O Papel do Cálcio na Função de Proteínas entre Espécies
Pesquisas mostram como o cálcio afeta as proteínas em diferentes organismos e processos celulares.
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Os Íons de Cálcio (Ca2+) são essenciais pra vida. Eles tão envolvidos em vários processos no nosso corpo e em outros organismos. Ajudam as células a se comunicarem, ajudam em reações bioquímicas e dão estrutura interagindo com proteínas. Essas interações desempenham um papel em várias funções biológicas.
Em leveduras, a sinalização de cálcio é importante pra processos como a expressão gênica e a morte celular. Em mamíferos, o cálcio tá envolvido em várias atividades, incluindo fertilização, liberação de insulina e contrações musculares. Além disso, a sinalização de cálcio é específica pra diferentes partes da célula, ajudando a coordenar suas funções.
Por exemplo, as proteínas nas mitocôndrias, que são uma parte importante da célula, dependem do cálcio pra ativar várias funções metabólicas. As atividades mitocondriais, como processamento de gorduras e aminoácidos, assim como produção de energia, também são reguladas pelo cálcio. Pesquisadores sugeriram que muitos processos biológicos em diferentes espécies são influenciados pelo cálcio, mas muitos detalhes sobre como essas interações acontecem ainda não estão claros. Essa falta de conhecimento é um desafio quando se estuda como o cálcio afeta as funções biológicas.
Identificando Proteínas Ligadas ao Cálcio
Atualmente, existem cerca de 720 proteínas no corpo humano que são conhecidas por se ligar a íons de cálcio. Tradicionalmente, os cientistas identificaram essas proteínas usando técnicas específicas que buscam padrões de ligação conhecidos ou através de estudos detalhados de proteínas purificadas. Porém, a maioria das proteínas ligadas ao cálcio não segue padrões de ligação bem definidos, tornando difícil a identificação. Apenas uma pequena porcentagem dos locais de ligação ao cálcio conhecidos segue os padrões típicos esperados.
Avanços recentes em tecnologia forneceram algumas novas maneiras de prever possíveis locais de ligação ao cálcio em proteínas. No entanto, esses métodos nem sempre são precisos e podem ter dificuldades em fornecer a especificidade necessária.
Novos Métodos de Análise
Uma das técnicas promissoras pra estudar interações de proteínas é conhecida como Perfilagem Térmica do Proteoma. Esse método aproveita o fato de que diferentes proteínas têm temperaturas de fusão únicas que mudam quando se ligam a outras moléculas, como íons de cálcio.
Na perfilagem térmica do proteoma, os pesquisadores expõem as proteínas a diferentes temperaturas e observam quais proteínas permanecem estáveis em quais temperaturas. Isso permite construir um perfil de como as proteínas interagem com várias moléculas, incluindo cálcio.
Esse método tem sido usado principalmente pra estudar como as proteínas se envolvem com medicamentos de pequenas moléculas e pra identificar interações proteína-proteína. Alguns estudos até exploraram como as proteínas interagem com o cálcio em certos parasitas, mas esses métodos podem exigir muito tempo e esforço, o que pode limitar quantas proteínas podem ser analisadas de uma vez.
Pra aumentar a eficiência, os pesquisadores desenvolveram uma técnica chamada ensaio de alteração de solubilidade integral de proteínas (PISA). Ao combinar dados de múltiplos pontos de temperatura, o PISA pode fornecer uma visão mais abrangente do comportamento das proteínas em resposta ao cálcio.
Descobrindo Proteínas Reguladas pelo Cálcio
Usando o ensaio PISA, os pesquisadores tentaram identificar proteínas reguladas por cálcio (CRPs) de várias amostras biológicas de forma eficiente. Eles hipotetizaram que essa técnica poderia ajudar a descobrir novas proteínas ligadas ao cálcio e aquelas que interagem indiretamente com o cálcio através de outras proteínas.
Para seus experimentos, eles usaram EGTA, uma substância que se liga ao cálcio especificamente, e magnésio como controle. Misturando isso com amostras de levedura, células humanas e camundongos, eles puderam medir com precisão como as proteínas respondiam a mudanças nos níveis de cálcio.
Os resultados mostraram que muitas proteínas apresentaram mudanças na estabilidade quando expostas ao cálcio, confirmando que o método poderia identificar de forma confiável interatores de cálcio. Eles também descobriram certas mudanças de aminoácidos nas proteínas que determinam quão bem elas se ligam ao cálcio.
Notavelmente, identificaram a DECR1, uma proteína envolvida na quebra de ácidos graxos nas mitocôndrias, como uma nova proteína que se liga ao cálcio.
Analisando Cálcio em Organelas
Pra ver se a análise de CRP poderia ser aplicada a organelas específicas, os cientistas examinaram mitocôndrias de células do fígado de camundongos. Eles quantificaram uma grande porcentagem das proteínas mitocondriais e descobriram que muitas mostraram mudanças significativas na estabilidade térmica devido aos níveis de cálcio.
Entre as proteínas identificadas, encontraram proteínas conhecidas ligadas ao cálcio e outras que pareciam interagir com o cálcio sem se ligar diretamente. Isso apoia a ideia de que o cálcio desempenha um papel maior na regulação das funções mitocondriais do que se entendia anteriormente.
O estudo também destacou o spliceossomo, um complexo envolvido no processamento de RNA, como sendo enriquecido com proteínas reguladas por cálcio. Um número significativo dessas proteínas mostrou mudanças na estabilidade quando expostas ao cálcio, sugerindo que os íons de cálcio podem influenciar o splicing do RNA, o que tem implicações sobre como os genes são expressos.
Diferenças Entre Espécies
Comparando proteínas de humanos e leveduras, os pesquisadores também ganharam insights sobre como a sinalização de cálcio varia entre diferentes organismos. Eles descobriram que, enquanto algumas proteínas tinham funções semelhantes, suas respostas ao cálcio podiam diferir significativamente.
Por exemplo, certas proteínas envolvidas no ciclo do ácido tricarboxílico (TCA) - uma via metabólica essencial - mostraram que, em humanos, o cálcio ativou certas enzimas, enquanto em leveduras essas enzimas não respondiam ao cálcio de jeito nenhum. Isso mostra as diferenças evolutivas em como diferentes organismos utilizam a sinalização de cálcio.
Especificidade da Ligação ao Cálcio
Algumas proteínas mostraram respostas variadas ao cálcio e magnésio. Por exemplo, a Ede1 de levedura reagiu fortemente com o cálcio, enquanto suas contrapartes humanas tiveram respostas inconsistentes. Os pesquisadores identificaram um aminoácido específico na proteína humana que afetava suas características de ligação. Uma mutação nesse aminoácido fez com que a versão humana respondesse ao cálcio de maneira semelhante à versão de levedura.
Essa descoberta pode ajudar a entender como as proteínas evoluíram pra interagir com diferentes íons ao longo do tempo, levando a funções específicas de cada espécie.
DECR1 e Oxidação de Ácidos Graxos
Outra descoberta importante foi como o cálcio regula a DECR1, uma proteína essencial pra quebrar ácidos graxos nas mitocôndrias. Os pesquisadores demonstraram que a DECR1 se liga ao cálcio, e essa ligação afeta significativamente sua atividade.
Eles descobriram que na presença de substratos específicos, a DECR1 mostrou uma maior afinidade de ligação ao cálcio. Isso sugere que durante eventos de sinalização de cálcio, a DECR1 pode usar o cálcio pra alterar como interage com seus substratos, influenciando assim o metabolismo de ácidos graxos.
Conclusão
Em resumo, essa pesquisa fornece novas percepções sobre como o cálcio afeta proteínas entre diferentes espécies e dentro de vários ambientes celulares.
O desenvolvimento do ensaio PISA e da perfilagem de estabilidade térmica permitiu uma identificação mais eficiente de proteínas reguladas por cálcio, revelando papéis anteriormente não reconhecidos do cálcio em processos biológicos importantes. As descobertas não apenas destacam a relação intrincada entre cálcio e funções das proteínas, mas também preparam o caminho pra mais estudos explorarem como essas interações podem influenciar a saúde e a doença.
Esse trabalho abre caminhos pra entender como a sinalização de cálcio se entrelaça com várias funções celulares e pode até levar a novas abordagens terapêuticas direcionadas a processos dependentes de cálcio nas células.
Essa exploração abrangente da biologia regulada por cálcio enfatiza a necessidade de pesquisas contínuas pra elucidar completamente as complexidades das interações entre proteínas e cálcio e suas implicações para os sistemas vivos.
Ao mapear as interações entre cálcio e proteínas, os cientistas podem começar a juntar as peças do grande quebra-cabeça de como os minerais contribuem pra vida em um nível fundamental.
Título: High-Throughput Identification of Calcium Regulated Proteins Across Diverse Proteomes
Resumo: Calcium ions play important roles in nearly every biological process, yet whole-proteome analysis of calcium effectors has been hindered by lack of high-throughput, unbiased, and quantitative methods to identify proteins-calcium engagement. To address this, we adapted protein thermostability assays in the budding yeast, human cells, and mouse mitochondria. Based on calcium-dependent thermostability, we identified 2884 putative calcium-regulated proteins across human, mouse, and yeast proteomes. These data revealed calcium engagement of novel signaling hubs and cellular processes, including metabolic enzymes and the spliceosome. Cross-species comparison of calcium-protein engagement and mutagenesis experiments identified residue-specific cation engagement, even within well-known EF-hand domains. Additionally, we found that the dienoyl-CoA reductase DECR1 binds calcium at physiologically-relevant concentrations with substrate-specific affinity, suggesting direct calcium regulation of mitochondrial fatty acid oxidation. These unbiased, proteomic analyses of calcium effectors establish a key resource to dissect cation engagement and its mechanistic effects across multiple species and diverse biological processes.
Autores: Devin K. Schweppe, T. M. Locke, R. Fields, H. Gizinski, G. M. Otto, D. M. Shechner, M. D. Berg, J. Villen, Y. Sancak
Última atualização: 2024-01-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.18.575273
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.18.575273.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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