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# Biologia # Neurociência

Ligando os Pontos: Neurônios Somatossensórios em Moscas da Fruta

Pesquisas mostram como os neurônios da mosca-da-fruta processam informações sensoriais das pernas e vibrações.

Sweta Agrawal, S.-Y. J. Lee, C. J. Dallmann, A. P. Cook, J. C. Tuthill

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O sistema nervoso dos animais precisa ficar recebendo informações sobre seus corpos e o que rola ao redor pra coordenar os movimentos. Uma fonte chave dessas informações vem dos neurônios somatossensórios. Esses neurônios conseguem sentir as forças mecânicas que atuam no corpo. Em geral, os neurônios somatossensórios são classificados em dois tipos: os que sentem forças externas (exteroceptivos) e os que percebem a posição ou movimento das partes do corpo do animal (proprioceptivos). Mas muitos neurônios somatossensórios podem detectar forças internas e externas, o que dificulta categorizá-los de forma rígida como exteroceptivos ou proprioceptivos.

Estudar neurônios somatossensórios em animais vivos pode ajudar os cientistas a entender que tipos de estímulos mecânicos esses neurônios respondem. No entanto, esses experimentos podem ser complicados e nem sempre viáveis. Uma alternativa prática é analisar como esses neurônios se conectam com outros circuitos nervosos no corpo. Essa conectividade pode dar insights valiosos sobre suas possíveis funções. Por exemplo, alguns neurônios proprioceptivos se conectam diretamente a neurônios motores, permitindo ações reflexas rápidas. Além disso, os sinais somatossensórios podem ser combinados com outras informações sensoriais para ajudar na tomada de decisões durante várias ações.

O Modelo Drosophila

Nesta pesquisa, os cientistas focaram em um grupo específico de neurônios somatossensórios encontrados no órgão cordotonal femoral (FeCO) da mosca da fruta, Drosophila melanogaster. O FeCO contém cerca de 150 neurônios sensoriais que podem ser divididos em cinco subtipos com base em sua função e estrutura. Esses subtipos ajudam a perceber a posição e o movimento das pernas de diferentes maneiras. Os neurônios do FeCO estão no fêmur da perna e têm axônios que se estendem para o cordão nervoso ventral (VNC), que é uma parte do sistema nervoso central.

O FeCO é visto como um órgão proprioceptivo que controla movimentos e posições das pernas. No entanto, existe evidência que sugere que os neurônios do FeCO também conseguem detectar Vibrações do chão, o que pode ser útil para comunicação, detectar predadores e sinais de acasalamento. O quanto cada subtipo de neurônio do FeCO é especializado em Propriocepção ou detecção de vibrações externas ainda não está claro. Alguns neurônios, especialmente os neurônios club, respondem a vibrações e a movimentos maiores das pernas, indicando que podem ter ambas as funções.

Análise Conectômica

A análise conectômica é um método que pode ajudar os pesquisadores a entender como os sinais sensoriais fluem pelo sistema nervoso. Avanços recentes na tecnologia tornaram possível criar mapas detalhados das conexões neuronais, ou conectomas, em organismos pequenos como a mosca da fruta. Esses conectomas podem revelar a organização e a função do sistema nervoso, incluindo como as informações sensoriais de diferentes partes do corpo são processadas.

O estudo atual usa análise conectômica para investigar o FeCO e como seus neurônios se conectam com circuitos no VNC. Os pesquisadores descobriram que neurônios claw e hook, que percebem movimento e posição das pernas, se conectam principalmente a circuitos locais que controlam os músculos das pernas. Em contraste, os neurônios club sensíveis a vibrações se conectam a circuitos que integram informações sensoriais das pernas e asas e enviam sinais para o cérebro. Esse trabalho ajuda a esclarecer o papel duplo do FeCO em propriocepção e Exterocepção.

Estrutura e Função do FeCO

O FeCO é composto por cinco tipos distintos de neurônios sensoriais que percebem diferentes aspectos do movimento das pernas. Os neurônios claw medem a posição da perna, enquanto os neurônios hook sentem o movimento. Os neurônios club são especialmente interessantes porque parecem responder a vibrações, sugerindo um papel na detecção de sinais mecânicos externos.

Entender como esses neurônios se conectam a outros circuitos nervosos pode ajudar a esclarecer suas funções. Os neurônios claw e hook enviam a maior parte de seus sinais para interneurônios locais e neurônios motores no VNC. Isso significa que eles ajudam a fornecer feedback para os movimentos locais das pernas. Por outro lado, os neurônios club se conectam principalmente a circuitos intersegmentares, que retransmitem informações de e para várias partes do corpo, incluindo o cérebro. Os pesquisadores descobriram que os neurônios club fornecem informações sobre vibrações das pernas, o que pode influenciar como a mosca reage a sinais externos.

O Papel da Conectividade no Processamento Sensorial

Essa pesquisa revela diferenças fundamentais em como os diversos tipos de neurônios do FeCO se conectam com outros neurônios no VNC. Os neurônios claw e hook estão principalmente ligados a circuitos motores locais, enquanto os neurônios club têm conexões que abrangem múltiplos segmentos do sistema nervoso. Isso sugere que os dois tipos de neurônios desempenham funções diferentes. A natureza altamente especializada dessas conexões implica que o FeCO consegue processar eficientemente as informações sensoriais das pernas e enviá-las para os circuitos motores apropriados.

Os pesquisadores também descobriram que diferentes classes de neurônios no VNC recebem sinais dos neurônios do FeCO. Cada classe de neurônios tem papéis distintos, com alguns atuando como interneurônios locais que fornecem feedback rápido e outros como neurônios ascendentes que enviam informações para o cérebro. Essas diferenças na conectividade destacam a complexidade de como as informações somatossensórias são processadas e integradas no sistema nervoso.

Neurônios Club e Detecção de Vibrações

Os neurônios club no FeCO são particularmente especializados para detectar vibrações. Seus axônios formam conexões distintas dentro do sistema nervoso, o que ajuda a determinar a frequência das vibrações que eles percebem. O estudo revelou que os neurônios club estão organizados de uma maneira que lhes permite responder a diferentes frequências, criando um tipo de mapa para a detecção de vibrações.

A organização dos neurônios club parece se alinhar com seu papel funcional na detecção de vibrações do ambiente. Essa organização pode ajudar a mosca a responder rapidamente a estímulos relevantes. Os neurônios club visam interneurônios que se conectam não apenas dentro de uma única perna, mas também entre várias pernas, permitindo que a mosca integre informações de vibração por todo o corpo. Esse tipo de integração é essencial para interpretar sinais ambientais e coordenar respostas adequadas.

Integração com Sinais Auditivos

Além de processar sinais de vibração, as informações transformadas dos neurônios club são enviadas para o cérebro, onde se integram com sinais auditivos. As regiões do cérebro que recebem entradas dos neurônios club também recebem sinais da antena da mosca, que pode detectar vibrações no ar. Isso sugere uma coordenação entre informações das pernas e auditivas, permitindo que a mosca reaja de forma eficaz ao seu entorno.

As descobertas indicam que os neurônios club e seus circuitos associados podem desempenhar um papel crucial em comportamentos como acasalamento e evasão de predadores. Já que sinais de vibração podem carregar informações importantes sobre o ambiente, a integração dos sinais das pernas e auditivos pode melhorar a capacidade da mosca de interpretar e responder a essas pistas.

Conclusão

O estudo do órgão cordotonal femoral da Drosophila revela insights importantes sobre como o sistema nervoso processa informações sensoriais. Analisando as conexões de vários tipos de neurônios somatossensórios, os pesquisadores conseguiram demonstrar que o FeCO desempenha funções duplas em propriocepção e exterocepção. Entender essas funções ajuda os pesquisadores a apreciar a complexidade do processamento sensorial no sistema nervoso e fornece uma base para pesquisas futuras sobre como esses circuitos operam em animais vivos.

Essas descobertas podem informar estudos futuros sobre como o sistema nervoso codifica informações sensoriais e influencia o comportamento. Investigando os papéis de diferentes tipos de neurônios e suas conexões, os pesquisadores podem entender melhor como os organismos percebem e respondem ao seu ambiente. Esse conhecimento também pode ajudar cientistas a explorar processos semelhantes em outros animais, levando a uma compreensão mais ampla dos sistemas sensoriais entre espécies.

Fonte original

Título: Divergent neural circuits for proprioceptive and exteroceptive sensing of the Drosophila leg

Resumo: Somatosensory neurons provide the nervous system with information about mechanical forces originating inside and outside the body. Here, we use connectomics from electron microscopy to reconstruct and analyze neural circuits downstream of the largest somatosensory organ in the Drosophila leg, the femoral chordotonal organ (FeCO). The FeCO has been proposed to support both proprioceptive sensing of the flys femur-tibia joint and exteroceptive sensing of substrate vibrations, but it was unknown which sensory neurons and central circuits contribute to each of these functions. We found that different subtypes of FeCO sensory neurons feed into distinct proprioceptive and exteroceptive pathways. Position- and movement-encoding FeCO neurons connect to local leg motor control circuits in the ventral nerve cord (VNC), indicating a proprioceptive function. In contrast, signals from the vibration-encoding FeCO neurons are integrated across legs and transmitted to mechanosensory regions in the brain, indicating an exteroceptive function. Overall, our analyses reveal the structure of specialized circuits for processing proprioceptive and exteroceptive signals from the fly leg. These findings are consistent with a growing body of work in invertebrate and vertebrate species demonstrating the existence of specialized limb mechanosensory pathways for sensing external vibrations.

Autores: Sweta Agrawal, S.-Y. J. Lee, C. J. Dallmann, A. P. Cook, J. C. Tuthill

Última atualização: 2024-12-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.23.590808

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.23.590808.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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