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Avanços no Tratamento do Câncer: Alvo L-Kynurenina

Novas enzimas podem melhorar a terapia do câncer quebrando compostos imunossupressores.

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O câncer é uma doença séria que afeta muita gente pelo mundo afora. Acontece quando as células normais do corpo começam a crescer de forma descontrolada, resultando na formação de tumores. Uma área de pesquisa que tá focada em tratar o câncer é a imunoterapia, que usa o sistema imunológico do corpo pra combater a doença. Existem várias formas de fazer isso, incluindo o uso de anticorpos monoclonais e Células T pra atacar as células cancerosas. Apesar desses esforços, muitos tratamentos ainda têm baixas taxas de sucesso, especialmente para tumores sólidos. Por isso, os pesquisadores estão sempre buscando novas maneiras de melhorar a terapia contra o câncer.

Microambientes Tumorais

O ambiente ao redor dos tumores, conhecido como Microambiente Tumoral (TME), tem um papel crucial na progressão do câncer. O TME pode suprimir a resposta imunológica, dificultando que as células de defesa do corpo ataquem o tumor de forma eficaz. Um composto específico encontrado nos tumores, chamado L-kynurenina (L-KYN), contribui pra essa supressão. O L-KYN pode deixar as células imunes, incluindo as células T e as células assassinas naturais (NK), menos eficazes e promover o crescimento do tumor.

Alvo do L-KYN

Os pesquisadores acreditam que remover o L-KYN do TME pode ajudar a melhorar os tratamentos de câncer. Alguns estudos mostraram que quebrar o L-KYN usando enzimas específicas pode aumentar a resposta imunológica contra o câncer. Uma enzima promissora é a KYNase, que já mostrou bons resultados em estudos com camundongos. Uma enzima de uma bactéria específica chamada Pseudomonas fluorescens (Pf-K) tem se mostrado particularmente eficaz nesse papel. Quando a Pf-K é combinada com inibidores de checkpoint ou vacinas contra o câncer, foi mostrado que isso aumenta o número de células T ativas, reduz o tamanho do tumor e melhora as taxas de sobrevivência em camundongos.

Encontrando Novas Enzimas

Dado os resultados encorajadores da Pf-K, os cientistas estão em busca de outras KYNases que possam ser ainda melhores. Isso envolve pesquisar grandes bancos de dados de proteínas pra encontrar enzimas semelhantes e depois testar sua eficácia no laboratório. No entanto, com milhares de candidatos potenciais, pode ser complicado decidir quais testar primeiro.

Pra ajudar com isso, os pesquisadores estão usando grandes modelos de linguagem de proteínas (pLLMs) pra analisar sequências de proteínas e prever suas funções. Esses modelos foram treinados em conjuntos de dados extensos e conseguem fornecer insights valiosos mesmo com dados experimentais limitados.

Processo de Descoberta

Os pesquisadores começaram sua busca por novas KYNases procurando proteínas semelhantes à Pf-K usando uma ferramenta chamada MMseqs2, que varre imensos bancos de dados de proteínas. Eles identificaram mais de 10.000 sequências que combinavam bem com a Pf-K. Depois de remover as sequências duplicadas, eles reduziram pra cerca de 5.700 candidatos únicos. Análises adicionais ajudaram a atribuir as prováveis origens das espécies a essas sequências.

Os próximos passos envolveram prever quais dessas sequências teriam a maior eficiência catalítica, ou seja, quão eficazmente poderiam quebrar o L-KYN. Usando o modelo de linguagem pré-treinado ESM, os pesquisadores transformaram as sequências de proteínas em representações numéricas e desenvolveram um modelo pra prever sua eficácia.

Validando Candidatos

Da lista de KYNases candidatas, os pesquisadores escolheram quatro sequências de alto nível pra testes adicionais. Isso incluiu várias do gênero Pseudomonas e outras de diferentes bactérias. As KYNases selecionadas foram submetidas a uma série de testes pra avaliar sua eficácia em quebrar o L-KYN.

Os resultados mostraram que essas enzimas se saíram bem em comparação à Pf-K, com uma enzima (K3) mostrando quase o dobro da eficácia em quebrar o L-KYN. Isso sugeriu que a K3 poderia ser uma forte candidata pra aplicações terapêuticas.

Insights Moleculares

Pra entender por que a K3 foi tão eficaz, os pesquisadores realizaram simulações de dinâmica molecular. Essas simulações permitiram visualizar como a K3 interagia com o L-KYN em nível molecular. O local de ligação da K3 parecia ser mais compacto e estável, o que provavelmente contribuiu pra sua alta atividade.

Os pesquisadores também analisaram como fatores como pH e temperatura afetavam a atividade das enzimas. Embora a K3 funcionasse melhor em níveis de pH mais alto, ela ainda mostrou atividade aceitável sob as condições ácidas que os tumores costumam apresentar. Além disso, a K3 manteve a estabilidade em temperaturas elevadas, tornando-a adequada pra um possível uso no tratamento.

Testes em Camundongos

Pra garantir que a K3 não fosse apenas eficaz no laboratório, mas também em organismos vivos, os pesquisadores realizaram testes utilizando modelos de camundongos. Eles trataram camundongos com tumores usando K3-PEG (uma forma modificada da K3) e compararam os resultados com os tratados com Pf-K-PEG. O grupo que recebeu K3-PEG mostrou resultados bem melhores em termos de inibição do crescimento tumoral, indicando que o K3-PEG poderia ser um tratamento eficaz contra o câncer sem efeitos colaterais negativos.

Vantagens das KYNases

As KYNases como a K3 oferecem várias vantagens em comparação com inibidores tradicionais de pequenas moléculas que bloqueiam as enzimas responsáveis pela produção do L-KYN. Primeiro, as KYNases removem diretamente os compostos imunossupressores sem bloquear completamente as vias que os produzem, o que pode resultar em menos efeitos colaterais. Segundo, elas podem evitar o problema da resistência a medicamentos que muitas vezes surge ao usar inibidores de pequenas moléculas.

Embora as KYNases como a K3 venham de bactérias, existem preocupações sobre possíveis reações imunes em humanos. No entanto, algumas enzimas bacterianas já são usadas em tratamentos para outras condições, sugerindo que, com as modificações adequadas, a K3 poderia ser desenvolvida como um tratamento seguro e eficaz contra o câncer.

Conclusão

A busca por novos e melhores tratamentos contra o câncer tá em andamento, e as descobertas recentes sobre as KYNases mostram um potencial promissor nessa área. Ao usar técnicas avançadas de modelagem e bancos de dados extensos de proteínas, os pesquisadores conseguem identificar e validar novas enzimas que podem potencializar a terapia imunológica contra o câncer. Os resultados indicam que a K3, em particular, poderia ser um passo significativo pra melhorar as opções de tratamento do câncer, quebrando efetivamente fatores imunossupressores como o L-KYN no ambiente tumoral. A pesquisa e o desenvolvimento contínuos nesse campo podem levar a novas terapias que fortaleçam a capacidade do corpo de lutar contra o câncer.

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