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Escores de Risco de TDAH e Condições de Saúde: Um Estudo

Estudo mostra ligações fortes entre o risco de TDAH e várias questões de saúde.

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Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição comum que afeta cerca de 5% das crianças no mundo todo. A maioria das pessoas percebe sinais de TDAH na infância, mas isso pode continuar na vida adulta. Pesquisas mostram que pelo menos 15% das crianças com TDAH ainda têm sintomas na fase adulta. A estimativa é que o número de adultos com TDAH fique em torno de 3-4%. Muitos adultos com TDAH não são diagnosticados ou tratados, o que pode levar a vários problemas em suas vidas e saúde.

O TDAH geralmente vem acompanhado de outros problemas de saúde. Por exemplo, estudos mostram que adultos com TDAH têm taxas mais altas de condições como pressão alta, enxaquecas, Obesidade e diabetes tipo 2. Porém, ainda não sabemos muito sobre como esses problemas de saúde se relacionam com pessoas que mostram sinais de TDAH, mas que não foram diagnosticadas.

A genética tem um papel importante no TDAH. Estudos com gêmeos mostraram que o TDAH é cerca de 76% herdado. Pesquisadores também identificaram marcadores genéticos específicos ligados ao TDAH. Esses marcadores podem ajudar a determinar o risco de um indivíduo ter TDAH e problemas de saúde relacionados. Por exemplo, um método chamado de escores de risco poligênico pode estimar a probabilidade de alguém ter TDAH com base na sua composição genética. Mesmo que as pessoas tenham um escore de risco alto para TDAH, isso não significa que elas serão diagnosticadas. No entanto, pode indicar que possuem características similares ao TDAH, como impulsividade ou dificuldade de concentração.

Apesar do potencial do uso de prontuários eletrônicos em pesquisas, muito poucos estudos analisaram a relação entre escores de risco de TDAH e diagnósticos de saúde reais. Uma forma de estudar essa relação é conduzindo algo chamado de estudo de associação com o fenoma (PheWAS), que examina as ligações entre um fator de risco e uma variedade de resultados de saúde.

Um estudo anterior no Reino Unido descobriu que escores de risco mais altos para TDAH estavam ligados a vários problemas de saúde, incluindo obesidade e tabagismo. Outro estudo com milhares de participantes também mostrou conexões entre risco de TDAH e problemas médicos, como obstrução crônica das vias respiratórias e diabetes tipo 2.

Esse artigo explora a conexão entre o risco de TDAH e uma ampla gama de problemas de saúde em um grande estudo populacional. O estudo focou em pessoas sem histórico de diagnóstico de TDAH para ver se aquelas com altos escores de risco genético para TDAH também têm mais problemas médicos.

População do Estudo

O estudo usou dados do Biobanco da Estônia, que inclui informações médicas de cerca de 20% da população adulta da Estônia, cerca de 210.000 pessoas. Os participantes forneceram amostras de sangue para testes genéticos e consentiram o uso de seus dados de saúde para a pesquisa. Os prontuários de saúde são atualizados regularmente a partir de bancos de dados nacionais de saúde, garantindo uma coleta abrangente de problemas de saúde ao longo do tempo.

As informações médicas no estudo cobriram uma ampla gama de condições usando códigos de diagnóstico estabelecidos. Um diagnóstico específico de TDAH foi identificado por meio de códigos designados para TDAH nos prontuários.

Condições Médicas e TDAH

O estudo pretendia ver como o risco genético para TDAH se relaciona com várias condições médicas em pessoas sem diagnóstico de TDAH. Os pesquisadores prestaram atenção às diferenças de sexo nessas associações, já que o TDAH afeta homens e mulheres de forma diferente. Eles também compararam os achados de indivíduos com altos escores de risco de TDAH com aqueles diagnosticados com TDAH e aqueles que relataram sintomas de TDAH com base em um questionário.

Uma conexão anterior entre TDAH e Depressão também levantou questões sobre se a depressão poderia agir como uma ponte ligando os escores de risco de TDAH a condições médicas. O estudo planejou explorar essa conexão mais a fundo.

Métodos

O estudo focou apenas em participantes sem diagnóstico de TDAH para investigar as associações entre escores de risco de TDAH e condições médicas. Os pesquisadores analisaram os dados para identificar problemas de saúde com base em códigos de diagnóstico e informações genéticas. Eles consideraram fatores como idade e sexo para garantir que os resultados fossem precisos.

Um aspecto importante deste estudo foi o grande tamanho da amostra, permitindo uma melhor detecção de efeitos pequenos. Os pesquisadores também realizaram análises diferentes para confirmar suas descobertas de vários ângulos, incluindo como os escores de risco de TDAH se relacionavam com os resultados de saúde.

Resultados

Os resultados revelaram uma associação significativa entre os escores de risco de TDAH e várias condições médicas. No total, os pesquisadores identificaram 80 problemas de saúde ligados a altos escores de risco de TDAH, incluindo obesidade, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e diabetes tipo 2.

Condições Médicas por Gênero

As descobertas variaram um pouco entre homens e mulheres. Para as mulheres, as associações notáveis incluíram obesidade, poliartrose (doença das articulações) e dores de cabeça. Em contraste, para os homens, as associações mais fortes foram com DPOC, transtornos relacionados ao álcool e obesidade. Isso sugere que, embora haja questões de saúde sobrepostas relacionadas ao TDAH, também podem existir padrões distintos com base no gênero.

Os pesquisadores também examinaram como os maiores escores de risco de TDAH se relacionavam com condições de saúde específicas. Indivíduos com os escores mais altos tiveram chances significativamente aumentadas de desenvolver certas condições. Por exemplo, aqueles no grupo de maior risco tinham 70% mais chances de ter DPOC e 59% mais chances de serem diagnosticados com obesidade em comparação com aqueles com os escores de risco mais baixos.

Comparando Risco de TDAH com TDAH Diagnóstico

Além de indivíduos sem diagnóstico, os pesquisadores compararam suas descobertas com aquelas de indivíduos diagnosticados com TDAH. Aproximadamente 40% das associações encontradas em indivíduos de alto risco para condições médicas também foram observadas em pessoas com TDAH diagnosticado. Condições como asma e distúrbios do sono mostraram uma forte ligação com os escores de risco de TDAH também.

O Papel da Depressão

O estudo também descobriu que a depressão teve um papel significativo nas associações observadas entre risco de TDAH e condições médicas. Ela atuou como um mediador em muitos casos, indicando que indivíduos com maior risco de TDAH podem também ser mais propensos a experimentar sintomas depressivos, o que poderia impactar ainda mais sua saúde.

Conclusão

No geral, este estudo destaca a conexão entre o risco genético para TDAH e uma gama de condições médicas entre aqueles sem um diagnóstico formal de TDAH. As descobertas enfatizam a importância de reconhecer que mesmo indivíduos que não têm um diagnóstico de TDAH podem ainda estar em risco de problemas de saúde relacionados.

Há uma necessidade de melhores práticas diagnósticas e opções de manejo para ajudar aqueles que podem estar vivendo com TDAH não diagnosticado ou subclínico. Esta pesquisa não só esclarece os riscos à saúde associados ao TDAH, mas também sublinha o potencial para triagem e intervenção precoce para reduzir futuros problemas de saúde ligados ao transtorno.

Futuras pesquisas devem se basear nessas descobertas e explorar os possíveis caminhos que conectam o TDAH e os transtornos de saúde, incluindo fatores de estilo de vida e outros mecanismos subjacentes. Uma compreensão aprimorada pode ajudar a criar estratégias para apoiar indivíduos com traços de TDAH e ajudar a mitigar riscos para problemas de saúde associados ao longo de suas vidas.

Fonte original

Título: Associations between attention-deficit hyperactivity disorder genetic liability and ICD-10 medical conditions in adults: Utilizing electronic health records in a Phenome-Wide Association Study

Resumo: BackgroundAttention-deficit hyperactivity disorder (ADHD) is often comorbid with other medical conditions in adult patients. However, ADHD is extremely underdiagnosed in adults and little is known about the medical comorbidities in undiagnosed adult individuals with high ADHD liability. In this study we investigated associations between ADHD genetic liability and electronic health record (EHR)-based ICD-10 diagnoses across all diagnostic categories, in individuals without ADHD diagnosis history. MethodsWe used data from the Estonian Biobank cohort (N=111,261) and generated polygenic risk scores (PRS) for ADHD (PRSADHD) based on the ADHD genome-wide association study. We performed a phenome-wide association study (PheWAS) to test for associations between standardized PRSADHD and 1,515 EHR-based ICD-10 diagnoses in the full and sex-stratified sample. We compared the observed significant ICD-10 associations to associations with: 1) ADHD diagnosis and 2) questionnaire-based high ADHD risk analyses. ResultsAfter Bonferroni correction (p=3.3x10-5) we identified 80 medical conditions associated with PRSADHD. The strongest evidence was seen with chronic obstructive pulmonary disease (OR=1.15, CI=1.11-1.18), obesity (OR=1.13, CI=1.11-1.15), and type 2 diabetes (OR=1.11, CI=1.09-1.14). Sex-stratified analysis generally showed similar associations in males and females. Out of all identified associations, 40% and 78% were also observed using ADHD diagnosis or questionnaire-based ADHD, respectively, as the predictor. ConclusionsOverall our findings indicate that ADHD genetic liability is associated with an increased risk of a substantial number of medical conditions in undiagnosed individuals. These results highlight the need for timely detection and improved management of ADHD symptoms in adults.

Autores: Elis Haan, K. Krebs, U. Vosa, I. Brikell, H. Larsson, Estonian Biobank Research Team, K. Lehto

Última atualização: 2023-06-18 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.11.28.22282824

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.11.28.22282824.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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