Como a Atualização de Crenças se Relaciona com a Psicose
Pesquisas mostram como a atualização de crenças afeta a saúde mental e a psicose.
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Índice
Tomar decisões é uma parte crucial do nosso dia a dia. Muitas vezes, a gente reúne informações do que tá rolando ao nosso redor pra ajudar a fazer escolhas. Isso é chamado de Atualização de Crenças. É especialmente importante em situações onde a gente enfrenta muitas incertezas. Se a gente atualizar nossas crenças de forma errada, podemos acabar com visões distorcidas do que tá acontecendo no mundo, levando a decisões ruins. Isso pode criar problemas, principalmente em questões de saúde mental como a Psicose.
A psicose é uma condição onde as pessoas podem ter crenças falsas ou percepções distorcidas da realidade, como delírios e alucinações. Uma das grandes incertezas no nosso ambiente vem de mudanças ocultas. Essas mudanças podem ser difíceis de perceber e entender como as pessoas adaptam suas crenças quando essas mudanças acontecem pode trazer insights sobre a psicose.
O Papel da Atualização Dinâmica de Crenças
Em termos simples, atualizar crenças de forma dinâmica significa ajustar o que acreditamos com base em novas informações. Quando a galera se depara com situações incertas que mudam com frequência, eles precisam ser bons em atualizar suas crenças. Pesquisas mostram que os humanos se saem razoavelmente bem nisso quando testados em ambientes controlados que imitam cenários da vida real.
Quando há uma alta probabilidade de que uma situação tenha mudado, as pessoas tendem a prestar mais atenção às novas Evidências. Esse estado de alerta é frequentemente refletido em respostas físicas, como a dilatação das pupilas, que é um sinal de aumento de excitação.
Ao examinar esses comportamentos e respostas, os pesquisadores conseguem entender melhor como as pessoas processam informações e como isso se relaciona à saúde mental.
Ligação com a Psicose
Problemas de atualização de crenças são comuns na psicose. Pessoas com psicose têm dificuldade em formar crenças precisas sobre a realidade. Por exemplo, elas podem se apegar a delírios, que são crenças falsas que colidem com as evidências disponíveis. Elas também podem sofrer alucinações, onde percebem coisas que não existem.
Pesquisas indicam que indivíduos que lutam com psicose frequentemente mostram vieses em seus processos de raciocínio. Por exemplo, podem chegar a conclusões muito rápido, se comprometendo com uma crença sem revisar todas as evidências. Eles também podem ignorar informações que contradizem suas crenças iniciais, o que pode aprofundar seus delírios.
Notavelmente, níveis alterados de excitação também aparecem na psicose. Isso sugere que as pessoas podem não responder adequadamente a novas evidências, o que pode prejudicar sua capacidade de adaptar suas crenças em resposta a situações em mudança.
Explorando Diferenças Individuais
Pra investigar esses comportamentos, os pesquisadores desenvolveram um estudo focando na relação entre atualização de crenças e predisposição à psicose em uma amostra da comunidade. Eles queriam explorar como diferentes pessoas adaptam suas crenças quando enfrentam ambientes incertos e como isso se relaciona com seus níveis de psicose.
O estudo mediu quão bem os participantes atualizaram suas crenças em resposta a novas evidências, enquanto também monitoravam suas respostas fisiológicas através de mudanças no tamanho das pupilas. Essa abordagem dupla permitiu uma análise abrangente tanto do comportamento quanto das respostas biológicas durante o processo de atualização de crenças.
Desenho do Estudo
Nesse estudo, os participantes foram apresentados a uma tarefa de Tomada de decisão. Eles receberam sequências de informações visuais que estavam ligadas a estados ocultos que precisavam inferir. Os participantes tinham que decidir qual das duas possíveis opções era a fonte da informação com base nas evidências apresentadas.
A tarefa foi estruturada de forma que a fonte pudesse mudar em momentos imprevisíveis. Essa configuração imitava cenários da vida real onde precisamos constantemente ajustar nossas crenças com base em novas informações, que às vezes são conflitantes.
Ao longo da tarefa, os pesquisadores monitoraram o tamanho das pupilas dos participantes como uma medida dos níveis de excitação deles. Esses dados fisiológicos forneceriam insights sobre como os participantes estavam processando informações e atualizando suas crenças.
Observações Comportamentais
Os achados revelaram que a maioria dos participantes conseguiu adaptar suas crenças de maneira semelhante ao modelo idealizado de atualização de crenças. Eles atualizaram suas crenças com base nas evidências fornecidas, navegando com sucesso pela tarefa. No entanto, alguns participantes mostraram diferenças individuais significativas em seus processos de tomada de decisão.
Curiosamente, aqueles que tinham níveis mais altos de predisposição à psicose tendiam a mostrar padrões únicos em sua atualização de crenças. Eles davam menos peso às evidências apresentadas mais tarde na sequência em comparação com aqueles com menor predisposição à psicose. Isso indica uma possível "aderência" às crenças iniciais, ou seja, eram menos propensos a mudar de ideia mesmo quando confrontados com nova informação.
Dinâmica das Pupilas
O estudo também descobriu que as respostas fisiológicas dos participantes-especificamente, o tamanho das pupilas-estavam ligadas à forma como eles processavam evidências durante a tarefa. Participantes com níveis mais altos de predisposição à psicose mostraram respostas pupilares menos pronunciadas, sugerindo que seus níveis de excitação podem não estar alinhados bem com as evidências que receberam.
Essa resposta reduzida pode significar uma menor sensibilidade a mudanças no ambiente de informações, o que pode impactar sua capacidade de integrar novas evidências de forma eficaz. Consequentemente, isso pode contribuir para os sistemas de crenças rígidos frequentemente vistos em indivíduos que experimentam psicose.
Examinando Perfis de Pesagem de Evidências
Os pesquisadores analisaram especificamente como diferentes perfis de pesagem de evidências estavam relacionados à predisposição à psicose dos participantes. Aqueles no grupo de alta predisposição mostraram uma tendência mais fraca em ajustar suas crenças com base na forma como novas informações eram apresentadas. Isso sugere que eles podem se apegar a crenças iniciais, dificultando a incorporação de novas ou contraditórias evidências.
Em contraste, indivíduos com menor predisposição à psicose exibiram uma atualização de crenças mais flexível, que se alinha ao modelo normativo de atualização de crenças. Eles eram melhores em ajustar suas crenças à medida que novas evidências surgiam, indicando um processo de decisão mais adaptativo.
Implicações para Entender a Psicose
O estudo tem implicações importantes para entender a psicose e os processos cognitivos por trás dela. Ao vincular as dinâmicas de atualização de crenças à predisposição à psicose, os pesquisadores oferecem uma visão mais clara de como déficits cognitivos podem contribuir para a persistência dos sintomas psicóticos.
A atualização alterada de crenças e a dinâmica das pupilas observadas em indivíduos com maior predisposição à psicose podem servir como marcadores de risco potenciais para futuros problemas psicológicos. Isso destaca a importância de intervenções precoces e monitoramento para aqueles que podem estar em risco de desenvolver psicose.
Conclusão
Resumindo, essa pesquisa aprimora nossa compreensão de como a atualização de crenças funciona em diferentes indivíduos, especialmente em relação à psicose. Ela ressalta a relação complexa entre processos cognitivos e respostas fisiológicas, revelando como esses fatores podem influenciar a tomada de decisão.
Os achados sugerem que as formas como os indivíduos atualizam suas crenças em ambientes incertos estão intimamente ligadas à saúde mental deles. Um processo de atualização de crenças adaptativo é crucial para uma tomada de decisão eficaz, enquanto dificuldades nessa área podem contribuir para os desafios enfrentados por indivíduos propensos à psicose.
Novos estudos serão essenciais para continuar desvendando essas interações complexas e desenvolver melhores sistemas de suporte para aqueles afetados por psicose ou déficits cognitivos. Uma compreensão melhor pode facilitar intervenções que ajudem os indivíduos a gerenciar melhor suas crenças e percepções da realidade, melhorando, em última análise, sua qualidade de vida.
Título: Individual Differences in Belief Updating and Phasic Arousal Are Related to Psychosis Proneness
Resumo: Many decisions entail the updating of beliefs about the state of the environment, a process that may go awry in psychosis. When environments are subject to hidden changes in their state, optimal belief updating requires non-linear modulation of sensory evidence, which may be subserved by pupil-linked, phasic arousal. Here, we analyzed behavior and pupil responses during evidence accumulation in a changing environment in a community sample of human participants and assessed their subclinical psychotic experiences (psychosis proneness). Subjects most prone to psychosis showed overall less flexible belief updating profiles, with diminished weighting of late evidence. These same subjects also exhibited overall smaller pupil responses and less reliable pupil encoding of computational variables governing the adaptive belief updating. The observed changes in belief updating and arousal dynamics may account for the emergence of cognitive biases in psychotic psychopathology. Our results open a new window on the pathophysiology of mental disorders.
Autores: Tobias H Donner, P. R. Murphy, K. Krkovic, G. Monov, N. Kudlek, T. Lincoln
Última atualização: 2024-01-15 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.14.575567
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.14.575567.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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