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# Ciências da saúde# Anestesia

O Papel da Realidade Virtual no Controle da Dor queimante

Um estudo investiga a realidade virtual como uma ferramenta de alívio da dor para pacientes com queimaduras.

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Queimaduras afetam muitas pessoas no mundo todo. Nos Estados Unidos, mais de 200.000 casos de queimaduras não fatais foram registrados em 2020. Para quem tem queimaduras de moderadas a severas, o tratamento geralmente envolve trocas de curativos dolorosas que podem exigir medicamentos fortes para Dor. Uma pesquisa com profissionais de saúde em centros de queimaduras mostrou que os opioides mais usados para esses procedimentos incluem oxicodona e morfina. Essa dependência de opioides é preocupante, considerando o problema crescente do uso indevido desses medicamentos. A maioria dos profissionais de saúde acredita que a dor durante as trocas de curativos poderia ser gerida de forma melhor.

Pesquisas indicam que usar altas doses de opioides para controlar a dor pode aumentar o risco de uso a longo prazo e dependência em pacientes de todas as idades. Encontrar um equilíbrio entre controlar a dor e reduzir o uso de opioides continua sendo um desafio nos centros de queimaduras. Um estudo com pacientes queimados mostrou que lidar com a dor era um grande obstáculo emocional, levando a problemas como depressão e ansiedade.

Por conta desses problemas, os profissionais de saúde estão buscando maneiras diferentes de administrar a dor durante procedimentos como a troca de curativos. Uma das abordagens promissoras que estão sendo exploradas é a realidade virtual (RV). Estudos descobriram que a RV pode reduzir significativamente a dor e a ansiedade durante procedimentos médicos. A ideia é que a RV distrai os pacientes ao imergi-los em um ambiente diferente, fazendo com que eles fiquem menos cientes da dor. Isso é especialmente importante, considerando os problemas atuais em torno do uso de opioides. No entanto, enquanto muitos estudos mostram resultados positivos para crianças, os efeitos da RV em pacientes adultos precisam de mais pesquisa.

Objetivo do Estudo

O principal objetivo deste estudo piloto foi ver se a RV poderia ajudar a reduzir a dor durante as trocas de curativo para pacientes adultos com queimaduras. Os pesquisadores esperavam que o uso da RV resultasse em menores índices de dor entre os pacientes. Os resultados deste estudo poderiam ser importantes para pesquisas futuras sobre o uso da RV no manejo da dor.

Desenho do Estudo

Esse estudo foi um pequeno ensaio clínico randomizado. Ele tinha como objetivo testar quão bem um tratamento de gerenciamento de dor com RV baseado em smartphone funcionava para reduzir a dor durante as trocas de curativos em pacientes adultos com queimaduras. Os pacientes foram recrutados em um centro de queimaduras e divididos em três grupos: um grupo usou a RV ativamente, outro grupo viu a RV de forma passiva, e o terceiro grupo recebeu cuidados padrão sem RV.

Para participar do estudo, os pacientes precisavam atender a vários critérios, incluindo ter entre 18 e 70 anos e necessitar de trocas de curativos para queimaduras com não mais de quatro dias. Pacientes com queimaduras graves no rosto ou que tiveram dificuldades em usar a RV devido a problemas cognitivos ou físicos não foram incluídos.

O estudo foi aprovado por um comitê de ética, e os pacientes deram consentimento por escrito antes de participar. Embora o estudo inicialmente planejasse inscrever 60 pacientes, o recrutamento foi limitado a 14 devido à pandemia de COVID-19, que interrompeu o recrutamento em março de 2020.

Procedimentos do Estudo

Os pacientes foram identificados por seus médicos e abordados por um membro da equipe de pesquisa treinado para o estudo antes de sua próxima troca de curativo. Após dar consentimento, os participantes foram designados aleatoriamente para um dos três grupos. A equipe de pesquisa coletou informações sobre a demografia dos pacientes e o uso de medicamentos para dor.

Antes das trocas de curativos, os pacientes completaram avaliações sobre suas expectativas e níveis de ansiedade. Durante a troca de curativo, os pesquisadores observaram as experiências dos participantes e registraram quanto tempo a troca levou e quão engajado cada participante estava com a RV. Após isso, os pacientes avaliaram sua dor e como a RV os fez sentir.

Para o grupo ativo de RV, os participantes jogaram uma série de jogos interativos de RV projetados especificamente para o estudo. Em contraste, o grupo passivo de RV experimentou um tour virtual automatizado sem envolvimento ativo. O grupo controle recebeu ferramentas de distração padrão, como música ou conversa.

Resultados

Entre os 14 participantes do estudo, a idade média foi de 38 anos, com a maioria sendo homens e brancos. A gravidade das queimaduras variou, com a área média afetada sendo cerca de 8% do corpo.

Analisando os relatos de dor, os participantes do grupo ativo de RV geralmente relataram níveis de dor mais baixos durante as trocas de curativo em comparação com os grupos passivo de RV e controle.

As trocas de curativo levaram mais tempo para o grupo controle, enquanto eles também consumiram menos opioides em comparação com o grupo passivo. O tempo das trocas de curativos variou, com o grupo controle geralmente demorando mais que os grupos ativo e passivo de RV.

No geral, os resultados sugerem que os pacientes usando RV ativa experimentaram menos dor durante o procedimento. No entanto, o pequeno número de participantes significa que essas descobertas não são definitivas e fornecem insights preliminares sobre a eficácia da RV no gerenciamento da dor.

Lições Aprendidas

Várias percepções importantes surgiram desse estudo piloto. Primeiramente, os pacientes adultos mostraram menos interesse em participar de pesquisas de RV em comparação com crianças. Muitos adultos questionaram a necessidade de distração ou acharam que aprender a usar o sistema de RV não valia a pena. Alguns também sentiram enjoo, o que os deixou relutantes em tentar a RV durante o tratamento.

Em segundo lugar, as queimaduras nessa população adulta eram geralmente mais severas do que as observadas em estudos anteriores com crianças. Como resultado, as trocas de curativo eram mais dolorosas e longas, fazendo com que alguns participantes perdessem o interesse nos jogos de RV. O feedback sugeriu que aumentar o número de níveis ou tornar os jogos mais envolventes poderia ajudar.

Em terceiro lugar, muitas trocas de curativos começaram com um banho para soltar as bandagens anteriores. No início, alguns participantes relataram náuseas ou dores de cabeça ao usar a RV durante essa parte do tratamento. Ajustes foram feitos para usar a RV apenas após o banho, o que ajudou a reduzir esses sintomas.

Outro desafio foi o uso de um controle para jogar; isso causou interrupções durante o procedimento de troca de curativo. Estudos futuros poderiam se beneficiar de um sistema de RV mãos-livres ou designs que minimizem a necessidade de interação física durante o tratamento.

Por fim, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo nos esforços de recrutamento. O estudo foi pausado quando os hospitais implementaram restrições, e o financiamento foi retirado antes que pudesse ser reiniciado.

Conclusão

Esse estudo piloto destaca que a RV poderia ser uma ferramenta valiosa para gerenciar a dor em pacientes adultos com queimaduras durante as trocas de curativos. Embora o tamanho da amostra tenha sido pequeno e o recrutamento tenha sido afetado por fatores externos, os resultados sugerem que a RV pode ajudar a reduzir a dor percebida durante esses procedimentos. Pesquisas futuras precisarão abordar os desafios enfrentados neste estudo e investigar mais a eficácia da RV em diferentes populações de pacientes.

Fonte original

Título: Pilot randomized clinical trial of virtual reality pain management during adult burn dressing changes: lessons learned

Resumo: Opioids are the most frequently used pain medications by US burn centers to control severe procedural pain during wound care. Concerns for long-term opioid use have prompted the exploration of non-pharmaceutical interventions, such as virtual reality (VR), for procedural pain management. The primary objective of this pilot study was to evaluate the feasibility and efficacy of VR pain alleviation treatment on reducing adult burn patients perceived pain during burn dressing changes. Adult patients aged 18-70 years were recruited from the inpatient unit of a single American Burn Association-verified burn center between May 2019 and February 2020 and randomly assigned to one of three arms. Active VR participants played four VR games; passive VR participants were immersed in the same VR environment without the interaction elements; and a standard of care control group. 71 patients were screened for eligibility and 33 were deemed eligible to approach for informed consent, with 14 agreeing to participate in this study. Of these 14 patients, 4 were randomly assigned to the active VR, 4 to the passive VR, and 6 to the control group. Self-reported overall pain was lowest among participant in the active VR (dressing 1= 41.3, dressing 2= 61.0, and dressing 3= 72.7) and highest among participants in the passive VR (dressing 1= 58.3, dressing 2= 74.5, and dressing 3= 89.0) across all three dressing changes. Self-reported worst pain was lowest among the active VR at the first and last dressing (64.3 and 92.2, respectively), but the control group has the lowest self-reported worst pain at the second dressing (71.3). VR is a useful non-pharmacological tool for pain distraction but designing and implementing clinical research studies face many challenges in real-world medical settings. Lessons from this study have important implications for future VR studies by other researchers. Trial RegistrationClinicalTrials.gov Identifier: NCT04545229 Author SummaryIn this paper we describe our experience conducting a randomized clinical trial using virtual reality as a pain distraction during inpatient burn care. This pilot study was designed to evaluate feasibility and efficacy of virtual reality as a pain distraction treatment. Three groups intervention groups were compared across multiple burn care procedures. We enrolled 14 patients across 10 months of recruitment. While our sample size was too small to consider significance testing, we did find that the group with active virtual reality participation reported less pain than those in the other two groups. We documented many challenges with using virtual reality during burn dressing changes, including the severity of injuries and the need for high-dose opioids, lack for interest in virtual reality, the unique nature of inpatient wound care, and methods of interacting with a game. COVID-19 also created recruitment restriction for our study. We proposed methods for circumventing these challenges for future researchers when designing virtual reality studies among adult patients.

Autores: Henry Xiang, M. Armstrong, R. Coffey, J. Luna

Última atualização: 2023-03-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.15.23287329

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.15.23287329.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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