Rituximabe vs. Cladribina: Novas Ideias para o Tratamento da Esclerose Múltipla
Estudo revela que rituximabe é melhor que cladribina no tratamento da EMRR.
Brit Ellen Rød, Einar A. Høgestøl, Øivind Torkildsen, Kjetil Bjørnevik, Jon Michael Gran, Mathias H. Øverås, Marton König, Elisabeth G. Celius, Kjell-Morten Myhr, Stig Wergeland, Gro O. Nygaard
― 8 min ler
Índice
Esclerose múltipla (EM) é uma doença que afeta o cérebro e a medula espinhal, causando vários sintomas como cansaço, dificuldade para andar e até problemas de memória. Um tipo de EM é a esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR), que significa que os pacientes têm episódios de sintomas seguidos por períodos de recuperação. Quem tem EMRR geralmente procura tratamentos que ajudem a reduzir esses episódios e melhorar a saúde geral.
Nos últimos anos, surgiram várias terapias que mostraram potencial em melhorar a condição de pessoas com EMRR. Duas dessas terapias são o Rituximabe e a Cladribina. O rituximabe é um tratamento off-label, ou seja, não é oficialmente aprovado para esse uso, mas muitos médicos têm utilizado. Já a cladribina é um análogo da purina que tem sido usado de forma mais oficial para tratar a EMRR. Apesar da popularidade, não houve muitas comparações diretas entre esses tratamentos para descobrir qual realmente funciona melhor.
Visão Geral do Estudo
Na Noruega, médicos de diferentes hospitais têm preferido tratamentos diferentes para pacientes com EMRR. Isso resultou numa situação onde os pesquisadores conseguiram observar dois grupos de pacientes: um recebeu rituximabe enquanto o outro tomou cladribina. Os pesquisadores aproveitaram essa situação para entender melhor a eficácia dessas duas terapias na vida real.
Eles queriam saber como esses tratamentos se comparavam em termos de atividade da doença em ressonâncias magnéticas, recaídas e segurança geral. Analisaram dados de pacientes ao longo de um período de acompanhamento de cerca de 4,5 anos, que é um tempão no mundo da pesquisa médica.
O Que Eles Fizeram
Os pesquisadores começaram juntando um grupo grande de pacientes de um registro nacional de EM. Incluíram indivíduos com pelo menos 18 anos, diagnosticados com EMRR e que tivessem recebido rituximabe ou cladribina entre 15 de maio de 2018 e 15 de outubro de 2019. Aqueles com EM progressiva ou que já tinham sido tratados com algum dos dois medicamentos foram excluídos.
O estudo focou em dois tratamentos principais: o rituximabe, que foi mais usado no Hospital Universitário Haukeland (HUH) em Bergen, e a cladribina, que foi usada principalmente no Hospital Universitário de Oslo (OUH). Cada hospital tinha seus próprios métodos de tratamento, dependendo da localização do paciente. Isso criou uma divisão natural que os pesquisadores puderam estudar.
Analisando Resultados
Assim que os participantes foram reunidos, os pesquisadores examinaram seus registros médicos e realizaram várias análises. Eles estavam interessados em vários resultados, principalmente nova atividade da doença em ressonância magnética, recaídas e possíveis efeitos colaterais. Para fazer isso direitinho, usaram um método que ajuda a reduzir viés e aumentar a precisão dos resultados.
O principal objetivo era determinar o tempo até que um paciente mostrasse novos sinais de atividade da doença em uma ressonância magnética. Isso fornece uma visão clara de quão bem cada tratamento está funcionando. Eles também analisaram as taxas de recaídas, mudanças nas pontuações de incapacidade e até alguns exames de sangue para verificar proteínas específicas que poderiam sinalizar a progressão da doença.
Descobertas Iniciais
Depois de olhar os dados, os pesquisadores descobriram que pacientes que tomaram rituximabe eram menos propensos a mostrar nova atividade da doença em ressonância magnética em comparação aos que tomaram cladribina. Na verdade, os pacientes tratados com rituximabe tinham um risco de 4 anos de nova atividade em ressonância magnética de cerca de 18%, enquanto os que tomaram cladribina estavam em 57%. É uma diferença e tanto!
Além disso, quando se tratou de recaídas, o grupo do rituximabe também teve um desempenho melhor, com apenas 5,7% enfrentando recaídas em comparação com 17% no grupo da cladribina. E se você pensou que os efeitos colaterais seriam parecidos, que nada! Pacientes tratados com rituximabe eram menos propensos a interromper o tratamento devido a efeitos colaterais em comparação aos da cladribina.
Pontuações de Incapacidade e Descobertas Adicionais
Quanto à Escala Expandida de Estado de Incapacidade (EDSS), que é uma forma de avaliar a incapacidade, os pacientes em rituximabe não mostraram mudanças significativas em suas pontuações ao longo do tempo. Já aqueles que tomaram cladribina apresentaram uma leve piora. Isso sugere que enquanto o rituximabe se manteve firme, a cladribina não foi tão eficiente.
Os pesquisadores também verificaram certas proteínas no sangue dos pacientes que podem indicar lesão cerebral ou inflamação. Não encontraram muita diferença em uma das proteínas (NfL), mas outra proteína (GFAP) estava mais baixa nos que tomaram rituximabe. Isso pode sugerir que o rituximabe poderia ter menos impacto na lesão cerebral ao longo do tempo.
Efeitos Colaterais e Hospitalizações
Quando se trata de efeitos colaterais, os pesquisadores analisaram as taxas de hospitalização por eventos adversos potenciais. Ambos os grupos tiveram taxas semelhantes de internação por problemas que poderiam estar relacionados ao tratamento. Curiosamente, a COVID-19 foi uma razão comum para hospitalização entre aqueles que tomaram rituximabe, provavelmente devido ao impacto da pandemia em todos, inclusive nos que estavam em tratamento.
Respostas Variadas: Um Olhar Mais Próximo
Ao longo do estudo, os pesquisadores fizeram subanálises para aprofundar. Apesar das diferenças nos tratamentos, eles descobriram que homens e mulheres responderam de forma semelhante às suas respectivas terapias. Eles ainda analisaram pessoas que eram novatas no tratamento e quem já havia feito outras terapias, com os resultados se mantendo consistentes entre esses grupos.
Eles também fizeram uma análise chamada "re-baseline", que deu uma nova olhada nas ressonâncias feitas logo após o início do tratamento. Esse método reafirmou as descobertas de que o rituximabe tinha um risco menor de nova atividade da doença em ressonância magnética comparado à cladribina.
Forças do Estudo
Uma das melhores partes dessa pesquisa foi como ela usou dados de um registro nacional. Isso facilitou juntar um grupo diversificado de pacientes e permitiu uma visão real sobre a eficácia do tratamento. Além disso, o sistema de saúde consistente na Noruega significa que diferentes hospitais seguem diretrizes semelhantes, o que ajuda a reduzir confusões.
Os pesquisadores usaram uma abordagem inteligente para estruturar o estudo, o que ajuda a tornar os resultados mais confiáveis. Em vez de sair seguindo a última moda ou ir na onda, eles construíram cuidadosamente sua pesquisa para reduzir viés e oferecer uma visão mais clara do que estava rolando.
Limitações e Considerações
Mas, como toda boa história, há algumas desvantagens que valem a pena mencionar. A falta de randomização significa que os pesquisadores não puderam controlar todas as variáveis possíveis, o que pode afetar as descobertas. Coisas como escolhas de estilo de vida e outros problemas de saúde podem ter um papel.
Além disso, eles tinham dados limitados sobre a progressão da incapacidade, já que nem todos os pacientes tinham registros médicos completos disponíveis. Eles se basearam em uma foto instantânea das pontuações de EDSS em momentos específicos, o que pode ser complicado já que as condições podem mudar com o tempo.
Conclusão
No geral, as descobertas desse estudo sugerem que o rituximabe é mais eficaz do que a cladribina no tratamento da EMRR. As taxas menores de nova atividade da doença em ressonância magnética, menos recaídas e pontuações de incapacidade mais estáveis pintam um quadro positivo para quem usa rituximabe.
A conversa sobre opções de tratamento para EM continua, e estudos como este ajudam a revelar o que funciona melhor para os pacientes. É sempre valioso ter mais informação para que médicos e pacientes possam tomar decisões informadas sobre sua saúde. Afinal, ninguém quer ficar adivinhando quando se trata da própria saúde!
O estudo não só oferece uma visão de qual terapia pode ser a melhor das duas, mas também destaca a importância dos dados do mundo real na pesquisa médica. Afinal, enquanto testes em ambientes controlados são ótimos, saber como um tratamento se sai em pacientes reais é onde a verdadeira mágica acontece. E quem sabe? Com mais estudos como este, podemos acabar com um monte de informações úteis que trazem esperança para quem vive com EM.
Então, se você estiver numa conversa sobre terapias para EM, pode trazer rituximabe e cladribina com confiança. E se alguém perguntar se você pode ter informação demais, apenas diga que não—especialmente quando se trata da sua saúde!
Título: Comparative Effectiveness of Rituximab and Cladribine in Relapsing-Remitting Multiple Sclerosis: A Target Trial Emulation
Resumo: BackgroundHead-to-head comparisons of high-efficacy therapies for relapsing-remitting multiple sclerosis (RRMS) are lacking. We emulated a target trial to compare the long-term effectiveness of rituximab and cladribine. MethodsWe estimated the effect of initiating treatment with rituximab or cladribine by emulating a target trial using data from the Norwegian MS Registry and Biobank at two university hospitals with different treatment strategies. Cumulative incidence and risk differences after 4 years were estimated using a weighted Kaplan-Meier estimator, adjusted for baseline covariates. The primary outcome was MRI disease activity, with the secondary outcomes including relapses and safety. ResultsThe study included 285 patients, 159 receiving rituximab and 126 receiving cladribine, with a median follow-up of 4.5 years (IQR 4.0 to 5.0). Rituximab-treated patients had a lower risk of new MRI disease activity compared to cladribine-treated patients (p < 0.0001). The 4-year risk was 18% (95% CI 11 to 23) for the rituximab-treated patients and 57% (95% CI 48 to 65) for cladribine-treated patients, yielding a risk difference (RD) of 38 percentage-points (95% CI 29 to 51). The 4-year RD for relapse was 11.2 percentage-points (95% CI 3 to 18) and the RD for discontinuation or a third dose of cladribine was 13.7 percentage-points (95% CI 9 to 25). The incidence of hospitalizations related to potential adverse events was 6.0 per 100 person-years for rituximab and 4.1 per 100 person-years for cladribine. ConclusionsThese findings suggest that rituximab has superior effectiveness compared to cladribine during a median follow-up of 4.5 years.
Autores: Brit Ellen Rød, Einar A. Høgestøl, Øivind Torkildsen, Kjetil Bjørnevik, Jon Michael Gran, Mathias H. Øverås, Marton König, Elisabeth G. Celius, Kjell-Morten Myhr, Stig Wergeland, Gro O. Nygaard
Última atualização: 2024-12-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.10.24318773
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.10.24318773.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.