoce. No entanto, barreiras à triagem, como não saber onde ir, custo e distância até as clínicas, eram comuns entre mulheres HIV-positivas e HIV-negativas.

Discussão dos Resultados

Esse estudo teve como objetivo entender as diferenças no acesso aos serviços de saúde entre mulheres com e sem HIV. Os resultados mostraram que ambos os grupos frequentavam os serviços de saúde e compreendiam a importância da conscientização sobre o câncer cervical. A falta de conhecimento sobre câncer cervical não parece ser uma barreira para essas mulheres quando se trata de fazer a triagem.

Apesar dos altos níveis de conscientização, as taxas de triagem continuam baixas em Uganda. Isso sugere uma necessidade de programas que conectem conhecimento com ações reais, garantindo que as mulheres recebam a triagem que precisam para reduzir o peso dessa doença.

O Papel das Equipes de Saúde da Aldeia

O estudo destacou o papel importante das VHTs em compartilhar informações sobre serviços de saúde. Elas ajudam as mulheres a entenderem as opções de saúde disponíveis e motivam a participação em programas de saúde. Um aumento da conscientização das VHTs sobre a triagem de HPV poderia ajudar a melhorar as taxas de triagem para mulheres HIV-positivas e negativas.

Oportunidades Durante os Cuidados Pré-Natais

A alta taxa de comparecimento aos cuidados pré-natais mostra que esse pode ser um bom momento para promover a triagem para câncer cervical baseada em HPV. Como as mulheres recebem mais atenção médica durante a gravidez, é uma oportunidade ideal para incentivá-las a se submeterem à triagem para câncer cervical.

Conclusão

Focar em mulheres com HIV é vital, já que elas enfrentam um risco maior de câncer cervical. O estudo não encontrou diferenças significativas entre mulheres HIV-positivas e negativos em relação ao acesso aos serviços de saúde. Isso indica que mulheres vivendo com HIV se envolvem com o sistema de saúde de maneira semelhante àquelas sem HIV. Mais pesquisas são necessárias para identificar barreiras específicas que impedem as mulheres de acessar a triagem para câncer cervical.

No geral, o estudo destaca o potencial de programas de triagem integrados para HIV e HPV em comunidades rurais, o que poderia levar a melhores resultados de saúde para todas as mulheres.

Fonte original

Título: Assessing how women access healthcare to inform cervical cancer and HIV screening in rural Uganda.

Resumo: ObjectiveThis study aims to compare how HIV-positive and HIV-negative women in a remote sub-country in Uganda access health services to inform consideration of potential HIV and HPV-based cervical cancer screening integration at the community level. MethodsThis cross-sectional study recruited women living in the South Busoga District Reserve from January to August 2023. Women were eligible if they were aged 30 to 49 years old, had no history of cervical cancer screening or treatment, had no previous hysterectomy, and could provide informed consent. Participants completed a survey administered by village health teams, which included questions on HIV status, demographics, healthcare access, and services received. The data was analyzed using bivariate descriptive statistics, including chi-square and Fishers exact tests. ResultsAmong the 1437 participants included in the analysis, 8.8% were HIV-positive. The majority of the respondents were between 30-39 years of age, were married, had received primary education or higher, and were farmers. The majority of women in both groups had accessed outreach visits (HIV-positive = 89.0%, HIV-negative = 85.8%) and health centres (HIV-positive = 96.1%, HIV-negative = 80.2%). The most commonly received services among both groups of women at outreach visits and health centres were immunization and antenatal care, respectively. ConclusionOur study demonstrated that there were no significant differences in healthcare access between HIV-positive and HIV-negative women in rural Uganda. Additionally, the high usage of healthcare services by women living with HIV suggests that the integration of cervical cancer and HIV screening may facilitate early detection and prevention of cervical cancer among this population. This can reduce the burden of disease in Uganda and further contribute to the World Health Organizations initiative to eradicate cervical cancer.

Autores: Gina Ogilvie, M. Sheehan, H. Dau, M. AboMoslim, P. Naguti, N. Mwandacha, A. Booth, C. Ruck, L. Smith, J. Orem, C. Nakisige

Última atualização: 2024-10-23 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.22.24315934

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.22.24315934.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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